Onde Ela Deveria Estar... escrita por Isa Salvatore Cullen


Capítulo 22
Capítulo 22 - Ela Não Tem Botão de Desliga


Notas iniciais do capítulo

Só tenho que agradecer de todo meu coração pelo carinho de todo mundo que me acompanha. Cada dia mais feliz!

Susa Santos, seja bem vinda! Adorei a mensagem!

Tamara Cortez, Arline, Cami Cali, Gabi Eaton, Amora, Eunice 45, cmfmbifm, BabyDool, Gabi Pattz, Thayná, Susa Santos e a todas que favoritaram e me acompanham...muito obrigada pelo carinho! Adoro vocês!!!

Bjs
Isa

Postado dia: 11/09/2013



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– Ah não... de madrugada? Que sacanagem! – resmungou Isabella ouvindo seu telefone avisando uma nova mensagem de texto. Pegou desajeitadamente seu aparelho e ao ler as primeiras palavras sentou na cama completamente desperta.



“Camisola de renda branca transparente e perfumada? Estou no hospital. Tive um AVC na madrugada. O avião UTI me levará para casa em poucas horas. Aí já poderá me mostrar porque precisa tanto dessa peça tão promissora. Bjs. E. C.”



Ela ainda sorria feito boba quando chegou outra mensagem de texto.

“Enfarto duplo. Segundo o médico preciso de uma enfermeira gostosa 24 horas por dia para cuidar de mim. Não precisa de prática, basta apenas me amar, fazer cafuné e dormir de camisola de renda todas as noites. Conhece alguma candidata? Bjs. E. C.”



Isabella aproveitou sua inspiração para responder logo em seguida.

“AVC? Enfarto duplo? Estou indo nesse instante. Sou enfermeira profissional. Resumo do meu currículo: sou cheirosa, beijo bem, carinhosa, faço cafuné, corpo em forma, olhos verdes, só uso shorts e saia, adoro biquíni, faço massagem, durmo de conchinha, uso camisola de renda mas prefiro as camisetas dos meus pacientes. I. S.”



Não demorou nem dois minutos para chegar a resposta.

“Contratada. Começa hoje. O avião está indo te buscar. Não precisa trazer nenhuma mala. Seu uniforme de trabalho já está aqui comigo... Adorei o presente pequena. Você me surpreendeu e me deixou numa situação muito difícil aqui sozinho. Mas por você toda a espera vale a pena. Estou indo para as gravações agora. Estou com saudades meu anjo. Sempre seu. E. C.”



Isabella releu as mensagens várias vezes, se divertindo muito com a surpresa matinal. Pensou que gostaria de ser acordada assim todas as manhãs, pelo menos sentiria um pouco menos de saudade. Mas, ficar chorando a tristeza não resolveria nada, então levantou, tomou seu banho gostoso, cuidou dos meninos e foi procurar Sue na cozinha para ajudar com o café da manhã, pois estava um pouco adiantada naquela manhã.


Depois disso brincou um bom tempo com os meninos no jardim, até que Jacob os chamou para fazerem a inspeção de segurança nos muros, que eles adoravam participar. Isabella vestiu os dois com o famoso colete preto com a inscrição em branco “FBI DOG”, boné preto e os liberou para a tarefa. Lembrou-se então de algo importante e pegando seu celular, tirou várias fotos de Jacob com os filhotes, escolheu a melhor e enviou via mensagem com o seguinte texto:



“Se o papai está trabalhando duro.... então nós também estamos... hora da inspeção dos muros com o agente especial Jacob. Até o momento nenhum perigo farejado”.



Como teria um tempo disponível, aproveitou para fazer uma boa limpeza no canil. Por mais que não fosse usado, precisava estar sempre limpo e higienizado. Como a tarefa era fácil deixou-se divagar pelas boas lembranças das pessoas especiais que estavam longe... sua família... suas amigas... seu amor... Será que Edward era isso mesmo? Seu amor? Será que eles tinham um futuro pela frente? Seria possível terem uma vida normal junto com os meninos? Terem filhos? Fazerem planos? Todos esses medos afligiam seu coração e ela ainda não tinha coragem de dividi-los com ninguém. Sabia que precisava desabafar, contar suas inseguranças, mas ainda não se sentia preparada para dividir suas inquietações românticas sobre o presente e o futuro. Precisava remoer muitas coisas ainda para depois contar tudo para alguém de confiança.

Seus devaneios foram interrompidos por seu celular que tocava e sorriu ao verificar que era a espevitada da Alice que a procurava naquela manhã de segunda feira.

– Oi Alice.

– Pare de ficar se lamentando pela ausência do meu irmão gostoso. Isso não vai trazê-lo mais cedo para casa Bella.

– Por acaso você tem bola de cristal ou lê pensamentos?

– Mais ou menos as duas coisas. Adivinhei de novo né?! Está muito triste?

– Triste e me sentindo sozinha. Sabia que sentiria falta mas não imaginava que fosse tão rápido e tão doloroso.

– Não fique assim minha amiga. Que tal trabalharmos um pouco para espantar essa solidão? Tá afim de começar hoje sua nova rotina?

– Claro. Vou adorar. O que você sugere?

