You Do Not Sleep? escrita por Mrs Castellan


Capítulo 1
One-Shot.


Notas iniciais do capítulo

Certos habitos podem levar a criar duvidas e nem sempre a resposta para elas são esclarecidas.



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Evey respirou fundo, despertando de seu sono, mas não quis abrir os olhos. Sentia-se muito aconchegada naquela cama macia, embora achasse que seria maravilhoso se ele deitasse ao seu lado todas as noites. Mais uma vez ela se perguntou se V não dormia.

    Teria até adormecido novamente se não fosse pela incômoda sensação de estar sendo observada. Dando-se por vencida, abriu os olhos. Seu coração deu um salto ao ver a máscara de Fawkes próxima dela.

     - V – exclamou ela. – É você.

    - E quem esperava que fosse? – perguntou ele suavemente. Ela não sabia se ele estava sorrindo por trás da mascara ou não.

     - Ninguém – admitiu constrangida. – O que estava fazendo?

   - Estava observando-a, doce Evey, enquanto dormia. Confesso que é muito interessante.

     As bochechas de Evey assumiram uma cor rosada. Antes que pudesse conter a pergunta, ela disse:

      - Porque você não dorme?

      Levou uma mão aos lábios e corou ainda mais. Esperou que V ficasse com raiva dela, tudo podia se esperar dele, uma vez que era tão enigmático.

       - Apenas sou um cavalheiro que respeita a dama deitada em meu aposento. Não quero incomodá-la.

       Mas ela gostaria e muito de tê-lo deitado ao seu lado. Temia que estivesse afeiçoando-se demais ao seu salvador, mas ao mesmo tempo queria deixar-se levar por ele.

       - Você me observa todas as noites?

      Ele assentiu.

      Um calor preencheu seu peito e Evey sorriu – sentiu-se lisonjeada. Apreciava a companhia, o carinho, o carisma e a personalidade do justiceiro mascarado. Embora tenha se acostumado, admitia que achava aquela máscara um tanto quanto sinistra. Mordia-se de curiosidade para que ele revelasse sua identidade, mas ele se negava. Ela vira suas mãos machucadas, quando V preparou seu café da manhã no primeiro dia aqui, nesta “casa” tão exótica. Ele logo as cobrira com as habituais luvas negras, mas ela não se importaria se ele quisesse continuar como estava antes. Imaginava, quando encontrava-se sozinha, se as demais partes do corpo dele também eram como as mãos – cheias de cicatrizes de queimaduras. Queria saber se ele sentia dor, ou não. A verdade é que desejava vê-lo como era de verdade, mesmo se ficasse assustada ou horrorizada, queria que ele se mostrasse para ela.

      - O que está pensando? – perguntou ele, com curiosidade. V levou a mão direita enluvada ao rosto de Evey, tirando-a de seus pensamentos, erguendo sua face para que o encarasse. Evey cobriu a mão com a dela.

     - Em você – respondeu baixinho. – Sobre como você é. O quê você é. Queria saber mais a seu respeito.

     Evey notou a leve tensão que emanou dele.

     - É melhor não saber – disse ele.

     - Sabe que pode confiar em mim – insistiu Evey. – Você me trouxe para sua casa. Me permite dormir em sua cama. Nada mais justo que... fiquemos mais próximos.

     Evey afastou as cobertas e aproximou-se mais de V, seu coração batendo forte, a razão falando para não continuar, mas não deu ouvidos. Uma coisa que aprendera nestas últimas semanas com V é que a loucura não é algo para se envergonhar. Ele não se mexeu, Evey viu-se quase com o nariz colado ao da mascara.

        - Eu quero vê-lo, V. Como você é de verdade. Quero ser mais próxima de você do que já fui de qualquer outra pessoa.

      Evey ergueu as mãos para tocar a máscara, mas ele as segurou e as prendeu nas dele.

      - Não sabe o que está dizendo. – Agora sua voz era séria.

      - Sei perfeitamente bem – persistiu. – Qual o problema, V? Está com medo?

      As mãos podiam estar presas, mas o resto ainda podia se mover; chegou mais perto ainda, e por mais tolo que fosse, tocou os lábios sorridentes da máscara com os seus. Ele não retiraria aquela coisa tão cedo para que pudesse beijá-lo como se devia. Não se afastaria até que ele cedesse. Sentiu um arrepio percorrê-lo e a mão que a prendia enlaçou sua cintura, abraçando-a.

