POV Merida 

Enquanto Jack sobrevoava o robô congelando-o, eu fazia de tudo para poder chamar a atenção dele e facilitar o trabalho do Picolé. E tive que admitir; se não fosse por ele, teria virado cinza!

Quando robô chegou perto o suficiente de mim para me amassar, Jack já o tinha congelado totalmente, só que, por não estar em um local favorável, ele estava fraco. Mesmo assim; ele me pegou no último segundo que eu acertava uma perna do robô e este iria me pegar.

   Percebi que Jack estava fraco e ficando cada vez mais quando nossa velocidade de vôo vacilou. Olhei para ele um pouco receosa, aproveitando para dizer:

- Vamos andando, os outros não estão muito longe! – Ele apenas negou com a cabeça. Vi que seu rosto estava concentrado enquanto voávamos em direção aos outros.

Ao longe vi um robô sendo acertado com uma bola de fogo que muito provavelmente Banguela avisa atirado. Sorri quando um campo de força se formou em volta do lugar acertado, abafando o ataque e causando um dano muito maior.

Procurei ao redor e encontrei os outros por perto, olhando a destruição de nossos primeiros inimigos e comemorando. Me assustei quando Jack gritou animado, nos balançando no ar, mas logo aproveitei e gritei para acompanha-lo.

Por um instante pensei que tudo estava perfeito, até olhar para o robô se desmontando e ver alguma coisa correndo ali por perto; uma pessoa. Me concentrei e vi uma peça caindo perto dela. Não pude me conter ao ver quem estava ali em baixo.

- Rapunzel! – Gritei em plenos pulmões, chamando a atenção de todos para mim. Tampei minha boca quando a vi caindo contra o chão com força, a peça rolando em sua direção. – Vi! – Acho que todos haviam entendido o que estava acontecendo.

Imediatamente um campo de força protegeu Punzie que estava jogada no chão, parecendo desacordada. Banguela soltou um grunhido e voou em alta velocidade até o chão, a nave de Wilbur passou perto de onde Violeta estava, dando uma carona para ela e Jack não demorou em segui-los.

Pousamos, senti o peso de Jack sobre mim e o apoiei em meu ombro para não deixa-lo cair, afinal, ele estava se apoiando só no cajado. O ouvi suspirar aliviado quando pôde parar de se esforçar em manter-se de pé e olhei para a onde Rapunzel estava deitada. Violeta estava ao lado dele, com Soluço e Banguela próximos.

Queria me aproximar, mas não podia largar Jack. Wilbur viu a cena, mas depois de eu olhar feio para ele deve ter decidido ficar calado.

  Rapunzel estava deitada no colo de Violeta e tinha flores desenhadas em algumas partes do corpo, como tatuagens. Como eu vi? Estávamos com o uniforme da escola e como aquela saia era imensa e a meia que Punzie usa é até em cima do joelho, algumas partes das pernas ficavam a mostra.

 Vimos à loira acordar e se apoiar sobre a mão, passando a outra pelo rosto. A primeira coisa que ela disse foi que não estava bem, se sentia tonta e a cabeça doía muito.

- Vamos voltar e te levaremos para a enfermaria, certo? – Violeta disse, ajudando ela a se levantar e apoiando-a nos ombros, como eu. Vendo melhor pude ver que os braços de Punzie estavam ralados e não pareciam nada bonitos.

Olhei para Jack com uma careta de dor e logo ele que pegou o portal e jogou no chão.

A passagem se abriu no meio do pátio e North nos esperava, quando chegamos todos nos olharam espantados por estarmos ali e alguns sendo carregados. Peri assim que viu Jack apoiado em mim veio a seu socorro:

- Jack! Jack! O que ouve? O que aconteceu? - Ela perguntou desesperada, tirando Jack do meu ombro e apoiando no dela, esperando respostas dele e minha. Como ele estava cansado eu respondi.

- Fomos lutar contra robôs, Jack está assim porque onde lutamos era quente, não tinha neve. Fizemos tudo muito rápido e eu o ajudei a voltar. - Respondi me virando para os outros. Ele já estava entregue a quem deveria cuidar dele. 

- Isso Peri, e a Foguinho me ajudou. – Ouvi Jack falando sobre mim, automaticamente prestei atenção no que dizia. -  Tochinha vem cá! - Ele me chamou fracamente.

- Fala Geleira - Ele sorriu fraco e disse enquanto o encarava.

- Obrigado por me ajudar. - Sorri de volta fazendo um sim com a cabeça, e ele sorriu de lado; já Peri só ficou vermelha e o levou para longe.

  Fui ver como os outros estavam e percebi que Rapunzel já havia melhorado do susto. North falou que a tontura foi por ter descoberto o poder sem nunca ter treinado a magia antes.

- Mas, Rapunzel, você se recuperou incrivelmente rápido. Tem alguma coisa que não nos contou? - Ele disse caminhando para a sala da diretoria. A loira vacilou e agarrou uma mexa do cabelo.

- Tem sim, mas eu conto, ao melhor, canto lá dentro. - Ela falou e andou apressada segurando o cabelo. 

    Quando chegamos à sala olhamos para ela que corou com a atenção recebida.

 Punzie abaixou a cabeça e cantou uma música que eu não ouvi direito, mas do nada o cabelo dela começou a brilhar.  Já era dourado, mas parecia que tinham colocado uma lâmpada nele ou jogado glitter por cima.

Automaticamente os ferimentos dos braços dela sumiram enquanto a canção era cantada, quando finalmente a loira terminou olhamos chocados para ela, que sorriu e falou:

- Meu cabelo tem o poder da cura. Acho que por isso eu me curei rápido. – Os dedos de Punzie deslizavam pelo próprio cabelo, mostrando que ela estava envergonhada. - Posso cuidar de ferimentos leves até os mais graves. É isso... Então, o que acham? - Ela sorriu muito fraco e nos olhou esperançosa.

