A Maldição De Afrodite escrita por Rafael Piotto


Capítulo 19
Preludio




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Dos semideuses que estão nessa missão, qual é o mais bonito, fantástico, incrível e impressionante? Bom, se você está prestando atenção na historia a resposta deve estar na ponta de sua língua, ou pelo menos deveria estar. Obviamente a resposta certa é... Eu! Franky, o filho de Hefesto mais incrível que pisou nessa terra desde que meu pai decidiu abrir sua própria fabrica de pivetes. Enfim, já que o cabeça de banana foi dar um passeio no Olímpio com a família, eu estou encarregado de contar essa parte da historia para vocês.

                Eu sinceramente não ouvi a discussão que Len teve com Ares dentro do carro (estava ocupado demais sentindo o vento na minha cara, filhos de Hefesto amam estar em alta velocidade.), então quando um tremor vindo de dentro do carro e coloquei minha cabeça para dentro novamente, não entendi porque Len, Ares e Monet de repente haviam desaparecido. Nem porque Marco estava gritando tanto.         

                –Calma! –Disse Sarah socando o braço de Marco. – É só um esqueleto motorista, deve ser coisa de Ares.

                –D-desculpa... – Disse Marco baixinho, era tão estranho como aquele cara era o segundo mais velho de nosso grupo, mas mesmo assim ele parecia uma criança às vezes. Não era nem tão maduro nem tão legal quanto eu, por exemplo. – Eu só tenho um pouco de medo de esqueletos...

                –Querido, você tem um pouco de medo de tudo. – Disse Sarah segurando a mão dele, sendo tão compreensível quanto sempre. Ela sim era um bom exemplo a ser seguido, era incrivelmente bonita, habilidosa, popular... Não entendo como um filhotinho assustado como o Marco conseguiu conquistar ela. Não que eu tenha interesse por ela, ela não faz meu tipo, sabe? Meus interesses são outros. Mesmo assim não se pode deixar de admirar Marco por ter conseguido tal façanha. – Bom, a alguns momentos estaremos entrando em território inimigo, qual o plano?

                Isso era algo que não tínhamos planejado ainda, passamos tanto tempo pensando em como iríamos encontrar Pierre, que não discutimos o que faríamos quando o acharmos. E para piorar, só temos dois dias para acabar com ele antes que ele vá embora para sempre junto de Rin e outros semideuses escravizados. Eu nunca fui muito de fazer planos, geralmente eu só pego meu machado e corro na direção de meus inimigos, mas não achava que isso funcionaria dessa vez.

                –Bom, por mais que Pierre também venda monstros, não se pode controlar monstros para que eles sejam organizados ou algo do tipo, só se pode arrumar meios de evitar que eles matem todo mundo e destruam o lugar. – Disse Marco enquanto tentava se recompor do susto de antes. – Imagino que se tem alguém trabalhando no centro de convenções, vão ser semideuses escravizados ou mortais manipulados para pensarem que estão trabalhando normalmente. Podemos usar isso para nos infiltrar.

                –Bom, eu e você até podemos nos infiltrar normalmente, mas não sei se conseguiríamos misturar Franky entre os trabalhadores. – Disse Sarah me olhando dos pés a cabeça.

                –Realmente, seria difícil não se lembrar de um rosto tão lindo quanto o meu.

                –É... Claro, seu rosto bonito iria nos entregar, não seu cabelo azul claro nem o fato de que você tem dois metros de altura e tem a estrutura corporal de um touro. – Disse Sarah com seu característico sorriso travesso no rosto. Era um sorriso que só ela tinha, me lembrava a cara que filhos de Hermes fazem quando estão prestes a fazer alguma pegadinha.

                –Não precisa me bajular tanto, baixinha. Eu não vou te falar meu segredo para perfeição.

                Passamos mais algum tempo no carro conversando e pensando em um plano, quando nosso carro estacionou ao lado de um estacionamento. E com um ‘puff’ o carro simplesmente desapareceu junto do esqueleto que o dirigia. Fazendo nós três cairmos de bunda no chão, minha mala caiu logo ao meu lado deixando rachaduras pelo concreto. Eu admito que exagerei um pouco querendo levar tantas invenções minhas para essa missão, mas não tenho culpa, eu estava realmente animado para sair em missão! Até a mala era uma invenção minha, nenhuma outra mochila aguentaria tanto peso sem suas alças acabarem estourando.

