The Puzzle More Difficult To Unravel escrita por envy


Capítulo 1
Capítulo Único




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Encontrava-se deitado na cama do orfanato, apenas fitando o teto e tendo reflexos da chuva batendo na janela, e aquele cheiro incomparável de chuva era delicioso. Encontrava-se no paraíso se o garoto de cabelos esbranquiçados estivesse em seus braços, mas não estava e aquilo levantava inúmeras hipóteses: Do quanto era irônico o outro estar numa biblioteca a essa hora, fazendo coisas que só ele achava legal. Montar quebra-cabeças de um zilhão de peças e achar a coisa mais divertida do mundo.

Irônico, apenas isso. Ele só podia estar brincando. Uma brincadeira em que envolvia tortura ao loiro. Mas é claro, o de cabelos esbranquiçados não se achava inteligente o bastante? Era sempre o que ficava em primeiro lugar, porque não percebia o óbvio?

Devia estar o torturando, como disse antes, apenas para chegar uma hora que enlouqueceria de vez e iria se declarar ao menor. É, isso soou estranho, extremamente estranho. Mas era a verdade, não podia negar.

Negar que era apaixonado pelo seu maior rival. Exato, Near. Menor que ele, uma aura inteiramente inocente, não podia ter coisa mais fofa no mundo, definitivamente não. Aqueles cabelos brancos, hm, o matavam, inteiramente. Conviver com o menor, era ter de se sentir totalmente tentado a puxá-lo para si e passar as mãos lentamente por aquele cabelo. Sentir sua textura, seu cheiro, a sensação de enlaçar seus dedos naqueles cabelos que julgava tão leves, deveria ser única.

É, mas não era só aquilo que o deixava louco. Era seu jeito misterioso, aquele olhar que sempre tinha quando se concentrava em algo. Aquelas roupas extremamente brancas, era como topar com um anjo que caíra do céu. Sim, anjos eram inocentes, eram fofos e sempre dão a vontade misteriosa de apertá-los.

Mas se provavelmente o chamasse assim, ah, seria loucura. O outro daria várias hipóteses ou sorriria vencedor, como sempre fazia. Mas dessa vez... Ele iria tentar pelo menos roubar um beijo do garoto. Ah, iria.

Levantou-se decidido, espiando os lados, para ver se causara algum impacto, mas não, a noite permanecia quieta. Caminhou devagar até sua porta, a fechando lentamente, para não acordar ninguém. Não precisava de testemunhas para isso.

Nem precisou pensar onde estaria o menor, só poderia estar na biblioteca, no canto onde ele normalmente espalha seus brinquedos. Entrou na biblioteca em passos lentos, como se fosse um ladrãozinho. De fato, iria roubar o coração de seu amado.

Isso soou poético.

Mas continuando: Ele avistou, depois de uma estante de livros, um garotinho sentado no chão, com a cabeça levemente inclinada, cabelos e roupas extremamente brancos. Seu anjinho.

Este havia ouvido um barulho. Virou-se, mas não encontrou ninguém, pois Mello havia se escondido novamente. Near voltou para sua atividade, mas sabia que algo estava o observando, e começou a ficar um pouco nervoso. E se fosse um fantasma? “Pf, fantasmas não existem.” era o que Mello diria numa situação dessas.

Mas, mesmo não se virando, não pode deixar de perguntar, receoso, mas em bom som.

- É um fantasma?

Mello resolveu sair de trás da estante, lentamente para Near não perceber o que estava fazendo. Ao estar exatamente atrás do outro, se sentou. Near apenas sentiu seus corpos se juntarem docemente, como se fossem um imã e virou seu rosto. Estava assustado.

- Sou melhor que um fantasma. – Riu o outro maliciosamente.

- Ah, é você. – Disse Near, se virando e encaixando mais um novo pedaço à figura.

- Como assim? Não está surpreso? – Perguntou Mello, irritado. Esperava mais.

- Não. – Disse Near.

- Por quê? – Perguntou o outro, irritado. Mesmo assim não o retirou de seus braços e o outro tampouco se importou em sair daquele abraço confortável e quentinho que o outro o proporcionava. Poderiam ficar assim por horas.

- Me sinto... – Corou. -... Seguro com você. – Sorriu envergonhado, virando-se para o outro, sem se separar do abraço.

O loiro sorriu. Aquele em seus braços o fazia tão feliz, não podia imaginar o quanto. Mas porque estava ali mesmo? Ah, sim, ao menos roubar um beijo do garoto de cabelos brancos.

Aproximou seu rosto do mais novo, que não recuou, apenas olhou com curiosidade aqueles olhos azuis. E começou um beijo calmo, iniciado pelo loiro. De fato, era o primeiro dos dois. Separaram-se quando lhes faltou ar.

- Sabia. – O de cabelos brancos sorriu vencedor. O loiro por um segundo queria arrancar a cabeça daquele indivíduo, mas sabia que se o fizesse sentiria falta depois, então respirou bem fundo e adquirindo o sorriso vencedor, respondeu:

- Duvido que você saiba que eu te acho um anjo que caiu do céu, bem na minha frente. Duvido que você saiba que me causa êxtase com essas suas roupas brancas e essa mania de mexer no cabelo. Duvido que você saiba que eu me controlo mutuamente para não te apertar. – Riu, percebendo Near corar violentamente.

- Disso eu não sabia. – Sussurrou, um pouco assustado.

Juntaram seus lábios, num beijo em que os dois brincavam com suas línguas travessamente, o garoto de cabelos brancos gemeu levemente, e o loiro sorriu da doçura do outro.

Separaram-se, novamente para pedir ar. Os lábios do mais novo adquiriram um tom levemente rosado.

- Você é lindo. – Disse Mello, beijando calmamente a testa de Near, que corou novamente. Tão fofo, e nem fazia ideia de que era.

- Você foi o quebra-cabeças mais difícil de desvendar até hoje, sabia? – Riu-se o outro, passando seus braços pelo pescoço do outro.

- Bom saber. – Aproximou seus rostos, dando um beijo estalado no nariz gelado do outro.

Não eram mais inimigos.


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Notas finais do capítulo

ACABOU 8D.
Então... É minha primeira fic deles, sim, podem me apedrejar se não gostaram. >
Enfim, espero do fundo do meu coraçãozinho infantil que vocês tenham gostado. ç_ç
Até outro dia.