彼女 (Kanojo) escrita por Izabell Hiddlesworth


Capítulo 1
Oneshot - 彼女


Notas iniciais do capítulo

"Ela disse que jamais iria ceder, mas foi a primeira a dizer adeus." - PI



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/381115/chapter/1

Não é que ela seja fraca, só está cansada de suportar tudo em silêncio. A paranoia consome os outros, como uma serra a dividir a alma. O mundo fora e dentro dos muros que a protegem, a assusta. Quando foi que o carrossel assumiu uma velocidade tão intensa, tão maior que o próprio conhecimento? Talvez tenha sido nos momentos em que ela permitiu que fossem abertas brechas em seus propósitos.


Ela tem medo de deixar de existir, por isso se esconde dentro daquelas páginas quase incolores. O que ela busca? Do que ela foge? O que aquela inocente criança, que perdeu a inocência faz muito tempo, espera alcançar em seus passos tão presos ao chão?


Para falar a verdade, há uma lâmina a lhe cortar as veias do coração. Num sentido vazio, ela procura amarrar todos e distanciar outros. Tanto medo de coisas tão pequenas... Os sustos que a sociedade proporcionava ao espetáculo que só os olhos da alma podiam ver. Ela só quer saber o que se oculta no meio da escuridão da realidade, as coisas que não vêm à tona.


Chamem-na de louca, chamem-na de mentirosa. Ela sabe que toda as noites, ao colocar a cabeça no travesseiro, está à mercê de ser destruída pelas sombras. Na verdade, o que é mais assustador e perigoso: a realidade, ou os sonhos; os pensamentos, ou os sentimentos; a vida, ou a morte? Eu diria que é a vida. Por que tal escolha? Bem, a vida acarreta todos os elementos mencionados, assim como os sentimentos carregam um perigo devastador que abrange esses elementos. Ou seja, o mistério dela está em seu sangue.


Volta e meia ela se sente sangrando. A cabeça baixa no fundo da sala, sem sonhos, preocupações ou desejos. Ela só quer ver aonde tudo vai chegar. Ela só quer não ter que presenciar o mundo acabar pelos erros de seus habitantes fúteis e inúteis em sua grande maioria.



Ela nunca teve grandes expectativas, apenas segurou a galáxia minúscula e morta em suas mãos. Viu as bombas se explodirem e ainda assim tentou ficar de pé. Por que estão voltando à assuntos que ela quer esquecer? É um tempo tão vasto, e as pessoas são tão cheias de si. Ela quer uma cova pra dormir eternamente. Que a morte chegue sorrateira e a leve num baque de rosas, a leve sem dor e a leve num rio de lágrimas.


Está tudo escuro, está tudo perdido. Ela sofre, ninguém a escuta. Ela tem segredos demais, que destruiriam seu caráter na frente dos outros, até mesmo dos mais chegados. Ela tem mil faces, mas nem ela conhece todas. Ela é assim, de Sol, não de Lua.

Não digam que sabem tudo sobre ela, não digam que a conhecem. Pois ninguém sabe nem mesmo a metade.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Obrigada por ter lido ^^

Aguardo o review com a sua opinião sobre o texto... E sobre a sua própria reflexão.

Bye, bye.