Iridescent escrita por Miwa Mazur


Capítulo 3
Capítulo 3


Notas iniciais do capítulo

Oi, oi, oi, oi :3
Como vão, meus arteiros favoritoss?
Segunda teremos manifestação nacional, então como não há coisa pra fazer, meu fim de semana está sendo dedicado à Iridescent ♥
Ah, esclarecimentos sobre o comportamento de Dimitri no capítulo passado: Não, não farei o Dimitri de Last Sacrifice, e 'esse' não será o Dimitri de Iridescent, tampouco. O que acontece é que, vocês se lembram quando Sonya Karp disse que a escuridão rondava Dimitri? É isso o que está acontecendo.
A névoa se dissipará aos poucos, mas alguns "surtos" ainda virão. Rose perceberá isso nos próximos capítulos, e é quando ela decide mandar o "Love fades. Mine has" pro espaço e interferir, sim, na vida dele. Afinal, ele a ajudou. É justo que ela o ajude tbm ♥
O que mais, o que mais?
Queria agradecer pelos reviews lindos de vocês *---* tipo, em meio a uma aula vaga, Danizis abre o Nyah! e dá de cara com as mensagens de vocês, e aí começa a surtar. Yeah, eu fiquei tachada como "parafuso a menos" na escola ;P mas quem se importa?
Ah, e preciso dizer que estou aqui matando saudades de Blood Promise pela fic o/ e em breve vocês verão Denis&Nikolai nela, também! E nem pensem em tocar no Denis. Miwa tem seus piores fetiches com ele.
*corre e me esconde da japa*
Então vamos ao cap (já dedicado à Litinha)!
J.
P.s.: Momentos Romitri à vista ♥



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-- Você. Está. Morta. – Christian rosnou para mim. A essa altura, todos do parque tinham parado o que estavam fazendo para apreciar o nosso pequeno espetáculo.

-- Sim, Ozera. Literalmente morta. – Continuei a rir. E realmente, eu, tecnicamente havia morrido no acidente de carro que matou os pais de Lissa, e seu irmão, André, e então Liss me trouxe de volta à vida por meio do seu elemento. O espírito.

Ele balançou a cabeça. E então estendeu a mão para mim. Ainda rindo, segurei-a no intuito de puxá-lo para fora do chafariz. Ele, no entanto, me puxou para baixo. E então éramos dois ensopados.

A nossa pequena plateia estourou em gargalhadas. Joguei água em Christian – eu queria me vingar por ficar molhada, mas... Isso viria com o tempo. Afinal, o quarto de Christian tinha uma varanda. E eu poderia convidá-lo a caminhar pelas escadas e, acidentalmente, fazê-lo tropeçar – antes de ver uma sombra estender a mão para mim.

Ok. A diversão acabou.

Segurei a mão de Dimitri, ganhando impulso para sair do chafariz, que agora fora ligado. Assim que eu “pousei” na calçada, Dimitri soltou minha mão. Perguntava-me se ele se sentia mal por estar perto de mim – ali, principalmente. Na Rússia. Onde tudo mudou – ou se fora por causa dos velhos tempos. A velha corrente elétrica ainda estava ali quando eu segurei sua mão. E, em mim, os sentimentos também.

Eu estava ainda mais molhada, mas Dimitri não pareceu se importar com isso quando tirou seu sobretudo e o estendeu para mim.

-- Você vai acabar pegando um resfriado assim. – Ele advertiu, com o canto do lábio levemente erguido.

Revirei os olhos: -- Eu não sou uma humana, Dimitri. – Falei. Dhampirs não adoeciam com frequência. Nós tínhamos uma imunidade mais resistente do que a dos humanos, então raramente estávamos doentes. E se estivéssemos, provavelmente estaríamos curados em três ou quatro dias.

Mesmo assim, retirei a minha jaqueta e coloquei a dele, imediatamente sendo nocauteada por sua loção pós-barba. Eu havia evitado ficar perto desse cheiro desde que Dimitri havia voltado, mas agora parecia inevitável.

