Serendipidade escrita por Roxanne Evans


Capítulo 18
18




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18

"I don't wanna make a scene
I don't wanna let you down
Try do my own thing
And I'm starting to figure it out

Cause it's alright keep it together
Wherever we go
And it's alright, oh well whatever
Everybody needs to know

You might be crazy
Have I told you lately? That I love you
You're the only reason that I'm not afraid to fly

And it's crazy, that someone could change me
Now no matter what it is I have to do
I'm not afraid to try..."

O dia claro irrita os olhos de Nessie, que abre suas orbes chocolates sentindo os cabelos emaranhados na cabeça. Sua semana vinha sendo arrastada, como saltos que rangem em assoalhos de madeira, com um barulho contínuo e irritante.

O fim de semana já ameaçava despontar, sorrindo na janela, como raios de sol que espreitam através dos vãos abertos da cortina. Levanta-se e se espreguiça, com um bocejo longo. Sentia o corpo dolorido por ter dormido a noite inteira na mesma posição.

Sua cabeça também parecia pesada, por ter dormido demais. A menina estrala as costas e vai ao banheiro, lavar o rosto. Desde a última briga, no começo da semana ainda, não falara mais com Jake. Ele, por sua vez, ao contrário do que ela originalmente achara, nem ao menos mandara uma mensagem no celular ou tentara ligar. Magoada, imitara suas ações.

Bella bate à porta, suavemente, colocando a cabeça para dentro.

–Nessie? Está vestida? - E, vendo a menina parada de pijamas no centro do quarto confirmar, entra, lhe sorrindo, os cachos castanhos voando levemente com seus gestos. - Sabe o que andei pensando? Já que você anda tristinha? Lembra daquela fazenda onde fomos passar as férias há alguns anos atrás? - Não conseguindo reação nenhuma por parte da ruiva, continua - Estava pensando em ir para lá passar o final de semana, o que acha?

E embora milhares de pensamentos passassem em sua cabeça, de todos os tipos. Desde os que tivera relacionados com Jane, até os mais tangentes, o fato de só ter mais uma semana com Jacob e não querer perder de jeito nenhum um importante final de semana, com dor no coração, acena com a cabeça.

–Acho uma ótima ideia mamãe! E tinha cavalos lá também, não tinha? - Bella anui e se aproxima, animada, beijando-lhe o rosto.

–Ótimo, chamarei os outros então - E, antes que pudesse perguntar quem seriam os outros, a morena corre para fora do quarto, apressada. A de cachinhos permanece parada, estacada no lugar, durante longos segundos, pensativa. Talvez ela e Jake não fossem dar certo no fim das contas, afinal, não era isso que vinha rondando sua cabeça, mesmo antes da briga? Como conseguiriam, com tudo para impedi-los? Morando em lugares opostos dos Estados Unidos?

Sente uma pontada de dor de estômago e se encolhe devagar, dando alguns passos para trás, sentando-se na cama. Tudo o que queria era dormir, dormir e dormir, e assim, quem sabe, deixar todos esses problemas complicados no mundo real, afinal de contas, quem precisa deles não é mesmo?

E suspira, voltando a sentir-se cansada. Ainda teria um longo dia pela frente.

Diferente do que imaginava, quando cruzava a soleira da porta para voltar para casa, sentindo-se socialmente exaurida, encontra Bella ao telefone, conversando provavelmente com Alice ou Rosalie. Sem prestar muita atenção ao que dizia, arrasta-se escadas acima.

Por um instante para, encarando a porta entreaberta do quarto de hóspedes. Fica alguns segundos parada, olhando os vagos formatos na escuridão e depois, com um suspiro, entra em seu quarto e fecha a porta.

Vinha sentindo-se incrivelmente sozinha, quase fria nos últimos dias. E, apesar de seu relacionamento com Jane não ter mudado nem um pouco, sentia-se afastada. Talvez estivesse psicologicamente mal. Na verdade, sabia que estava.

Joga-se na cama de bruços e por lá fica, totalmente imóvel, sentindo o corpo mexer-se cautelosamente com a respiração. Do lado de fora, o sol brincava de hospedeiro agradável, as mesmas meninas brincando, um cachorro latindo. Se perguntava se aqueles sons mudavam em algum momento.

Um barulho de motor, o carro passa. Aconchega-se melhor contra o travesseiro, abraçando-o, sentindo a letargia vindo cumprimentá-la. Quando volta a despertar, já passava das sete. Era quinta-feira. Em um impulso, levanta-se, mas detém-se a porta, olhando para os lados, indecisa.

É quando se volta e liga seu laptop. A máquina, em estado de hibernação demora alguns segundos para voltar a si. A menina põe os fones de ouvido, ligando a música. A voz melódica do vocalista de Strays Don't Sleep ecoa em sua cabeça, colocando-a em um torpor melancólico.

Sentia falta de alguma coisa, embora não soubesse dizer o que era.

Começa sua pesquisa.

Finalmente a estava fazendo, embora ainda não acreditasse em si mesma, insegura. Tinha a impressão de sentir a mão tremer de leve. Procurava suas opções de faculdade. Em seu interior, cria que aquilo era o último elo entre quem era agora e quem seria no futuro.

