Força Especial da Marinha escrita por Vlk Moura


Capítulo 5
Meus parabéns, acaba de ganhar meu ódio




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O Capitão havia nos posicionado, fomos separados em vinte e sete grupos de três, cada um tinha um líder a cada fracasso o trio perdia um integrante até que o grupo fosse desfeito, esse integrante perdido era mandado para outro grupo, assim o grupo maior tinha o líder eleito como o melhor e este escolheria os cinco a cuidarem do navio naquela noite.

Fiquei junto de dois meninos, a média era uma menina por trio, mas a maioria eram formados por meninos, como eu já disse, somos minoria. O meu grupo tinha que andar pelo navio e descobrir o vazamento, a cada sacada errada este que cometeu o erro e fez com que o líder acreditasse nele era expulso e mandado para outro até que apenas um sobrasse.

Eu logo imaginei que não deveria ser muito dificil descobrir onde era o vazamento, doce ilusão. O líder foi o número 14568, o nome eu não sei ao certo, mas sei que meu companheiro era Thiago Santos, decorei porque tinha um amigo com esse nome. 

- Certo. - nosso líder nos parou, abriu todas as informações - Temos um vazamento que pode se tornar algo perigoso, muitos podem morrer.

- Nos fundos, o casco foi furado - Thiago falou. Quem nos acompanhava começou com as anotações - Muitos podem morrer, afogados e com o navio afundando, o que vocês acham? - ele olhou nosso líder, lembrei seu nome, Elias Santiago. 

- Faz sentido - anotações - Mas não tenho certeza, pode ser descompressão em alguma cabine.

- Não seja tolo, não estamos em um avião.

- Depende. - eles me olharam - Podem ser ambas, existem cabines no fundo, elas podem ter perdido a pressão o que foi ocasionado por um furo e isso fez com que enchesse de água.

- Faz sentido - Thiago falou - Então o que iremos considerar? 

- Próxima informação... - Elias pegou outro papel que nos foi entregue - O que vaza está em altas temperaturas. - ele me olhou e  depois para Thiago.

- Isso muda tudo. - falei.

- Ainda existem dutos de gás nesses navios? - Thiago se jogou e olhou o teto - Que velho. - eu ri.

- Mas foi o que sobrou - falei e olhei nosso líder - O que você acha?

Ele ia nos responder quando alguém nos interrompeu, nossa vigia olhou para ver, eram dois meninos que chegavam, haviam acabado de sair de seus grupos, isso significava que tinham dada palpites errados e que seu líder não havia seguido. Nós três nos entreolhamos. Eles se sentaram junto de nós e me encararam.

- Por que tem menina nesse lugar? - pude ouvir um deles comentar e aparentemente meus companheiros também.

- Certo. - Elias falou grosso - Olhem as dicas e digam o que acham que pode ser.

Eles olharam e então me lembrei que usavam a água do oceano para resfriar algumas peças do navio, eu não sabia dizer se aquilo ainda era usado ali, chamei Thiago ao meu lado e contei a ele.

- É arriscado pensar nisso. - ele falou - Mas faz sentido - pegamos um mapa que havia do navio e dos funcionamentos, e vimos que havia algumas peças que utilizavam desse mecanismo para resfriamento.

- Só pode ser vapor. - um dos novos falou - Líder, não há outra probabilidade.

Droga! Tínhamos de contar a Elias sobre esta nova ideia, mas ele estava envolvido demais e se seguíssemos essa ideia todos sairíamos, porque todos concordaram. 

- Líder! - Thiago chamou, Elias se aproximou e então contamos a ele, ele ficou em posição de lótus e com uma mão do queixo, parecia raciocinar as duas probabilidades, e ele nos olhou sorrindo.

- Já sei o que é.

- Certeza? - perguntei assustada com a violencia de seu raciocinio.

- Certeza.

Ele se levantou pegou as dicas, usava o mapa e as informações sobre funcionamento das peças, eu e Thiago o seguimos bem de perto, algumas vezes eu até pisava em seu calcanhar. Atrás eu podia ouvir os comentarios dos dois novos integrantes. 

E então vi em um duto um X em vermelho sangue, e nesta marca tinha as numerações de nosso trio, originalmente. 

- Anote ai - ele falou confiante com nosso vigiante - Devido a má manutenção dos dutos que transportam a água que refrigera os rotores, ocorreu um vazamento de gás, no caso, vapor que poderia asfixiar quem passasse por perto.

Anotado e ele nos olhou sorrindo.

- Muito bem. - ele falou - Conseguimos. - ele era grande e de uma vez só abraçou a mim e Thiago que rimos da forma desajeitada de comemoração. 

Subimos até o pátio onde deveriamos encontrar o Capitão que já estava ao nosso aguardo, nosso acompanhante que anotava tudo havia o chamado pelo comunicador, ele estava de pé, parecia ameaçador, encarou os dois que haviam acabado de passar para nosso grupo e mandou que fossem se juntar aos outros que haviam fracassado. 

