Essência escrita por AnaMM


Capítulo 4
Exagerados


Notas iniciais do capítulo

OPA!!!! Eu sei que demorei, mas tive uns problemas com o PC(e ainda tenho, mas pra esse capítulo eu não precisava das anotações do PC pq eu lembrava de exatamente tudo, mas me desculpem se a formatação do capítulo sair errada). Agora lá vai! Uma pequena reparação, visto que a novela nos ficou devendo o dueto completo ;)

http://www.vagalume.com.br/dashboard-confessional/vindicated-traducao.html
trilha sonora para a segunda parte da dança, no começo do capítulo ;) especialmente pra quando ele diz que mudou
"juro que sempre soube
que sou errado
mas que estou me consertando tão bem"

Capitulozinho em homenagem à minha baby fofa tchtchuca Jackolina aquela linda sexy ozada que eu supermegaamodemais ♥ FELIZ ANIVERSÁRIO QUENGAAAAAA ♥



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Seus olhos. A resposta de Dinho ecoava em sua mente, enquanto tentava pensar em quando deixara escapar o que sentia, em quando havia demonstrado fraqueza desde a volta do ex. Isso não podia estar acontecendo. Ela sequer devia estar mexida, o que dizer então de deixar que Dinho percebesse? Estava tudo errado...



–Que brega, Dinho! Pelo visto você continua o mesmo cafona! - Tentou disfarçar.



–Eu sou o cafona que você ama. - Respondeu irônico, apontando com a cabeça seu rival. - O Orelha me falou tudo, que ele tentou ser eu, inclusive.



–Ser você? Brega e convencido, como sempre! - Lia riu debochada.



–Pois eu fiquei sabendo de um certo coração de papel, de poeminhas cafonas... Ô Lia, desde quando você prefere o cover ao original? Isso que ele ainda elevou meu nível de brega, que eu não sou tão batido assim! - Dinho protestou e Lia tentou repreendê-lo, mas seu riso a traiu. O mesmo Dinho cafona, convencido e que sabia roubar-lhe um sorriso como ninguém. E o odiava por isso naquele momento.



–Eu senti falta disso. - Dinho comentou olhando em seus olhos, agora sério.



–Do que? - Lia perguntou confusa.



–Do seu rosto se iluminando desse jeito, de saber que não te causei só tristeza.



–Dinho, para com isso, por favor... - Lia estava incomodada, Vitor podia chegar a qualquer momento e estava próxima demais de Adriano para o seu conforto ou para o de seu namorado.



Dinho percebeu o desconforto de Lia. Temendo que a ex trouxesse à tona seus erros, mudou de assunto.



–Quem diria que a Fatinha ia se casar! - Dinho riu.



–Você pode ter sido um péssimo namorado, mas é um grande amigo, Dinho, isso eu admiro em você. Vir de sei lá onde você estava pra poder estar no casamento dela foi realmente muito legal da sua parte.



–Eu não podia perder, a Fatinha é como uma irmã pra mim. - Adriano sorriu distante e orgulhoso. - Ela merece tudo isso e muito mais. Por ela eu viria até de Marte! - Dinho riu e, de repente, parou, olhando nos olhos de Lia, novamente sério. - Não só por ela. - Lia tentou desviar o olhar, desconfortável. - Eu já queria vir há um tempo. Na verdade, eu nunca deveria ter ido embora. - Fitava Lia sem piscar, o que a incomodava ainda mais. - Você sabe pelo que eu voltei. E também sabe que o que falou não é verdade. Eu errei e errei muito, Lia, mas antes disso eu sei que te fiz feliz. A gente estava feliz, não estava?



–Estava, mas você tinha que estragar tudo, não tinha? - Lia começava a perder a compostura, mas foi acalmada pela mão de Dinho em seu rosto.



–Ei, olha pra mim. - Virou o rosto de Lia para si. - Eu sei que eu errei, mas eu estou disposto a consertar o que eu fiz, a começar de novo. Eu te amo, Lia, acredita em mim. Eu mudei, eu juro que mudei.



Lia estava mexida, mas sua razão lhe gritava para não se deixar levar. Não podia sofrer por aquele moleque novamente, não se deixaria ser enganada outra vez daquele jeito. Por sorte, Gil já a chamava para o palco. Antes de sua pequena mudança de protocolo não voluntária, havia combinado com os noivos que tocaria na banda durante a festa de casamento enquanto os outros dançassem na pista. A dança dos noivos (e surpreendentemente também sua) havia terminado e era sua vez de gerenciar a trilha sonora.