Iria para algum lugar distante, moraria longe de seus pais, se libertaria de todas as amarras de seu passado. Aquilo a assustava, embora misturasse um pouco de ânimo e expectativa. Enquanto estivesse nesse mundo, poderia fazer sua vida diferente e começar de novo. Isso era uma das coisas que aprendera recentemente.

Nessie aprendera que poderia ser quem queria ser, que a única que a acorrentava as pequenas coisas sem sentido era ela mesma. Aquilo também a assustava. Era um mundo inteiro, novo que se abria diante de si. Estava crescendo, estava em constante mudança.

Ainda sentia-se etérea quando, subitamente, percebe que terminara sua pesquisa. A conclusão tinha um gosto amargo na boca. Respira fundo, percebendo que havia feito tudo em um único fôlego.

O pensamento fugaz atravessa seu peito. Onde Jacob se encaixaria em seu futuro? Iria querer ele encaixar-se, de qualquer forma?

Sem que percebesse, seu futuro começava a bater em sua porta. Era o último ano que tinha para colocar as coisas em ordem. Era o último ano para mostrar o quão precioso era seu tempo com seus pais. Não iria desperdiçar.

Sentia como se antes, estivesse apenas matando tempo em sua vida, deixando-a passar. Agora, de alguma forma, de alguns tempos para cá, sentia que começara a viver. Por isso, independente do que acontecesse, seria eternamente grata a Jake.

Seu peito arde fundo e ela se encolhe no lugar com vontade de chorar, ao lembrar-se do Quileute, a imagem mental do moreno sorrindo em sua mente. Seria obrigada a dizer adeus? Tentaria não pensar, tentaria deixar isso para depois.

Com o pensamento repentino que a abatera, desce calma, alcançando os pais na sala dos fundos, vendo um filme. Aparentemente, seu pai terminara um projeto mais cedo, na correria, para poder viajar no final de semana.

–Mamãe, papai - A menina aproxima-se, sorrindo e os abraça, o contato súbito surpreendendo-os. Os cabelos ruivos dela esvoaçam com a atitude e o cheiro de seu shampoo chega a seus sentidos antes que conseguissem perceber. A menina se controla para não chorar e os aperta forte contra si, depois se afasta. Eles a olhavam, curiosos e intrigados. - Eu amo vocês - Declara, colocando as mãos para trás do corpo, amarrando-as atrás de si. Os cabelos soltos emolduravam o rosto de moça e seus pais, pela primeira vez, percebem que sua filha crescera.

–Nós também te amamos - Edward é o primeiro a reagir, saindo do estado pasmo anterior, levantando-se e a abraçando. - Nós te amamos muito. - E Bella junta-se a dupla, apertando-os com força.

–Saiba que sempre pode contar com a gente, tudo bem? - E complementa, acariciando as costas quentes de sua menina. E então se separam.

–Você não quer tocar piano comigo pai? - E então o ruivo lhe deu seu melhor sorriso torto, trocando um olhar cúmplice e carinhoso com Bella desligando a televisão. O filme podia esperar. Sua menina havia crescido.

O resto da noite é um torpor de nostalgia e uma felicidade cálida e suave, onde Nessie senta-se com seu pai no piano e os dois tocam, durante cerca de uma hora, dividindo o momento que era só deles e de mais ninguém. De longe, sentada, Bella assistia a cena, tocada.

Depois, comendo salgadinhos, conversam até tarde da noite, relembrando momentos de sua infância. Bella e Edward até lhe revelam coisas sobre sua adolescência que Nessie nunca soubera antes. O final da noite vem com aquele clima cansado de final de festa, com gosto de quero mais, onde a filha despede-se dos pais na porta de seu quarto com um beijo e um abraço.

Fecha a porta e apaga a luz, ficando alguns instantes no escuro. Depois, indo até o banheiro, toma um banho e escova os dentes, jogando-se na cama, exaurida. Antes de dormir, pega o celular que ficara na cabeceira de sua cama. Uma ligação perdida. Era de Jacob.

Nessie suspira, fechando o aparelho. Queria conversar pessoalmente.

Sem se dar conta, vinha percebendo o quão importante era o tempo que tinha. O tempo que tinha com as pessoas que amava, com as pessoas que importavam. Chegava a lhe dar agonia.

E com isso rodopiando e rodopiando em sua cabeça pesada, cai em um sono pesado, um sono pesado e sem sonhos.

Antes mesmo que desse conta de piscar, sexta feira estava no fim e terminava de fechar sua mala, pronta para a viagem para o interior, dentro de poucas horas. Corria de um lado para o outro, certificando-se de que pegara tudo o que precisaria. No fundo de sua mente, maquinava onde poderia encaixar para falar com Jacob. Tinham muito o que conversar e apenas uma semana para fazê-lo.

O pensamento a gela e a faz estremecer, derrubando o tênis que segurava, fazendo-o cair com um baque mudo no chão. Respira fundo, mas ouve o chiado de sua própria insegurança, como um rádio fora de sintonia, no fundo.

Recolhe o que caíra, terminando rapidamente de arrumar o que se bagunçara.

