Desejos escrita por Vivian Sweet


Capítulo 13
Capítulo 13 - Pondo o Amor à Prova


Notas iniciais do capítulo

;) amei os comentários.



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– Ahhh! – ela se sentou na cama assustada. Sentiu que puxaram seu pé. Mas quando abriu os olhos não tinha ninguém. Estranhou aquilo e também o lugar, mas logo se lembrou de que estava no quarto do hotel. – “Esse pesadelo deve ser por causa da noite passada”.

Recuperou a respiração. Levantou-se e foi beber água. E nisso lembrou-se do convite que o rapaz mais lindo que já tinha visto fez pra ela.

“Bia, você me desafiou. Vou lá, entrego o colar e volto!”

Ainda estava escuro. Pegou seu celular, tinha um pouco de bateria. Já era cinco e quinze. Ficou nervosa porque estava atrasada. “Mas por que estou preocupada? Não vou mesmo!”

Ignorou esses pensamentos e foi logo se arrumar. Tomou um banho em 5 minutos. Abriu a mala e tirou uma roupa que servisse pra calor ou pra frio. Afinal, o tempo era imprevisível naquele lugar. Escovou os dentes, vestiu a roupa, escovou o cabelo, pegou uma bolsa e colocou o colar e o bilhete lá dentro. Abriu a porta e saiu correndo do quarto. Parecia que ia perder um voo. Correu até chegar perto da escada, então fingiu que estava tranquila. Não tinha visto ninguém ainda. Desceu a escada aparentemente calma, olhando pros lados.

O saguão do hotel na verdade ficava no outro cômodo. “Tomara que não tenha ninguém lá. Meu estômago está borbulhando!” – estava nervosa e com frio na barriga. Ansiosa para encontrar aquele homem lindo e... - “Você é louca! Vai dizer um não pra ele?” – uma vozinha falou lá dentro dos seus pensamentos.

– Por que você não aparece logo! – falou baixinho, quase imperceptível.

– Estou aqui!

Uma voz quente a surpreende por trás. Virou-se e quase caiu. – Que susto!

– Chegou atrasada! – deu um sorriso torto

Ela respirou fundo para recuperar o fôlego. “Deus! Ele é real?” – pensou enquanto viajava no olhar dele.

Sem conseguir desviar o olhar, Juliana meio vacilante, abre a bolsa e pega o colar. E começa a falar:

– E-eu recebi o seu recado. Foi muito gentil. E ess-se colar. É in-crí-vel! – deu uma pausa. - Mas eu não posso aceitar. – percebeu que os olhos dele pareciam ter ficado realmente desapontados. – É-é muito caro. Eu não posso aceitar. Desculpe-me. Mas obrigada.

Estendeu o colar pra ele. Daniel pegou o colar e olhou em volta. Como não havia ninguém, deu um passo e chegou mais perto dela. Ele colocou o colar nela, como se ela fosse usar. Passou a mão por baixo de seus cabelos para abotoar, mas não o fez.

– Ficaria lindo em você. – ele disse.

Juliana só conseguia pensar naquelas mãos em sua nuca. Ela simplesmente não conseguia se afastar. “Devia sair de perto, recuar, dar uma resposta, mas não. Eu quero continuar aqui.”

– Tem certeza que não quer mesmo o colar? – ele perguntou.

– S-sim. Tenho sim.

– Tudo bem. – ele retirou sua mão e colocou o colar no bolso. – Mas e o passeio. Esse você vai aceitar, não vai?

– Eu?- ela engoliu em seco. Tinha ensaiado falar um não. Mas agora não saía.

– Sim! Você! A garota que conseguiu me deixar feliz com um olhar. – olhava pra ela intensamente.

Aquilo deixou Julie feliz por dentro. Sentiu-se a mulher mais linda do mundo.

– Então... e-eu...

– Sei que sou apenas um desconhecido, mas queria muito que você aceitasse. Se foi por causa de ontem a noite, te peço desculpas viu. Eu não pude resistir e quase te beijei. Mas prometo me comportar. – sorriu.

– É que eu... acho que...

