Separados Pela Profecia escrita por Cristina


Capítulo 7
6- Nada vai acabar com tudo de novo!




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Se não me engano, foram dois meses de calmaria, seguindo a mesma rotina. Eu e o Lucca conversávamos de vez em quando, mas nem sempre nos dávamos bem, afinal, nenhum dos dois cedia quando discordava do outro.

Era uma quinta-feira, outubro. Um dia frio de inverno. Levantei da cama e me arrumei para ir para a escola como todos os dias. Minha mãe me levou para a escola e nos despedimos.

Quando entrei na escola, uma sensação de que eu deveria sair da escola no mesmo instante me dominou. Sabe aquela sensação que você está no lugar errado, na hora errada? Era o que eu estava sentindo naquele momento. Fiquei indecisa na entrada da escola. Não sabia se entrava, ou se voltava pra casa. Todas as duas ideias me pareciam completamente desastrosas. Resolvi ficar na escola.

Passaram os primeiros tempos normalmente, aulas teóricas nas quais eu me perdia e aulas práticas na qual os professores ficavam me vigiando o tempo todo para ver se eu estava copiando de algum lugar.

Quando deu o intervalo, comecei a pensar que essa sensação era só coisa da minha cabeça. Sentei numa mesa mais afastada das pessoas, afinal não tinha conseguido fazer amigos. Uns 15 minutos depois, o Lucca sentou na mesma mesa que eu, junto com um menino, de uns 13 ou 14 anos. O menino era moreno, tinha olhos castanhos escuros, mas seu rosto era tão delicado, parecia que era frágil, porém, só de olhar para suas mãos, percebia-se que ele de frágil, nada tinha.

–Oi – disse o Lucca. – Como vai?

–Bem, bem e você? – respondi.

–Levando... – ele olha para a minha comida. – Você está com fome ou realmente gosta dessa gororoba?

–Ei, é uma comida boa até... Tem escolas com lanches muito piores, isso quando tem.

O menino colocou as mãos em cima da mesa e eu pude ver, por um pequeno momento, uma queimadura em seu pulso, a qual ele logo tampou.

–Ah! Quase me esqueci. – disse o Lucca. – Esse é o Ricardo, ele é um amigo meu. Ricardo, essa é a Samantha, a menina que eu te falei.

Olhei para ele e sorri e ele também sorriu.

–Oi... – falou ele, com uma voz grave, mas harmoniosa.

–Oi. – cumprimento sorrindo.

Aquele sinal assustador toca e os meninos vão para as suas salas, enquanto eu coloco minhas coisas no balcão e vou ao banheiro.

Lá, tinha um grupo de meninas, as patricinhas da escola. Elas estavam se maquiando no espelho então só lavei as minhas mãos e dei uma olhada no espelho. Aos poucos o banheiro foi ficando vazio, até que só ficou eu e mais duas meninas, ambas loiras e com os olhos bem pretos. Quando ia sair, uma delas chutou a porta para que eu não saísse.

–Olá, Samantha... – disse a que tinha ficado atrás de mim. – Fiquei sabendo que seu pai está te mandando de volta pro seu abrigo assim que começar as férias.

–Sabe – disse a outra. – Nós não gostamos daquele lugar. Ele é muito protegido, não temos como entrar.

–Do que vocês estão falando? – olhei confusa para elas. – Eu não sei do que vocês estão falando.

–Ah, claro que sabe, eu sinto o cheiro... – disse a menina que estava na porta.

Mas algo estranho começou a aconteceu. Elas começaram a mudar de forma. No lugar de suas pernas surgiram duas caudas de serpente e suas peles começaram a rasgar vindo, em seu lugar, uma pele escamosa e verde.

–Ah, não! – disse bem alto. Elas se assustaram, porque, provavelmente, a reação que elas esperavam era que eu ficasse com medo, mas na verdade eu estava com raiva, muita raiva. – Acabei de começar aqui, não arrumei nenhuma encrenca ou problema até agora! – comecei a me aproximar delas e elas foram tentando se afastar de mim. – Nenhum de vocês, coisas horripilantes, vai acabar com o meu ano de novo!

O que aconteceu em seguida foi algo que nem consegui explicar para a minha mãe. Aquelas pragas verdes que estavam na minha frente começar a fazer uma expressão de quem está sentindo muita dor, e do nada, uma pequena fissura, um pouco mais larga, abriu no chão. De lá, saiu uma fumaça, em forma de mão e segurou cada uma das caudas. Os monstros viraram fumaça no mesmo instante em que foram tocadas, logo em seguida, sendo aspiradas para dentro da fissura que se fechou assim que toda a fumaça havia sido sugada.

Sai do banheiro, muito cansada. Acho que aquilo foi coisa de mais pra mim. Encostei-me na parede do lado de fora da sala. Tinha que entrar na aula, tinha que entregar um trabalho para o professor de história.

Me recompus e entrei na sala.

–Licença professor. – disse, ao abrir a porta, tentando deixar a voz calma.

Ele fez um sinal com a cabeça, indicando que eu poderia sentar. Peguei o meu trabalho que estava no meio do caderno, coloquei sobre a mesa dele e me sentei.

O Lucca, que tinha se sentado ao meu lado hoje, se inclinou um pouco, para falar baixo.

–Obrigada!

Olhei confusa para ele, mas ele simplesmente piscou para mim. Do que ele estava falando eu não sei, mas depois daquilo, foi complicado conseguir se concentrar na aula.


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Notas finais do capítulo

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