–Mãe! - Grita da porta de seu quarto - Estou pronta! Papai pode levar minhas malas! - Lá embaixo podia ouvir a verdadeira balbúrdia da partida e se pergunta como seria, quando partisse para a faculdade. O pensamento é agridoce, mas a faz sorrir. Ouve um suspiro, quase um grunhido irritado e passos na escada. Edward surge na porta, os cabelos bagunçados enquanto ele passava suas mãos neles, bagunçando-os ainda mais em um nítido sinal de impaciência.

A menina morde o lábio inferior, contendo o riso.

–Quem mais vai? - Pergunta, fazendo seu pai sorrir pela primeira vez desde que entrara. Ele põe seu melhor sorriso de lado, o que provavelmente conquistara Isabella Swann, os caninos pontudos.

–Todo mundo, você acha que alguém iria perder essa oportunidade? Alice até cancelou alguns compromissos para poder vir! O que fazer se somos uma família irresistível não é mesmo? - E Nessie ri, acompanhada pelo pai.

Depois desce, seguindo-o, a passos largos, fazendo a cadeira de madeira ranger sob seu passo de criança agitada. Em questão de minutos, colocavam as coisas no carro e fechavam a casa, prontos para a viagem de horas que teriam pela frente.

–Ninguém mais vem com a gente? - Indaga a menina, do banco traseiro, apoiando os joelhos no banco da frente, totalmente torta, um braço jogado sobre a barriga o outro cobrindo o longo bocejo que dá. Detestava dormir no carro, nunca conseguia dormir bem o suficiente e ficava toda dolorida.

–Não, todo mundo se arranjou dessa vez, vamos encontrar com eles lá - a de cachos acena, fazendo seu cabelo bagunçar, ainda bocejando - Agora ajeite-se, por favor, porque ainda temos um longo caminho pela frente! - Empertiga-se Bella, fazendo a menina rir, mas obedecendo.

Antes mesmo que se desse conta do que fazia, adormece, as luzes da estrada passando a seu lado, uma música de estrada de fundo. Acorda sentindo-se dura, o pescoço ardia, pendendo de leve para frente. Se espreguiça, ouvindo os ossos estalarem, a dor alastrar pelo corpo. Estavam estacionados e, pelo visto, estavam na recepção conversando sobre a reserva. Quantas horas havia dormido? Não sentia sono nenhum, despertara por completo.

Abre a porta do quarto e desce, seus tênis All Star vermelhos alcançando o gramado abaixo de si. Uma brisa fresca e orvalhada atinge sua pele e a faz estremecer. Usava um shorts jeans, curto e uma camiseta de Metallica, dada por Jane, cortada na parte de cima para se manter caída de um ombro. Respira fundo e volta a se espreguiçar. O ar tinha cheiro de grama, gostoso e os grilos cricrilavam ao longe, algumas corujas nas árvores próximas, o ulular do campo.

Adorava aquele lugar, ele a revigorava. Vira-se para o chalé principal, onde eram servidas as refeições e onde ficava o hall. De madeira rústica, iluminado por uma espécie de hallo amarelo, tinha o teto pontudo, em estilo alemão.

Aquilo a faz sorrir. Fazia anos desde a última vez. Ouvindo seus próprios passos no silêncio da noite, entra, deparando-se não só com seus pais, mas também com Rosalie e Emmett, todos conversando e discutindo, animados. Não ouvira do lado de fora, pontos para o isolamento acústico.

–E aí gente?

–Nessie! - E Rosalie vem abraça-la, animada. - Faz anos desde que a gente veio aqui a última vez! Estou tão animada! Alice ainda vai se demorar, deve chegar durante a madrugada! Ai, descansar, animada, animada! - E ri, levemente histérica, jogando os perfeitos cachos loiros de um lado para o outro.

Nessie concorda, acompanhando o riso.

–E aí pirralha? Não aguentou a viagem e dormiu no carro? - E Emmett cai no riso, vendo a cara feia que a menina lhe lançara. Depois de toda a bagunça e de todos devidamente instalados, cada grupo segue para seu devido chalé, preparando-se para as horas de sono.

O chalé dos Cullen tinha dois quartos, uma cozinha pequena, uma saleta com tv e um banheiro. Para os envolvidos, estava ótimo. Era todo feito de madeira e sempre produzia estalidos quando estavam andando. Uma lareira na sala também era providenciada e aquecedores para os quartos. As noites se fazia muito frio, algumas vezes.

Carpetes macios na sala e nos quartos, um chuveiro potente, onde a água jorrava, escaldante. A cozinha, que ficava junto a sala, tinha uma pequena geladeira e uma mesa, além de uma pia apenas.

Por onde se entrava, dava para ver o sofá da sala, a porta a direita do quarto dos cônjuges e também a direita, mais a frente, as coisas que compunham a cozinha. A esquerda, escondida sob uma parede de pedra, que era a lareira, ficava a porta do quarto de Renesmee.

Seus pais, exaustos, trocaram-se, escovaram os dentes e foram se deitar. Na sala, sentada no sofá, com o abajur na mesa de canto a seu lado aceso, lia Persuasão.

