Anjos E Demônios - A Revolução Dos Invisíveis escrita por Yumi Hayama


Capítulo 7
O Oculto nas Sombras


Notas iniciais do capítulo

Desculpe por ter demorado, eu realmente não sabia sobre o que escrever, mas eu estou novamente cheia de ideias, então voltarei a postar *--*



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“O ódio nos cega

O amor nos cega

A felicidade nos cega

A dor nos faz enxergar o que estava oculto.”

Eu me lembro de muitas vezes na minha infância, ver coisas que as outras pessoas não podiam ver, sentir coisas que as outras não podiam sentir. Ouvir coisas que as outras pessoas não podiam ouvir. Era como um sussurro, frio e estridente, dizendo coisas horrendas para mim. Mas eu era apenas uma criança e não sabia o que fazer, não conseguia explicar o que aquilo era, eu não podia fazer mais nada.

Ao mesmo tempo em que eu era uma boa garota, por dentro, eu estava sucumbindo. Eu não dizia nada a ninguém sobre o que eu estava sentindo, ou pelo que estava passando, mas de alguma forma, eu não me sentia sozinha. Acho que, na verdade, eu nunca estive totalmente sozinha, era apenas esse sentimento estranho que começava a me a dominar, querendo me afastar de todos, me deixar fraca, e, por fim...

- Juliet, tudo bem? – me pergunta Any.

- Sim, só me lembrei de algo... – olho para o céu estrelado.

- E pela sua cara não foi uma boa coisa – Any sorri para mim.

Eu não disse nada depois disso, apenas continuo a contemplar o belo céu estrelado para não levar essa conversa adiante. Leo havia me dito que o labirinto não é um lugar para se brincar, mas Banshees realmente existem? Pensei que fossem apenas histórias para assustar as pessoas ou até mesmo atrair alguns turistas.

- Quer me perguntar algo Juliet? – diz Leo surgindo ao meu lado com um doce sorriso em seus lábios.

- Eu só estava pensando se Banshees realmente existem.

- Eu nunca vi uma de verdade, apenas ouvi histórias, sobre elas e esse lugar...

- Que tipo de histórias Leo?

- Haha – Leo ri – Você sempre gostou de histórias certo? – Ele para pra pensar – Há muito tempo atrás um pequeno grupo de caçadores havia saído para caçar uma mulher que julgavam de bruxa. Era uma mulher muito bonita, que diziam que morava no centro de um labirinto. Os homens corajosos achando que os rumores que corriam eram falsos entraram no labirinto sem pensar nem duas vezes.

- E o que aconteceu Leo?

- Uns dizem que os corpos deles foram encontrados mutilados, outros dizem que eles nunca mais saíram do labirinto. Mas todos descrevem que naquela mesma noite ouviram gritos terríveis vindo de lá.

- Pare de assustar ela Leo – Rafael se apoia no ombro dele – Isso são apenas histórias.

- Tomara que ela venha atrás de você – diz Brian secamente.

- Só você acredita nessas besteiras – diz Rafael debochando de Brian, que preferiu se calar antes algo de ruim acontecesse.

- Acho que ainda não te contei como tudo funciona, não é Juliet? – diz Leo cochichando.

- Acho que não, do que está falando Leo?

- Nós anjos somos divididos em três classes de acordo com nossas idades e qualidades. A primeira somos nós, os guerreiros, que são mandados para matar os demônios e manter a paz neste mundo e impedir o caos; a segunda são os nobres, aqueles que nos mandam para cá a ficam a ar de tudo o que acontece, claro que algo ruim aconteça eles vem nos auxiliar; e por último temos os sábios, que são poucos aliás, e seu pai é um deles. – ele me olha

- E o que exatamente eles fazem?

- Eles estudam os humanos desde muito tempo, e são os únicos que até agora podiam falar com eles, já que os outros estavam todos proibidos, e nunca outro anjo guerreiro os viu, somente os nobres tinham permissão para vê-los. Mas com você aqui parece que as coisas estão mudando e muito. – ele apenas olha para frente sorrindo.

- Por que somente os sábios podem ter contato com os humanos? – pergunto meio curiosa

- Porque, nós anjos temos um pequeno descontrole pelos seres humanos, ou como eles costumam dizer atualmente, temos um tipo de “queda” por eles, por isso os sábios são determinados para estuda-los, pois somente eles tem o controle de si, controlar esse sentimento.

- Então como eu nasci? – pergunto para Leo enquanto prendo meu cabelo em um rabo de cavalo.

- Seu pai é um dos melhores Juliet – ele olha pra mim e sorri gentilmente. – E é muito estranho que isto tenha ocorrido. Talvez, mesmo que ele possa controlar isso, as vezes é inevitável. A verdade é que não sei como isso ocorreu, me perdoe.

- O jeito será perguntar a ele diretamente. – e suspiro

Tudo isso é muito estranho. Se somente eles tem o controle de seus sentimentos, como ele poderia simplesmente “ter perdido o controle”? Seria mais fácil um guerreiro ter se apaixonado por minha mãe ou algo parecido, mas logo um sábio? Tem algo a mais nesta história toda.

- Tem algo te incomodando? – diz Rafael que surge do nada atrás de mim com um sorriso travesso.

- Bem, na verdade...

- Saia de perto dela seu passarinho maldito – Vincent aparece atrás de mim muito furioso e me puxa para longe de Rafael.

