Sweet As Wine, Sweet As A Kiss escrita por Jiggle Juice


Capítulo 1
Capítulo Único


Notas iniciais do capítulo

Para a Natasha (C H), como prometido.



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Sweet As Wine, Sweet As A Kiss

Uma grande banheira de bronze soltava baforadas de vapor dentro do quarto de Sansa Stark. Margaery Tyrell despejava delicadamente pétalas de rosas dentro da água. Algumas eram vermelhas como as da rosa que Sor Loras Tyrell havia lhe dado no Torneio de celebração quando seu pai havia se tornado Mão do Rei e outras eram vermelhas e tinham as pontas amarelas como as da rosa que Lady Margaery havia lhe dado enquanto conversavam no jardim do castelo de Porto Real. A água tinha um cheiro doce que se parecia com os vinhos de uvas e laranja da Árvore e esse odor dançava pelo ar. Margaery tinha um suave sorriso em seu belo rosto. Seus cabelos castanhos estavam particularmente brilhantes e sedosos naquele dia e os pálidos raios de sol daquele fim de tarde que entravam pelas janelas os deixava ainda mais cintilantes. Uma linda donzela como o verão, pensou Sansa docemente, com a luz do sol nos cabelos. Sansa tinha o corpo coberto apenas por um fino roupão de seda. Ela esperava para que a banheira estivesse pronta e havia se dado conta que não se importaria em esperar se pudesse ficar observando Margaery.

—Está pronto – Margaery anunciou sorrindo, soltando um par de últimas pétalas na água – As flores daqui não são tão boas quanto às de Jardim de Cima, mas creio que servirão.

A garota Tyrell se levantou de sua posição de cócoras e caminhou até Sansa, estendendo-lhe a mão. Sansa aceitou de bom grado e deixou-se guiar por Margaery até perto da banheira. Margaery se aproximou tanto de seu rosto que Sansa pensou que ela iria beijá-la e se viu desejando aquele beijo mais do que deveria. Deixou um suspiro decepcionado escapar quando Margaery se afastou novamente. Ela deslizou as mãos macias pelos braços magros de Sansa, rindo com doçura quando notou a pele sob a seda se arrepiar. Controle-se. Os dedos de Margaery repousaram sobre seus ombros e por um momento, seus olhos se encontraram, castanhos e azuis. Lançando um sorriso a Sansa, deslizou as mangas do roupão para fora de seu corpo, deixando-a finalmente nua. O olhar de Margaery passou por todos os cantos do corpo de Sansa; sua clavícula, seus seios pequenos e firmes, sua barriga lisa e entre suas pernas, onde Sansa teve quase certeza que ela havia se demorado um pouco mais. Margaery tinha um olhar admirado e seu sorriso havia se alargado. Acha-me bonita assim? Havia se sentido terrivelmente nauseada quando Tyrion Lannister a havia visto nua e pensar na possibilidade dele tocá-la era aterrorizador. Mas era diferente com Margaery. Sentia-se levemente envergonhada com seus olhos espertos passeando por seu corpo, mas desconforto era algo que não sentia. Estava, na verdade, gostando de vê-la observar seu corpo e pensar na possibilidade dela tocá-la a deixava eufórica. Comparar o Duende com Margaery é loucura, constatou com desdém, não há nem o que comparar.

Margaery lhe indicou a banheira e, obedientemente, Sansa entrou na água quente e temperada de cheiros doces. As pétalas de rosas formavam um manto avermelhado que grudavam em algumas partes de seu corpo. A sensação da água quente na temperatura certa era reconfortante e tranquilizadora.

—Em nosso castelo, em Jardim de Cima, eu costumava tomar banhos como esse quando estava estressada – Margaery agachou-se novamente ao lado da banheira, passeando com seus dedos na água e abrindo caminhos entre as pétalas – Ordenava à minhas aias banheiras como essa e essências parecidas com essa que usamos e então as mandava buscar as pétalas das rosas de nossos jardins. Pétalas brancas e vermelhas, cor-de-rosa e amarelas. E então eu as mandava ir embora e ficava sozinha, tentando me desligar dos problemas desse mundo tão cruel – Sua voz doce prendia a atenção de Sansa – Tomei muitos desses quando Renly decidiu que queria entrar na guerra – Riu brevemente, parecendo melancólica de um segundo para o outro – Isso sempre me ajudou. Espero que te ajude também.

—Tenho certeza que ajudará. Foi muita bondade sua em preparar o banho – Sansa respondeu polidamente.

Margaery sorriu um grande sorriso.

—É uma verdadeira dama, Lady Sansa. Às vezes penso que é mais dama do que eu.