–Você não vai se deitar? - Bella aparece, sentando-se a seu lado. Ela usava um robe longo de pelúcia, branco. Nessie tira os olhos do livro e sorri.

–Não estou com sono, dormi a viagem inteira. - Responde, encostando-se a mãe, dengosa.

–Amanhã você vai dormir até tarde e perder tudo o que podemos fazer de bom. - Bella provoca.

–Como o café da manhã?

–É, tipo isso - E as duas riem um pouco. Bella então faz umas cócegas na filha e lhe beija o rosto, desejando uma boa noite - Só vê se não vai dormir muito tarde, hein? Só temos um final de semana, afinal de contas.

–Pode deixar! - a menina responde, antes de voltar-se para o livro. Depois do que parecia ser mais de uma hora, quando já chamavam o capitão Wentworth para voltar a Bath, depois do reestabelecimento de Louisa e seu casamento com Benwick, fecha o livro, com um suspiro.

Entediada, olha a luz e brinca de liga-la e desliga-la algumas vezes, apenas para enxergar manchas em sua visão depois, por todo o quarto, para onde olhasse. Depois levanta-se e vai para o quarto, pegando um suéter fino, para cobrir os braços. Até pensa em colocar uma calça, mas sente preguiça e sai assim mesmo.

De noite, a fazenda que era grande e margeava um bosque ganhava ares fantasmagóricos e o rastejar de criaturas pequenas, assim como o cantar do vento eram um pouco assustadores. Anda um pouco, margeando as vegetações mais densas, até esbarrar em uma teia de aranha e enojada, voltar para o caminho de pedra, que conduzia a todos os chalés. Caminha algum tempo, até reparar a fumaça que saía de sua boca quando respirava. Isso explicava o frio que sentia nas pernas e o gelo que estava seu nariz, quase não o sentia mais, dormente. Ri de si mesma e sua idiotice, poderia até pegar uma gripe.

Ao longe, podia ouvir cachorros latindo. Se pergunta por que sempre se podia ouvir algum cachorro latindo, de algum lugar. O som saía muito mais lúgubre no meio do nada, no interior. Além disso um gostoso cheiro de madeira queimada permeava o ar, perfumando-o.

Olha para cima e consegue ver as estrelas, perfeitamente. O hotel desligava os postes que conduziam as cabanas depois das onze. Agradece mentalmente, adorava ver o brilho das estrelas. Eram como um mar, um bálsamo.

Ouve então um carro na entrada e deduz ser o de Alice e Jasper. Querendo fazer-lhes surpresa, apressa o passo, correndo para a entrada.

Pula as pedras, sentindo o vento frio nas pernas. Devia estar com o rosto corado. Nem por um instante passou-lhe na cabeça que poderia ser algum outro hóspede chegando naquele horário. Segura melhor o agasalho fino contra o corpo para proteger-se. Podia sentir o cabelo batendo no rosto, longo e gelado, os fios embaraçando-se.

A luz parecia quente e pensa em entrar um pouco no hall aquecido pela lareira, enquanto os amigos se registravam. É quando para, já na lateral da porta, aquele não era o carro deles. Deveria ter se enganado. Rindo de si mesma e de sua idiotice, já ia virar-se para ir embora, quando ouve duas pessoas conversando atrás de si, vindas do interior, provavelmente indo pegar as malas no carro.

Sente seu sangue gelar nas veias ao reconhecer a voz. É quando Jacob e Seth saem, em uma conversa desanimada, provavelmente cansados da viagem. Sem ter tempo de reagir, Nessie ainda estava parada no mesmo lugar, totalmente imóvel.

Sem explicação plausível, sente-se incrivelmente nervosa. A briga que tivera passa com um borrão, voando turbinante por sua mente. Mas já é tarde e eles a viram.

–Nessie? - Jacob parecia surpreso. É quando ela se vira e sai correndo, por reflexo. Só tem tempo de alcançar o caminho de pedras, um pouco atrás, na lateral da casa principal, antes de sentir alguém segurar o seu braço, abrupto.

–Nessie! - E ele respirava pesado. A menina se vira, tirando os cabelos do rosto, surpresa pela própria reação - O que diabos foi isso?

Ela dá de ombros, envergonhada, mas ainda sentindo a adrenalina a mantê-la viva.

–Acho que entrei em pânico. - E dá um risinho nervoso - O que você está fazendo aqui?

É a vez dele sentir-se desconfortável. Ele leva uma mão a nuca e ela percebe-se pequena, alcançando seu peitoral, mesmo parada totalmente reta, de frente para ele.

–Vim para te ver - E suspira - Você não atendeu minhas ligações. - Nessie sente os ombros caírem para baixo e também respira fundo.

–Queria conversar pessoalmente. - Depois acrescenta, zangada - Você não precisava pagar um hotel para me ver!

Ele dá um segundo suspiro, impaciente, massageando a área onde ela mesma sentira dor mais cedo, no pescoço. Trocam olhares simplistas.

–Acho que devemos falar sobre isso amanhã, o que acha? - E ouve um leve grunhido em resposta. A menina cruzara os braços, abraçando-se, apoiando o peso do corpo sobre a perna esquerda.

