Only You escrita por letiiciabriefs


Capítulo 4
Capítulo 4


Notas iniciais do capítulo

Bem, o último capítulo foi meio tenso, mas não deixem de acompanhar a história, sim? ;)
Ah, e obrigada pelos comentários, não sei quantas pessoas estão acompanhando a fic, mas fico feliz em saber que tem gente acompanhando :3 ♥



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Acordei dentro de uma sala da Erudição. Não há ninguém ao redor. Minha cabeça ainda dói, e não consigo me mexer direito. O braço onde Jeanine injetou a seringa está dolorido e roxo. Eu não morri. Mas por que não me sinto viva? O que aconteceu?

Ah. É mesmo. Lembro-me de ter visto o guarda com o rosto coberto atacando Jeanine com uma seringa, e logo em seguida chamando meu nome. Sua voz era familiar, mas não consigo distinguir quem era.

De repente, a porta da sala se abre e vejo Caleb caminhando até mim.

- Beatrice – ele senta ao meu lado. Seu olhar é de preocupação. Não digo nada.

- Ouça, você tem que sair logo daqui. Todos acham que você está morta – diz. Olho para ele confusa.

- Caleb, foi você que... – ele afirma com a cabeça. Foi ele quem atacou Jeanine. Foi ele quem levou o corpo de Peter.

- Tem uma coisa que preciso te dizer – começa ele – Jeanine não está morta, apenas injetei um sedativo nela. Como estava com o rosto coberto, ela ainda não sabe que fui eu quem a atacou. Eu não pretendia fazer aquilo, mas foi preciso, já que houve um pequeno imprevisto.

- Que imprevisto? – pergunto. Ele põe uma mão na testa.

- Eu jamais iria adivinhar que Peter seria executado também, e ainda por cima, antes de você – diz. Não entendo mais nada.

- Como assim? Que diferença faz ele ter sido executado antes de mim? – pergunto.

- Bem, o meu plano era trocar o soro da morte por um soro de paralisia. Assim, ao invés de morrer, você apenas ficaria paralisada. E quanto ao monitor cardíaco, eu o desligaria com um pequeno controle, para que você parecesse realmente estar morta. Teria ocorrido tudo perfeitamente, mas Peter acabou sendo o primeiro. Só troquei o soro de uma seringa, no caso a primeira que seria utilizada, então na sua vez, Jeanine realmente usaria o soro da morte. Quando ela injetou a seringa que continha o soro de paralisia em Peter, tive que continuar com a farsa, ou descobririam que houve uma sabotagem. Sendo assim, fiz todo o processo que usaria para salvar você em Peter – diz ele revirando os olhos. Peter está vivo. Meu coração acelera, mas não digo nada.

- Continuando – diz ele, limpando a garganta – enquanto levava o corpo de Peter, torcia para que você resistisse ao soro o máximo de tempo possível. Deixei o corpo dele em uma outra sala como esta, então acredito que ele esteja bem. Quando voltei para a sala de execução, você já estava no limite. Eu tinha que fazer algo logo. Retirei um sedativo do bolso e o injetei em Jeanine, e depois injetei uma série de antídotos em você. Não sabia se adiantaria de alguma coisa, mas tinha que tentar. E bem, parece que funcionou – ele suspira aliviado. Não seguro minhas lágrimas, e o abraço com muita força. Caleb não me traiu. Meu irmão não me abandonou. Ele salvou a minha vida.

- Caleb – digo, enxugando meus olhos – você vai embora comigo, não vai? – pergunto. Seu olhar entristece.

- Eu não posso – responde. – Ainda tem muitas coisas que preciso e quero estudar aqui. Você não entenderia Beatrice. Mas acredite, nunca desejei mal a você, nem a ninguém. O que estou fazendo é muito mais importante do que você imagina. Apenas fuja daqui o mais rápido que puder – pede ele. Parece justo, já que ele salvou minha vida.

- É uma troca justa – respondo. Ele sorri e me abraça novamente.

- Desejo toda a sorte do mundo a você. É muito bom poder abraçá-la novamente. Espero que possamos nos ver novamente em breve – diz. Afirmo com a cabeça.

