Animos Domi escrita por Chiye


Capítulo 10
Capítulo 10 - Capitão


Notas iniciais do capítulo

Espero que se surpreendam e achem fofo.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/382756/chapter/10

John e Pete haviam arranjado smokings rapidamente, mas Jackie e Rose pareciam dispostas a olhar a loja inteira. Pete murmurou algo sobre visitar um pub e saiu. John aproveitou a chance e se esgueirou para fora, mas não foi ao pub com Pete. Havia escutado Rose e Jackie comentando sobre presentes de natal. Uma coisa tão humana. Ele pegara dinheiro emprestado com Pete (“Acho que vou precisar de um emprego”)e agora se dirigia a uma loja de presentes.

--Bom dia,posso ajudar?—Perguntou uma senhora toda sorrisos no balcão.

--Não, obrigado. –Disse ele.

Logo havia achado o colar mais espalhafatoso para Jackie, uma miniatura de carro idêntica ao carro de Pete a qual ele achou que o senhor gostaria e um anel prateado com pedrinhas rosas para Rose. Foi ao balcão, onde a senhora sorridente embrulhou tudo para ele. Ele pagou e deixou a sacola no carro antes de voltar a loja com Jackie e Rose.

No outro dia John foi acordado bem mais cedo do que pretendia por Jackie Tyler.

--Vocês vão se arrumar, mas antes, vamos abrir os presentes. Acho que vou ganhar aquele bracelete de ouro que mostrei ao Pete, e quero saber o que você e Rose compraram...

Sua voz foi ficando mais baixa enquanto ela descia as escadas até que desapareceu no andar de baixo.

John desceu as escadas ainda de pijamas e ainda bocejando. Todos os Tyler estavam reunidos em volta de uma arvore de natal que Jackie havia montado, conversando. Havia um que daquele clima gostoso que só o natal podia trazer.

--Sente aqui, John. –Disse Rose, apontando uma almofada do seu lado.

Ele se sentou, incerto, e pegou uma xícara de chá da bandeja na mesinha de centro.

--Pete. –Disse Jackie, com uma voz exageradamente lisonjeadora. –Você entrega seus presentes primeiro, sim?
John e Pete olharam em direções opostas. Se seus olhos se encontrassem agora, cairiam na gargalhada.

Seguiram mais um tempo em total descontração. A neve lá fora, a casa quentinha, a lareira acessa, chá e café do lado sempre.Na opinião do humano a única coisa que poderia deixar a situação melhor era um bom livro. John quase se esquecera do impasse do dia anterior. Mas se lembrou com todas as suas forças quando entregou o anel a Rose.

--Isso é lindo!—Comentou ela, colocando o anel no dedo. John não pode evitar de sorrir.

--Bom, acho melhor você se arrumar para a festa de natal de torchwood, Rose. Seu eu bem te conheço, você demora bastante. –Disse Jackie.

--Mas...—Disse John, consultando o relógio sobre o console da lareira. –Ainda são sete e meia...

--Mulheres se arrumam. –Insultou Jackie. –Não somos como vocês, que colocam uma roupa e estão prontos.

E levou uma Rose que tentava não gargalhar para cima. John e Pete riram assim que as duas saíram das vistas.

Duas horas depois John foi se arrumar também e acabou pronto antes de Rose. Ficou esperando-a na porta, inexplicavelmente nervoso.

--Rose!—Disse ele para as escadas. –Vamos, temos que chegar na hora...

A voz dele foi morrendo aos pouquinhos. Rose desceu as escadas com um vestido preto que lhe caia até os pés. O cabelo meio preso, meio solto em um coque com um efeito incrível. Ela usava também o anel que John lhe dera.

--Prontinho. –Disse ela quando chegou ao lado de John. –Vamos?

John abriu a boca mas não saiu som nenhum. Então ele concordou com a cabeça.

--E ai de você se alguma coisa estranha acontecer. –Disse Jackie.