      Evey ardia de vontade de tirar a maldita máscara! Invés de ceder ao impulso, cravou as mãos nas costas dele, pressionando mais ainda a boca contra “à dele”. V se moveu, abraçando-a com toda sua força, derrubando os dois no colchão. Afastando seu rosto do dela, tocou o cabelo dourado, a pele alva, ávido, tentando manter o respeito, mas falhando. A camisola que ela vestia subira, mostrando mais do que devia, as mãos dele circundando as curvas finas. Evey respirava rápido, o rosto rosado, os olhos bem abertos e brilhantes. Ouvia a respiração dele atrás da máscara, perto de seu pescoço, provocando arrepios. Certa de sua vitória, Evey levou as mãos à camisa negra de V, desabotoando-a apressada. V ergueu o tronco e a parou, temeroso de que ela visse sua pele deformada.

      - Por favor – implorou ele. – Não faça isso.     

      Se já havia chegado até ali, então não desistiria tão facilmente.

       - Você não quer continuar? – rebateu ela, olhando-o fixamente, o desejo fazendo seus olhos brilharem.

       - Não é isso. Você vai se assustar e nunca mais vai me querer.

       V sentiu um aperto em seu íntimo só de pensar na possibilidade dela deixá-lo.

       - Eu não me assustarei, prometo! – exclamou Evey, contorcendo-se. – Por favor, continue, eu o amo tanto.

      Ela não sabia como ele estava, a máscara impedia-a de ler suas expressões, embora já estivesse se acostumando. Suas palavras devem ter mexido com ele, pois ele soltou seus pulsos e num estalar de dedos, as luzes se apagaram. Quando seus olhos se habituaram à escuridão do quarto, enxergou o rosto branco da máscara sobre o seu. Não era isso que queria, mas poderia deixar esta conversa para depois. Tratou de arrancar as vestes negras dele, desta vez ele não a impediu. Percorreu, ávida, as mãos pela pele que vivia constantemente coberta. Se ele era marcado por ferimentos iguais ás suas mãos não soube dizer, mas a pele tinha uma maciez impressionante. Tocou-o, deliciada, desde os ombros até suas partes baixas.

      V chiou ao sentir a mão pequena e delicada em seu eixo rijo, movendo-se para cima e para baixo. Nunca antes alguém fizera seu sangue borbulhar quente nas veias como Evey fazia agora. Diferente dela, podia enxergar muito bem no escuro. O olhar provocante que ela lhe lançava mexia drasticamente com seu controle. A pele dela, onde a tocava, arrepiava-se, uma reação clara de desejo. E o desejo era mútuo.

      - Você deve ser tão bonito – sussurrou ela.

     Discordava da idéia profundamente, mas não disse nada.

      Abraçou-a com força, quase fundindo os corpos, saboreando o calor que Evey emanava. Pela primeira vez quis retirar a máscara, ignorar a reação de quem o visse, e beijar o corpo alvo embaixo do seu, lamber cada pedacinho dela, realizar sua fantasia de tê-la como sua amante.

       Se ela realmente o amava, poderia concretizar isso? Preferia não arriscar.

       - Queria poder fazer mais... Mas não posso.

       - Eu não ligo – gemeu Evey de olhos fechados.

       Uma vez que não podia beijá-la no centro de seu prazer, poderia tocá-la com as mãos. Acariciando suas pernas, tocou delicadamente o protuberante botão de sua intimidade, notando o espasmo que a percorreu. Com a outra mão, circulou a entrada, sorrindo malicioso por trás da máscara ao vê-la úmida e trêmula para ele. Pensar que era o causador de sua excitação abundante fez seu desejo inflamar mais ainda. O incêndio do laboratório parecia a chama de um fósforo, se comparado ao fogo que queimava-o por dentro.

       Evey agarrava os travesseiros , gemendo alto, ansiando por mais e mais dele.

      - Oh, por favor, V, não me torture mais. Eu não vou agüentar.

      V levou uma mão aos seios macios dela, apertando com delicadeza as pontas róseas.

     - O que você quer? – sussurrou, a voz rouca.

      O desejo chegava a sufocar Evey. Não podia vê-lo direito, estava à mercê de seus outros sentidos. Com um suspiro resignado, agarrou-o pelos ombros novamente, puxando para ela, cruzando as pernas na cintura dele. Sentiu a ereção roçar sua entrada, e estremeceu de antecipação.

      - Quero ser sua – respondeu ela, olhando para além dos olhos da máscara, quase enxergando o verdadeiro homem por trás dela.