–Será que conseguimos? Vai estar todo mundo aí - E ela notou o quão cansado ele parecia. Sente-se mal, um tanto culpada. Ela anui e sorri, meiga.

–Achamos tempo - E se aproxima, abraçando-o. Ele fica surpreso apenas por um instante, até abraça-la de volta. - Eu tinha esquecido como você é quentinho - Ela murmura, ajeitando-se contra ele e inspirando seu cheiro, reconfortada. Era incrível como sentia-se bem ali. Ele beija o topo de sua cabeça e ela solta um sorriso.

–Quer meu agasalho para voltar? Você está gelada! - Indaga preocupado, mas ela nega.

–Imagine o que eu teria de dizer aos meus pais - E afasta-se - Meu quarto é aqui perto, não precisa - E parecem hesitar um pouco em separar-se. Ela segurando sua jaqueta, ele com a mão em sua cintura. - Então...Boa noite - E ela se solta, afastando-se alguns passos.

–Boa noite - Responde, e ela sorri, correndo ao afastar-se. Jake volta a suspirar e coloca a cabeça entre as mãos. Tudo era uma loucura.

E embora não soubessem, enquanto ambos se deitavam, esgotados aquela noite, os dois pensavam exatamente a mesma coisa. Enquanto analisavam um ao outro, racionalmente, o máximo que podiam, concluíam que não havia nada que realmente não gostassem sobre o outro e se admiravam. E embora pudessem ser pessoas complicadas, tinham corações, seu cerne, ladeados de simplicidade, cheio de qualidades atraentes em um ser humano.

Nunca antes haviam tido algo tão real como aquilo, se gostavam por inteiro.

Acreditavam, no meio de toda a complicação, ter encontrado a pessoa certa, com quem queriam ficar para sempre.

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O dia amanhece ensolarado, com os raios que espiavam através das frestas das janelas, quentes e invasivos. Nessie acorda com sua mãe batendo na porta.

–Meu amor? Hora do café! Vamos levantar?

Ao contrário do que originalmente pensara, não foi difícil fingir surpresa e a dose certa de indiferença ao ver Jacob em uma das mesas do café. Até conseguiu cumprimenta-lo com a dose certa de interesse. Estava superando a si mesma.

Pouco depois da refeição, o melhor dos cafés da manhã de hotel, Alice e Jasper chegam, esbarrando em pedidos de desculpas, pois aparentemente haviam estado presos em situações com os respectivos empregos. Ninguém pareceu se importar muito. Eles estavam ali e isso era o importante.

E, embora Renesmee tenha tentado ignorar, viu claramente os olhares que Edward lançou a Jacob, com desconfiança ponderada. Faria seu melhor para que a história parasse ali.

Terminada a refeição, corre direto ao estábulo, pronta para uma sessão de montaria, mas Alice a intercepta no caminho.

–Nessie! - E a moça pequena a puxa pelos cantos, fazendo-as passearem pela grande área campestre, até o começo da trilha do bosque. - Precisava te deixar sozinha para me atualizar - Murmura, com uma risadinha de fada. Pisava leve e olhava em volta, as botas fazendo farfalhar quando pisavam no chão.

–Atualizar sobre o que? - Estranha, limpando a garganta. Aproveita a pausa para prender os cabelos em um rabo-de-cavalo alto.

–Você sabe... Aquele assunto que falamos outro dia - E a mais nova se toca sobre o que se tratava, a cena do shopping e depois a cozinha vindo rápidas a sua mente.

–O que quer saber? Acho que não tenho muito o que contar, infelizmente - Sentia a garganta seca e tentava controlar as palpitações do coração. - Creio que, para a alegria de todos, devo ter superado meus amores - E mente com tanta convicção, que soa verdadeira até a seus ouvidos. Não comentaria a culpa que sentiu, pois essa já começava a lhe passar batido, como o costume de carregar algo pesado nas costas, que aumenta a cada dia, primeiro sendo pesado, e mais pesado, até te consumir por inteiro e você deixar de senti-lo.

Alice concorda, respirando fundo.

–Fico aliviada. - E mexe os cabelos espetados, de maneira natural, fofa - Vai andar a cavalo?

–Pretendia.

–Quer companhia?

–Se quiser me acompanhar! - E trocando ainda sorrisos e conversas menores, como o nome do filho de Rosie, ainda deixado em aberto, para decidir. Aparentemente, aquele assunto ainda tinha muito pano para manga.

Assim ocupam o tempo, como líquido que escorre até o começo da tarde, quando voltam, ainda animadas e trocando ideias, para o almoço. Esse é feito em um restaurante, onde aparentemente o grupo tinha muita história. Nessie senta-se entre seu pai e sua mãe, comendo entre risadas, pela conversa agitada dos que a rodeavam.

Relanceia Jacob, percebendo-o impaciente, olhando-a, parecendo sofrer. É o único contato que tem durante a refeição.

Depois, o grupo sai para passear pela cidadela, percebendo que a temperatura caía a cada passar de hora, gradualmente, começando a contorna-los em acúmulos de ar frio, o céu de nuvens nenúfares escurecendo, passando para o laranja e amarelo, depois para o amarelo, para por fim chegar ao roxo.

