Separados Pela Profecia escrita por Cristina


Capítulo 45
43- Protejam


Notas iniciais do capítulo

Eu vou dar uma boa (ou má, para alguns) notícia. SPP está em reta final. Não que eu não goste da minha linda e chata Sam e do meloso Lucca, ou do destemido Martin, mas se eu não terminar a história logo ficará chato, e vou escrever coisas estranhas.
Sim, eu vou continuar a escrever, mas histórias minhas, de meu subconsciente e nada baseadas em outras sagas, serão originais. Estou com muitas ideias na cabeça e isso está deixando SPP confuso.
E pretendo desenhar uma capa nova pra SPP, porque, sejamos sinceros, essa está terrivelmente horrível. Claro que eu não desenho muito bem, mas é pra sair melhor que essa. :P
E, mesmo não estando no último capítulo, eu quero agradecer de alma e coração a vocês, Yuyu e Lucian, por estarem comentando sempre e cobrando. Se não fosse por vocês dois acho que já teria parado de escrever.
Lucian, você me deu uma recomendação e uma leitora nova, a gatíssima Thaynara, que mesmo não estando a muito tempo comentando já é diva como eles



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POV Lucca

A família faz falta, mesmo que sua família se resuma a somente uma pessoa. Eu tinha a minha mãe. Seus fios loiros escuros lisos sobre a pele clara e os olhos brilhantes e castanhos. Eu havia herdado o mar na sua forma mais suave. Pele clara, cabelo loiro e olhos azuis. Era assim que eu lembrava o mar, mas falando eu lembrava minha mãe.

Quando nos encontraram, depois de muitos gritos da Sam, eu estava acabado, não falava.

Perguntaram o que tinha acontecido e quem havia feito aquilo, mas, depois de uma troca de olhares chegamos à conclusão de que não era seguro dizer. Então ficamos em silencia, absorvendo nosso luto, apenas assentindo.

Eles fizeram um tributo às nossas mães. Quando o acampamento todo se reuniu no Coliseu, eles começaram.

As duas envoltas em seda roxa brilhante sobre um altar de madeira polida para cada uma. Eu estava ao lado da minha, e a Sam ao lado da dela.

Eu sentia uma brisa vinda do mar envolvendo a todos nós, enquanto a escuridão nos abraçava. Por mais que eles tivessem as suas esposas, elas significaram algo para nossos pais, e mesmo assim eles nos consolavam. Haviam armas, flores, sementes, penas e muitos outros símbolos divinos que foram trazidos pelos legionários envolta do corpo delas.

Alguém também costurou o pescoço da mãe da Sam e cobriu a marca com um lenço dourado. Pousaram uma espada longa e dourada, com escritas em latim entre suas mãos, deixando sua tatuagem de legião amostra, as lanças cruzadas e suas linhas representando o tempo na Legião. Já a minha, uma mortal somente, teve uma coroa de flores em sua testa tampando a abertura feita pela espada que decapitou a mãe de Sam. Em suas mãos estava uma concha que eu achei em minha cama, com um tridente gravado em prata.

Eu sentia que era hora de libertar o corpo da minha mãe. Vim até a frente do seu altar, de costas para os meus colegas.

— Você sempre me protegeu, me consolou e me guiou mãe. — minha voz era baixa, mas aumentava conforme eu falava. — Embora me ocultasse muitos fatos, sempre quis o meu melhor. — eu sentia lágrimas descendo por minhas bochechas. — Eu sei que quem te matou não fez por vontade própria. Você falou, eu prestei atenção em cada palavra. O supremo, o astuto e o confiante os subestimaram não é? Foi um erro.

Concentrei-me na brisa, senti a água, vinda de algum lugar, levar a minha mãe, não sei para onde. Meus olhos fechados só abriram para olhar a Sam e meu maxilar rígido só relaxou ao puxar a Sam para um abraço.

— Eles vão perecer, seja quem for. — murmurei para ela que assentiu contra o meu peito. — É sua vez Sam... — toquei a sua cabeça, fazendo carinho.



POV Sam


Dor, perda, solidão, medo... Isso é o que eu senti. Minha mãe.