- Muito bem, vocês são os ganhadores - ele nos observava, não podiamos expressar o alivio da vitória - Podem escolher os cinto.

Selecionamos os dois que haviam se juntado a nós e mais três que eu não os conhecia, mas pelos olhares que lançaram a meus companheiros conheciam a eles. 

- Fora os cinco, todos os outros podem descansar.

Já era tarde, tinhamos passado o dia em apenas uma atividade. Laila e Mandela pareciam exaustas.

Colocamos roupas mais a vontade, eram usadas quando estávamos fora de serviço. As duas ficaram no quarto, eu fui para a pro, comecei a fazer alguns exercícios, algumas abdominais, algumas flexões, alguns pé-de-chinelo. Fiquei sentada olhando o horizonte, o pôr do sol era bonito ali, mas algumas nuvens indicavam a vinda de uma tempestade, e logo começariamos a nos mover para não sofrermos tanto com as ondas, isso me assustava, já ouvi muitos casos de acidentes que ocorrem em tempos ruins, meu estomago remexeu assustado. 

- Marinheira! - eu levantei assustada e olhei o Capitão, ele parecia me analisar - Parece cansada, o que estava fazendo?

- Eu estava fazendo alguns exercícios, senhor, senti que meu condicionamento físico está muito inferior ao que exigem aqui.

- Mas não o mental pelo o que eu vi em sua avaliação de hoje - eu continuei olhando-o - A senhorita, o senhor Thiago e o senhor Elias foram muito bem no exercício.

- Obrigada.

- Não foi para agradecer, foi para alertar, quando se via bem uma atividade dessas espera-se que vá-se bem em todas as seguintes, tem de manter o mesmo nível, entende?

- Sim... senhor... - falei sentindo a voz sumir, eu estava nervosa.

- Ótimo, pode voltar as suas atividades.

- Obrigada, senhor - cotinencia, ele se virou eu relaxei - Capitão - ele me olhou - Se não estou errada tem uma tempestade se aproximando, o senhor acha que ela será perigosa?

- Está com medo, marinheira? - eu neguei - Então por que a pergunta?

- Estou me preocupando com a tripulação. - ele pareceu surpreso.

- Não se preocupe, não chegará até nós, essa tempestade.

Ele entrou no navio.

Fiz mais alguns exercícios e entrei, as meninas estavam indo par ao refeitório, fui até o quarto tomei banho e fui comer algo, no caminho me encontrei com Yago que disse que tinha praticado alguns do lado de fora na noite anterior, disse algo sobre não conseguir dormir que me fez rir e trocamos a mesma experiencia. Achamos que seriamos um dos últimos a chegar, mas para nossa surpresa, eramos uns dos primeiros. Os outros tinham perdido a hora dormindo, todos nós sofreriamos. Comemos conversando, as meninas já haviam se retirado dali e estavam junto aos outros tentando acordar os preguiçosos.

O Primeiro-Tenente chegou junto a mim, nos levantamos e batemos continência, ele olhou nossos pratos quase vazios.

- Quando terminarem quero que se juntem aos outros.

- Certo, senhor.

Ele se virou e nós terminamos de comer. Não era a melhor comida que eu já tinha experimentado, mas se eu não aproveitasse passaria fome no dia seguinte.

Fomos ao pátio, o Capitão nos olhou entrando atrasados, mas aparentemente já havia sido comunicado do porque.

- Certo, senhores - ele começou - Vocês, em sua maioria, perderam a hora do jantar, sabe o que isso significa?

- Não, senhor - responderam em coro.

- Significa que fizeram com que seus companheiros perdessem o direito ao café da manhã, mas - alguns cochichos - Silêncio! - ele gritou raivoso - Não os liberei - ele falou, todos enrijeceram - Mas podem recuperar o café - todos olhamos uns par aos outros, eu estava com medo - Essa noite vocês irão comandar este navio, como eu já conversei com uma de vocês, há uma tempestade se aproximando - por que eu estava com medo do que viria a seguir? - E eu tenho que admitir que calculei errado e dentro de algumas horas ela deve nos atingir, vocês terão que nos tirar dela, ou fazer com que o navio sofra pouco.

Ele era louco? Muitos ali sequer tinham conhecimentos de navegação, eu queria me opor a essa ideia, mas se eu o fizesse o que aconteceria comigo?

- Não se preocupem, não sou um louco, nossos comandantes irão guiar o navio, porém seguirão as suas ordens - busquei por Laila, seu pai era um dos comandantes - Vocês serão separados em três grupos, um cuidara dos maquinários, dois cuidará da direção, e três cuidará do transporte de informações entre estes dois grupos, é assim que funciona em um trabalho em grupo, e devo lembrar-lhes, qualquer erro pode matar a todos - senti algo subir pela garganta, Yago me olhou.

Fomos dispensados apenas para colocarmos nossas roupas de trabalho, Laila ficou no grupo de comando, Mandela de informações e eu no maquinário e agradeci por isso, eu me dava melhor com aquelas coisas.


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