– Se você não quiser, vou ficar triste, mas... eu entendo. Mas... se quiser, temos que sair agora, por causa da ponte.

– É do outro lado da ponte? – disse curiosa.

– É sim. Quase perto do lugar que vocês vão conhecer essa tarde. E então?

– Vão ficar desesperados atrás de mim...

– Não vão. Eu pedi pra avisarem que esse passeio estava programado no seu formulário.

– Entendi. “Hum, seria uma bela vingança contra o Nicolas, por não ter feito nada quando a Talita confirmou as coisas sem saber!”

– Vamos? – Daniel não se continha de ansiedade.

– Bom, sendo assim. Eu vou. – sorriu timidamente - Mas fique sabendo que não sou dessas garotas fáceis!

– Não. Eu sei que não. Você é especial. – sorriu totalmente fascinado.

Eles saíram rápido do hotel e tinha uma carruagem esperando. Daniel abriu a porta e ajudou-a a subir. Depois ele mesmo tomou as rédeas e foi até a saída, bem rápido. Estava quase na hora da ponte subir. Mas daria tempo. Julie lá dentro sorria como uma criança fazendo arte. Estava adorando se sentir numa aventura. Passaram pela ponte e uns 2 minutos depois ouviram o barulho dela subindo.

– Está gostando da programação Julie?

– Como sabe meu nome? – ele apenas riu. – É, estou gostando MUITO! – e era verdade.

– Daqui a pouco você pode se sentar aqui na frente comigo, se quiser.

O passeio a deixou eufórica e até esqueceu que Nicolas ficaria com muita raiva quando soubesse. Não era certo, ela nem sabia por que tinha aceitado. Só sabia que estava muito bom. E que seria difícil provar a si mesma que nada balançaria seu coração.

Devia estar fazendo este passeio lindo com seu noivo, mas estava ali, com um estranho. Mais estranho ainda era a sensação de que não tinham se encontrado por acaso.

De repente Daniel parou a carruagem, desceu e foi até a porta e a abriu. Estendeu a mão e ajudou-a a descer. Quando ela pôs os pés no chão, impulsivamente ele segurou sua cintura. Era assim que se sentia quando chegava tão perto dela. Mas tinha que se conter. Tinha prometido a ela que não seria tão atrevido.

Julie ficou vermelha quando ele segurou sua cintura, suas pernas ficaram bambas e sentiu um frio no umbigo. Seria difícil resistir ao charme dele, mas tinha que provar que seu amor pelo Nicolas era mais forte. Não fazia muito sentido, mas tinha que resistir.

– Agora vamos na frente, pra você aproveitar mais o passeio.

– Está perfeito. – mas ela estava muito nervosa.

– Não precisa tremer. Fica calma. – ele falou calmamente.

– Está frio. – Ela desconversou.

– Hum rum, muito frio. Ponha o seu casaco, só vai esquentar mais tarde.

Assim que se sentaram Daniel tocou os cavalos. A paisagem era fascinante, romântica e colorida. Muito verde. Passaram por vários tipos de aves perto do lago. Gansos, pavões, patos e um lindo jardim de flores diversas.

– Esse lugar é fascinante! – ela deu um sorriso tímido. – Obrigada por me trazer. – olhando pra ele.

– Sempre que quiser. – falou com um jeito misterioso. – Agora vamos a outros jardins aqui de perto. Vou te levar pra conhecer um lugar lindíssimo que ninguém do seu grupo vai. É muito difícil a gente levar alguém até lá.

– Você trabalha aqui há muito tempo?

– Trabalho. Mas eu ocupo meu tempo com outras coisas também. E você, tem quantos anos?

– Eu ia te perguntar a mesma coisa agora. – riu.

– Eu perguntei primeiro. – sorriu pra ela. – Vai ter que falar primeiro.

– Tudo bem. Já tenho 22 anos. – arqueou as sobrancelhas.

– Sério? Não parece. Parece que tem bem menos.

– E você? Agora me fala!

– Eu tenho 25.

– Ah mentira! Você tá brincando! Não tem isso tudo!

– É sério! – na verdade ele estava mentindo, aumentou “apenas” 8 anos.

– Hum. Vou fingir que acredito.