— Da guerra você saiu mãe. — eu dizia com as mãos em sua mão fria. — Entrelaçou-se com a escuridão e criou praticamente sozinha a guerra escura em pessoa. Sobreviveu a todos os meus altos e baixos, acalmou todos os choros e todas as dores, mas essa dor você não está para acalmar. A cicatriz vai ficar eterna. — coloquei a mão em sua testa. — Pai, cuida da alma dela, por favor. Avô, deixe que sua filha sinta uma última vez a euforia da luta até o fundo da sua alma, enquanto seu corpo queima.

Eu me afastei, e logo em seguida, o Augusto atirou uma flecha flamejante contra seu altar. Os filhos de Marte se levantaram e colocaram as espadas em punho. Peguei a minha e vi Lucca puxar a sua. Estendi-a para o corpo queimando e gritei com a Legião.

— Obrigada por seus serviços! Seu nome será para sempre lembrado.

Os legionários ficaram comigo por muito tempo, mas não sei determinar quanto tempo. Eu estava abraçada ao Lucca ainda, molhando sua camisa com minhas lágrimas, ele soluçando às vezes, mas sempre alisando o meu cabelo. Partilhando a mesma dor, o mesmo sofrimento, o mesmo medo.

Mas é claro, como uma boa semideusa, nada de luto para mim. Alguns segundos depois de eu propor uma noite de sono a todos, ouvimos um barulho saindo da escuridão. Com muitos guerreiros cansados, os mais dispostos empunharam suas espadas e fecharam o círculo em volta dos líderes.

— Não posso nem ter luto em paz? — exclamei baixo fazendo o Lucca suspirar do meu lado.

— Isso não é mais uma opção. — ele resmungou segurando mais firme a espada.

Logo uma forma entrou em foco, a forma de um home, seguida pela forma de um cão, ou talvez um lobo. Eu não definia em meio a tantos empunhando suas espadas.

O homem saiu das sombras, se aproximando, até o reconhecer.

— Martin! — eu simplesmente empurrei os guerreiros a minha frente e corri até ele, o abraçando e chorando novamente.

— Sinto muito, pequena. — ele sussurrou em meu ouvido. — Lucca! — ele gritou após me soltar.

O Lucca, que tinha acabado de embainhar a espada, já estava com a mão no seu punho e retrocedendo alguns passos.

— Cara, não estou afim de... — foi interrompido por um abraço do Martin.

— Sinto muito, cara. — escutei ele dizer, dando leves tapinhas em suas costas, o fazendo chorar novamente e retribuir o abraço.

Um rosnado atrás de mim chamou atenção somente minha. Rachel, Octavian e Bella parados com a clássica fumaça verde saindo de seus olhos ao lado do lobo. De Lupa.

"Os ouça" ela disse.

— Crianças, a hora está chegando. — das três bocas, uma voz unissona era enigmática e macabra. — O supremo, o astuto e o confiente estão quase libertos.

— Eu cansei dessa profecia! — o Lucca explodiu, aproximando-se rapidamente. Ao lado deles, Lupa apenas olhava. — Minha mãe foi morta por causa dessa profecia! Eu...

O rosnado de Lupa o interrompeu.

"Não há escolha! Você perdeu sua mãe por uma causa nobre. Assim como você, Samantha perdeu a dela, Marte perdeu uma filha e eu perdi uma amiga, porém nenhum de nós desistiu. Perder alguém faz parte da vida de um semideus! Ou você achou que a vida toda ia ser feliz, caçando monstros, vencendo, e nada de ruim iria acontecer?" Então ela suspirou, se aproximou dele, colocando nariz em frente a focinho. "Não deixe que o sacrifício de sua mãe seja em vão. Somos mitos, mas a nossa vida nunca foi fácil".

Enquanto ela se afastava do Lucca, a Bella, Rachel e o Octavian se aproximavam de nós e voltavam a falar.

— Enquanto todos culpam o divino, alguns se esquecem do mal antigo. O destino de vocês começa agora. Porém, a ajuda será necessária. — de trás de todos eles, uma garota vestida em tecido negro vinha em nossa direção de cabeça baixa ao lado do Yuri, que enlaçava sua cintura em apoio. — A filha da noite os guiara.