Principalmente se eu estava usando o seu sobretudo.

-- Para eles, você é. – Ele falou em tom paciente. E lá estávamos nós novamente. Aluna e mentor.

Mesmo que tivéssemos saído da Academia, eu duvidava de que esse sentimento houvesse saído de Dimitri. Ou talvez tivesse. Eu não sabia mais como ele se sentia.

Eu não o conhecia. Não desde que proferira aquelas cinco palavras. Porque, acredite em mim, o antigo Dimitri – o que eu estivera em tão completa sincronia que não sabia onde ele começava e eu terminava, o que tinha uma completa e absoluta fé em mim – nunca as diria. Nem mesmo se perdesse a memória.

Christian havia aproveitado a brecha e saído do chafariz também, fazendo uma careta ao ver o estado em que estava. É claro que ele poderia simplesmente invocar o seu elemento e fazer com que suas roupas secassem, mas eu duvidava que ele fizesse isso em público.

A praça toda – e todas as pessoas que haviam saído para caminhar ou simplesmente ir à padaria – olhavam para nós.

Wow.

Lissa cochichou algo com Dimitri. Ele assentiu, colocando a mão em meu braço, de modo que me puxasse para perto:

-- Melhor voltarmos para o hotel...

-- Ou eu ficarei resfriada. Pelo menos para eles. – Lancei um olhar para Dimitri. Ele assentiu.

X

Assim que entramos no hotel, o recepcionista nos disse que estavam organizando o quarto. O quarto em que eu e Lissa estávamos havia sido desocupado quase no mesmo dia em que nós entramos, mesmo com as reservas. Sendo assim, não puderam limpá-lo como habitual.

Assentimos, subindo mesmo assim. Dimitri e Lissa conversavam em voz baixa, enquanto eu apenas olhava por onde andava. Lissa pegou o cartão, mas antes que pudesse abrir a porta, a mesma foi aberta pela faxineira.

Assim que ela me viu, estacou no lugar, e murmurou algo em russo.

Semicerrei os olhos, balançando a cabeça. Eu não poderia entendê-la nem mesmo se quisesse.

Dimitri me lançou um olhar desconfiado: -- Ela disse que se lembra de você.

De mim? Balancei novamente a cabeça: -- Mas eu nunca estive nesse hotel. Nem mesmo me hospedei por aqui.

-- Moscou. – A mulher pronunciou. – Você é americana, certo? – Ela perguntou com um forte sotaque russo. – Sim, sim. É você. Só que está mais bonita. E mais triste. – Ela disse.

Diabos, de onde ela me conhecia?

Eu havia me hospedado em Moscou – isso era certo. Mas ela não era nenhuma das prostitutas de sangue com quem eu havia falado, ou a recepcionista daquele hotel. Não me lembrava dela. A não ser que...

Analisei suas feições. Cachos dourados, olhos azuis. Ela parecia uma boneca de porcelana que fora obrigada a começar a trabalhar desde cedo. A Rússia, mesmo sendo desenvolvida, não era muito diferente de onde morávamos.

-- Seus vestidos. Eu os encontrei. – ela continuou. Uma centelha de esperança brilhava em seus olhos. – Hotel Plaza, lembra? Eu arrumei seu quarto após você partir!

Ah. Agora eu havia me lembrado dela.

O tempo todo, Dimitri me olhava estagnado. Ele tentava entender como ela me conhecia, e mesmo agora, em que ela havia revelado como me conhecia, ele não parecia entender.

-- Sim. – soprei. – Eu me lembro de você.

Há meses atrás, quando estava em Moscou, criei amizade com uma mulher. Apenas uma. Ela era velha e sábia – em parte, me lembrava de Alberta – e havia me apresentado à sua filha, Mila. Nós tínhamos a mesma idade e, com o passar do tempo, Mila foi quem passou a arrumar o meu quarto – e também a me mostrar alguns pontos de Moscou.

Ela também era uma dhampir, então entendeu o meu objetivo. Ela também era a única que sabia de Dimitri.