—Isso é gentileza demais – Respondeu-lhe com um sorriso – Você é a donzela mais graciosa que já conheci, Lady Margaery – E não minto. Realmente é.

—Apenas Margaery.

—Apenas Sansa.

O sorriso voltou aos lábios de Margaery, mas este rapidamente se foi e ela adquiriu uma expressão preocupada e desgostosa. Passou com a ponta do dedo pelo braço submerso na água de Sansa, parecendo não saber o que dizer.

—Está casada agora, Sansa – Disse em voz baixa e pesada – Casada com Tyrion, o anão.

Sim, como se não bastasse terem me transformado em uma Lannister, sou a Lannister daquela criatura, Sansa pensou amargamente.

Incapaz de dizer qualquer coisa, Sansa apenas assentiu.

—Não imaginava que se casaria antes de mim – Margaery tentou sorrir, mas não fez mais que uma careta – Como… Como se sente?

—Da maneira que uma mulher deve se sentir ao casar-se.

—Uma mulher se sentiria feliz ao se casar. Seria ainda mais feliz por se casar com um Lannister, herdeiro de Rochedo Casterly, mesmo que esse Lannister seja Tyrion.

—Acreditaria se eu dissesse que estou feliz? – Perguntou-lhe acanhada.

—Não.

Sansa sorriu tristemente.

—Está certa.

Uma pétala de rosa vermelha e amarela passeou pelos dedos de Margaery e depois voltou à água.

—O que a deixaria feliz?

Olhou para Margaery durante algum tempo. Seu semblante parecia tão sincero, parecia realmente interessada em seu bem-estar. Tenho sorte em tê-la comigo.

—Ir para casa, voltar para Winterfell junto com minha mãe e Robb e Bran e Rickon. Estaria feliz se estivesse com meu irmão bastardo, Jon. Ficaria feliz até mesmo se Arya estivesse ao meu lado, com suas roupas sujas enquanto me importunava – Fechou os olhos, lembrando-se do vento gelado do Norte, da mata dos lobos, da árvore coração do pai e dos joelhos esfolados de sua irmã mais nova. Abriu os olhos e os descobriu cheios de lágrimas – Ficaria feliz se tivesse me casado com seu irmão Willas e tivesse me tornado Senhora de Campina. Chego a pensar que seria feliz em qualquer lugar que não seja aqui.

—Tem algo que eu possa fazer para ajuda-la? – Margaery perguntou adoravelmente baixo.

—Já está fazendo.

Sorrindo levemente, Margaery colocou-se atrás de Sansa, acariciando a parte de seus cabelos que não estavam mergulhados na água. Fechou os olhos, esquecendo-se de todas as dores e decepções e focando-se em seu banho relaxante, gozando dos toques das mãos gentis em sua cabeça.

Depois da morte de Eddard Stark, Sansa havia sido jogada na cova dos leões, leões famintos e sedentos de poder. Vivia com medo. Com medo de Joffrey, com medo de Cersei e de Sor Ilyn Payne. Sentia-se assustada até com sua própria sombra e nem mesmo quando dormia sentia que podia se tranquilizar. A única segurança que tinha em Porto Real, uma segurança distorcida e duvidosa, era a que Sandor Clegane lhe dava. Mesmo com seu hálito azedo de vinho amargo e seu jeito extremamente rude, ela sentia-se, de certa forma, protegida. Estava aterrorizada quando ele apareceu em seu quarto durante a Batalha da Água Negra, bêbado e apontando uma faca para ela quando havia lhe obrigado a cantar-lhe uma canção, mas Cão de Caça parecia a menor ameaça que tinha em Porto Real. Mas agora ele não estava mais ali. Havia fugido quando o fogovivo transformava tudo em chamas e Sansa não tinha certeza de seu destino, se estava morto ou não. Mas quando os Tyrell chegaram, Sansa estava segura novamente, quase tão segura quanto era em Winterfell. Gostava da presença de Sor Loras e de suas belas feições. A presença de Elinor, Megga e Alla eram divertidas e até mesmo apreciava Olenna Redwyne, a Rainha dos Espinhos. Mas de quem mais gostava era de Margaery e tinha certeza que isso não era segredo para ninguém. Ela havia conquistado a confiança de Sansa de maneira surpreendente e agora sempre estavam juntas, de braços dados enquanto andavam pela Fortaleza Vermelha, rindo e contando histórias. Margaery havia se tornado uma pessoa importantíssima para Sansa e não saberia o que fazer se não a tivesse mais consigo. Provavelmente voltaria a me afundar em minha miséria, constatou com pesar, uma maior ainda agora que sou a esposa do Duende.