Passaram por uma estrada cheia de jardins. Depois por um pequeno vilarejo. Mas logo voltaram à estrada. O sol já estava firme, e os raios faziam o cabelo dele ficarem loiros, com cachos perfeitos.

– Você não toma muito sol né? – Julie foi superindiscreta.

Ele riu. – Não sou muito chegado a sol. Gosto mais da noite.

– Hum. Mais o quê?

– Sobre o quê você quer saber?

– Hum... você tem ... é... alguma... namorada?

Daniel ficou com um sorriso parado nos lábio. Parecia que ela estava interessada.

– Não. Não tenho ninguém.

– É estranho alguém tão... – deu uma risadinha sem graça. – bonito esteja sozinho.

– Bom. Chegamos ao limite que dá pra ir de carruagem. – ele mudou de assunto. - Vou deixar aqui nessa hospedagem e daqui nós vamos andar mais um pouco, a pé.

“Estranho ele não quis responder.”

Ele foi dentro da hospedagem e o dono levou a carruagem para os fundos, pra cuidar do animal e guardar.

– Bom. Você está gostando?

– Muito! – “mas você não me respondeu sobre estar sozinho.”

– Deve estar com fome né?

– Estou mesmo! Com muita fome.

– Então vamos voltar na hospedagem e tomar um café.

Foram até lá para tomarem um delicioso chocolate quente com biscoitos.

No hotel, assim que acordou e se arrumou, Nicolas foi direto ao quarto de Julie. Bateu várias vezes e ninguém abriu. Ficou preocupado. Foi andando pelo corredor até encontrar algum funcionário.

– Estou batendo na porta do quarto da minha noiva, ela não abre. Estou preocupado. Já chamei várias vezes. – falou muito nervoso.

– Espera um momento que vou chamar o chefe.

Quem estava respondendo pelo hotel àquela hora era Félix. A funcionária foi falar com ele o que tinha acontecido e ele logo sacou que era a garota do quarto 4. Olhou na sua prancheta e viu o nome: Juliana Spinelli. Na hora seus olhos se arregalaram. Ela foi com o Daniel, e ele não sabia que era ela a garota que ele odiou por 1 semana.

– Pode deixar que eu vou falar com ele. – Félix subiu um pouco receoso da reação do rapaz quando soubesse que a noiva foi “passear” sozinha fora do hotel.

Avistou Nicolas que logo correu pro lado dele.

– E então? – Nicolas falou.

– O Senhor está procurando a Srta. Juliana Spinelli, correto?

– É e-eu... estou nervoso, tentando abrir a porta do quarto dela, está trancado. Abra lá, por favor.

– É que... estava programado um passeio hoje pela manhã, de acordo com as reservas que vocês fazem pela Internet e ela saiu cedo daqui.

– Passeio? Ela não me falou sobre nenhum passeio.

– Sinto muito, senhor. Mas realmente ela foi nesse passeio.

Nicolas começou a processar as informações. “Julie não me falou de nenhum passeio. Também nem conversamos porque ela estava puta comigo por causa... – ele se lembrou que a irmã tinha confirmado a programação por conta própria. – por causa da Talita! Eu não sei mais o que fazer com a Talita! Ela tá me deixando louco! Vai acabar com meu noivado desse jeito!”

Inconformado, foi atrás da irmã. Ela estava acabando de acordar. Já tinha se trocado.

– Bom dia, Nic! Que lugar lindo! Estou amando ficar aqui nesse quarto imenso com você.

– Talita, eu preciso saber a verdade. – olhou sério pra ela.

– Credo, Nic. Por que tá fazendo essa cara.

– Você mexeu no formulário de Julie. FALA! MEXEU OU NÃO MEXEU?

– Eu mexi no seu e...

– Não foi só no meu que você mexeu! – segurou os pulsos dela e a sacudiu.

Olhou pra ela que estava com os olhos marejando. Tristes. Então a soltou. Virou-se de costas pra ela, aborrecido.

– Eu vou contar. Eu respondi algumas coisas do formulário dela antes de te entregar.

Nicolas se virou pra trás espantado com a “sinceridade” dela.

