- Por que a gente veio para cá mesmo?- perguntou Amélia pela decima vez.

Ela , Anne e Alex estavam na floresta perto do castelo. Anne tinha tido essa ideia e pediu que os amigos viessem com ela. Ela , agora devidamente confortável com sua calça , uma blusa branca sem adornos e suas botas , respondeu a mesma coisa de sempre:

- Tem uma coisa aqui que mostrar a vocês.

- Mas , tão longe assim ? – perguntou Amélia desanimada.

- Amélia, não estamos andando nem uma hora.- retrocou Alex.

- Mas eu não sirvo para esse tipo de aventura. Prefiro mapas e livros.

- Quer dizer que vocês nunca vieram para cá?- perguntou Anne incrédula.

- Não , Lady Melaine diz para ficarmos longe daqui – diz Amélia

- Quem é Lady Melaine? – perguntou Anne

- É uma bruxa que nós somos forçados a obedecer. – diz Alex em tom de zombaria.

- É – concorda Amélia – Ela se acha e é muito grossa com a gente.

- Pior que ela só a filha , Tiffany  - disse Alex.

- Então , que bom que não irei conhece-las hoje. – diz Anne – Chegamos.

Eles estavam parados enfrente a um tipo de observatório em ruinas. As trepadeiras já haviam tomado conta e era difícil até de enxerga-lo.

- E o que tem de tão especial em uma torre em ruinas? – perguntou Amélia.

- Não é a torre – disse Anne – Mas sim o que há dentro dela.

- E o que há ? – perguntou Alex.

Anne foi até a parte da frente da torre, tirou algumas plantas da frente revelando uma porta.

- Por que vocês não entram e descobrem?- pergunta Anne abrindo a porta.

Alex deu de ombros e ficou ao lado de Anne na porta.

- As damas primeiro , certo milady ?- disse ele.

- Exato. – disse Anne entrando .

Alex fez um gesto para que Amélia entrasse.

- Essa garota é doida!- disse Amélia enquanto entrava.

- Não mais que você - disse Alex entrando e fechando a porta atrás de si

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Lady Melaine estava em seu escritório na torre sul do castelo de Redmont quando alguém bate na porta.

- Entre – ela disse.

Na sala entrou um homem maltrapilho e de aparência jovem. Pelas roupas devia ser camponês, mas uma coisa não se encaixava : ele tinha presa no cinto da bainha uma adaga curva. Ladrão. Na melhor da hipóteses, mercenário.

- A senhora mandou chamar? – ele perguntou ainda meio desconfiado.

- Mandei – ela disse – Preciso que faça algo por mim.

- Pode falar. – o homem disse com mais ânimo. Eram tempos difíceis e qualquer dinheiro era bem-vindo.

- Devo avisar que é um trabalho arriscado. Mas eu irei lhe pagar muito bem.- Ela disse as ultimas palavras entregando um bilhete com a quantia a ser paga. Os olhos do homem se arregalaram.

- A senhora possui tal quantia ?

A moça se limitou apenas a assentir afirmativamente com a cabeça. Nesse momento o  homem pensou que se o pagamento era tão alto , o trabalho deveria ser quase impossível.

- O que devo fazer ? – perguntou ele no mesmo tom desconfiado de antes.

Lady Melaine apenas sorriu e lhe entregou outro papel.

- Apenas isso.

O homem o pegou com cuidado e olhou. Era uma página arrancada de um livro. Havia um desenho de um frasco com uma caveira desenhada ao lado. Também havia inscrições , mas o homem não sabia ler. E nem precisava. Já sabia do que se tratava.

-   Sabe do que se trata ? – perguntou Lady Melaine. – onde encontrar?

- Sim – o homem admitiu -  É um vírus que causa uma doença quase incurável e é facilmente encontrada e comercializada nos Estepes do Leste. Um frasco desses, sem o tratamento adequado , mata uma pessoa em questão de dias.

- Exato – disse Lady Melaine dando a volta na escrivaninha e sentando atrás dela – Eu quero que você me traga  6 frascos. Também irei pagar pelo seu silêncio , se é que me entende.

O homem fez que sim com a cabeça.

- Fique tranquila senhora – ele disse – estou acostumado a esse tipo de serviço.

- É claro que está – disse Melaine – Mas me diga, em quanto tempo você acha que consegue completar sua tarefa?

O homem pareceu  pensar por alguns instantes e depois respondeu:

- Um ano no máximo.

- Perfeito – disse ela – Pagarei  a mais para cada dia que chegar adiantado. Negócio fechado ?

- Fechado – disse o homem estendo a mão e apertando a de Lady Melaine. – Partirei amanhã mesmo.

- Ótimo, agora se puder me dar licença.

- Claro – disse o homem saindo da sala.

- Muito obrigada, Vladimir- disse Lady Melaine enquanto ele fechava a porta.

Ela então se levantou , foi até a janela e olhou para o céu. Mesmo sendo de dia ainda era possível ver a lua. Ela olhou fixamente para ela e disse.

- Isso, nem você foi esperta o suficiente para pensar.