As mãos de Margaery eram suaves e gentis e passeavam por sua pele com grande delicadeza. Ela apertava levemente os dedos nas omoplatas de Sansa, relaxando os músculos tensos. Um longo suspiro escapou dos lábios de Sansa e ela afundou-se ainda mais na banheira, as pontas de seus espessos cabelos ruivos ficando encharcados com a água temperada de cheiros de flores e frutas. Estava tranquila como há muito tempo não sentia e tudo o que queria era comer um bolo de limão e dormir com Margaery ao seu lado.

Seus nervos gritavam de dor e só agora Sansa percebia, quando Margaery estava desatando os nós de seus ombros e de sua nuca. Aquilo doía um pouco, mas não era do tipo de dor que a fazia querer gritar ou chorar. Era uma dor boa e Sansa poderia arriscar-se dizer que era uma dor prazerosa. Trazia-lhe alívio e suspiros à sua boca. Mas seus olhos se abriram subitamente quando sentiu em sua pele algo que não era as mãos de Margaery. O que roçava sua pele era macio, quente e levemente úmido e causava-lhe um delicioso arrepio nos ossos. Os lábios de Margaery. Sentiu a respiração presa nos pulmões e não conseguia soltar o ar. Apertou fortemente os dedos nas bordas da banheira e lutou contra a vontade de fechar os olhos temendo que, se fizesse qualquer movimento, aquilo desapareceria e se revelaria apenas um sonho bonito. Por isso manteve-se imóvel por longos instantes, com a ponta da língua entre os dentes e a gritante vontade de gemer. Mas Margaery não deu nenhum sinal de que pararia. Continuava a beijar seus ombros e a linha de sua coluna, passeando com as mãos nos braços de Sansa. Quando as pontas de seus dedos encostaram-se às laterais dos seios de Sansa, a mesma não pôde mais suportar e fechou os olhos, jogando a cabeça para trás. Podia sentir o sorriso de Margaery entre seu ombro e seu pescoço, a respiração quente batendo em sua orelha. Arqueou as costas quando a garota de suaves cabelos castanhos arrastou seus lábios de um ombro ao outro e a mordeu no ponto de pulso, metade de seus braços mergulhados na água enquanto acariciava o colo de Sansa, mas nunca verdadeiramente tocando seus seios.

Era como se tivesse bebido muito vinho. Um vinho escuro e forte de Dorne, que deixava sua cabeça anuviada e seu estômago girando lentamente. Nunca havia sentido algo parecido. Estar perto de Margaery era libertador. Poder contemplar seus lindos olhos castanhos e sorriso gentil era como uma dádiva. Havia sentido atração por Sor Loras e por Joffrey, mas nunca algo tão forte quanto sentia por aquela bela donzela Tyrell de dezesseis anos que era amada por toda a população de Porto Real. Ouvira dizer que, quando Margaery tinha chegado, as pessoas gritavam seu nome e erguiam suas crianças para que ela os abençoasse enquanto espalhavam flores sob os cascos de seu cavalo. Poderia Margaery Tyrell ser o cavaleiro de canções que sempre sonhei? Os cavaleiros de canções eram sempre belos e corajosos, sempre destemidos e talentosos com uma lâmina. Lutavam pelos oprimidos e eram apaixonados por doces donzelas que lhe esperavam para que as salvasse. Não, concluiu Sansa, não quero um cavaleiro de espada e escudo na mão. Quero a mais bela e preciosa flor de Jardim de Cima. Quero Margaery.

Quando sentiu Margaery se afastar tão rápido quanto havia se aproximado, Sansa abriu os olhos, assustada com a possibilidade de ela ir embora. Mas não foi isso que ela fez. Margaery dirigiu-se ao lado oposto da banheira, onde Sansa podia vê-la perfeitamente. Lentamente, com um olhar felino brilhando em seus bonitos olhos castanhos, Margaery desatou os nós de seu corpete. O vestido de cores Tyrell que usava, verde e dourado, com rosas bordadas em toda sua extensão, escorregou para o chão e posou em seus pés. Se antes Sansa não podia respirar, agora nem ao menos sabia o significado disso. Margaery Tyrell estava em sua frente, nua como no dia que nascera. Seu corpo era esbelto, mas agradavelmente desenvolvido para sua idade. Tinha seios de tamanho certo com mamilos rosados, uma barriga lisa e pele suave. Era ainda mais linda quando não tinha roupas cobrindo seu corpo.