-- Você estava procurando por um homem, certo? – Ela abriu um sorriso. – Eu senti sua falta, Rose! – Sorri de volta, me lembrando dela. Yeah. Ela havia sido uma das poucas com que eu mantive contato na minha estadia. Ela e Sydney foram as únicas que sabiam do meu plano, na verdade. E eu mal pude me despedir dela... – Quando você foi, pensei que algo tivesse acontecido. Mas então vi os vestidos. Eu os guardei, caso você voltasse. E aqui está você! – Ela praticamente pulava de alegria.

Mila tinha um físico parecido com o de Mia, porém o espírito de Jill. Era fácil de conversar com ela, de modo que acabei me abrindo. E agora ela estava aqui.

-- Conseguiu encontrá-lo? – Balancei a cabeça, perdida. – O homem. Seu namorado.

-- Ahn. – Gemi. – Ele não é meu namorado, Mila... – Finalmente Dimitri pareceu entender. E então colocou sua máscara de guardião, apenas observando a cena como se estivesse pronto para uma batalha. Uma batalha interna, supus.

-- Mas você parecia amá-lo! – Lancei um olhar rasteiro a Dimitri. E ela entendeu. – Ah. Fico feliz por você ter conseguido, então. Encontrá-lo. – Emendou rapidamente. – Se quiser seus vestidos, posso trazê-los amanhã.

-- Fique com eles. – Dispensei com um aceno. Ela sorriu para mim, se despedindo. Murmurou algo em russo para Dimitri, que assentiu, e então saiu.

-- Vinte minutos, e encontro vocês lá embaixo. – Murmurei apressadamente, entrando no quarto em seguida. Diabos, eu estava feliz por ter encontrado Mila, e em determinado ponto também fiquei feliz por tê-la contado sobre Dimitri. Naquela época, eu estava prestes a explodir.

Mas se havia alguma chance de trégua entre mim e Dimitri... Bem, isso havia dificultado um pouco.

Tudo dificultava um pouco – pensei. Ah, inferno.

Tomei banho, joguei as roupas molhadas – menos o sobretudo de Dimitri -- no cesto da lavanderia, mudei de roupa e sequei o cabelo. Certo, isso demorou pouco mais de vinte minutos. Mas, sinceramente, eu não me importava.

Minutos depois, eu estava na recepção novamente.

-- Droga. – Christian resmungou. – Você destruiu minhas esperanças, Hathaway. Pensei que você pudesse ter sido confundida com a água, e descido pelo ralo. – Revirei os olhos para ele, entregando o sobretudo a Dimitri.

-- Cuidado, tocha. – Respondi. – Qualquer dia desses, você pode ser confundido com um mero papel, e voar pela sacada do hotel.

Ele sorriu.

-- Vocês podem provocar um ao outro no refeitório? – Mia perguntou. – Eu to morrendo de fome!

-- Hey, Rose. – Christian chamou. – Ela roubou sua frase.

Lancei um olhar feroz para Christian: -- Espere até eu colocar pimenta no seu café. – Ameacei, caminhando ao lado de Lissa até o refeitório do hotel. Ele tinha o esquema de um self-service, ou seja, o mesmo da Academia. Você pega uma bandeja, escolhe o tipo de café, o acompanhamento, e vai à mesa.

Fizemos uma fila indiana – parecíamos os últimos a chegar. Nosso pequeno espetáculo na praça havia custado alguns minutos suficientes para que a maioria dos hóspedes já tivesse tomado seu café e saído, deixando apenas mesas sujas que estavam sendo organizadas por garçons entediados.

Ah, eu os entendia.

Acabei pegando chá – eu simplesmente não suportava o gosto do café – e duas bombas de chocolate. Lissa se antecipou e pegou uma caixa de donuts – Literalmente. Uma caixa. – e o habitual iogurte de morango.

A caixa de donuts de Lissa ainda me intrigava. Normalmente, eu era a que mais comia. Mas Lissa...? Ela mal comia.

