Slow Dancing In A Burning Room escrita por Stardust
Notas iniciais do capítulo
Outro! To conseguindo postar todo dia uahsuahsas *-* enfim, boa leitura!
Acordei com o despertador tocando Time do Pink Floyd e quase caí da cama com tamanho susto. Demorei uns cinco minutos para conseguir abrir o olho e me acostumar com a claridade do novo dia.
O sol entrava pela janela deixando meu quarto meio laranjado. O sono ainda me consumia, então demorei algum tempo para resolver me levantar da cama.
Quando levantei lembrei que teria que pegar meu carro e consequentemente acabei me lembrando de Liam. Coloquei minha mão na cabeça lembrando da noite passado.
- Maldito Scott! - disse andando para o banheiro.
Lavei meu rosto, escovei meus dentes e tomei um banho rápido. Tentei ao máximo nem mesmo lembrar da noite passada, mas acabava pensando sem querer. Liam tinha um jeito forte, decidido, orgulhoso e atrevido, mas no fundo era legal. Lembro das poucas vezes que conversamos civilizadamente. Incrivelmente, eu me divertia nesses momentos raros. Falávamos sobre séries, filmes, bandas e até mesmo livros. Liam era um cara interessante e eu me odiava por acabar pensando nele quando ia embora da escola.
Sorri lembrando daquilo e acabei sentindo falta da escola. Nunca pensei que diria isso, mas a verdade era que a vida depois da escola começou a ficar bem mais corrida do que antes.
Coloquei um short jeans e uma blusa de renda branca com um sinto bege. O sol lá fora estava fraco e havia pessoas andando com seus amigos, filhos e até mesmo cachorros. Poderia ter pegado um táxi, mas preferi ir andando até o bar. Levava a chave do carro no bolso.
*
Avistei o ipê branco ao longe. Meu carro estava coberto de flores brancas e eu parei por um segundo para observar aquilo.
- Sally, está atrasada. - ouvi uma voz vindo de trás do meu carro.
- Liam? O que faz aqui? - fiquei espantada, mas sorri ao ver que vestia uma camiseta do Pink Floyd The Wall.
- Não é possível que esqueceu que combinamos de nos encontrar aqui dez horas. Bom, são dez e meia, mas está perdoada.
Levei a mão na cabeça.
- Bebeu tanto que não se lembra... - provocou.
O sol batia no rosto dele, fazendo com que seus olhos ficassem meio fechados. Quando se aproximou, lembrei o quanto eram verdes. Me deu um beijo no rosto e me olhou novamente.
- Você está linda.
- Obrigada. - fiquei com medo que visse que eu corei, então desviei o olhar para o carro.
- Então, não vai recusar o meu convite de sairmos por aí para comer algo, não é?
- Digamos que tenho algo mais importante e legal pra fazer.
Liam arregalou os olhos e mexeu as sobrancelhas.
- Tipo...?
- Oh merda, não tenho nenhuma desculpa. Vou ter que sair com você e te aturar esse domingo. - brinquei.
- Sabia que estava ansiosa por sair comigo.
- Ansiosa? Eu nem me lembrava. Acho que você quem estava. - retruquei.
- Claro que não, só quis me certificar de que chegou viva em casa ontem.
- Sei...
Ficamos em silêncio.
- Onde vamos então? - perguntei.
- Sorvete, por favor.
Peguei a chave do carro e abri a porta, mas fui impedida de entrar por Liam que entrou na minha frente.
- Vamos andando, está um dia bonito.
- Como quiser. - fechei o carro novamente.
*
- Estive pensando e que tal um acordo de paz? - ergueu a mão, enquanto andávamos. - As provocações têm que acabar.
Apertei sua mão.
- Amigos?
Liam me olhou de cima até embaixo.
- É, amigos.
Revirei os olhos mostrando indignação com seu olhar sugestivo quando na verdade havia gostado.
Paramos na porta da sorveteria e nos sentamos. Havia crianças por todos os lados e um grupo de adolescente que ria de algo.
- Estou me sentindo uma criança novamente.
Liam riu.
- Então, o que tem feito da vida? Depois do segundo ano não nos vimos mais.
- Bom, preciso contar que mesmo não gostando muito de você, senti sua falta do terceiro ano. Depois passei para psicologia e mudei pra cá. Tive sorte por ser perto de onde eu nasci, assim posso visitar meus pais e meus irmãos direto. Fora isso, tudo na mesma.
- Sentiu minha falta? - acho que ele só tinha absorvido isso de tudo o que eu falei.
- É, mais ou menos. - vi que havia ficado satisfeito com minha resposta. - E você, o que tem feito?
- Saí no segundo ano para estudar aqui e acabei entrando pra faculdade de advocacia que eu meu pai tanto queria. - senti um tom de decepção pela primeira vez em sua voz.
- Seu pai?
- É, na verdade eu tinha outros propósitos, mas acabei entrando pro negócio da família. "Hunting things, saving people the family business." - riu com sua piada.
- Então você virou um caçador? - fingi surpresa.
- Sinta-se se especial por saber disso. - sorriu.
- Vai dizer que tem um pentagrama por aí?
- Se quiser, te mostro mais tarde. - riu.
- Idiota! - ri. Por mais que fosse tentador, nunca me deixava levar por suas tentações. Na verdade, me odiava por sentir aquilo por um cara tão bobo.
Sorri de volta e perguntei o que sabia que ele não iria querer me responder.
- O que você queria ter feito, então?
Liam desviou seus olhos para a garçonete que estava passando. Percebi que olhou seu corpo antes que ela, com um sorriso safado, perguntasse o que ele iria pedir.
- Sorvete de creme com limão, por favor.
Revirei os olhos. Era o mesmo Liam que eu conhecia.
- E pra você? - ele me olhou.
- Maracujá. - disse com a voz firme.
A moça deu uma última olhada em Liam e virou as costas. Ele não voltou a olhar para ela e sim pra mim, que o fitava.
- O que foi? - perguntou.
- Você não mudou mesmo, não é?
- Mudei sim. - ele sorriu. - Você que ainda não viu nada.
- Quer parar? - ri. - Não pretendo ficar andando com um canalha.
- Assim você me ofende.
Liam me olhou com uma cara triste, mas logo começamos a rir.
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