05 de junho, Amsterdam- Holanda.

Já se passavam das 18hs00min as ruas vazias e escuras, os estabelecimentos fechando e o silêncio da noite fazia a cidade se tornar um cenário de filme. Os poucos casais que passeavam de mãos dadas com os dedos entrelaçado e abraçados davam inveja a qualquer pessoa ainda mais com o dia dos namorados chegando, as pessoas que tinham apenas a solidão como companhia via essa data como algo sem muito interesse queria apenas estar em casa embaixo dos cobertores quentes assistindo algum filme de romance e aproveitando o silêncio que a sensação de estar sozinho trazia. Mentira eles queriam estar recebendo carinhos de alguém, queriam estar em frente uma lareira bebendo chocolate quente enquanto viam um filme juntos abraçados, ou apenas olhando velhas fotografias que com o tempo iam ficando desbotadas, essa era a verdade para muitos e não era diferente para uma certa florista que a cada lindo buque que ela fazia para ser entregue a alguma sortuda suspirava xoxinha apenas imaginando como seria se fosse ela no lugar de alguma daquelas moças que passavam com seus namorados em frente a floricultura. Sakura é uma garota, sonhadora, batalhadora, dona de uma beleza incontestável, olhos tão verdes quanto as mais finas esmeraldas, cabelos róseos como as belas sakuras que floresciam naquela primavera, um corpo de causar inveja a qualquer mulher e uma personalidade forte, mas ao mesmo tempo tinha uma doçura e inocência de menina que fazia a ser admirada. Sakura trabalhava na floricultura desde seus 12 anos, sua tia era a dona do estabelecimento e desde que sua mãe morreu de uma doença incurável e seu pai ela nunca conheceu, o mesmo sumiu antes mesmo de a pequena rosada nascer a partir desse dia sua tia ficou responsável de cuidar dela. Agora Sakura tinha 18 anos, trabalhava na floricultura da tia e fazia faculdade de medicina seu sonho era ser pediatra, amava crianças. A rosada também queria viver uma louca e linda história de amor, como amava passar os finais de semana assistindo filmes antigos e de romance, gostava de ler as belas estórias de amor criadas por mentes tão genuínas, como adorava se perder nas entre linhas de cada paragrafo de cada capitulo sentir o cheiro de livro velho, as folhas já amareladas pelo tempo, capas surradas e títulos bem atrativos todos esses detalhes chamavam a atenção da rosada a fazendo ter uma paixão por livros. Já estava tarde hora de fechar a loja, pegou as chaves, suas coisas e verificou tudo antes de trancar a floricultura para ir para casa, estava cansada queria um bom banho, ler um livro de romance para mergulhar na suas aventuras e cair na cama para ter uma ótima noite de sono. Bom era isso que Sakura fazia todos os dias já tinha virado uma rotina ler antes de dormir, se sentia bem quando tinha o objeto em mãos deixando sua mente viajar pelas palavras e frases das personagens apenas imaginando como seria se fosse ela a viver cada momento descrito por entres os minuciosos detalhes do livro. Andando com certa pressa já que tudo estava escuro ainda pode ver alguns poucos casais na praça observando a lua linda e alpina no céu. Sakura olhou para ela e como uma boba superstição fez um pedido muito conhecido pela lua, fechou os olhos e sentiu uma leve brisa acariciar lhe o rosto e balançar seus cabelos tão bem repicados. De repente sentiu como se alguém a observasse, virou para trás e não viu ninguém então continuou seu caminho viajando por entre seus desejos bobos e inocentes como se fosse uma jovenzinha apaixonada que sonha com o príncipe encantado, mas no caso de Sakura não seria bem um príncipe que a observava de longe mais sim um ser bem mais misterioso.