Dei de ombros, seguindo-os para uma mesa que ficava aos fundos, no entanto com vista para a televisão. Era uma mesa redonda, de modo que eu ficava entre Eddie e Lissa.

Quase no mesmo momento em que se sentou, deu uma mordida em seu donuts. Olhei para ela, tentando entender o quê estava acontecendo. Busquei pelo laço, entrando em sua cabeça. Uma fome avassaladora me atingiu, e só então percebi o quão fraca minha melhor amiga estava.

Não tínhamos alimentadores. Esse era o problema. Lissa não tinha sangue.

-- Opa. – Mia murmurou. – Teremos uma tempestade de neve depois de amanhã... Não seria quando partiríamos para Baia?

Olhei para a televisão. Impossível.

-- Vamos amanhã. – Christian deu de ombros. – Mais rápido e fácil.

-- O plano era ir amanhã. – Dimitri disse. – Mas não há carros para serem alugados. – Havia uma nota de desapontamento em sua voz, mas também de alívio. Perguntei a mim mesma se Lissa não havia notado, mesmo que o laço me dissesse que não.

-- Vamos hoje, então. – Lissa disse, dando outra mordida. Olhei para ela, acabando com minha primeira bomba de chocolate.

-- É uma possibilidade... – Dimitri pensou. E então lançou uma olhadela sobre mim. – Conhece alguma concessionária por perto? – Apenas assenti. Eu sabia de uma. A mesma em que eu e Sydney havíamos estado para alugar o nosso “furacão vermelho”. – Excelente. Então vamos nela após o café.

Quase engasguei, mas mesmo assim, assenti. Dei uma mordida na segunda bomba. Hoje seria um dia daqueles. E mais uma vez eu sairia sem me despedir de Mila.

Dimitri me lançou um olhar sereno: -- Eu conheço aquela menina. Mila. Posso levá-la até ela, se quiser se despedir.

-- Tudo bem. – respondi, dando a última mordida na bomba de chocolate e terminando com o meu chá. – Agora vamos buscar esse carro.

X

Atravessamos a rua, viramos a esquina, e continuamos a andar. Dimitri andava tensamente ao meu lado. A mesma preocupação de quando anunciamos que iríamos hoje, e não depois de amanhã.

Eu também estava tensa. Principalmente levando em consideração o modo como as coisas acabaram da última vez que estive na casa dos Belikov – fugindo pela porta dos fundos porque havia brigado com Viktoria – mas não a ponto de quase não parar ao ver que os carros não nos dariam passagem.

-- Qual é o problema, camarada? – Perguntei quando Dimitri deu dois passos para trás.

-- Nenhum. – Ele respondeu. – Só espero que encontremos algum carro.

Lancei um olhar indagador sobre ele. Dimitri suspirou e balançou a cabeça: -- Onde é que fui me meter? Todos de Baia quererão saber sobre o que aconteceu, Rose. Todos. E eu não quero lembrar que matei pessoas inocentes.

O sinal para pedestres abriu, então atravessamos e continuamos a andar em linha reta: -- Eles não vão estar lá para julgá-lo, e sim porque estão felizes por você ter voltado. – Adverti.

-- E minha avó? – ele continuou como se eu não tivesse falado nada. – Yeva é totalmente tradicional. Ela será a mais difícil de lidar.

-- Acho que não. – resmunguei. Dimitri me lançou um olhar como se agora fosse a minha vez de falar.

-- Sua avó foi quem me disse que eu deveria procurar por você e “fazer uma coisa”. Se não era matá-lo, ela sabia que eu o trar- que Lissa o traria de volta. – Dimitri tinha uma fé absoluta que Lissa fora a responsável pela sua volta. Não seria eu que mudaria isso agora. Não com ele perdendo o seu super eficiente autocontrole. – Diabos, ela estava certa.

-- E como ela sabia? – Dimitri ergueu uma sobrancelha. – Ela costuma julgar as coisas com base no pressentimento que tem sobre as pessoas.