- Coloque isso – ele me entrega uma capa azul escura. Coloco a capa, que parece ser feita para alguém duas vezes mais alto do que eu. Ela parece ser o disfarce perfeito.

- Caleb, você não teria outra capa dessa? – pergunto. Meu irmão lê meus pensamentos.

- Para o Peter, não é? – pergunta. Minhas bochechas esquentam, porque ele acertou em cheio.

- Você tem ou não tem outra? – pergunto irritada. Ele ri e me entrega outra capa, depois retira um pedaço de papel do bolso. Ele escreve alguns comandos no papel.

- Use isto para encontrá-lo – diz, me entregando o papel. Afirmo com a cabeça.

Abro a porta da sala devagar e passo correndo pelo corredor. Quando não há ninguém por perto, abro o papel e tento seguir os comandos. Direita, esquerda, esquerda de novo, corredor estreito.

Felizmente, não aparece nenhum obstáculo em meu caminho. Caminho pelo corredor estreito, onde há apenas uma sala, no final do corredor. Minhas mãos tremem ao pegar na maçaneta da porta. Suspiro e entro. Está escuro.

De repente, levo um soco e caio para trás.

- Careta?! – reconheço a voz de Peter. Ainda estou zonza. Ele se ajoelha ao meu lado e me abraça.

- Me desculpe, eu...eu achei que fosse algum – ele hesita – você está bem? Eu a machuquei muito? – suas mãos tocam meu rosto, e tento recobrar minha consciência.

- Tudo bem – digo arfando – ainda bem...que você...está... – as coisas em meu redor giram. Desabo em seus braços. E não consigo mais pensar em nada.

                                              +++

- Quantos dedos tem aqui? – Peter coloca três dedos em minha frente.

- Três? – pergunto. Ele afirma com a cabeça.

- Ufa... – suspira ele sorrindo. Olho ao redor. Não estamos mais no complexo da Erudição.

- Onde estamos? – pergunto.

- Em um prédio abandonado. Enquanto estava inconsciente, eu a carreguei até aqui. Por sorte, não atiraram em nós, mas por precaução, é melhor ficarmos aqui por enquanto – diz.

- Tudo bem – respondo. Ele suspira.

- Se você voltar a ver seu irmão algum dia...agradeça a ele por ter me salvado – diz. Afirmo com a cabeça.

- Eu realmente cheguei a achar que você estivesse mesmo morta, sabia? – diz ele, corado – e eu tive muito medo de estar certo.

- Eu estou aqui, Peter – sorrio para ele. Tento não chorar. Ele me abraça, e ficamos abraçados por um longo tempo. Quando finalmente podemos sair, Peter me levanta e me carrega em suas costas até a rua. Percorremos vários quarteirões, e finalmente chegamos ao lar dos sem-facção. Peter me coloca no chão e andamos até o esconderijo deles. Bato na porta, e Edward aparece, olhando primeiro para mim e depois voltando seu olhar para Peter. Sua expressão é calma, mas dá para ver o ódio em seu olhar. Mordo o lábio.

- Peter – Edward lança um sorriso maligno – acho que tem alguma coisa no seu olho esquerdo – diz, socando o olho de Peter. Ele cai para trás e coloca a mão em seu olho, contendo um grunhido de dor. Edward apenas ri e se prepara para chutar o corpo de Peter, quando Evelyn aparece e segura Edward.

- Chega – diz ela. Edward bufa e dá as costas para nós. Evelyn se aproxima de Peter e o oferece uma bolsa de gelo. O ajudo a colocá-la sobre seu olho ferido.

- Está doendo muito? – pergunto.

- Um pouco – diz ele, rosnando – mas nenhuma dor se compara à dor que senti quando você atirou no meu braço – diz forçando um sorriso. Ajeito a bolsa de gelo em seu olho, e seu rosto se contrai de dor.

- Desculpe – digo. Ele balança a cabeça.

Evelyn nos convida a entrar. Ajudo Peter a levantar e caminhamos atrás dela.

E então, o vejo. Sentado no telhado, nos encarando. Seus olhos encontram os meus por um instante, mas logo ele os desvia. 

Tobias. 


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Notas finais do capítulo

O capítulo foi pequeno, escrevi meio na pressa, mas vou tentar fazer capítulos maiores.
Reviews? :3