– Por que fez isso?

Ela quase disse a verdade. “Porque te amo!” – mas não seria uma boa ideia. Ele estava com raiva.

– E-eu estava com ódio dela. Ela não para de implicar comigo. Fica falando mal de mim pra você. Não sou esse monstrinho que ela fala.

– Ela saiu pra um passeio sozinha POR SUA CAUSA. E vai lá saber o que mais você não inventou!

– Não! Isso aí não fui eu. Eu juro! Não marquei passeio nenhum pra ela hoje de manhã.

– Não acredito!

– Eu juro!

– Talita! Me deixa em paz!

Talita desabou a chorar.

Enquanto isso, Julie e Daniel saíam da hospedagem. Daniel comprou uma cesta de morangos pra ela.

– Isso aqui é pra você comer quando chegarmos lá. – mostrou os morangos.

– Hum... adoro.

– Agora vamos continuar? – ele perguntou.

– Por onde iremos?

– Vamos ter que passar aqui por esse caminho. Você vai adorar.

Ela deu uma olhada e de repente se sentiu muito sozinha e vulnerável. - "Não conhecia esse rapaz e como pude sair pra um lugar tão deserto com ele? E se ele for um maníaco? Um estuprador? Um vampiro?" - sua cabeça estava cheia de ideias terríveis sobre aquele lindo rapaz misterioso. "Por que um cara tão lindo ia ficar tão vidrado em mim?"

– Ãhnn... acho melhor a gente voltar.

– Voltar? Por que?

– É... estou cansada.

– Não é tão longe. E vale a pena...

– E se a gente deixar pra outro dia?

– Se você não for hoje, não vai ter outro dia. – Daniel fala olhando pra ela de um jeito estranho.

“Como assim? Será que se eu não for ele vai me matar?”

– Como assim não vai ter outro dia?

– ...

– ...

Ficaram se encarando.

– E além disso, se você voltar agora, vai ter que esperar até às 11:30h pra passar pela ponte.

Ela estava com um pouco de medo agora. E não tinha outra saída se não quisesse desagradá-lo. Podia ser pior.

– Tudo bem, então. Eu vou.

– Não precisa ficar com medo de mim. – disse olhando sério pra ela.

– Estou ficando com medo.

– Comigo por perto, você não precisa ter medo nenhum. Pode ter certeza disso.

Ela deu um sorriso forçado. Estava morrendo de medo agora.

Ele lhe estendeu a mão.

– Se importa se eu segurar sua mão?

– Claro que não! – sorriu forçado de novo.

Ele entrelaçou seus dedos. Já parecia mais leve. Isso deu um certo alívio nela.

Andaram cerca de meia-hora numa trilha de tirar o fôlego.

– Nossa! Que máximo! – falou ao avistar uma cama quase mágica, no meio do mato.

Tudo o que ela queria era ter uma câmera ali pra registrar os lugares por onde passaram.

Apreciou cada canto, cada detalhe do caminho. Tudo era surpreendente.

– Uma garota tão sensível e doce não devia estar hospedada no nosso hotel. – Daniel falou com ela.

– Por que você diz isso?

– Você não sabe?

– Não. Nem imagino, pra mim é só uma viagem românti... (se arrependeu de falar assim... )

– Romântica? – riu alto – É ... tem quem ache romântico lugares mórbidos.

– Não entendi.

Ele suspirou fundo. – É que você deve ter vindo sem ser avisada. Esse hotel pode ser muito assustador. Mas você não precisa ter medo de nada. Não vou deixar.

Julie engoliu em seco. – O meu noivo escolheu aqui pra gente comemorar o nosso noivado.

– É um jeito bem bizarro de comemorar um noivado. Mas eu me preocupo com você. De verdade.

– Ainda bem, né. – sorriu sem graça.

– As pessoas geralmente vem aqui pra desafiar o sobrenatural.

– Imagina! Eu morro de medo dessas coisas.

– Dá pra perceber. Chegamos.

O lugar nem tinha palavras pra ser descrito. Parecia um cartão postal.

– Nossa! – foi tudo o que ela conseguiu falar.

– Viu? Obrigado por confiar em mim.