--Deixe eles em paz. –Disse Pete, passando por eles para abrir a porta. Mas não deixou de dizer, baixinho, de modo que somente John o ouvisse. – Mas ai de você se algo acontecer. Sério.

Os dois estavam tratando a ocasião como se fosse um encontro.

O salão de festas de torchwood deixara de ser cinza para estar enfeitado de vermelho. Uma música suave tocava e várias pessoas andavam, conversavam, bebiam champagne e dançavam, mais ao centro do salão.

--Oh, Rose, John!—Disse Daniel, vindo ao seu encontro. John registrou o uso de seus primeiros nomes, coisa que Daniel nunca havia feito antes. –Bem vindos, venham, bebam algo...

--Claro, Headmaster. –Disse Rose.

--Por hoje eu sou só Daniel. Nada formal, não?

Ele acenou para outro soldado e se virou para sair, mas John o deteve.

--Hã... Senhor? Posso te pedir uma coisa?

--Claro, claro.

--Pode hã... Me arrumar um emprego aqui?—Perguntou John. Rose olhou-o incrédula.

Daniel olhou-o por um minuto, depois disse, quase dando pulinhos de felicidade.

--Claro que sim! Você é um dos que se saíram melhor nas missões. Fico feliz que tenha pedido, John, ou eu mesmo teria que levantar o assunto. Apareça aqui segunda feira, as oito em ponto com todos os documentos. Imagino que os tenha, não...?

--Tenho, sim, senhor. –Disse John.

--Ótimo!—Exclamou Daniel. –Agora, se me dão licença, preciso ir falar com os outros.

E desapareceu em um instante.

John continuou olhando para o lugar onde seu atual chefe estivera.

--Você não precisava ter feito isso. –Disse Rose.

--Precisava, sim. –Disse ele, olhando-a.

--Você tem certeza? É uma coisa muito monótona.

--Claro que tenho. –Disse ele. E sorriu de maneira marota ao acrescentar: --Se você acha que eu ia ficar em casa com sua mãe, Rose Tyler, você está enganada.

Os dois riram e aceitaram um petisco que o garçom trazia. Mais adiante, três homens de preto andavam com uma prancheta na mão, tomando notas. Eles olharam em volta e saíram, murmurando algo como “...Inspecionar os laboratórios...” ao passar.

John e Rose trocaram um olhar de compreensão: Deviam ser os supervisores do gerente. Mas nesse instante, alguém deu um leve empurrão em John e Rose. Era Liz. Estava quase irreconhecível com um vestido turquesa e os cabelos escovados. John riu.

--Pode rir, cabelos. –Retrucou ela. –Você também está diferente com essa penteado “lambido”

E arrastou a ultima palavra de propósito.

A musica fio trocada por uma valsa lenta. Holly chegou nessa hora com um terno marrom. Olhou em volta, localizou os três e andou até eles.

--Caramba!—Ele deixou escapar, olhando para Liz. Ela revirou os olhos, mas sorriu.

John correu os olhos a volta, tentando pensar em algo divertido para fazer. Não lhe agradava ficar parado. Havia várias pessoas, a banda, Daniel, muito estranho em sua maneira não formal e algumas portas que davam acesso a mini terraços.

--Rose, acho que vou tomar um ar fresco lá fora. –Disse John. Rose o seguiu sem hesitar. Holly ainda tinha a boca aberta para Liz.

O terraço era bem pequeno. Apenas algumas poltronas fofas e uma mesinha com uma bandeja de frutas picadas. Os dois se sentaram e se serviram. Um pombo passou voando um pouco longe, fazendo John sorrir ao lembrar de Alden.

John olhou para Rose, abriu a boca para dizer algo, mas Liz chegou nesse exato momento.

--Vocês dois, vamos entrar por favor— Disse ela, um que de desespero na voz .—Holly está me perseguindo.

E puxou os dois pelos braços. John se deixou levar, deprimido. Mas não pode deixar de cair na gargalhada quando entrou no salão lotado: Daniel, em geral sempre rígido e profissional, dançava com enorme extravagância no meio do salão. A mulher que o acompanhava parecia em duvida entre rir ou enforcá-lo. Ele aceitou uma taça de vinho de um garçom que ia passando e continuou a dançar.