– Almoce, pegue os meninos e o Jacob, coloque-os na picape e venha para cá dirigindo para aprender o caminho. Meu endereço está no GPS. Peça para o Alec o notebook do Edward que está no escritório, vamos precisar dele. Agora vou almoçar com o meu amor. Até depois Bella.

– Tchau Alice. Até mais sua doidinha.


Assim que a espevitada da Alice desligou, seu celular tocou e ela sorriu ao ver o número no identificador de chamadas.

– Diga irmão mais lindo e sexy do mundo. Já está com saudades?

– Se você não fosse a fada mais charmosa e elegante que eu conheço, diria que anda um pouco convencida demais. Saudade de você sempre fadinha.

– Só porque me elogiou e foi educado comigo logo cedo, pode pedir o que quiser hoje.

– Logo cedo? Já está na hora do almoço Alice. Bom dia pra você também.

– Não enche Edward. Estou tão assoberbada que estou meio perdida e a Bella virá para cá daqui a pouco e tenho muitas coisas para resolver ainda. Minha cabeça está avoada hoje.

– Hoje apenas?

– Olha que eu revogo o seu direito a pedir qualquer coisa.

– Tá bom... tá bom... parei. Fadinha, eu quero comprar um carro novo e preciso da sua ajuda.

– Mas você já tem tantos Edward. Para quê mais um?

– Simples, especialmente para a minha Bella. Eu quero que a picape fique para o Alec e para o Jacob para as coisas da casa e quero que a Bella use o carro novo, pois ela merece mais conforto e segurança, assim como os meus filhotes. Quero um Dodge Durango branco com tudo que temos direito. E pode colocar no nome dela também. Você providencia?

– Meu irmão, você conhece a Bella, ela jamais vai aceitar isso. Considere uma missão impossível.

– Então, ela não precisa saber. Dê o seu jeito como sempre. Você é um gênio e vai saber contornar isso eu tenho certeza irmãzinha.

– Bom, já que pediu com educação e me elogiou um monte eu vou dar o meu jeito, pode deixar. Considere feito.

– Eu confio em você. E não esqueça do laço vermelho na entrega e tudo que ela tem direito. Se conseguir quero fotos ok?!

– Tá bom meu irmão. O que eu não faço para o meu irmãozinho apaixonado?

– Alice... não nada... obrigado por sempre me socorrer. Qualquer problema me avise. Amo você nanica. Tchau.

E antes que ela pudesse reclamar ou responder ao apelido ele já havia desligado. Com o seu jeito todo espevitado de ser, começou a dar pulos pela sua sala, feliz com o fato do irmão estar tão apaixonado e tão feliz, preocupado com o bem estar da sua amiga do coração. Ela sempre acertava em seus palpites, mas nunca pensou que seria tão rápido como havia acontecido com Edward e Bella. Ela sentia em seu coração que estava diante de uma linda estória de amor, com final mega feliz.


De volta a mansão Cullen, Isabella já havia tomado um novo banho e aguardava pacientemente os meninos terminarem seu almoço, quando ouviu a voz de Alec chamando-a na cozinha. Sorriu ao avistar o conhecido entregar de flores parado nos fundos da mansão, conversando com o mordomo.

– Pois não Alec – falou timidamente.

– Entrega para a senhorita – anunciou o rapaz entregando-lhe uma linda rosa vermelha protegida por uma embalagem delicada – E não temos cartão dessa vez.

– E como sabe que é para mim? – perguntou a babá confusa.

– Porque o pedido de entrega foi muito específico senhorita. E como já nos conhecemos a algumas semanas, não foi difícil saber que era para milady.

– Você muito gentil como sempre – agradeceu Isabella corando de vergonha.

– Sempre a seu dispor. Só tenho que agradecer de todo meu coração. É um prazer fazer entregas para uma jovem tão linda e tão educada. Torna meu trabalho mais agradável e gratificante. Obrigada milady.

– Acho que o senhor já fez a sua entrega e o seu comercial correto? – perguntou Alec com um olhar inquisidor.

– Claro. Preciso ir. Até a próxima sexta feira. Com licença. Tenham uma ótima tarde.

– Só me faltava essa – ralhou Alec – um entregador abusado se oferecendo para as damas da casa. Milady? Por acaso estamos na Idade Medieval?

– Alec, ele só foi gentil. E eu não sou uma dama da casa. Sou uma empregada como qualquer outra.

– Desculpe Isabella, mas as ordens do Sr. Cullen são bem específicas. Nós sempre protegemos e respeitamos nossas mulheres aqui na mansão. Sem distinção. A propósito, linda rosa.

– Maravilhosa Alec. Estou encantada. – falando isso ela se dirigiu para o seu quarto para colocar a linda flor na água, juntamente com as demais que ainda perfumavam seu quarto. Tinha certeza que aquilo era obra do seu anjo, pois recebera dele rosas vermelhas também no sábado. Mas, pensou que provoca-lo um pouco não seria má ideia, então, decidiu não agradecer e nem se manifestar a respeito da entrega. Ficaria em silêncio por enquanto. Afinal, não recebera nenhum cartão não é mesmo?


O almoço foi animado como sempre, e Jacob adorou a ideia de passear um pouco de carro com os meninos, principalmente por saber que não seria necessário dirigir. Literalmente, estaria indo apenas como o segurança dos três.

– Você tem seguro de vida Jacob? – perguntou James com sarcasmo.

– Para que eu precisaria de um?

– A Bella vai dirigir. Melhor se certificar em garantir um futuro seguro para a coitada da futura viúva Renesmee.

– Não seja ridículo James – ralhou Sue – você ofende a menina Bella dessa forma. Aposto que ela dirige melhor que você meu filho.

– Isso é impossível Sue – respondeu rapidamente o segurança – O papai aqui dirige muitíssimo bem.

– James – começou Isabella – se a Alice pediu é porque confia nas minhas habilidades. Eu não te devo satisfações nem explicações. Fique aí chupando dedo com inveja enquanto nós quatro vamos aproveitar um pouco dessa cidade linda nessa segunda de sol maravilhoso.

– Boa sorte Jacob – resmungou James – vai precisar de muita hoje.

– Vai pro inferno James – falou Isabella saindo da cozinha acompanhada por Jacob e pelos meninos.


Aproveitou e passou no quarto dos meninos e escolheu dois coletes de verão para eles, na cor preta e com as letras nas costas em branco que dizia “Security Cullen”, pegou sua bolsa onde já estava o computador do seu chefe, celular e óculos escuros e foi em direção a garagem procurando a picape vinho já conhecida. Colocou o cinto de segurança nos meninos, ajeitou o banco e os espelhos, colocou o seu cinto, ligou o som, procurou no GPS o endereço da Alice e após ligar o motor, saiu tranquilamente em direção ao portão principal da mansão. Após alguns quilômetros já se sentia muito a vontade, dirigindo com familiaridade pelas ruas de Los Angeles, e em pouco tempo chegavam ao endereço chiquérrimo do atelier da Alice.

– Bella, queria que o idiota do James estivesse aqui para te ver e calar aquela boca grande dele – exclamou Jacob entusiasmado – Você arrasou! Não precisou de mim em nenhum momento. Acho que vou perder meu emprego.

– Pare com isso seu bobo. Você é segurança e não instrutor de trânsito lembra? Vamos entrar que ela já deve estar dando pulos de ansiedade nos esperando.


E a nossa babá não estava equivocada. Alice já os esperava ansiosamente, e após brincar algum tempo com os filhotes, pediu que Jacob os levasse para o jardim dos fundos para distraí-los enquanto elas começariam a trabalhar. Começaram com as explicações básicas de como tudo funcionava, o contador de confiança da família, quais as responsabilidades de cada um sobre as despesas e os controles que Alice usava. Verificaram uma planilha simples onde tudo era anotado diariamente, os controles de saldos bancários, investimentos, despesas com pessoal, manutenção de carros, manutenção da mansão, imóveis, despesas com viagens, cartões de crédito, etc. Enquanto Alice falava percebia o brilho de encantamento no olhar da amiga, absorvendo todas as informações e fazendo inúmeras anotações. Tudo estava no computador de Alice e no notebook de Edward, pois trocavam informações através de uma pasta de acesso restrito no Dropbox.

– Bom – falou Alice – agora que você já tem uma noção de tudo vamos às outras questões. Matriculei você hoje num curso de curta duração sobre finanças, para se atualizar e para conhecer pessoas da mesma área. As aulas começam na próxima semana, no período da noite.

– Alice, eu agradeço mas não posso. Os meninos são minha prioridade antes de qualquer coisa. E eu não conheço nada direito aqui ainda.

– Não se preocupe amiga. Você conversou com o Edward e ele te deu carta branca para se organizar conforme achar melhor. À noite, o Jacob e o Alec vão se dividir para cuidar dos pequenos enquanto estiver estudando. A picape ficará para você nesse período, basta usar o GPS. Assunto encerrado.

– Vocês não existem mesmo. Não sei como agradecer.

– Agradeça ao meu irmão da forma que achar melhor. Eu apenas estou cumprindo com muita alegria as orientações dele.

– Já disse que eu te adoro baixinha?

– Ah! Me conte uma novidade por favor – brincou Alice – Agora, sua primeira tarefa como minha suposta nova assistente. Meu irmão quer comprar um carro novo, Dodge Durango, cor branca, com tudo que tem direito. Na agenda no computador tem o contato do rapaz que sempre faz isso pra mim. Depois ele emite uma nota com o valor dos serviços dele. Pagamos sempre a vista, meu irmão não gosta de dívidas. Então, fica a seu critério essa nova aquisição, faça do jeito que quiser, eu só entrarei no final da negociação para efetuar o pagamento. Fique a vontade aqui na minha sala, pois eu preciso atender algumas clientes especiais agora. Fui.


A nova assistente e por acaso babá ainda estava absorvendo todas as informações quando percebeu que estava sozinha no escritório. Aproveitou então para dar uma olhada nos meninos e esticar as pernas. Eles estavam brincando com Jacob e ficaram muito felizes com o carinho surpresa. Após alguns minutos, Isabella voltou para a sala de Alice e resolveu entrar no modo operante financeiro. Pensou sobre o que deveria fazer, fez pesquisas na internet, buscou informações, fez alguns telefones e após duas horas se jogava satisfeita na cadeira, com a sensação aparente de sua primeira grande realização.

– Esse sorriso feliz por um acaso é por causa do meu irmãozinho querido – perguntou Alice entrando na sala feito um tornado sem aviso prévio.

– Também. Mas não totalmente. Podemos conversar agora Alice?

– Claro.

– Então, o rapaz que você indicou para intermediar a negociação da compra do carro novo, iria cobrar três por cento sobre o valor total do carro. Achei um gasto desnecessário.

– Não entendi Bella.

– Deixe-me terminar Alice. Então, pesquisei três concessionárias, e de acordo com as especificações do Edward, tenho esses três valores aqui para aquisição do carro. Se você observar, a última fica próxima ao nosso bairro, tem o carro a pronta entrega, já com película protetora preta de acordo com as regras de trânsito, emplacado com as letras a serem escolhidas por nós sem taxa adicional, e como o pagamento será a vista, ganhei um desconto de cinco por cento no valor final do carro. Anotei o e-mail do vendedor pois eu disse que você faria o contato para oficializar o pagamento e informar em nome de quem sairá a nota fiscal.

– Isso é incrível! – balbuciou Alice ainda absorvendo todas as informações – Você economizou oito por cento na negociação final.

– Alice esse é o meu trabalho na verdade. O dinheiro que vamos economizar pagará o seguro e ainda sobrará para outro investimento.

– Bella isso é o máximo! Eu já disse que adoro você amiga! Definitivamente, vou me aposentar dessa função chata e cuidar apenas do meu negócio. Você quer cuidar das minhas finanças também. Por favor...

– Não seja chata. E me deixe fazer as coisas com calma. Não esqueça da minha prioridade. Mas, podemos falar de outro assunto agora. Preciso da minha amiga.

– Claro, sou toda ouvidos. Diga o que aflige o seu coração.

– Seu irmão chegou feito um furacão na minha vida e foi devastando tudo pela frente.

– Bella, eu sei o quanto é difícil...

– Alice, apenas me ouça. Se ficar me interrompendo não vou conseguir me abrir.

– Tá bom, já entendi. Calada – dizendo isso Alice passou os dedos sobre os lábios como se estivesse fechando a boca com um zíper para a diversão de Isabella.

– Então, em apenas três dias nós conversamos, passeamos, cuidamos dos meninos, tivemos nosso primeiro encontro, dormimos abraçados, brincamos, falamos sobre várias coisas, nos conhecemos e nos beijamos... e céus, como aquilo foi bom. Você não imagina como meu coração ficava só de estar perto dele, sentir a sua presença, os seus beijos, a sua voz rouca. Antes de ir embora, ele me disse para cuidar do seu coração, pois ele estava deixando-o comigo. Foi muito fofo! Ele meio que se declarou na praia, dizendo tudo que sentia por mim e eu via sinceridade em seus olhos. Tanto que fiz um presente dos meninos para ele e percebi o quanto aquilo o emocionou na despedida. Mas eu fiquei com medo, pois pertencemos a mundos tão diferentes, tantas beldades que o querem em sua cama, tanta mídia sempre em cima de tudo que ele faz ou deixa de fazer. Nesse final de semana várias vezes me peguei admirando sua beleza, sua espontaneidade, seu jeito simples de ser, sua opinião sobre tudo, seu amor pelos filhotes, e me perguntava por que ele havia entrado na minha vida se não fosse para me fazer feliz. Não fazia sentido. Mas aí ontem, enquanto tomava banho antes de me despedir dele e da Rosalie, percebi que eu estava enganada. Esse pessoa cheia de medos e incertezas não era eu. Essa Isabella ficou no Brasil, na minha cidade, presa naquele quarto que foi meu durante tantos anos. A Isabella que veio para cá é cheia de vida, de sonhos, não se deixa influenciar pelos seus medos e encara tudo de frente, pronta para o que for preciso. Essa Isabella está na sua frente Alice, com novos desafios, muitas expectativas e pronta para lutar pelo amor do seu irmão com todas as armas que forem necessárias. Não vou mais fugir do que sinto por ele e nem vou temer a concorrência. Que venham os fotógrafos, fofoqueiros e as interesseiras. Alice, eu estou definitivamente apaixonada pelo Edward... Pronto, agora você já pode falar.

– Estou muda amiga. Não sei o que dizer. Eu queria ter gravado isso para mostrar para o meu irmão a mulher extraordinária que ele conquistou.

– Não brinque, isso é sério.

– Não estou brincando minha amiga. Estou sendo extremamente sincera. Queria eu poder fazer uma declaração tão linda assim para o meu Jasper. Mas, agora me conte tudo que aconteceu entre vocês no final de semana.


Sentindo-se tranquila e com o coração aliviado, Isabella contou nos mínimos detalhes tudo que aconteceu entre eles enquanto estiveram juntos, finalizando o relato com a surpresa que mandou para ele e as mensagens trocadas no início da manhã.

– Oh meu Deus! Eu não acredito que você mandou para ele a sua camisola! – gritou Alice dando pulos no meio da sua sala – Isso é maldade demais para um único homem, por mais que a ideia pareça muito tentadora.

– Alice, estou lutando com as armas que tenho. Ele tem várias mulheres correndo atrás dele no mundo todo e uma ex-noiva ridícula. Ele precisava de algo para se lembrar de mim enquanto estivesse longe.

– E por que não mandou uma camiseta então?

– Achei muito impessoal para a ocasião.

– Im – pes – so – al! Sei... A que horas chega o avião UTI trazendo o corpo inerte do meu irmão?

– Nem brinque com isso Alice. Preciso daquele corpo lindo muito vivo e por muitos anos ao meu lado.


Enquanto gargalhavam das bobeiras que diziam, o celular de Isabella tocou anunciando uma nova mensagem de texto.



“Adorei a foto. Você é incrível pequena. Não vou me esquecer de te agradecer da forma que merece por todo esse carinho. Senti muito a sua falta hoje... me sinto incompleto sem a sua presença ao meu lado... te ligo mais tarde... beijos. E. C.”



– Ah! Ele é um fofo mesmo! Como resistir a todo esse charme? Impossível!

– Esse é o famoso charme dos Cullen´s – afirmou Alice toda sorridente – Nem o Jasper resistiu a ele.

– Você é uma boba mesmo Alice. Ah! Recebi uma rosa vermelha hoje pela manhã. Sem cartão nem nada.

– Que horror! Uma rosa? Que pão duro! Quem será que mandou?

– Não sei Alice, mas seu irmão me deu rosas vermelhas no sábado... é um suspeito...

– Se bem conheço o Edward ele te mandaria um caminhão de flores Bella, não apenas uma única rosa.

– Pode ser... mas eu achei bem fofo... eu adorei na verdade.

– Tá apaixonada amiga... e o mais lindo... pelo gato do meu irmão. Além de minha melhor amiga será minha cunhada. Eu sou uma pessoa de muita sorte mesmo.

– Hora de ir embora. A fadinha está tendo ataques excessivos de auto estima. – brincou Isabella – Já está tarde e preciso ainda correr com os meninos.

– Sem problemas. Te espero aqui amanhã a tarde.

– Combinado fadinha. Até amanhã e obrigada por me respeitar e esperar, e por me ouvir com tanto carinho.

– Você sabe que eu te amodoro Bella! E faço muito gosto desse namoro. Até amanhã.

– Até amanhã.


Enquanto Isabella voltava para a mansão em companhia do Jacob e dos meninos, Alice ligava desesperadamente para o seu irmão.

– Fala baixinha. O que te aflige?

– Edward, estou atrapalhando seu trabalho?

– Não, agora não estou gravando.

– Então, em primeiro lugar, baixinha é o seu salário. Em segundo, você não vai acreditar no que aconteceu hoje – E assim, Alice aproveitou para contar para o irmão tudo que Isabella havia feito naquela tarde sobre a compra do carro novo.

– Alice, você explicou para ela que nós pagamos a vista e não pedimos desconto?

– O Alec já explicou isso daquela vez que ela foi as compras com os meninos, mas Edward, ela é muito séria no trabalho que executa, parece que está comprando para ela mesma, trata tudo com muito profissionalismo e muito cuidado. Imagina, ela dispensou a ajuda daquele nosso prestador de serviço e ela mesma ligou e negociou tudo. Só preciso informar os dados para emissão da nota fiscal e fazer o pagamento. Ela não é incrível?

– Você percebeu por que achei que ela fosse a pessoa certa? Isso se chama caráter minha irmã, e vem de criação. Ela teve uma família estruturada como nós tivemos e seus princípios se sobressaem dessa forma linda.

– Só quero ver quando ela souber que o carro estará no nome dela.

– Alice, se eu bem conheço a Bella, ela não aceitará isso tão fácil, então, evite ao máximo que ela descubra esse detalhe. Apenas diga que ela utilizará enquanto eu estiver fora e pronto. Eu conto quando for mais oportuno.

– Eu já entendi, sem problemas. Agora, me diga uma coisa, é verdade que você quase teve um AVC ao chegar ao hotel?

– Mas como... como você sabe disso baixinha?

– Edward, não fique chateado, mas a Bella precisava conversar com alguém, e finalmente ela confiou em mim e se abriu, expondo tudo que sentia, todas suas incertezas, seus medos e seus sentimentos. Ela é simplesmente linda meu irmão. Faço muito gosto do relacionamento de vocês.

– Ela... está apaixonada por mim? Ela disse isso?

– Bem... eu não sei direito se é paixão... isso você mesmo terá que descobrir. Mas, se ela te mandou um presente daqueles é porque de alguma forma você é especial para ela, não acha?

– Baixinha do meu coração, você me fez ganhar o dia! Já disse que eu te amo?

– Hoje ainda não mas eu sei disso.

– Convencida!

– Sempre meu irmão. Sempre. Agora me deixe trabalhar. Qualquer problema me avise. Bjs! Te amo!

– Também te amo baixinha! Tchau!


Lá na Austrália, após encerrar a ligação, Edward se permitiu divagar em pensamentos sobre sua pequena, ainda assimilando tudo que acabara de ouvir. Ela era incrível de todas as formas e isso o fascinava tanto que às vezes esquecia onde estava, perdido em suas lembranças românticas. Pela primeira vez entendeu suas conversas com seu irmão Emmett, quando ele confidenciava que sua ursinha era dona de todos os seus pensamentos e atitudes. Sorriu ao pensar que estava como seu irmão... simplesmente de quatro por sua pequena... ela podia fazer o que quisesse com ele que seria seu cachorrinho sem reclamar... bastava apenas sua amada estalar os dedos e lá estaria pronto para atender qualquer pedido do seu anjo.


Seus pensamentos foram interrompidos por sua colega de produção, aquela moça simpática e super “G.B. (gente boa)” que já o havia ajudado antes com músicas brasileiras. Ela parou na sua frente sorrindo feito criança que está aprontando alguma arte.

– Edward, acho que encontrei o que você procurava.

– Já? Você não brinca em serviço.

– Oras, para ajudar um amigo apaixonado eu faço qualquer coisa, tudo em nome de um grande romance.

– E o que você encontrou?

– A música é de um cantor muito famoso no Brasil por seu romantismo, chamado Roberto Carlos. Muitos da nossa geração não curtem o estilo dele, mas eu acho que ele tem exatamente a música que você procura para a sua amada. Escuta a melodia primeiro.


Ele escutou a música mesmo sem entender a letra, e quando percebeu, seus dedos já tamborilavam em sua perna acompanhando o ritmo.

– A melodia é incrível, muito romântica mesmo. O que diz a letra?

– Quer dizer o seguinte...


Já na mansão, a rotina praticamente voltava ao normal, e após a corrida com os meninos e o jantar em companhia de Sue e Leah, nossa babá aproveitou para se recolher mais cedo e trabalhar nos arquivos que estavam no computador do seu chefe. Antes mesmo de se concentrar, seu celular tocou mostrando que havia recebido uma mensagem do seu Edward. Ao abrir o arquivo, se emocionou ouvindo algo inesperado... a música do rei “Roberto Carlos” com o título “Esse Cara Sou Eu”.


O cara que pensa em você toda hora
Que conta os segundos se você demora
Que está todo o tempo querendo te ver
Porque já não sabe ficar sem você

E no meio da noite te chama
Pra dizer que te ama
Esse cara sou eu

O cara que pega você pelo braço
Esbarra em quem for que interrompa seus passos
Está do seu lado pro que der e vier
O herói esperado por toda mulher

Por você ele encara o perigo
Seu melhor amigo
Esse cara sou eu

...........................
 

http://www.youtube.com/watch?v=hu97mL-SQDk




– É simplesmente lindo... – falou Isabella em voz alta com os olhos cheios de lágrimas – Você pode ter certeza que você é tudo isso para mim meu amor.


Sem perceber, ouviu a música umas cinco ou seis vezes seguidas, olhando para as rosas vermelhas que estavam perfumando seu quarto e lembrando de todos os momentos agradáveis que viveu na companhia do seu vampiro de mentirinha. Sem pensar muito, pegou seu celular digitando uma mensagem.



“As brasileiras são famosas por serem exigentes... às vezes ciumentas... aventureiras... muito carinhosas e insaciáveis. Está preparado vampiro para o desafio?”



Alguns minutos depois chegou uma nova mensagem...

“Senhorita acho que mandou a mensagem para o número errado. Por coincidência, sou apaixonado por uma brasileira linda, mas sou muito fiel e não posso ser o seu vampiro. Meu coração pertence à outra mulher.”



Antes que ela pudesse pensar em xingá-lo chegou uma nova mensagem...

“Você não vai acreditar! Acabo de receber uma mensagem muito hot de uma moça brasileira, mas não se preocupe. Educadamente a dispensei, dizendo que meu coração pertence a uma única mulher. A propósito, adoro um desafio, quero ser o alvo do seu ciúme e sou apaixonado por aventureiras. Minhas presas são fiéis ao seu sangue para sempre minha pequena.”



Logo em seguida Isabela respondeu da seguinte forma.

“Para ser o meu homem vai ter que andar na linha... ser muito romântico... nem sempre discreto... eternamente fiel e apaixonado... muito quente... sempre presente... muito cheiroso e dedicado...”



Em menos de dois minutos chegava uma nova resposta.

“Que se faça saber por toda a cidade de Los Angeles... Senhorita, você achou o seu homem... Esse cara sou eu!!!”



Foi impossível para a nossa adorável babá não rir muito com aquela resposta. Como ele havia conseguido a música? Como sabia a tradução? Mais uma vez, Edward a surpreendia com suas atitudes e rompantes românticos. Ainda extasiada com a brincadeira, voltou sua atenção para a planilha de gastos a sua frente e suspirou resignada, estava na hora de parar a diversão e começar o seu novo trabalho. Deu uma olhada geral nos lançamentos feitos por Alice e se surpreendeu com a falta de planejamento de todos os custos da casa e despesas diversas do senhor Cullen. Definitivamente, teria muito trabalho pela frente nos próximos dias. Depois de se familiarizar com a maioria das despesas, optou por elaborar um controle diário com todos os possíveis gastos da família Cullen e agregados. Basicamente, dividiu a planilha em: recebimentos, gastos com funcionários, alimentação, veículos, manutenção, viagens, lazer, filhotes, plano de saúde, eventos, doações, plano odontológico, investimentos e assim por diante. Quando finalizou essa estrutura, foi só copiar e colar, transformando o controle diário em semanal, mensal, semestral e anual. Dessa forma, seria possível visualizar exatamente onde estavam os maiores gargalos de gastos, aonde seria possível economizar, e como se beneficiar de tudo isso de uma forma positiva, investindo ainda o dinheiro do seu chefe para uma segurança futura.


Finalizada essa tarefa, verificou no relógio que ainda eram dez horas, então optou por deixar sua rotina de leitura de lado e começou uma nova planilha, onde teria o controle de todos os veículos da casa e suas despesas, desde combustível, seguro, manutenção até impostos anuais. Incluiu também nesse controle os veículos de coleção do seu chefe e suas motos, seus maiores orgulhos. Definitivamente, Edward Cullen era um excêntrico em se tratando de veículos automotores, pois tinha uma pequena fortuna guardada em sua garagem particular.


Aproveitou também e criou uma nova planilha para acompanhar todos os investimentos em nome do seu chefe, desde imóveis, títulos, obras de arte, joias de família, etc. Novamente se surpreendeu com a quantidade de patrimônio em nome do famoso ator, e ficou feliz ao perceber que toda essa riqueza não afetara o seu jeito simples de viver a vida. Edward era simplesmente ele mesmo e ponto final.


Quando terminou, estava satisfeita com os seus progressos. Em apenas um dia havia negociado um carro de luxo, aprendido muito sobre a vida do seu chefe, organizara praticamente o controle de toda a sua vida financeira e ainda cuidara de Bear e Bernie como fazia diariamente, levando-os até para um passeio no atelier da titia preferida. Cumprira toda sua agenda diária e ainda tivera tempo para aprender coisas novas, dirigir por Los Angeles e se divertir com sua melhor amiga Alice. O dia só não fora mais perfeito pois estava longe do seu anjo e a saudade já era enorme. Para espantar a tristeza, ligou o som do seu quarto, escolheu o último CD do rei Roberto e foi tomar um banho bem demorado, para relaxar os músculos doloridos. Enquanto estava embaixo do chuveiro, pensava em sua vida e nos últimos acontecimentos, embalada pela voz romântica do rei que dizia “...que está todo tempo querendo te ver... porque já não sabe ficar sem você... e no meio da noite te chama... pra dizer que te ama... esse cara sou eu...”.


Já estava deitada com Bear e Bernie em sua cama, com uma camisola curta de renda preta, pronta para dormir, quando seu celular tocou e no visor apareceu o nome mais lindo do mundo identificando a chamada.

– Oi meu anjo – atendeu Isabella com uma voz doce e melodiosa.

– Oi pequena. Te acordei?

– Acabei de deitar com os meninos. Estava pronta para dormir.

– Humm... pronta para dormir... – suspirou Edward do outro lado da linha maliciosamente – E posso saber o que está usando essa noite?

– Acho melhor não. Você precisa dormir bem e descansar para gravar amanhã.

– Eu posso conviver com mais esse desafio noturno.

– Bom... você pediu... camisola curta... preta... de renda... transparente...

– Porra... quem mandou eu perguntar... isso foi sacanagem pequena.

– Sacanagem seria você aqui deitado comigo... sentindo o perfume do meu pescoço branquinho.

– Putz... o mesmo perfume da camisola branca que está aqui comigo?

– Uhum... igualzinho...

– Naquele pescoço perfumado que me deixa bem louco?

– Uhum... combinação perfeita... pescoço branco... perfumado... camisola preta...

– Pequena... eu nunca gostei que brincassem comigo com esse negócio de vampiro, pois achava isso ridículo. Mas, pela primeira vez estou achando isso extremamente sexy e quente.

– É porque você estava destinado a ser o meu vampiro.

– Pela santa camisola nossa de cada dia! Você está me deixando numa situação muito complicada aqui. Pelo menos esqueci a vontade de fumar.

– Eu disse que ia te ajudar com o desejo lembra?

– Pequena... não me provoque assim... é maldade. Você disse que se eu sentisse vontade de fumar deveria te ligar. Foi o que eu fiz. Estou na fissura por um cigarro desde que cheguei das gravações de hoje. Está muito difícil.

– Edward, tente pensar em outras coisas mais interessantes, ocupe sua mente de outra forma.

– Estou tentando pequena, mas minha outra ocupação está a milhares de quilômetros de distância e de camisola preta de renda. É quase uma missão suicida.

– Nem brinque com isso meu anjo. Eu preciso muito de você comigo.

– Está falando sério? Se declarando pra mim? Fala de novo pequena.

– Meu vampiro delicioso, eu preciso muito de você aqui comigo – falou Isabella na sua melhor voz rouca e sensual.

– Meu Anjo da Guarda Sexual! Obrigado! Obrigado! Obrigado! Não mereço mais agradecerei para sempre.

– Edward, não brinque com seu Anjo.

– Pequena, não estou zoando. Estou muito feliz! Eu diria que estou fodidamente feliz por te ouvir. Só estaria mais feliz ainda se estivesse te vendo também. Mas quando eu voltar, você terá que fazer um desfile de camisolas pra mim.

– Só se puder desfilar ao som do Roberto Carlos.

– O que você quiser meu anjo. Gostou da música?

– Eu amei! É linda! Decididamente, você é o cara da música pra mim.

– Eu sei disso. Só queria que você tivesse certeza também.

– Convencido. Safado.

– Só se for por você pequena. Mas mudando de assunto, pois preciso desvirtuar meus pensamentos pecaminosos. Como foi com a Alice hoje?

– Foi muito bacana amor. Aprendi muita coisa e já comecei a trabalhar aqui em casa a noite. Já adiantei muitos assuntos para amanhã. Estou muito empolgada.

– “Porra... ela me chamou de amor! Ela falou “aqui em casa”! Obrigado meu Anjo da Guarda! Você se superou em tudo hoje! Essa mulher me fascina!” – pensou Edward com seus neurônios – Que bom que gostou amor. Fico muito feliz por você. Eu tenho certeza que essa parceria vai dar muito certo e eu ficarei mais despreocupado, sabendo que tenho o seu talento para cuidar dos meus negócios.

– “Ele me chamou de amor.... que fofo! Meu amor vampiro! – pensou Isabella alegremente” – Meu novo chefe é difícil, então eu preciso mostrar muito serviço sabe.

– Difícil é? Aposto que se você aparecer de camisola na frente dele tudo ficará bem mais fácil.

– Quem sabe... talvez na nossa primeira reunião de negócios... tudo é possível.

– Pequena, assim é maldade. Vou precisar de um bom banho frio para poder dormir hoje.

– Amor, foi você que me deu a ideia.

– Putz... eu e minha boca....

– E que boca...

– Bella... Bella...

– Estou com saudade... me perdoe...

– Vai depender dos agrados quando eu voltar.

– Camisola vermelha?

– Porra amor... assim você não ajuda...

– Tá bom... parei. Eu juro! Vamos mudar de assunto? Você tem muito ciúme da sua sala de música?

– Da sala não. Só dos meus instrumentos. Por que meu anjo?

– Eu observei esses dias que lá tem um espelho grande que cobre toda a parede. Será que eu posso ensaiar minhas aulas de dança lá? Prometo não tocar nas suas coisas.

– Aula de dança? Que bacana! Claro que pode meu anjo. Nem precisava perguntar. Mas o que você dança?

– Quando você voltar eu danço para você.

– Vai começar tudo de novo... – brincou Edward fingindo indignação – Nenhuma pista?

– Na... na... ni... na... não... segredo de estado.

– Sem problemas, vou resistir bravamente a minha curiosidade. Veja o que você precisa e peça para o Alec providenciar amanhã mesmo. E que o Anjo da Guarda me proteja da minha curiosidade.

– Eu aposto que você vai se surpreender.

– Você sempre me surpreende pequena... e de todas as formas possíveis. Embora eu não queira, preciso dormir agora. Amanhã começaremos as gravações mais cedo e faremos cenas a noite também. Talvez eu não consiga te ligar.

– Não se preocupe amor, eu entendo. Procure descansar e sonhe comigo. Estou com muita saudade do seu cheiro...

– Meu anjo, por que não dorme no meu quarto então? Assim terá todo o meu cheiro perto de você.

– Melhor não. Não quero ter que aguentar as gracinhas do James depois. Mas eu posso pegar uma camiseta sua?

– Quantas você quiser. Fique a vontade, o meu quarto é seu também. Durma com os anjos e sonhe comigo a noite inteira. Estou com muita saudade e vou dormir agarrado com a sua camisola só para sentir o seu cheiro. Te adoro muito.

– Eu também te adoro. Sinto muito sua falta... beijos.

– Beijos minha pequena.



Enquanto Isabella adormecia em sua cama junto com Bear e Bernie, em seu hotel na Austrália, Edward se servia de uma dose de uísque, tentando esquecer temporariamente sua vontade doentia por um cigarro, pois seu corpo pedia desesperadamente por nicotina. Lembrou então de algo que poderia ajuda-lo nesse momento, e ligando seu computador, acessou o sistema de segurança da sua mansão, sentindo-se um invasor obscuro em sua própria casa. Buscou imediatamente por imagens da sua garota ao longo do dia, viu orgulhoso quando ela saiu da garagem dirigindo cuidadosamente a picape, quando limpou o canil sem perder sua graciosidade mesmo com o trabalho mais pesado, quando correu com os meninos na atividade diária, seu ar surpreso quando recebeu uma única rosa vermelha, seu olhar emocionado no celular, provavelmente enquanto ouvia a música que ele enviara por mensagem, e a melhor visão de todas... sua pequena saindo do banheiro de camisola... renda... preta... curta... divinamente sexy e tentadora. Ele congelou a imagem e ficou admirando a perfeição da obra divina na forma de Isabella Swan... e agradeceu mentalmente por ser o escolhido a conquistar o coração daquela mulher tão fantástica. Sua vida agora tinha sentido, graça, leveza e espontaneidade. Tudo estava no seu eixo desde que vira aqueles olhos pela primeira vez e faria qualquer coisa para estar ao lado dela eternamente. Definitivamente, ela era perfeita para ele... em todos os sentidos... E com esses pensamentos, terminou sua bebida, tomou um banho relaxante, deitou sozinho em sua cama e logo depois adormeceu, sonhando com sua pequena... e esquecendo a necessidade desesperada do seu organismo por nicotina. Mais um dia de vitória de Edward Cullen na luta contra a dependência do cigarro.


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Notas finais do capítulo

Obrigada por me acompanhar até aqui.

Com carinho

Isa S. Cullen



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