- Incrível - Fui a primeira a falar, vendo o sorriso dela aumentar ao me ouvir.

“Ela podia curar o...”

- Demais - Disse Wilbur e os outros concordaram. Violeta se aproximou de Punzie e a abraçou, parecendo mais aliviada quando se separaram.

As duas decidiram fazer o mesmo procedimento com o irmão de Vi que estava com a perna machucada. Novamente os cabelos de Punzie brilharam e vi o garoto loiro sorrir ao sentir a perna de volta ao normal.

- Agora vocês precisam voltar para a aula.  – Claire se pronunciou, chegando de repente na sala. - Sei que estão felizes pela primeira missão, mas dominar os poderes é importante! Assistirão aula juntos hoje à tarde. – Concordamos um pouco cansados. - Vi que Periwinkle foi ajudar Jack a se recuperar, portanto quero que algum de vocês vá ficar cuidando dele, e ela vá assistir aula. - A diretora falou, nos olhando e esperando respostas. - Então quem vai? 

- Acho que a amiguinha dele tem que ir. Vai lá Merida! - Argh! Eu mato o Wilbur qualquer dia desses! Corei de imediato. E fiz que não com a cabeça.

- Oras cabelo em pé! Que eu saiba você também é amigo dele! Inclusive parceiros de quarto! - Eu não ia ficar calada, além disso, vi um discreto sorriso no rosto da diretora enquanto perguntava.

- Mas foi você que ajudou ele. E podemos considerar você a mais próxima dele, já que até abraçados na neve já dormiram. - Eu mato aquele menino do futuro! Ele fez a diretora ficar com cara de surpresa e sorrindo, nem pensei e dei um beliscão nele que reclamou.

- Já que não se decidem, todos vão fazer companhia ao Jack! - Claire decidiu depois de ver a discussão entre eu e Wilbur. Violeta, Soluço e Rapunzel que olhavam tudo calados e sorrindo ficaram surpresos.

- Mas... - Começamos juntos.

- Sem “mas”! Todos para o dormitório dos meninos! - Ela concluiu; Punzie e Vi coraram, já eu fiquei brava. O que é isso? Impressão minha ou as meninas concordaram em ir sem problemas para o quarto deles?! - Lembrem-se: as meninas só irão lá porque um do grupo está mal, se não fosse isso, nunca podem ou poderiam ir! A ala dos meninos ou meninas é proibido pelo oposto! Espero que tenham entendido. Eu irei leva-los para não desconfiarem. Vamos. 

   Seguimos a diretora pelo caminho até o dormitório.  Rapunzel foi carregando o cabelo em um braço e com o outro braço em volta do meu. Soluço foi andando com a mão no bolso e Violeta parecia que ia explodir a qualquer momento com o irmão e Wilbur brincando com ela.

Mandei Punzie ir falar com Soluço, e fui "ao socorro" da Vi. 

- Vi? Tudo bem? Ou o cabelo em pé está te enchendo o saco? 

- Ufa Merida, ainda bem que você veio! Não aguento mais o Wil e o Flecha... – Flecha? Interessante. Falando em flecha, preciso pegar as minhas! Esqueci as normais no quarto, e como Violeta queria que parassem, fiz uma proposta!

- Ei Vi, posso levar seu irmão para atirar flechas? 

- Só se você não acertar uma flecha nele... – Hesitei;  aquele pirralho me lembrava meus irmãos, principalmente os olhos claros e brilhantes.

- Não acerto! Ei loirinho - O chamei, ele se virou sorrindo. - Quer ir praticar arco e flecha comigo? - Ele fez cara de surpresa e a Violeta só faltou empurrar ele para mim.

- Quero ir sim! Até depois Wil, e lembre-se: não seja um Toninho com a minha irmã, ou se vera comigo! Tchau Vi. - Violeta estava tão vermelha que achei que iria passar mal, Wilbur sorriu e eu fui com Flecha para outro caminho.

- Hey Merida. - Violeta gritou e eu voltei mandando Flecha esperar no lugar onde estava. - Você não acha que o Jack ia querer te ver? Você sabe, foi você que ajudou ele.

-Não! Ele não ia querer me ver! Garanto! Agora vai lá que eu tenho alguém para ensinar a atirar. - Ela mexeu os ombros e correu para alcançar os outros.

 O que deu em todo mundo? Caramba eu e Jack não temos nada! É tão difícil de entender?! 

  Fui ao dormitório e peguei minhas flechas, então fomos para uma parte do imenso campo da escola para atirar; como todos estavam em aula, tudo estava vazio. Ele adorou aprender a atirar as flechas ao vento, mas eu adorei o fato daquele pestinha me lembrar outros três.

- Ei Merida, você sabe se a Violeta e o Wilbur... - Ele perguntou de repente me fazendo quase  errar o alvo.

- Não, eu não sei. Anda, sua vez de atirar. - Passei o arco para ele. É na personalidade que ele parecia com meus irmãos, mas ao mesmo tempo era muito diferente; Era difícil de explicar. 

   Não sei quanto tempo passamos ali, só sei que de repente senti um ar gelado ao meu lado e quando virei meu rosto para olhar, senti meu coração pular dentro do peito; Jack estava ali, com a cabeça em cima do meu ombro,pertode mais por sinal.

- Então foi por essa criança que você deixou de ir me visitar? – O ouvi dizendo ainda com a cabeça em meu ombro e sorrindo. Abri a boca para revidar, mas não foieuquem respondeu a pergunta, e sim que eu menos esperava naquele momento...