–Estou ficando com frio! - Bella anuncia, lhe rendendo um abraço do marido, entre sorrisos entrecortados. - Você não está ajudando Edward! - Ela reclama com uma voz risonha, passando a rir ainda mais da cara de frustração que ele lhe lança.

–Talvez devêssemos voltar para o hotel - Edward pontua. Começava a escurecer.

Com exceção a Rosalie e Emmett, que ainda queriam passear um pouco mais, trocando sorrisos românticos e saudosos, todos topam. Alice e Jasper ainda queriam tomar um banho antes do jantar, assim, todos voltam andando, em uma conversa tão animada quanto a da ida.

–Não acho justo vocês terem esquecido de passar na casa de jogos. Acho que foi de propósito - Nessie graceja, rindo ao lado de Seth, com quem passara a maior parte de seu dia, trocando conversas leves e piadinhas imaturas.

Jacob estava no outro extremo, caminhando calado ao lado de Alice, as alturas chegando a serem engraçadas se comparadas. Sua expressão era indecifrável.

Alcançam o hotel quando começavam a sentir as pontas dos dedos dormentes, pela temperatura que regredia, rebelde. O ar começava a aparecer saindo em forma esfumaçada quando falavam.

Cada um segue para seus quartos na divisa dos chalés, pela estradinha de cascalho e Nessie volta a relancear os que se afastavam. Jake lhe lança um último olhar significativo antes de seguir em frente. A menina engole em seco.

Depois de passar rapidamente pelo quarto e colocar um agasalho sobre os ombros expostos, desculpa-se com os pais e, com um sorriso diz que precisava trocar algumas ideias com Alice e Seth. Entre desculpas balbuciadas, se apressa, saindo do quarto rapidamente.

–Mas amor, você não vai sentir frio com esse short? - Mas o final da sentença da mãe ficaria no suspense desinteressado enquanto a menina batia a porta e corria cascalhos acima.

Ainda teria uma meia hora, quarenta minutos antes do jantar e com sorte conseguiria utilizar aquele tempo para conversar com Jake. É com espanto que alcança a casa principal, de onde pretendia ligar para ele, deparando-se com o moreno encostado a parede de madeira, chutando cascalhos.

–Hey! - E quando o rosto dele se vira em sua direção, surpreso como o dela, ela sente o costumeiro apertar contra o peito, o acelerar da pulsação. - Eu ia te ligar - E sorri. Ele sorri de volta. Ela para a seu lado. - Podemos conversar? Ela tinha de olhar para cima para olhar seu rosto.

Ele pega sua mão, conduzindo-a.

Os dois alcançam o estacionamento rapidamente. Era um local mais escuro e isolado. Os dois param na frente do carro alugado de Jake.

–Você não precisava ter alugado um carro e vindo até aqui para falar comigo - A menina repete, sentindo-se culpada.

–Sim, eu precisava - Ele comenta, sorrindo divertidamente. Isso a faz sorrir também. Os dois estavam um pouco tensos e constrangidos. A menina puxa o ar, deixando-o preencher seu pulmão.

–Então… - E abraça a si mesma, sentindo a brisa esfriar. - Agora podemos conversar…

É a vez dele suspirar. Ele coloca as mãos na cintura e franze as sobrancelhas.

–Vem aqui - E abre a porta do carro para ela. Ela entra e sente o acento macio e gelado debaixo de si, enquanto ele entrava e fechava a porta - É pelo frio - Ele explica - Melhor? - Ela confirma com a cabeça.

Os dois ficam calados e ela ouve o farfalhar dos tecidos da roupa contra o assento.

–Aquele dia… - Ela começou - Acabou sendo um bem ruim para mim… Eu e a Jane, acho que a realidade finalmente nos alcançou, é impossível viver eternamente na mesma época - Naquela hora Nessie notou que era a primeira vez que falava com alguém sobre isso e sente sua garganta apertar por isso, um nó se formando lá no fundo - embora eu não queira admitir ainda, a gente mudou, sei lá, nunca mais vai ser a mesma coisa e por mais que isso não seja necessariamente ruim… - E para, engolindo algumas lágrimas que queriam lhe escorrer pelo rosto ebúrneo.

Jake lhe dá alguns segundos, imóvel a encara-la, em silêncio, os olhos negros confundindo-se com a escuridão do exterior.

–Por mais que não seja necessariamente ruim? - Ele incentiva depois de alguns instantes, preenchendo o vazio material que se formara no carro.

–Machuca. Crescer às vezes machuca. - E ela não resiste, tendo de cobrir os olhos, não querendo chorar, não querendo desmontar, mas já sentindo as pequenas pérolas a saírem de seus olhos, machucando-a pelos vestígios de areia que deixavam para trás ao sair da concha.

–Nessie - A voz dele era carregada de conforto, mas também culpa e insegurança - Me desculpe, eu não sabia - As palavras saíram com tanta facilidade que nem percebeu que as falara até terem saído. Ele aproxima-se um pouco e acaricia seus cabelos. - Eu sou um idiota - Murmura.