--Liz, te encontrei. –Era Holly. –Trouxe bebidas.

Liz aceitou, parecendo chateada. John não entendeu muito bem: Não achava Holly uma má pessoa.

--Vamos as premiações da noite!—Disse um senhor, subindo ao palco enquanto a banda parava de tocar.

--Isso mesmo, senhoras, senhores e ALIENS, se estiverem escondidos ai. Uma forma de confraternização e descontração bastante saudável. –Ele tirou um troféuzinho do tamanho de uma xícara de uma caixa. –Como a mais bem vestida... Anne!

Uma mulher com um exuberante vestido vermelho subiu ao palco e, rindo e corando, pegou o troféu.

--O mais animado—Continuou o apresentador. –Daniel, sem nenhum favor, minha gente!

Daniel subiu ao palco, um tanto alegre demais e recebeu o troféu em meio a risadas gerais.

Um garçom passou e John aceitou o salgado.

--O melhor casal: John e Rose! Venham cá, vocês dois.

Rose sorriu e arrastou John pelo braço. Ele olhou por cima do ombro e pode ver a cara de Liz. Ela lançou-lhe um olhar divertido. “Eu ainda mato ela” Pensou “Com certeza disse ao apresentador que somos um casal.”

O apresentador lhes entregou os troféus e John fez menção de descer do palco. Quanto mais cedo saíssem dali melhor. Mas o apresentador se dirigiu a Rose.

--Posso perguntar... –Mas John a tomou pela mão, forçou um sorriso para o apresentador e as pessoas que assistiam e saiu dali depressa, levando-a consigo.

--Acho que ele não gosta do palco!—Comentou para a platéia.
 

--Acho que agora somos namorados. –Comentou John, rindo.

--Essa Liz... Típico. –Disse Rose.

--Estou falando sério. –Disse ele, se decidindo. –Quer ser minha namorada, Rose?

Por alguns segundos ele ficou parado, tentando entender o que acabara de dizer. Depois começou a ficar nervoso. E depois do que lhe pareceu um minuto inteiro, ele estava a ponto de dizer “tudo bem, esqueça o que eu disse...”. Rose o encarava, uma expressão indefinível no rosto.

Então, sem mais nem menos, ela sorriu e beijou-o. Ele ficou surpreso por alguns segundos, mas logo se rendeu. Ouviu-se um “oooown!” muito alto das pessoas que estavam em volta e eles se separaram, sorrindo.

--Vamos comer alguma coisa?—Perguntou John.

--Claro. –Respondeu ela.

Talvez por ainda ser muito cedo para um almoço, mas o self-service estava deserto. Os dois fizeram seus pratos e procuraram uma mesa mais deserta. Havia uma. Eles se sentaram.

A conversa fluía naturalmente. Talvez por terem convivido por tanto tempo.

John olhava atento a toda volta à procura de algum sinal de Liz. A ultima coisa que ele queria eram as suas brincadeiras.

Eles já haviam acabado de comer e pensavam em dançar um pouco quando uma enorme massa passou por uma das janelas, estilhaçando-a por inteiro, e caiu com um baque surdo no chão. John e Rose se levantaram, assim como quase todas as pessoas.

--Ele veio lá de fora... –Comentou uma mulher.

--É um homem... Ninguém de torchwood, mas definitivamente humano. –Disse um jovem.

John pegou a mão de Rose e os dois abriram caminho pela multidão até conseguirem ver a pessoa que havia entrado pela janela. Ele permaneceu desmaiado por alguns segundos, depois acordou e se levantou de um pulo, parecendo meio assustado e bastante confuso.

--Tudo bem. –Disse ele. –Não sei onde estou nem quem são vocês, mas eu vim em paz, só preciso de ajuda para voltar...

John e Rose exclamara, juntos. Afinal, era impossível não reconhecer Jack Harkness. 


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

E ai, humanos? Gostaram?



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Animos Domi" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.