Um menino de 13 anos estava voltando da escola pra casa, quando de repente ele vê um objeto caído no chão. Era um caderno e tinha algo escrito em branco na sua capa negra.

– ... Note?

Ele sabia o significado da segunda palavra, mas o que quer dizer a primeira? O que é "Death"? O garoto pegou o caderno. Estava novinho, então ele decidiu levar pra casa.

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Isso aconteceu há anos, antes mesmo do primeiro "Caso Kira". Kagami Taro escondeu o caderno por tanto tempo, mas, como ele na realidade nunca destruiu nem cedeu a posse do Death Note, ele nunca esqueceu o que aconteceu naquele época.

Ele levou o caderno pra casa e decidiu usá-lo como um diário. Após escrever "Hoje, quando fui à escola, Suzuki A-ta e Tanaka _ humilharam-me" ele, sem saber, os matou por parada cardíaca. No dia seguinte foi comunicado na escola que justo aqueles garotos, que ele escreveu os nomes no caderno, morreram de parada cardíaca. Ele ficou assustado, ao voltar pra casa ele checou num dicionário o que significa a palavra "Death". Era "morte".

Foi apavorante, para ter certeza que era mesmo o caderno que matou os seus colegas, ele escreveu o nome de mais três meninos, que o humilharam nesse mesmo dia da notícia da morte dos outros. Eles morreram.
O shinigami que era dono desse caderno apareceu. Ele o contou as regras do caderno e de um item "extra" do Death Note do qual nem todos os shinigamis conhecem ou simplesmente não se interessam em usar, mas ele o mencionou ao menino mesmo assim: uma Death Eraser.

Apesar de tudo, Taro não usou muito o caderno, apenas ficava com ele por precaução e usava somente em pequenas situações de necessidade. Com algo em torno dos 20 anos, ele se cansou do caderno, de ter o seu shinigami o perseguindo, ele queria voltar a ter uma vida normal, então, ele queimou o seu caderno.

– Você está livre de mim, ______. - foram as últimas palavras que ele disse ao seu shinigami antes deste partir.

Mas é claro que ele não queimou o caderno verdadeiro, por isso "A" pediu ao Beyond para pegá-lo com ele, os seus olhos de shinigami podiam ajudar a identificá-lo não só pelo nome como também pelo fato de que os humanos que possuem os "olhos" não podem ver a expectativa de vida de um usuário do caderno.

Porém, por que "A" o queria? Por que "A" queria o Death Note? Essa pergunta ficou na cabeça de Beyond por uns dias. Uma "dívida" pela sua liberdade não era o suficiente para ser paga por uma coisa dessas...

Kagami Taro tinha dois filhos, a mais velha era adotada e já tinha 15 anos, o mais novo, este biológico, tinha 7. Beyond esperou próximo à escola que Taro deixasse o casula, então ele se aproximou quando o homem estava perto de seu carro.

– Kagami Taro, preciso falar com você.

– Sobre o que?

– Sobre um Death Note.

– Do que você... - ele se interrompeu quando olhou diretamente nos olhos vermelhos de "B" - Olhos... de shinigami...

–Podemos conversar? - perguntou Beyond erguendo uma das sobrancelhas.

– Sim, mas é melhor dentro do meu carro.

Eles entraram no veículo, Taro o ligou e começou a dirigi-lo.

– Death Note... Faz anos que não ouso esse nome... - disse ele, não deixando muito evidente se estava escondendo um nervosismo ou não.

– Esse nome o assombra.

– Hu, na verdade não.

Eles ficaram por umas horas conversando. Taro falou sobre o ocorrido na época que encontrou o caderno e como fingiu se livrar dele. Beyond também falou um pouco sobre si mesmo, menos o fato de ser um assassino, provavelmente não conseguiria o caderno de modo pacifico se contasse isso... Mas o ponto da conversa que mais o chamou a atenção foi sobre a "Death Eraser".

– "Borracha da Morte"?!

– Há uma regra do caderno em que uma vez o nome escrito a morte da pessoa é inevitável, mas a borracha pode reverter isso.

– Como assim?

– Se o nome for apagado antes da pessoa morrer a sua morte é evitada, e se for apagado após a morte, dependendo das condições do corpo e a causa da morte, a pessoa pode ressuscitar.

Ressuscitar após o nome ser escrito em um Death Note... Será que... SERÁ QUE FOI ASSIM?!

– Mas, agora falando um pouco mais sério... Por que você me procurou? Não acho que seja só para falar sobre o caderno.

– Eu preciso dele. - disse B com um olhar sério.

– Hum... Ele está em minha casa, dá tempo para entregá-lo antes de eu ter que buscar os meus filhos.

– Ham?! Você vai entregar tão fácil assim?!

– Sempre tive medo de passar o caderno a diante, mas sempre quis um dia fazer isso para esquecer tudo sobre ele, além do mais, não quero que minhas crianças o achem, ha ha ha. Dois eventos "Kira" já não são o suficiente?

– Hu.

– Use sabiamente o caderno, se usá-lo. Queimei a borracha junto com a cópia do Death Note, não há como voltar atrás, não há como se arrepender...

Eles chegaram na casa de Kagami Taro, a mulher dele estava trabalhando, então a casa estava vazia. Entrando num escritório, Taro abriu um fundo falso abaixo de uma estante de livros e dele tirou uma caixa bem fina com um cadeado. Ele tirou uma chave que estava num cordão em seu pescoço e entregou a Beyond.

– No momento que você sair dessa casa o caderno não será mais meu, cuide bem dele.

– Certo.

Beyond se virou para sair, antes de sair pela porta, Taro disse:

– Ah! Dê um "alô" para Ryuuku por mim, huhu.

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Beyond não entendeu a naturalidade de Taro em dá-lo o caderno, mas ele não se importou muito com isso. Durante o seu voo direto ao Brasil ele ficou pensando no nome do shinigami: "Ryuuku".

Ao chegar no aeroporto internacional de São Paulo a primeira pessoa que ele viu foi justamente o "A". O nome "Allen Agnelli" estava BEM estampado sobre a cabeça daquele ruivo de cabelo alaranjado com cara de sonso.

– Que bom te ver pessoalmente depois de tantos anos, hu hu. - disse "A".

– Você não mudou nada. "Aquilo" está comigo, se você quer saber. Aliás, quero que você me responda uma pergunta.

– O que?

– Você tem um Death Note, escreveu o meu nome para que eu morresse no dia 21 de janeiro de 2004 e depois apagou o meu nome com uma Death Eraser para que eu ressuscitasse já fora da prisão, estou certo? E também abdicou a posse do caderno mas manteve um fragmento para que ainda pudesse se lembrar, não é?