–Sim, você é um idiota - e dessa vez ela chorava mesmo, cobrindo os olhos, tentando em vão parar o fluxo das lágrimas. - um idiota - e se inclina para frente, deixando as lágrimas escorrerem.

–Eu nem sei o que dizer… Nessie? Você está bem? - A voz era tão preocupada, tão veludosa que a fazia querer chorar ainda mais e bater nele.

–Só - E tem de engolir fundo para conseguir falar - não gosto - e funga - de chorar.

Ele ri um pouquinho enquanto acariciava suas costas devagar, os dedos longos e reconfortantes.

–Acho que ninguém gosta… - Ela volta a posição normal e se inclina para o lado, aconchegando-se contra ele. Ele passa o braço por suas costas e passa a acaricia-las, subindo e descendo por sua coluna lentamente, enquanto ela chorava. Ele simplesmente estava ali e era tudo o que ela precisava, era tudo o que precisara desde o começo.

Jacob suspira e ouve o vento lá fora, como um ruído a parte. Escurecera e nenhum dos dois se movia, congelado no tempo, em um momento eterno. Eles ficam assim durante longos minutos. Ele espera até sentir que ela parara de tremer, até sua respiração estabilizar, até que ambos estivessem imóveis, apenas o som alto de suas respirações para ecoarem pelas portas fechadas.

–Você não está desconfortável nessa posição? - ele indaga, com um meio sorriso preso nos lábios. Ela ri, fazendo-o sentir-se instantaneamente melhor, como se um véu negro de luto houvesse sido levantado.

–Na verdade sim - Inclinada por cima do freio e a embreagem, já começava a machucar a lateral do corpo. Ela se desencosta e o encara sorrindo, algo espevitado brilhando em seus olhos, limpando o cansaço anterior. Ela queria deixar aquele assunto para trás, ela queria sentir algo bom, diferente, ela queria intensidade.

–O que foi? - E ele não consegue evitar sorrir, mostrando uma covinha e o sorriso de lado perfeito que ela tanto gostava.

–Nada, uma ideia - Responde e ele levanta uma sobrancelha.

–Eu quero saber?

–Talvez - e o sorriso sapeca se espalha, enquanto o tom sugestivo surge. Ela se mexe no lugar, tirando os tênis Converse que sempre usava, agora já envelhecidos.

–O que você está fazendo? - Mas ele não tem tempo de terminar, pois ela levanta-se no lugar e passa para o lado dele, sentando-se em seu colo, uma perna de cada lado de seu corpo. Uma expressão surpresa e exasperada passa pelo seu rosto. - Nessie - Seu tom era de aviso.

–O que? - E ela ainda usava o tom moleca, passando os pequenos dedos por seu pescoço, sentindo a pele arrepiar-se por debaixo de seus dedos finos. Ele solta um som de exasperação e surpresa e ela solta um risinho. - Surpreso Jacob Black? - A mudança fora tão repentina que ele ainda não a processara, mas, no momento que ela cochicha aquelas palavras em seu ouvido e depois morde seu lóbulo, ele é obrigado a voltar-se para a atualidade.

–Nessie - E ele a afasta de si com delicadeza - Não acho que isso seja uma boa ideia. - Ela suspira e bufa, afastando uma mecha que lhe caía sobre o rosto.

–Calma, não estamos fazendo nada demais… Relaxe um pouco - E ri um pouquinho mais, dessa vez chegando mais perto um pouco e mordendo seu lábio inferior devagar. Ele geme disso e ela sente as mãos grandes a lhe envolverem a cintura, segurando-a com firmeza. Aquilo lhe serve como incentivo e ela provoca um pouco mais passando a língua pelos lábios dele devagar, para depois trocar um olhar provocativo com ele.

Ele sorri e puxa o quadril dela para baixo, friccionando-a contra ele, a súbita pressão fazendo-a soltar um pequeno gemido. A respiração começava a ficar pesada.

Ele lhe segura os cabelos perto da nuca, puxando-os para o lado cuidadosamente, sem permitir outro movimento, revelando-lhe o pescoço alvo que ele enche com lascíva, beijando e mordiscando a extensão, a junção do com o ombro, subindo, atrás da orelha, fazendo-a segurar seus ombros com as unhas, arranhando-o e gemer alto.

–Você gosta de provocar é? - Ela o ouve suspirar em seu ouvido, em um tom cínico e incrivelmente sensual - sua tratante - e ele também lhe morde o lóbulo devagar, sentindo-a estremecer. Nessie então abraça seu pescoço, colando a parte superior de seus corpos, pressionando seus seios contra o peitoral dele, friccionando-se um pouco mais contra seu corpo, sem conseguir resistir. Ela o sente prender o ar.

Nessie adorava sua pele quente contra a sua, adorava as ondas de eletricidade que passavam por seu corpo cada vez que investia contra ele, quando ele tocava sua pele… Subitamente sente vontade de sentir sua pele contra a dele, de pressiona-las juntas.

O desejo lhe toma toda a mente, obliterando todo o resto. Sentia-se quente e uma nuvem lhe encobria os pensamentos. É quando as mãos dele entram por debaixo de sua blusa e tem se conter para não gritar, ao invés disso solta um grunhido baixo e intensifica o movimento de fricção com o quadril.