                Marco foi o primeiro a se levantar e olhar aos nossos arredores. – “SpringHill Suítes”? Se me lembro bem do mapa que olhei quando estávamos em nosso quarto, esse hotel fica bem do lado do centro de convenções. – Ele ofereceu a mão para ajudar Sarah. Claro que ninguém ofereceu a mão para me ajudar a levantar, mas tudo bem eu não preciso da ajuda deles. Tenho duas mãos justamente para isso.

                – Ali está! Da pra ver ele daqui... Que lugar enorme! –Disse Sarah apontando para o outro lado da rua.

                Realmente, o lugar era enorme. A frente do centro de convenções era redondo com janelas de vidro de cima a baixo. Se visto de longe o lugar parecia como um galpão enorme, tendo a  mesma altura de um prédio de três andares. O centro de convenções ainda se estendia por mais aproximadamente 200 metros de comprimento e atrás dele tinha um terreno enorme que era quase do mesmo tamanho do centro de convenções. Mas ele estava estranhamente vazio.

                Nós aproveitamos que a movimentação nas ruas era baixa e fomos até a entrada dos fundos do local, era uma grande porta dupla de vidro com um saguão atrás dela, mas não tinha ninguém lá dentro. Após a mesa de recepção tinham mais duas portas simples que não nos deixava ver dentro do centro. Nenhum mortal se aproximava então para chegar até a entrada não tivemos problemas, imagino que Pierre havia usado alguma magia para afastar qualquer mortal que não estivesse sobre seus serviços para evitar problemas desnecessários.

                – Ok, esse vai ser o plano. – Disse Sarah enquanto prendia o cabelo. – Pelo barulho, imagino que estejam trabalhando lá dentro lá dentro agora, eu e Marco vamos entrar e tentar nos infiltrar os trabalhadores torcendo para que não tenha nenhum monstro para nos identificar. Franky, você fica aqui fora para o caso de precisarmos de um plano B. Caso algo coisa dê errado, nós vamos voltar correndo aqui. Esteja pronto para lutar caso isso aconteça.

                –Sir, Yes sir! – Exclamei enquanto batia continência. – Só para garantir, levem isso. –Puxei uma pequena pistola amarela de minha mala e entreguei a eles junto de uma pequena chave – É um sinalizador que eu construí, ele atira pó mágico então mesmo que vocês estejam dentro de um prédio, a fumaça vai atravessar o teto e eu vou poder ver vocês. Caso não consigam vir até mim, eu vou até vocês salvar o dia. E essa chave eu construí baseado no que você me disse sobre os colares que Kikuo costumava usar para aprisionar semideuses. Se o que você me disse estava certo, Sarah, esses colares devem ter uma abertura atrás. Use essa chave para destravar eles e libertar qualquer semideus que vocês achem no caminho.

                –Obrigado Franky. – Disse Marco, enfiando o sinalizador no bolso. – Vamos entrar lá, encontrar Rin e cair fora. Com sorte, não precisaremos enfrentar ninguém. – Quando Marco estava prestes a entrar em missão ele virava alguém completamente diferente, sua expressão ficava seria e ele ficava completamente concentrado, não deixando nada o distrair nem que seja um esqueleto vestido de palhaço com aranhas no ombro. (três dos maiores medos dele.)

                Então eles entraram no prédio sem excitação nenhuma e eu fiquei lá fora. Para o caso de algo der errado e nós precisarmos sair correndo (também para matar o meu tédio), decidi roubar algum veiculo do estacionamento mais próximo. Corri até o estacionamento do outro lado da rua, torcendo para que nada desse errado com eles enquanto eu estivesse longe do prédio e comecei a procurar algo que chamasse minha atenção. Logo, encontrei uma moto ‘Harley-Davidson’ grande o bastante para que nós três pudéssemos usar caso precisasse. Em cima da moto tinha uma jaqueta de couro e um par de óculos escuros que eu vesti sem pensar duas vezes, não se pode dirigir uma ‘Harley’ sem usar esse tipo de equipamento. Também tinha um capacete encostado na moto mas eu deixei aquilo de lado, os óculos eram mais importantes.

 A estacionei de frente a entrada que Sarah e Marco haviam usado e esperei. Esperei... Esperei... Por quase meia hora fiquei sentado na moto, esperando algo acontecer. A noite chegou enquanto eu esperava e admito que peguei no sono por alguns minutos quando de repente uma luz vermelha foi lançada aos céus. Era o meu sinalizador, algo realmente havia dado errado com Marco e Sarah.

                Liguei o motor da moto, amarrei meu machado nas costas, e acelerei. – Hora do show.


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