     E reunindo toda a sua força, puxou-o para mais perto, fazendo-o penetrá-la com força. Evey gritou, sentindo um misto de dor e prazer, e sorriu ao ouvi-lo ofegar. Ele era maior do que imaginara.

      - Você é virgem? – perguntou ele, estranhando o canal estreito no qual se encontrava. Ela estava quente e acolhedora. Decididamente deliciosa.

      Ela assentiu, tentando relaxar. Ele não pôde conter a onda de ternura que o envolveu – ela havia se guardado todo aquele tempo e decidira entregar-lhe sua inocência. Sinal de que confiava em V. Que realmente o amava.

      - Vou fazê-la sentir-se completa, minha doce Evey.

     Devagar para não machucá-la, ele se afastou minimamente, sem tirar os olhos dos dela. Evey arfava, abrindo-se toda para ele, ansiosa por mais. V tornou a penetrá-la, muito lentamente, não deixando nenhuma sensação passar em branco. Tomando o rosto dela entre as mãos, prosseguiu com o ato, transmitindo todo seu carinho possível, sem deixar o prazer do momento se perder. Afinal, esperara tanto por isso.

       Evey sentia-se plena, preenchida, amada. Não podia ter esperado melhor momento para fazer aquilo. Nem ter escolhido pessoa melhor. Ali, na ampla e decorada galeria subterrânea, onde ninguém podia julgá-los, nem atrapalhá-los. Se era indecente, obsceno, imoral, só cabia aos dois dizer. E tais pensamentos sequer passavam por suas cabeças. Tudo o que sabiam era o quarto, a cama, e o que faziam sobre ela.

       Não havia nada no mundo para comparar as sensações dos corpos ardendo de paixão, as peles roçando uma na outra, os sussurros de prazer de cada um. Evey estremecia com as palavras carinhosas que V murmurava em seu ouvido. Sussurros roucos, provocantes, muitas vezes frases de algum livro ou outra fonte qualquer, muito convenientes no momento.

         - Mais – gemeu Evey, cravando as unhas nos ombros dele.

         Ofegante, prontamente a atendeu, passando a arremeter profunda e rapidamente. Deliciou-se com os gritos de prazer que Evey não fazia questão de abafar. Os sons acariciavam seus ouvidos. Intensificou o ritmo, pressentindo o êxtase chegar para ambos.

        O orgasmo chocou-se contra ela com violência, Evey arfou e gritou o nome de V, estremecendo. Com um estalo, V derramou-se dentro dela, apertando suas pernas frágeis com força o bastante para deixar um hematoma. Ambos tremiam com o impacto, os batimentos cardíacos ecoavam pelas paredes da galeria agora em total silêncio.

      Delicadamente, saiu de dentro dela, e deitou-se ao seu lado. Por um longo momento, não disseram nada, ambos custando a crer no que tinham feito.

      Envergonhada, Evey temia encará-lo. Será que ele se arrependia? Talvez não devesse tê-lo tentado daquela forma. Nem sabia se os sentimentos de V correspondiam os seus. Tocando os próprios lábios – inchados por mordê-los constantemente nos últimos minutos – lembrou-se dos toques carinhosos dele, de seu abraço, seu calor, suas palavras sedutoras... Do prazer descomunal que ele lhe proporcionou. Por um minuto pensou que estivesse dormindo ainda, que tudo não passava de um sonho, mas a voz em seu ouvido era muito real.

      - Porque está tão quieta, minha doce dama?

      V passou um braço pela cintura de Evey e esperou que o respondesse. Por dentro, temia que ela se arrependesse de ter-se entregado a ele.

       - Eu estava pensando em nós dois... – admitiu constrangida, mas sem evitar o sorriso que curvou seus lábios.

       - De forma boa, ou ruim? – perguntou cauteloso.

       Evey virou-se para ele, acariciando a máscara.

       - Boa é claro. A não ser que você queira que seja de outra forma.

       - Pra mim está perfeito – declarou V, abraçando-a novamente.   


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Notas finais do capítulo

Não ficou exatamente como eu gostaria, se comparado a outras fanfics minhas, acho que deixou um pouco a desejar. Maaaaas como esses dois não são exatamente SENSUAIS e sim ou pouco mais ROMANTICOS, fica dificil imaginar um hentai. Por outro lado, eu amoooooooooooooooooo de paixaaaaaaaaaao V de Vingança, é perfeito e seria simplesmente FODA se houvesse pelo menos uns minutinhos de 'amor' entre V e Evey.
Logo mais escreverei outra sobre V de Vingança. Bjos, by: Orube-Sama