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Demorou aproximadamente uns 15 minutos para chegar em casa, a casa era simples, havia um pequeno portão de entrada da cor verde e o mesmo dava acesso ao pequeno jardim que havia nos fundos da casa, pintada de rosa claro e branco por fora e havia uma sacada, Sakura se viu ali debruçada na mesma enquanto seu admirador apaixonado dedicava-lhe um lindo soneto fazendo seu coração suspirar e se derreter por tal sentimento. Sua imaginação flutuava, a mente fértil a fazia ter ideias loucas e sem nexo, mas não ligava para isso queria apenas poder viver uma linda história de amor que nem via nos filmes ou livros. Pegou a chave no bolso da calça e destrancou a porta, tirou os tênis que usava e deixou na soleira para assim adentrar na pequena residência. A casa não era muito grande, mas era confortável. Os móveis impecáveis sem nenhum pó de tom carmesim chamavam a atenção para a sala, à cozinha sempre brilhando e os quartos organizados, a simples casa deixada pela mãe de Sakura sempre estava linda e arrumada graças sua tia. Deixou suas coisas em cima do sofá e subiu as escadas em direção ao seu quarto, ao entrar começou a se despir, escolheu uma camisola de tecido leve e uma calcinha de algodão, entrou no banheiro e ligou o chuveiro. Tudo o que precisava para relaxar um bom e relaxante banho quente, não se demorou muito, desligou o chuveiro e se enrolou na toalha. Sakura chegou ao seu quarto vestiu o que tinha separado e começou a passar o hidratante no corpo, ao terminar se sentou na penteadeira e foi escovando as longas madeixas róseas. Ao longe alguém observava todos os movimentos de Sakura, vigiando até os seus mais profundos sonhos e seria esse alguém que mostraria a Sakura o que ela tanto procura? Sem saber ou ao menos imaginar que estava sendo vigiada Sakura se deitou em sua cama e começou a ler o livro que ganhará de um amigo estava lendo a 2 dias e já estava quase acabando, a rosada devorava os livros em pouquíssimo tempo enquanto outras pessoas gastavam meses. Terminando de ler o último capítulo Sakura apagou a luz e se deitou para dormir imaginando estar dentro de um dos contos que lia, mal ela sabia que seu desejo se realizará muito antes do que ela imaginava.

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Na manhã seguinte Sakura despertou se sentindo renovada nada do que uma boa noite de sono para repor as energias era assim que sua tia dizia. Levantou-se, separou uma roupa para ir para a floricultura e entrou no chuveiro. Deixou que a água quente caísse sobre o corpo tenso, suspirava em ostentação, mas o que Sakura não sabia era que um par de olhos vermelhos carmesins a observava com um brilho estranho, as mãos desejavam tocar o corpo da rosada o homem desde sua última visita se encantou por Sakura e desde então tem a observado de longe tentando estudar tudo sobre a mesma. Sakura desligou o chuveiro e pegou uma toalha para se secar a enrolou no corpo e foi para o quarto se trocar. Quando terminou de se arrumar desceu para a cozinha afim de comer algo antes de sair.

– Ohayo tia.

– Ohayo Saky-chan. – Shiron era a irmã mais velha da mãe de Sakura, hoje com 35 anos a mulher ainda possuía uma beleza incrível. Olhos azuis como o profundo oceano, cabelos tão loiros que lembravam fios de ouro e uma pele branca e macia como seda Shiron atraia olhares de muitos homens. Passou a vida se dedicando a sua floricultura e depois da morte da irmã começou a cuidar da pequena sobrinha Sakura que tanto amava. Shiron ensinou a Sakura tudo o que sabia e deixou a mesma administrando tudo enquanto cuidava da casa e do jardim que abastecia todo o estabelecimento. - Como vão as vendas queridas?

– Ótimas tia! Com o dia dos namorados chegando às flores estão vendendo como água. Falando nisso tia preciso repor as tulipas vermelhas, as Marias sem vergonhas, as íris e as hortênsias claro sem falar nas rosas brancas e vermelhas.

– Que maravilha que você conseguiu vender tão bem. Eu vou fazer os arranjos e te levo está bem?

– Tia eu posso levar.

– Não eu quero ver como estão as coisas e sair um pouco fazem bem.

– Tudo bem eu espero a senhora com as flores então. Estou saindo tia.

– Vai com deus minha flor.

Sakura deu um beijo na tia pegou suas coisas e saiu rumo à floricultura. Caminhando lentamente Sakura aproveitou que estava cedo ainda e resolveu ir ao parque de sakuras que tanto gostava. Não demorou muito e Sakura chegou ao local, se sentou em um banco e ficou apreciando o perfume das pequenas flores, de repente sentiu alguém se sentar do seu lado abriu os olhos rapidamente e viu um homem de casaco preto que lhe cobria todo o rosto, usava uma cartola e possuía nas mãos luvas pretas também que estavam acompanhadas de um lindo arranjo de sakuras.

– Desculpe assusta-la não era minha intenção ojou-sama.- O homem possuía uma voz tão bela e encantadora que fazia toda sua aparência sombria ser ignorada.

– Tudo bem, lindo buque.

– Ah é para a senhorita, tome. – Sakura ficou um pouco confusa mais aceitou o arranjo era tão lindo e bem feito. O homem se levantou e pegando em das mãos de Sakura deu um selinho nas costas da mesma e Sakura podia jurar que viu um sorriso por de trás daquele casaco. - Nos veremos em breve ojou-sama.

Sakura piscou os olhos e ao abri-los se chocou por ver que o homem misterioso o mesmo já havia sumido em uma fração de segundos. A rosada pegou sua bolsa e o buque que acabará de ganhar e começou a caminhar novamente rumo à floricultura, mas o misterioso cavalheiro que viu a pouco tinha deixado um rastro de curiosidade na pequena rosada.

– O que ele quis dizer com “nos veremos em breve”?

Alguns dias depois

Faltavam apenas 3 dias para o dia dos namorados, a floricultura nunca tinha lucrado tanto essa data trazia muitos benefícios para o negócio só não trazia sorte no amor como acreditava Sakura. A mesma não se sabe por que voltou ao parque todos os dias no mesmo horário com a esperança de rever o homem misterioso que lhe dera o buque de sakuras. Mas ele nunca mais voltou deixando apenas a curiosidade e as flores como lembranças, Sakura já tinha perdido as esperanças até aquela noite. Sakura fechou a floricultura e já estava indo para casa quando a estranha sensação de estar sendo seguida lhe veio, correndo rapidamente a rosada ofegava e seu corpo se enchia de calafrios. Já era noite tudo escuro e o medo lhe assombrava até que alguém para na sua frente e para sua surpresa era o homem a quem procurou por esses dias.

– Oyasuminasai ojou-sama. Eu disse que nos veríamos de novo. - Sem tempo para responder Sakura apenas sentiu um forte cheiro do pano que lhe cobria o rosto e todos os seus sentidos foram apagando e antes de desmaiar apenas viu aquele sorriso de novo só que dessa vez acompanhado de um olhar sombrio. Pela primeira vez desejou não estar vivendo um conto de fadas.

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Sakura acordou em um lugar diferente não reconhecia nada a sua volta, as mãos amarradas ao corpo e sentada a uma cadeira com uma mordaça na boca a rosada começou a se debater na tentativa de se soltar. Os gritos abafados pelo pano em sua boca só faziam o desespero lhe tomar conta. Quem era esse homem? E o que ele queria dela? Seria ele um maníaco? Passos foram ouvidos no corredor e a porta do local foi aberta revelando a figura misteriosa de antes com um prato nas mãos e um vestido muito belo por sinal jogado nos ombros.

– Não tenha medo querida, não irei lhe fazer mal.- O homem se aproximou e colocando o prato no chão retirou a mordaça da boca de Sakura. – Aqui coma.

– Eu não quero comer, quero ir embora. Quem é você? O quer comigo?- Sakura gritava a plenos pulmões.

– Eu sou apenas um amante de sua beleza, desde que a vi naquela floricultura sorrindo enquanto fazia os buques eu me encantei. A trouxe para o meu mundo para faze-la minha prisioneira.

– O que? Do que está falando? Como assim seu mundo? Solte-me e deixe-me ir você é louco.

– Calma, calma quantas perguntas. Eu quero que viva comigo ao meu lado para toda a eternidade. Eu sou imortal e vou torna-la minha esposa querida Sakura.

– Imortal? Hahaha você realmente é louco. O que você é afinal para ser imortal? Um vampire.

– Acertou my lady.- O homem retirou o casaco as luvas e a cartola revelando um belo homem de pele clara, cabelos negros repicados e olhos vermelhos carmesim além dos seus dentes caninos mais afiados do que o normal. Sakura poderia gritar ficar com medo, mas não se sentia assim. Não sabia por que mais ficou encantada pelo belo homem a sua frente e sentiu algo queimar dentro de si. - Está com medo?

– Não. - Era verdade ela não tinha medo.

– Fique comigo Sakura. Esse mundo é tão vazio e sombrio eu não via luz nessa minha vida se é que posso chamar isso de vida, mas em uma das minhas caçadas no mundo humano vi você e tudo a minha volta parou, senti um calor gostoso me preencher. E apenas desejei tê-la para mim. Fique comigo.

– Eu não posso. Sinto muito, mas não posso. Não posso deixar minha vida para trás, minha tia para ficar aqui com você. Se realmente me amas como dizes solte-me e deixe-me partir. - Sakura mentia para si mesma queria ficar, viver ao lado de um homem que acabou de conhecer, ou melhor, de um vampiro. Sentia que naquele momento seus desejos torpes leem para lua haviam se realizado poderia viver sua tão deseja aventura de amor, mas se tudo aquilo fosse um delírio?

– Esta bem não posso deixar você aqui contra sua vontade. Apenas me realize um pedido?

– Qual?

– Sakura, por favor, me conceda uma dança?- Aquele pedido pareceu algo tão simples e inocente aos olhos de Sakura que ela não teve como recusar.

– Claro. - O vampiro de nome desconhecido por Sakura lhe estendeu o belo vestido azul de renda e cetim. A propósito qual seu nome?

O vampiro se aproximou cortou as cordas dos pulsos de Sakura e se aproximando sussurrou no ouvido da mesma.

– Sasuke ojou-sama.

O corpo todo da bela dama estremeceu ao sentir o hálito quente do vampiro em seu pescoço, a voz rouca lhe dizendo ao pé do ouvido fez todos os seus pelos se arrepiarem.

– Se troque te esperarei do lado de fora. - Assim em passos rápidos Sasuke deixou a sala e deixou Sakura se trocar absorta em pensamentos. Ela estava hipnotizada por tanta beleza que desejaria ser tomada em um beijo por aqueles lábios. Era um sonho só poderia ser iria acordar logo e voltaria tudo ao normal era assim que pensava, mas não era o que seu coração desejava.

Terminando de se trocar Sakura abriu a porta e se deparou com uma longa escadaria e logo abaixou um gigantesco e belo salão de festa. No fim da escadaria estava Sasuke a sua espera. Foi descendo devagar os degraus até que chegou onde Sasuke estava.

– Estou aqui Sasuke-kun.- Sasuke se virou e Sakura notou que o vermelho em seus olhos tinha sido substituído por duas pedras ônix belíssimas. Ele estendeu a mão em um pedido silencioso que ela desse a honra de uma dança, Sakura segurou na mesma e os dois começaram a dançar. A música que tocava era I still believe. Os dois conversavam em meio à dança e Sakura descobriu que toda a família de Sasuke foi assassinada inclusive sua esposa por um clã de vampiros inimigos, desde então ele vive sozinho. Sorrisos eram trocados entre si, olhares profundos, Sasuke podia ver a inocência de menina através dos olhar de mulher e Sakura podia ver o pedido mudo de Sasuke lhe implorando “fique.” A rosada levou sua mão até o rosto de Sasuke e foi lhe acariciando e quando deu por si estava o beijando, aquele beijo era tão doce e calmo. Um explorava a boca do outro aproveitando o sabor que cada um tinha. Seu corpo foi suspendido do chão e quando viu estava em um quarto sendo colocada em uma cama. Não sentiu medo nem retração, desejava aquilo com toda sua alma. Agora tinha certeza que estava vivendo o mais maravilhoso sonho e desejava nunca acordar. Os beijos quentes deles, os lábios que tocavam com delicadeza a pele, as mãos bobas que passeavam por seu corpo o sentindo e apreciando como se ela fosse uma peça de porcelana. Queria mais do que aqueles toques, queria senti-lo em si, queria pertencer aquele ser tão misterioso e assustador que tinha conseguido entrar no seu coração. Esqueceu-se de tudo a sua volta, do mundo e se entregou aquele vampiro. Poderia sim ser um sonho ou uma doce ilusão mais de uma coisa Sakura tinha certeza estava apaixonada por um vampire.

– Eu te amo Sasuke-kun.

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Sakura acordou na manhã seguinte em sua casa no seu quarto. A noite passada foi maravilhosa tinha vivido o mais belo e delicioso sonho e poderia jurar que ainda sentia o gosto dos beijos de Sasuke. Levantou-se e se dirigiu ao banheiro, mas parou quando viu as marcas de dentes em seu pescoço então se lembrou que no sonho o vampiro havia lhe pedido para beber do seu sangue certa que estava sonhando permitiu. Sentiu como se agulhas entrassem na sua pele mais logo a dor foi substituída pela leve caricia que a língua de Sasuke fazia em seu pescoço. Depois disso só se lembrava da mesma frase que Sasuke havia dito no “primeiro encontro dos dois” nos veremos em breve meu amor. Assim Sakura acordou do seu “sonho”, mas se aquilo não foi um sonho? Pensou a rosada.

12 de junho dia dos namorados

Era dia dos namorados Sakura fazia o último buque daquela noite, estava fechando a floricultura indo para casa quando de repente seu pescoço começou a doer, pegou um espelho em sua bolsa e viu aquela marca de mordida pulsar e brilhar. De repente como um deja-vu viu o mesmo homem dos seus sonhos só que sem as roupas misteriosas.

– Vim lhe buscar Sakura.

– Não pode ser não foi um sonho?- Sasuke se aproximou e mordeu o pescoço de Sakura no mesmo local. - Olhe-se no espelho- Quando Sakura fez isso viu seus olhos verdes ficarem vermelho carmesim, seus dentes ficaram afiados e uma louca vontade de beber sangue lhe surgiu.

– Me concede essa eterna dança ojou-sama?

Sakura olhou seu reflexo mais uma vez antes dele desaparecer, sorriu boba. Nunca saberia se aquilo que estava acontecendo era um sonho ou uma doce e deliciosa ilusão. Mais preferia não saber afinal não se deve ser o resumo do livro, mas sim sua estória do começo ao fim. E bom a sua só estava começando.

– Yes, my lord¹

FIM