Sua cabeça ergueu e eu abri minha boca, sem emitir som. A indefesa Mayara, de cabelos sujos agora estava brilhando. Sua pele morena estava nua em muitas partes, como braços, ombros, pernas e uma parte de sua barriga, as quais brilhavam mais que o tecido que parecia ser feito do céu estrelado. Seus cabelos encaracolados e castanhos eram tão brilhantes quantos sua pele, enquanto seus lábios estavam mais rosados. Os olhos castanhos eram repletos de pontos cintilantes. Ela por si só era o céu estrelado, era a estrela mais brilhante.

— May... Mayara? — gaguejei.

— Ela não se parece nada com o que você me falou. — o Lucca comentou com a aberta como eu.

— Quem ela é? — o Martin perguntou confuso, mas também deslumbrado.

— Ela estava me chamando, pedindo ajuda. Ela é filha de Nix. — o Yuri falou, se postando na frente dela, em um gesto protetor. — Ela veio para cá para guiar os guerreiros e os semideuses da profecia até o confronto.

— Os guerreiros? — perguntei confusa.

— Cada um dos semideuses da profecia tem seus guerreiros, seus defensores. — Delfos falava da boca de Octavian, somente. — Porém não serão vocês que escolheram.

Devagar a Bella se postou ao meu lado, enquanto a Rachel se postava ao lado do Lucca. Então a Rachel começou a falar com a voz de Delfos, enquanto o Octavian voltava ao seu normal.

— Os guerreiros do grego são sua família. Alessandro, Meggie, Ricardo, Natanael, Orphelia, Oprah, gregos. Dois filhos de Apolo, uma filha de Hermes, um filho de Hefesto e duas filhas de Deméter. Treinados por seus pais, guiados por Marte, defenderam juntos e fielmente a Lucca, o filho do mar. Assim como Rachel, o oráculo. — a frase terminou e Rachel retomou os seus olhos verdes normais e se aproximou mais dos guerreiros chamados.

Aos poucos a Bella se aproximava de mim, andando suavemente. Suas passadas mal se encostavam ao chão.

— Os guerreiros da romana são sua família. — ela repetiu a frase, sua voz era misturada com o espírito e a sua voz harmoniosa. — Seus centuriões, seu companheiro de pretoria, seus amigos. Julian, Isabelle, Guilherme, Lilian, Patrick, Amada, Katharina, Logan, Cinthia, Jonathan, Augusto, Yuri, Martin. Treinados com a legião, testados por Lupa, guiados por Marte, defenderam juntos e fielmente a Samantha, filha do submundo. E sua leitora também irá. — ela terminou me olhando e colocando sua mão sobre meu ombro.

— Ótimo. — Octavian falou. — Saíram os pretores e os Centuriões, com quem está Legião deverá contar?

— Octavian, você está responsável por guiar a Legião enquanto estivermos fora. — eu declarei. — Mayara, guie-nos.

— Hoje não. — ela retrucou. — Todos precisarão de uma conversa com Marte, Plutão e Netuno, mas isso será somente amanhã a noite. Eu descansarei agora, o sol já está nascendo. Boa noite a todos.

E assim ela foi, sem vestígio deixado, simplesmente nos deixando ansiosos até a noite seguinte.

Martin suspirou e abraçou minha cintura.

— Eu estou bem agora, pode confiar em mim, Lupa me reeducou. — ele declarou. — Vou te proteger como sempre, pequena. E agora entendo que eu não sou importante aqui, — ele tocou o meu peito. — não do mesmo modo que ele.

Olhando para o Lucca, que estava nervoso conversando com seus irmãos gregos, eu soube que a garota que ele perdeu sempre foi alguém que ele guardou em seu âmago e que em mim ele depositou sua obcessão. Uma obcessão talvez superada.


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Notas finais do capítulo

Bom, ele ficou meio curto e sem muitas revelações, mas eu lhes prometo que o próximo será mais sangrento u.u E mais surpreendente também...

Se tudo correr dentro dos meus esquemas, terão dois capítulos ainda, acho, e o epilogo.

É isso pessoal.
19-10-2014



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