E então ele a beija, a língua quente preenchendo sua boca, ela segurando seu pescoço, abraçando-o contra si. As mãos dele sobem e a fricção aumenta. A tensão a estava matando. Era muito calor, sentia-se derreter, os lugares que ele tocava queimavam, não ia conseguir aguentar.

A eletricidade subia por sua coluna, quente, uma e outra vez, provocativa.

Ela se remexe em cima dele, ainda pressionando-se contra el vez dele grunhir, selvagem. Os dois se separam por alguns instantes, apenas para voltarem a se beijar logo em seguida. A mão dele sobe, parando no fecho de seu sutiã. Os dois se afastam um pouco, os olhos castanhos quase pretos carregados de concupiscência. Os lábios estavam inchados e os cabelos desgrenhados.

Ele abre o fecho.

Ela tira o sutiã por cima, tirando as alças pelos braços da blusa regata e o joga no banco ao lado.

Ele sente os seios por cima da blusa e ela fecha os olhos. Ela cobre as mãos dele com as suas, forçando-o a aumentar a pressão e geme alto.

Os lábios voltam a se encontrar e as mãos grandes entram por debaixo de sua blusa, subindo certeiros. As línguas se encontravam, então ela tem de reprimir o ruído de sua garganta quando os dedos encontram seus seios expostos. As pontas do dedos massageavam o local delicado, enlouquecendo-a. Ele apertava de leve e todo o ar sumia de seus pulmões.

A pressão do atrito entre os quadris volta a aumentar e ela nota que estava úmida. Ela queria se sentir consumir. As duas mãos dele lhe acariciavam os seios e agora ele gemia com constância, sem saber o que fazia, sem conseguir pensar.

Ela subia e descia o quadril sobre ele, sentindo-o excitado debaixo de si.

Ele volta a lhe beijar o pescoço e ela tinha de se segurar contra ele com força, para não desmontar, derreter sobre ele.

É quando uma batida forte nos vidro os assusta, fazendo-os interromperem o que faziam, o contato, a esfregação, tudo. Confusos e um pouco assustados, olham para fora onde Seth os encarava com uma expressão fula de poucos amigos.

Os dois tomam ar, respirando fundo. As respirações aceleradas, o coração batendo rápido.

Isso tinha sido perigoso. E sujo… E ela havia gostado um pouco mais do que devia. A ruiva suspira alto, tentando se recompor, enquanto Jake abria a porta do carro. Ela não sabia dizer quando a mão dele saíra debaixo de sua blusa, mas estava grata por ele ter sido tão rápido.

Sua mente ainda estava enuviada e por isso não se sente constrangida logo de cara, mas assim que Jake a ajuda a sair do carro e percebe-se completamente trêmula, visivelmente sem sutiã, totalmente descomposta é que a vergonha e o pudor lhe batem, certeiros.

Seth não parece se importar muito na verdade, sem nem olha-los direito, tão constrangido quanto eles deviam estar. Jake a cobre com seu agasalho, o que ela agradece mentalmente, pelo calor e pelo tecido para esconder o seu corpo.

–Vocês podiam tentar ser um pouquinho menos óbvios? Só um pouquinho? - E depois ele dá de ombros, fazendo um 'tanto faz' com as mãos. - Dane-se também. Estamos esperando vocês para jantar, por favor, apareçam inteiros - E lhe lança um olhar de reprovação, antes de se virar e sair correndo.

Jacob e Nessie permanecem alguns instantes no lugar, sem reação, vendo-o se afastar.

–É melhor mesmo a gente ir indo… Acabamos ahhn ficando tempo demais aqui… Perdemos a noção do tempo - Depois de declarar, ouve o grunhido gutural de Jacob, de inconformismo.

–Me lembre de nunca mais fazer uma coisa dessas - Ele diz, a voz ainda um pouco rouca.

Ela pegava o sutiã no carro.

–Mas não valeu a pena? - Perguntou, começando a relaxar, sentindo voltar a traquinagem. Ele suspira.

–Não vamos falar disso, que tal? - E ela ri em voz alta.


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Notas finais do capítulo

A música do começo é 'You're the Reason' da cantora Victoria Justice.

Terminado em: 15 de outubro de 2013
Publicado: 25 de Novembro de 2014

PS - A pegação no final entrou e saiu do capítulo várias vezes, porque era para originalmente estar lá, mas quando escrevi a achei bastante fora de lugar. Ainda assim, como é minha favorita e a última por um tempo, decidi por deixa-la, espero que não se incomodem e curtam como eu :)

Obrigada a todos que comentaram :) Vocês fazem meu dia quando comentam, sei que cansam de ler isso, mas só atualizo para vocês, obrigada meninas, de todo o coração :)

Gostaria de avisar que como o final do projeto tão em frente e em breve, meu próximo projeto já está em andamento, e é chamado 'The Wind Rose'. É uma história passada no período de colonização dos Estados Unidos e novamente protagonizada por Jacob e Nessie. Espero que queiram acompanhar!

Beijos e até o próximo!
XoXo,
Suss.



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