-- Ela disse que sonhou comigo. Como se eu fosse uma guerreira. Ou um anjo vingador.

-- Que veio à terra fazer justiça pelo céu. – Ele me deu um sorriso amargo.

-- Ok. Chega. – Parei de andar, fazendo Dimitri levantar o olhar para mim. – Esse não é você, Dimitri. Você não era você. Não pode se culpar para sempre.

-- Você estava lá! – Ele ergueu a voz, passando a mão pelo cabelo castanho. – Você viu tudo o que eu fiz! Como você, justamente você, pode me dizer que eu não posso me culpar pelo resto da minha vida?

 -- Porque eu vi. – Respirei fundo. Eu não podia descontar a minha raiva em Dimitri. Ele precisava do meu apoio, mesmo que negasse. – E não era você, Dimitri. Eu conheço você, e aquele não era.

-- Como você pode saber? – Sua voz transbordava amargura. – Como pode ter tanta fé de que eu não tinha consciência quando matava todas aquelas pessoas?

-- Do mesmo modo que você teve fé em mim quando eu fui dominada pelo espírito. – Respondi. – Culpe-se, Dimitri. Mas não se esqueça de se perdoar. – Respirei, grata pelo assunto ter acabado. – E caminhe mais rápido, porque desse jeito ficaremos sem o carro. – Avisei, voltando a andar. Dimitri me acompanhou, mas eu sentia seu olhar sobre mim. Ele queria me dizer algo, mas também estava receoso.

Bem, eu já havia dito tudo o que precisava.

Viramos mais uma vez na esquina, e estávamos de frente à concessionária. Levou uns quarenta minutos para que pudéssemos escolher o carro – sem que eu entendesse sequer o que Dimitri e o funcionário diziam – e, no fim, ficamos com uma SVU.

-- Uma SVU. – Repeti para mim mesma assim que entrei no carro, ao lado de Dimitri. – Estamos de férias, Dimitri! Você não poderia ter saído dos padrões, ou sente tanta falta assim da Corte?

Ganhei um meio-sorriso: -- Como você espera levar todos em um carro comum?

-- O Christian pode ir no porta-malas. – Ele me deu um olhar exasperado. – De verdade. E se eu der uma pancada na cabeça dele, ele nem mesmo perceberá a viagem.

Ele suspirou, balançando a cabeça: -- Você é impossível, Rose.

Cruzei os braços: -- Quando chegarmos lá, todos estarão prontos para partir, certo? – Eu sabia a resposta. Mas queria ver como Dimitri reagiria.

-- Certo. – Ele respondeu hesitantemente.

-- E você me disse que sabia como encontrar Mila, certo?

-- Certo, novamente. – E então me deu uma olhadela, ligando o carro. – Vamos nos despedir dela.

Balancei a cabeça.

-- Como você a conhecia?

-- Ela era minha vizinha. – Ele disse. – Eu a conheci quando era pequena, mas ela me lembra de sua mãe quando era mais jovem. Quero dizer, a mãe dela é minha madrinha.

-- Sério? – Olhei para ele. -- Ela nunca me disse que conhecia você. – Por um momento, pensei em como teria sido fácil se eu tivesse descoberto que ela tem algum conhecimento de Dimitri e, mesmo que fizesse algum tempo, soubesse onde sua família morava. Eu não teria sido atacada por Strigoi, nem mesmo perdido tanto tempo tendo que me disfarçar de prostituta de sangue e praticamente me jogar em cima dos guardiões dos Moroi.

Mas não. Eu realmente não nascera para ter sorte.

-- Você disse meu nome a ela?

Torci o nariz: -- Não. – Busquei melhor em minha memória. – É, não. Não tinha como ela associar. – Me senti culpada pelo pensamento revoltoso passado. Não tinha como ela ajudar. Infelizmente.

-- Mesmo assim, Roza. – Ele continuou. – Ela não se lembraria de mim, uma vez que na última vez que nos vimos, ela tinha nove anos. Ela deve ter dezessete.

-- Dezoito. – Corrigi.

Ele assentiu: -- