O Outro Lado do Livro escrita por Mirela


Capítulo 1
Continue a Nadar


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem realmente desta história.
Este capitulo é sobre uma humilde menina de 16 anos que é adotada por Jenna e Matt. Jenna vai ser mãe de Emily. Matt será seu irmão mais velho.
Emily fica surpresa que vai morar em Flenton, uma cidade que a lingua oficial é inglês. Ela espera que o pouco que ela aprendeu de inglês na escola a ajude nessa nova etapa.
Espero que gostem e beijo da autora :*



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A última vez que vi minha “mãe” biológica foi no natal de 2004, eu tinha sete anos.

Ela estava totalmente bêbada, encontrou um cara numa balada e fugiu com ele. Me deixando sozinha num quarto de um prédio abandonado. Pelo menos é isso que me dizem.

A primeira vez que vi a minha mãe adotiva foi no dia 8/02/2011. Ela estava conversando com a diretora do orfanato. Eu estava voltando da escola, que ficava no orfanato mesmo. Quando me viu voltando em fileiras para ir ao meu quarto, ela sorriu para mim e deixou seus olhos brilharem.

Fiquei paralisada ao vê-la, senti uma... emoção. Dois anos depois, sou adotada por ela.

Dois anos se passam. Mesmo que eu não goste muito de aturar ter que ficar no orfanato até meus 18 anos para assim ter a minha própria vida, tenho que aturar.

Já tenho 16 anos, e muitos anos se passaram, não agüento mais ver todos saindo do orfanato e eu ainda aqui. Sei que ninguém quer adotar alguém que já esta na puberdade, que tem a famosa adolescência. Mas, acho que essa famosa “adolescência” é um dos grandes mistérios de Deus. E se é o nosso Pai Celestial que criou isto, pra que odiar?

Quando soube que a mulher que vi á dois anos atrás iria me adotar fiquei mais que feliz. Finalmente vou sair daqui. Finalmente vou ter uma família, finalmente vou conseguir ter um lugar e dizer que é meu. Finalmente, finalmente acabou.

Minhas malas estavam preparadas para serem levadas. Não precisava de muito, apenas uma pequena mochila. Não tinha muitas roupas além do uniforme preto, a calça jeans rasgada que foi doada pela igreja, e uma camiseta azul bebe. E por ultimo uma camisola branca, que foi presente do próprio orfanato.

Olhei pela janela do meu quarto, e pude ver o carro que me esperava na porta do que eu posso chamar agora de ex-casa.

– Quem me adotou Senhora Aline? – perguntei á uma das minhas melhores amigas daquele local quando descíamos a escadaria.

– Não sei te dizer Emily, você sabe que isto não são assuntos que uma pobre empregada como eu possa saber. Mas, quero que saiba que se tiver dias ruins, sempre, em hipótese alguma pare de nadar. Sempre minha Emily continue a nadar.

Quando percebi já estávamos prestes a sair do orfanato. Estava insegura de abrir a enorme porta daquele lugar, nem sabia o que poderia encontrar. Eu já vi uma foto desta tal de Jenna, a mulher que vai me adotar, mas, é difícil saber que alguém vai ser sua mãe sendo que eu nem sei o que ela gosta, o que não gosta.

Com cuidado Aline me beijou na testa.

– Agora é com você.

Aline pegou sua vassoura e seu rodo e já saiu. Sabia que ela não poderia ficar muito tempo comigo, ela tinha coisas para fazer.

Respirei bem fundo e abri aquela porta.

A primeira coisa que notei ao ver o sol indo embora no horizonte foi uma linda mulher de cabelos loiros e olhos castanhos. Sua pele é a mais branca que eu já vi, e seu sorriso radiava mais do que tudo.

Ela foi ao meu encontro e me deu um grande abraço, retribui.

– Parece que consegui acertar o seu tamanho. – brincou enquanto examinava-me.

– Parece que sim. Obrigada pelo vestido, gostei muito.

Há algumas semanas atrás eu havia recebido uma enorme caixa branca, no bilhete dizia que era para eu usar quando fossem me buscar. Quando abri a caixa vi um vestido rosa com alguns passarinhos coloridos em galhos de arvores. Amei aquilo, amei ter ganhado o meu primeiro presente. Prometi que só usaria hoje.

– Então, vamos, precisamos pegar o avião daqui à uma hora. – seu sotaque era bem forte. Mesmo que nunca tinha visto uma gringa sabia que ela não era daqui.

– Ta.

Fomos até o carro. Quis sentar no banco traseiro, não estava muito preparada para ficar lado a lado com ela. Ela compreendeu.

– E então? Como é a minha nova família? – perguntei tentando puxar algum assunto confortável.

– Bom, eu tenho um filho mais ou menos da sua idade, ele tem 17 anos.

Fiquei feliz em saber disso. Eu vou ter um irmãooo!!!!

– Ah, o nome dele é Matt, não é? Eu ouvi algumas supervisoras comentando. Eles não me contam muita coisa.

– Então pode perguntar o que quiser.

– Obrigada. Quando nós vamos chegar? – apoiei no banco acompanhante.

– Já estamos quase chegando.

Fiquei observando tudo pela janela, a linda paisagem que nunca havia visto. Quando chegamos ao aeroporto, tivemos que andar até o nosso avião e nos acomodar das belas poltronas brancas.

– Eu queria lhe dar isto, é um presente da sua mais nova mãe, espero que goste.

Num embrulho azul com bolinhas brancas, e com um laço branco, se encontrava um lindo celular. Não sabia muito bem essas coisas de marca. Mas ele era todo branco, atrás tinha uma maçãzinha prateada, o que será que aquilo significava?

Fiquei assustada, ela gastou o dinheiro dela comigo, um dinheiro que com certeza ela durou para ter, e gastou comigo!

– Espero que tenha gostado.

– Claro que gostei, é lindo. – a abracei. Ela ficou feliz pela minha alegria.

– Eu já coloquei um chip, o seu numero está nos contatos, está como Emily. O Matt baixou algumas musicas que talvez você goste, também já coloquei 20 dólares de créditos.

– Nossa. Não sei o que dizer. Muito obrigada Jenna. – a abracei novamente. Mas parece que ela ficou um pouco cabisbaixa por eu não ter a chamado de “mãe”. Mas não poderia a chamar assim sem ter nenhum sentimento.

Logo dormi, estava cansada. Acordava de vez em quando, mas sempre voltava a dormir.

As pessoas do orfanato me falavam sempre: “Ah, você vai lá ver os gringos. Vai lá falar inglês, vai lá ser feliz” e bla bla bla bla.

Eu iria morar numa cidade perto da Nova Zelandia, acho que é esse o nome. O nome da cidade é Flenton. Sempre gostei muito de aprender inglês, minha professora da escola sempre foi muito querida, e sempre gostou da minha iniciativa de querer apreder outra língua. Acho que o inglês me ajudava a continuar a nadar.

***

O sol batia em meu rosto. Ainda com um pouco de sono, tirei os fones de ouvido e avistei a linda paisagem de Flenton. Vendo de cima realmente é uma cidade linda.

– Seja bem vinda minha querida. – cochichou Jenna, ainda com a voz de sono.

Saímos do avião e já pegamos um Taxi. Era engraçado ouvir todos falando em inglês.

A cidade era linda. Fiquei olhando encantada todos os detalhes.

– Está gostando? – perguntou ela.

– Claro que sim.

Não tirava os olhos das lindas luzes e as lindas lojas.

O Taxi parou em frente a uma casa linda, tinha dois andares, não parecia ser muito grande, mas com certeza era o momento mais especial de toda a minha vida. Eu estava vendo a minha casa, a minha realmente casa.

Saímos do carro, o motorista pegou as malas e as levou para perto da porta da casa.

– E ai, gostou?

– Claro, é muito linda.

Jenna foi falar com o taxicista, acertando o dinheiro que deve ter custado a corrida.

Um menino de cabelos pretos e olhos mais pretos que o preto, abriu a porta. Sua expressão era de muita felicidade. Então esse é o Matt?

Ele desceu a pequena escada e foi até nós.

– Nossa, você é mais linda do que a minha mãe havia dito.

Comecei a rir sem graça. Então ele me acha bonita?

– Nossa – sabia que já estava vermelha – Obrigada. Você que é o Matt? – perguntei tentando falar inglês.

– Sim. Sou seu irmãozão daqui para frente. Seja bem vinda a sua casa, pequena.

– Obrigada. Obrigada por tudo que vocês estão fazendo por mim.

– Fazemos isso por que queremos que você se sinta o mais confortável possível. Mas, me diga, como você fala inglês tão bem?

– Com muito esforço e coragem, eu aprendi na escola.

– Vamos entrar? – convidou Jenna chegando ao meu lado.

Estava realmente curiosa para ver tudo.

Matt pegou as malas e Jenna me levou para dentro da casa.

O primeiro cômodo era um local bem pequeno e vazio, tinha apenas algumas flores, era um cômodo quadrado e com um lindo lustre. Na direita, havia uma abertura (aquelas portas só que não tem porta O.O), lá se encontrava a sala, para chegar tinha uns três degraus de madeira. A sala era muito linda, os três únicos sofás eram marrons, a TV era linda e enorme, bem diferente da pequena que tinha no refeitório do orfanato.

– Aqui é a sala. – Matt disse.

No canto tinha a escada de madeira.

Passamos rapidamente pela cozinha, era muito iluminada e muito bem decorada.

Voltamos para a sala, para que eu possa ver a parte de cima da casa, estava ansiosa. Nós três subimos a escada, estávamos muito animados.

Fecharam os meus olhos, me pondo em frente a uma porta branca escrita Emily.

– Pronta? – perguntou Jenna.

– Sim.

– Pronta mesmo? – perguntou Matt.

– Sim.

Meu coração não parava de bater, não parava de ficar nervosa. Aquele momento era muito bom e único!

– Um dois três. – contaram os dois.

Abriram os meus olhos e a porta.

Meu quarto, totalmente mágico. As paredes decoradas com vermelho. Closet, banheiro, cama macia com edredons vermelhos.

– Queríamos decorar tudo com vermelho, pois sabemos que é a sua cor favorita. – comentou Matt.

– Está tudo tão perfeito, parece até um sonho. Um sonho que eu não quero acordar.

– Compramos algumas roupas para você, e algumas coisas que talvez precise. – apontou Jenna para a cama cheia de presentes.

As estantes cheias de livros. A sacada linda que dava vista para a cidade. TUDO PERFEITO!

Corri para abraçá-los. Essa era a minha família, a família que eu pedia a Deus para ter, para receber, para ganhar.

Os dois admiravam a minha felicidade. Não conseguia disfarçar. E também, pra que disfarçar? Eu to feliz e vou mostrar!

– Que tal você ver os seus presentes. Vou pedir uma pizza.

– Ta. Obrigada Jenna. – agradeci.

– Por nada, meu amor.

Quando ela saiu, pulei na cama para ver o que me aguardava. O que eles compraram para a mais nova filha e irmã.

– Espero que goste dos presentes. – nem tinha percebido que Matt continuava me olhando pela porta.

– Já gostei de tudo!

– Bom, eu vou pro meu quarto para você aproveitar este momento único. Se precisar de algo, o meu quarto é aqui na frente.

– Ta. Obrigada Matt.

Ele saiu e fechou a porta.

Fui para a prateleira ver os livros que tinha. A maioria de romance. Tinha alguns de escola, devem ter comprado para mim.

Comecei a abrir os embrulhos. Cada roupa mais linda que a outra. Por ultimo, o mais pesado. Abri a caixa e me surpreendi, era um notebook lindo.

Arrumei tudo em seu lugar. Coloquei as roupas no closet. O notebook numa mesinha. No banheiro havia escova de dente nova, absorvente, xampu e condicionador, sabonete, toalhas secas, escova, pente e mais algumas coisinhas necessárias, como maquiagem e tals.

Tomei banho e me vesti. Foi difícil escolher uma roupa certa para jantar com uma família que eu nem conheço direito.

Peguei uma roupa e fui direto para o banheiro do meu quarto. O banheiro era muito limpo. Os azulejos eram brancos e no boxe tinha alguns golfinhos. Tentei girar a alavanca para ligar o chuveiro, mas não dava. Tentei umas 10 vezes e não dava. Nem caia uma gota do chuveiro.

Fiquei me torturando se deveria chamar o Matt. Ele disse que eu deveria chamar ele se precisa-se de algo, mas...

– Emily, a pizza já chegou. Chegou rápido pois é perto e se não chegasse não precisaríamos pagar. – ouvi a voz de Matt entrando na porta.

Não dava tempo de fechar a porta do banheiro e dizer que eu já iria acabar o banho.

Ele passou pela porta do banheiro e se assustou ao ver que eu estava vermelha.

– Que foi?

Fiquei meio indecisa se eu falaria ou não, mas, por que não falar?

– É que eu não sei como se abre o chuveiro.

Matt riu. Achando engraçado a minha timidez por uma coisa tão simples.

– É que em vez de você girar – ele foi até o chuveio, mexendo na válvula que nem se mexeu – você tem que levantar.

Matt parecia lutar com a válvula que não levantava. Não pude conter meus risos. Ele acabou até entrando no boxe para tentar com mais força levantar a válvula.

– Não quer levantar. – falou ele.

De repente a válvula quebrou e se soltou, voando até o vaso sanitário que estava com a tampa aberta. Matt havia caído no chão. Comecei a rir mais alto. Ele também não conteu os risos.

– Agora o que vamos fazer? – perguntei para ele, o ajudando a levantar.

– Acho melhor você tomar banho no banheiro do corredor. – ele não parava de rir.

Quando Matt estava saindo do boxe o chuveiro resolveu ligar e derramou a água nele.

Jenna correu para o banheiro, perguntando o que aconteceu.

– Nem eu sei mãe. – falou ele indo para o seu quarto para tomar um banho.

Não dava para parar de rir depois de ver aquela cena.


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Notas finais do capítulo

Gente espero que tenham gostado
Saibam que eu não vou colocar as falas deles em inglês, então eles falam em inglês, ok?
Desculpe os erros de português, um dia vou tirar um dia só para conserta-los.
A cidade que ela vai morar, a Flenton, é fictícia, ou seja, eu que inventei, pois quis inventar :3
Este capitulo já foi editado uma vez. Se tiver algum erro podem me falar que editarei de novo.
Se gostou do meu trabalho mas não gostou do conteudo da minha história, tenho algumas histórias de apenas um capitulo no meu perfil.
Se gostaram do meu trabalho mas não gostaram das minhas histórias, acessem meu blog, gostarei de saber que estão seguindo: http://sabedoria-a.blogspot.com.br/

Beijos da autora Miri :*