Acho que nenhum de nós tinha percebido ainda, mas nós estávamos parados exatamente na entrada do labirinto. Era extremamente escuro e o ar parecia muito pesado, quase difícil de respirar. Leo e Any permaneciam parados um ao lado do outro, pareciam estar discutindo algo, e ela parecia estar preocupada, talvez um pouco constrangida?

- Muito bem, vamos logo antes que o leãozinho aqui fique impaciente – disse Rafael entrando no labirinto alegremente.

- Espere seu idiota – Brian o segura pelo ombro, pelo que parece com bastante força.

- Me solte, você não manda em mim – ele se solta de Brian – Gostaria de me acompanhar Juliet?

- Eu...

- Não, ela irá ficar aqui, longe de gente como você – disse Vincent secamente enquanto me segurava.

- Que seja – ele dá de ombros e entra no labirinto, sumindo em poucos segundos

- Não se preocupe, eu vou atrás dele – diz Brian com um leve sorriso enquanto olhava em meus olhos, sumindo logo em seguida.

- Parece que não temos escolha – diz Leo – Vincent, te peço que cuide de Juliet e não deixe que nada aconteça com ela. – ele e Any começam a andar para dentro do labirinto, sendo a próxima dupla a sumir.

- Meu dever é proteger ela – Vincent murmura um pouco irritado com a pergunta de Leo.

- Acalme-se – digo rindo – vamos indo ou vamos ficar para trás. – e o puxo para dentro do labirinto.

Ele ainda não confia neles... certo? É algo que não consigo entender, parece que ele está se dando bem com eles, mesmo que ele brigue muito com Rafael, não passavam de pequenas provocações, pelo menos até agora. Então, o que pode estar acontecendo? Vincent nunca me conta nada sobre o que está sentindo, apenas diz que seu dever é me proteger, que era sua promessa a minha mãe. Eu sinceramente não gosto dessa lado dele...

- Tem algo errado Juliet? – ele me olha curioso

- Não, não é nada – digo desviando o olhar.

- Você está cheirando a medo – ele diz me parando – Você não confia em mim, prefere confiar naqueles passarinhos idiotas?

- Não é nada disso Vincent, eu só estava...

De repente minha visão começa a ficar turva, Vincent havia sumido e eu me via correndo para o centro do labirinto, minhas mãos estavam sangrando e, assim que eu finalmente cheguei, encontrei o corpo de Rafael todo mutilado.

- Não pode ser verdade, outra visão? – fecho meus olhos rapidamente e meu corpo começa a tremer de medo.

Uma coisa que eu sempre levo comigo, é que quando você está muito feliz, quando muitas coisas boas te acontecem, é sinal de que outras ruins virão. É até hoje eu nunca estive errada sobre isso, infelizmente. Ter visões pode ser considerado, para muitos, um dom, mas pra mim é algo doloroso. Eu posso ver a morte das pessoas, vê-las apodrecer de forma drástica, como isso pode ser considerado um dom?

- Aconteceu de novo? – sinto Vincent me abraçar, sua voz parecia mais mansa. Podia sentir sua respiração, ele estava muito próximo de mim.

- Eu não quero mais isso, não quero mais ver as pessoas morrerem – sinto uma lágrima escorrer sobre meu rosto.

- Nós vamos dar um jeito em tudo Juliet – ele me vira para ele e enxuga minhas lágrimas, sorrindo para mim – Eu sempre vou estar aqui com você.

- Vincent... – respiro fundo e paro de chorar – Temos que nos apressar ou...

Não termino de falar e escutamos alguém gritando.

- Parecia a voz de Any! – digo preocupada.

- Suba – em um piscar de olhos Vincent se transforma em um belo leão negro, seus olhos a noite pareciam mais belos.

Subo e então ele começam a correr pelo labirinto. Ele conseguiu farejar o cheiro de sangu, que nos levou até Any e Rafael

- O que houve? – digo saindo de cima de Vincent, que voltara a forma humana

- Um demônio a atacou de surpresa – diz Leo com Any em seus braços.

- Juliet – Vincent diz em meu ouvido – Sinto que ela não foi a única a se ferir

- Como assim? – me viro para ele

- Sinto cheiro de sangue vindo da outra parte do labirinto, muito sangue.

- Me leve até lá, por favor.

Sem nem hesitar, ele se transforma em leão novamente e começa a correr rapidamente até o outro lado do labirinto, este era escuro e tinha um cheiro horrível de sangue e carne podre, até que consigo ver um grande rastro de sangue.

- Ainda está fresco – ele diz enquanto desço de cima dele.

- Isso não pode estar acontecendo – começo a seguir o rastro de sangue

Vincent ruge para mim, e me fita com seus olhos belos e brilhantes, se transformando aos poucos em humano

- Tem certeza de que quer ir lá sozinha Juliet? Pode ser tarde demais.

- Eu preciso ir.

Nem preciso dizer o que vi a seguir, o chão todo sujo de sangue, uma poça enorme se formara em volta do corpo mutilado dele, em seu rosto, uma expressão de pânico. Mas onde será que está Brian? Não deveria estar com ele?

- Como isso aconteceu? – o cheiro de sangue estava começando a ficar muito mais forte.

- Juliet, eu acho que sei quem fez isso, mas você não vai gostar do que irei dizer...


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Notas finais do capítulo

espero que tenham gostado :3



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