– É muito lindo. Incrível.

– Quer ir lá dentro?

– Tem como?

– Tem sim. Quer ir?

– Sim

Foram andando até o local e subiram as escadas.

Era um antigo castelo. Bem mais modesto, claro.

– Tudo aqui é muito simples.

Julie entrou. Por fora podia ser antigo, mas lá dentro realmente era simples. Só que tinha várias guitarras pelo quarto.

– São suas? – ela perguntou

– É. Eu tenho uma banda. Isso aqui é minha relíquia. Passo horas aqui tocando, compondo, principalmente nas minhas folgas. Quase ninguém vem aqui, e eu acho isso ótimo, porque assim meu chefe não me pede favores.

– É lindo! Você mora aqui?

– É onde passo algumas noites. Noutras eu fico vagando por aí. Vou pros bares do vilarejo. Isso quando não tenho trabalho no hotel. Às vezes toco nuns lugares.

– Eu também toco, quer dizer, faz um tempo que não, mas adoro música. Meu sonho é fazer faculdade de música.

– É mesmo? Então toca alguma coisa aí pra eu ouvir. – sorriu.

– Tá certo. Mas só se você depois tocar alguma coisa.

Ele riu. – Tá fechado. Guitarra ou violão?

– Violão.

Pegou um violão e deu pra ela. Primeiro ela afinou. Depois deu algumas dedilhadas e começou a cantar.

Tudo em mim parece simples

Mas não é bem assim

Bem vindos ao meu louco mundo

Nada é impossível

Não paro de sonhar

E sei que vai valer a pena

Hey eu tenho histórias no meu coração

A lua cabe aqui em mim

Sei que cada passo é uma decisão

Lá fora a vida é assim

– Demais! Foi você que compôs?

– Sim! Eu aprendi a tocar violão muito cedo. Mas depois quando eu conheci o Nicolas... – ela fez uma cara meio chateada – tive que parar.

– Não devia ter parado. Você toca muito bem.

– Obrigada. – ela já estava bem mais à vontade. Na verdade já parecia que se conheciam de longa data. - Agora é você.

– Com licença, minha vez de brilhar. – pegou o violão.

Como dói perceber que o fim

Chegou tão depressa e eu

Nem tive tempo de provar pra você

Que eu poderia ser o seu

Maior segredo é o que eu mais desejo

Será que se eu fechar os olhos você vai

Aparecer aqui?

– Nossa! Que música triste! – Ficou sensibilizada com ele. Olhou pra ele viu que tinha os olhos perdidos no vazio. “Pra quem será que ele compôs essa música?”

– Desculpa, eu... não queria te deixar triste. – ele disse.

– Não, eu amei! – sentiu uma imensa vontade de abraçá-lo. E foi o que fez. Deu um abraço muito apertado, quase sufocando.

Ele tocou os cabelos dela e acariciou seu rosto. Olhava sério com cara de menino abandonado.

– Daniel?

– Fala. – ele falou suavemente.

– O que está acontecendo?

– Não sei. Só sei que eu te procurei por tanto tempo. O Félix tinha razão. Eu não devia ter duvidado.

– Do que você está falando?

– Disso. – Ele a beijou com vontade. Estavam sentados na cama dele e logo já estavam deitados. O beijos era muito desesperado, louco e selvagem. Eles bagunçavam os cabelos um do outro. As mãos não paravam de se agarrar. Até que o fôlego foi acabando.

– Estou louco por você. – Ele fala – Desculpa, eu não consegui me controlar.

– Eu sei que isso não tá certo, mas... me beija outra vez. – segurou os cachos dele pela nuca e ele logo a agarrou.

Era um desejo louco que percorria seus corpos. Afastaram-se de novo.

– Para, por favor. Eu... acho que as coisas tem que ser mais devagar. – ela falou tentando recuperar o fôlego.

Daniel pegou sua mão e beijou várias vezes. – Como quiser, menina. Só não me diga não.

– Eu prometo que vou pensar. Também desejo muito, mas eu não posso te prometer nada. Mas eu sei que tem algo mais forte do que a gente.

Daniel deu um beijo calmo e ela retribuiu.

“Como pode ser tão doce e tão quente?” – ela pensou. Na real, estavam os dois loucos um pelo outro.

– É melhor a gente sair daqui, senão posso não responder pelos meus atos. - Daniel falou.

Saíram daquele refúgio e foram andar pelos jardins. Levou os morangos que tinha comprado na hospedagem. Uma cesta cheia de morangos.

Andaram muito até chegarem numa ponte, onde pararam.

– Obrigada por me trazer aqui. – Julie fala.

– Disponha. – dá um meio sorriso.

Um silêncio se faz e os dois começam a vagar nos seus pensamentos. Pensam no que fazer com aquela descoberta, com todos esses novos sentimentos confusos. Em silêncio pareciam travar uma batalha mental.

Julie: “E agora o que é que eu faço?

Daniel: “Será que devo fazer alguma coisa?

Julie: “Então, o destino é engraçado. Eu toda certa de que vou casar com o Nicolas e de repente minhas certezas vão no chão.

Daniel: “O destino não vai com a minha cara, só pode ser. Tanto tempo eu esperei pra encontrar uma pessoa especial. E agora que encontrei ela é comprometida.

Julie: “Talvez eu devesse pôr meu amor à prova.

Daniel:”Será que devo provar o meu amor? Sim, é amor. Eu pedi e ele apareceu.

Julie: “Queria ser livre e poder me jogar de cabeça nessa paixão. Sim, acho que estou apaixonada.

Daniel: “Ela não é livre. Desista! Mas eu não sou de desistir do que quero!

Julie: “O Nicolas me ama. Será que ele me ama?”

Daniel: “Esse cretino nem deve amá-la. Trazer uma pessoa como ela pra comemorar o noivado aqui? E ainda por cima ficar em quarto diferente!

Julie: “É isso! Eu não quero passar minha vida inteira na dúvida e infeliz! Posso me dar uma chance!”

Daniel: “Isso! Eu não vou desistir! O máximo que posso ouvir é um não! Mas eu nunca desisto tão fácil!

– Como a gente ... – os dois falaram ao mesmo tempo.

Daniel sorri: - diga.

– Não, diga você. – ela sorriu.

– Como a gente vai ficar? Eu queria ter uma chance de te conquistar. Nunca mais vou te ver se você não deixar.

– Também não sei. Também quero tentar. Mas não sei como vou fazer. Eu não posso...

– Entendo. Você deve amar muito seu noivo.

– Nossa história é complicada. Gosto dele.

– “Gosta?” ou “ama”?

– Difícil saber a diferença.

– A diferença é essa aqui.

Daniel passou a mão em seu pescoço, provocando um arrepio. Seu toque a deixava tonta, incendiava seus sentidos. Ele sentia o mesmo. Tinha vontade de sentir o seu corpo colado no dela.

– Ai! Daniel, para! E-eu preciso pensar! – fala num fio de voz.

– Eu espero o tempo que for. – ele diz.

Eles entrelaçaram seus dedos. Sorriam sem perceber. Parados com o olhar fixo um no outro. Então ele começou a brincar com os cabelos dela. Foram chegando perto e quando viram estavam se beijando. Um beijo longo e demorado. Sem pressa.

Seria impossível ser a mesma Julie depois de tudo isso. Ela teria que pensar muito mesmo porque era uma decisão muito difícil.

– Quer ir embora?

– Não quero, mas preciso ir.

– Pelo menos coma seus morangos.

– É, até esqueci.

– Pode ir comendo pelo caminho.

– Ótima ideia.

Foram embora por outra trilha. Também espetacular. A volta pareceu bem mais rápida.

Um pouco antes de chegarem à hospedagem, Daniel parou de frente pra ela e falou.

– Julie, eu espero que você pense bem. Eu não vou desistir se você não me disser não olhando nos meus olhos.

“Que difícil” – ela pensou. – E-eu quero só pensar dois ou três dias. Mas você sabe que eu tenho um compromisso. Isso é uma decisão MUITO difícil.

– O tempo que quiser. – ele disse e deu mais um selinho nos seus lábios com gosto de morango. Que acabou virando um beijão.


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