Com passos lentos, Margaery entrou na banheira, sentando do lado oposto onde Sansa estava. Um pouco de água transbordou para fora quando Margaery já estava completamente dentro, mas nenhuma das duas pareceu se importar ou perceber. Estavam ocupadas demais olhando uma para outra. Suas pernas se encostavam debaixo d’água e a garota Tyrell moveu as suas para que ficassem perfeitamente entrelaçadas.

Margaery moveu-se para frente e assim Sansa a imitou. Os cabelos longos e castanhos tinham as pontas mergulhadas na água e pétalas de rosa grudavam em alguns fios. A mão de Margaery buscou o rosto de Sansa, pálido como marfim, pálido como o gelo de Winterfell, pálido como os Stark. Os lábios de Margaery eram quentes quando beijavam seu queixo e seu maxilar. Sansa viu-se derretendo naquela água perfumada e seu frio coração do Norte ficava caloroso como o Sul. A pele de Sansa arrepiava-se quando Margaery passeava com suas unhas por suas costas de maneira gentil e ela não sabia de onde vinha aquela vontade desesperadora de beijá-la.

Da mesma maneira que Margaery massageava suas costas quando estava fora da banheira, o fazia nesse momento, mas agora seus seios estavam pressionados juntos e Sansa sentia que poderia explodir. Agora não só os lábios de Margery exploravam sua pele, mas também a língua, língua macia e atrevida que desenhava padrões aleatórios em seu pescoço.

O sol já havia ido embora e o quarto era iluminado apenas por uma vela solitária em sua penteadeira. Além dos gemidos tímidos de Sansa e os sons de seus corpos se mexendo na água, o silencio dançava pelo ar.

—Isso a ajuda a sentir-se melhor? – Margaery sussurrou em seu ouvido enquanto mergulhava uma das mãos na água e puxava Sansa para mais junto de si a partir da base de suas costas.

—Sim – Respondeu em um suspiro.

—Creio que posso fazer ainda mais – Sua outra mão desapareceu na água, mas Sansa encontrou-a segundos depois, em sua virilha – Nós Tyrell gostamos de ver as pessoas felizes. É mais agradável estar num ambiente recheado de pessoas alegres do que de pessoas infelizes, você não acha? – Sansa nada respondeu, apenas apertou a cintura fina da outra garota – Gosto quando as pessoas estão felizes, mas, acima de tudo, gosto quando você está feliz. Ainda me lembro da primeira vez que a vi. Parecia tão triste que tudo o que eu queria era vê-la sorrir – Procurou os olhos de Sansa e os viu mais azuis que o normal. A face de Margaery era cheia de seriedade, mas também de carinho – Eu quero muito que você seja feliz, Sansa.

Lentamente, Margaery colou seus lábios nos de Sansa. Ela agarrou os cabelos castanhos como se esperasse por aquilo por muito tempo. Margaery era mais corajosa, então foi ela quem conheceu a língua de Sansa com a própria. Sua boca é quente. E é doce como vinho. Beijaram-se por segundos, minutos ou horas. Beijaram-se como se os Outros estivessem em sua porta. Beijaram-se como se aquele fosse o último momento de suas vidas. Beijaram-se como se quisessem fundir-se uma a outra. Beijaram-se como se estivessem apaixonadas.

Mas Sansa cortou o beijo quando sentiu os dedos de Margaery entre suas pernas tocando um ponto que a fez sentir algo indescritível. Gemeu contra os lábios sorridentes da outra. Sansa não sabia como agir diante àquela sensação, mas sabia que não queria que Margaery parasse. Era tão bom e tudo o que queria era que ela continuasse para sempre. Então aquilo era sentir prazer. Shae havia lhe dito uma vez em como era bom, mas não acreditara que algo pudesse ser tão prazeroso assim. Deuses, Shae está tão certa.

Margaery continuava a fazer o que Sansa mais ansiava enquanto lambia seus lábios e sorria a cada gemido que escutava. Sansa Stark, a menina de voz doce e baixa gemia alto se seu corpo fosse estimulado de maneira certa.

Não demorou muito para que os gemidos de Sansa fossem mais altos e ela se agarrasse com mais força ao corpo de Margaery. Segundos depois, estava cansada e ofegante, buscando ar com o nariz enfiado no pescoço com cheiro de rosas e luz do sol.

—Sente-se melhor, Sansa? – Margaery perguntou baixinho enquanto acariciava seus cabelos ruivos.

—Melhor do que jamais fui – Respondeu com um sorriso, mas não se preocupou em mudar de posição.

Margaery apertou a garota ainda mais em seus braços e assim deixou estar. Sansa ainda podia sentir o gosto da boca de Margaery. Doce como vinho, doce como um beijo.


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Notas finais do capítulo

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