Toda a minha vida tive medo, de homens velando sobre mim.

Acredito que o primeiro homem que velou por mim, foi o meu pai. Mas ele se foi antes que eu pudesse recordá-lo.

Quando era menino, por alguma razão, gostava de brigar. Eu não esperava pelo destino que iria ter.

Muitos anos depois, tive que me esconder. Procurava não dormir, para que meu medo de ser velado não me dominasse. Na casa de um velho amigo de meu pai fui acolhido, no porão tive que morar, para que a família desse velho amigo não fosse executada por minha causa.

Em um dia, o sono me dominou e quando acordei, pelo que me disseram, três dias depois, havia alguém me velando. Uma menina apenas acompanhava o meu sonho sem dizer uma única palavra. Ali conheci a pessoa que salvou a minha vida.

Passado um tempo, bombas caíram, como chuva do céu. Eu e essa garota estávamos no porão no meio desse acontecimento, sobrevivemos e vimos. Presenciamos a morte de todos que já amamos.

Agora sei que ela está morta. Mas lhe agradeço garota. Agradeço por me salvar. Sei que meu tempo está acabando e agora posso descansar em paz, junto com você e com todos que amamos.

Relato fictício de um sobrevivente da guerra.