Lia subiu ao palco. Ia cantar a música que lhe fora pedida por Fatinha, mas não estava muito confiante. A música escolhida, ainda mais naquele momento, não podia ser mais incômoda. Já havia tocado essa no sarau do colégio, ou seja, não era por falta de prática ou por vergonha. O problema era que, quando a havia tocado, fitara Adriano por boa parte da música e sabia que ele a olhara de volta, vira seus olhos brilhando de longe e, talvez pela adrenalina de estar no palco, não se sentira culpada ou irritada na época, quando o garoto ainda estava envolvido com Ju. Agora era ela quem estava com outra pessoa e sabia muito bem que Dinho se lembraria daquele dia, que lhe tocariam de alguma maneira aqueles versos... Isso, é claro, se ele de verdade ainda sentia algo por ela, se de fato alguma vez houvesse sentido. Não conseguia mais confiar no ex-namorado. Além de tudo, era Cazuza, o carioca de cabelos cacheados aventureiro e desapegado, como era Dinho. Zoador, alegre, solto... Por que Fatinha estava fazendo aquilo com ela? Mas o show devia continuar...


A roqueira e Gil tomaram posse de suas guitarras enquanto Vitor se posicionava na mesa de som e Nando girava suas baquetas na bateria. E 1, 2, 3, 4...



Dinho não podia estar mais empolgado em ver sua marrentinha no palco de novo, ainda mais com essa música cujos primeiros acordes recém se desenhavam. Reconheceu de cara, não tinha como esquecer.



Amor da minha vida



E Lia se perguntava por quê essa letra. Justo essa letra?



Daqui até a eternidade



Flashes de juras de amor com Dinho passaram por seus olhos. Por que, Fatinha, por que essa?



Nossos destinos foram traçados na maternidade



Dinho percebeu a mudança sutil na voz de Lia, talvez um pouco embargada. Percebia que era nele que estavam seus olhos, que tentava disfarçar quando o percebia olhando, que talvez, e Adriano pouco entendia de instrumentos, tivesse errado uma pequena nota, atrapalhada com... "Ela ainda me ama!" constatou, sorrindo para si. Não importava o que Lia falasse, foi pra ele que ela cantou os primeiros versos. Não admitiria e talvez sequer conseguisse terminar a música desse jeito, então Dinho daria uma força. Em vários sentidos.



Paixão cruel desenfreada



Lia se assustou ao ouvir uma voz masculina do seu lado. Aquela voz. Confusa, olhou em direção a ele, que realmente estava no palco ao seu lado, com um microfone que antes Gil usara.



Te trago mil rosas roubadas


Pra desculpar minhas mentiras

Minhas mancadas


Lia riu da ironia de Dinho, logo ele, cantar aquilo. Era a sua cara.



Exagerado


Jogado aos seus pés eu sou mesmo exagerado


Cantavam juntos.



Adoro um amor inventado



Essa parte Dinho deixou pra Lia e riu ironicamente. Ela percebeu. Apesar da raiva momentânea, continuou. E assim cantaram, alternando vozes e juntando-as, a música inteira. Adriano, mal acostumado com palcos, entre um olhar significativo e um riso irônico e debochado para Lia, tropeçava pelo palco, se divertindo. Vestia sua gravata nos cabelos, sua faixinha de Cazuza. Lia riu, continuava o mesmo moleque de sempre. Lia tentava se mostrar irritada, mas seu sorriso escapava de um jeito ou de outro. Além de moleque, continuava contagiante, o seu Dinho que fazia o mundo sorrir quando estava feliz, que iluminava até mesmo os lugares onde jamais alguém o imaginaria.



Que por você eu largo tudo


Carreira, viagem, canudo


O coração de Lia pareceu parar ao ouvir a alteração de Dinho na letra. Não era ilusão, ele realmente estava olhando diretamente pra ela. Um toque. O dedo de Adriano passou pelo seu rosto gentilmente e seus olhares se encontraram.



Até nas coisas mais banais


Pra mim é tudo ou nunca mais


Lia tentou voltar à razão para continuar a música, mas estava mais desconfortável que antes. Era Dinho abertamente se declarando na frente de todos, a poucos metros de Vitor. "Ai, meu Deus, o Vitor! Foco, Lia, foco, tá quase no fim da música!".



Na plateia, não houve quem não percebesse o momento do ex-casal. Murmúrios tomaram conta do local, enquanto sorrisos surgiam nos rostos daqueles que haviam visto o casal se formar e sofrido com seu final. Fatinha, principalmente, satisfeita com seu sucesso. "Causei de novo!" comemorou. Beijou animadamente seu marido (marido, marido... Adorava a palavra!), sendo abraçada por ele, que não parecia tão animado, mas normal... Bruno nunca fora muito fã de Dinho e devia ter adorado o término do casal.



Da mesa de som, Vitor observava os dois.



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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado!

http://globotv.globo.com/rede-globo/malhacao-2012/v/lia-se-surpreende-com-o-show-da-tamanho-pequeno/2186757/
quem nunca lembrou dessa cena ao ouvir essa música? AMO o trecho do Dinho cantando ♥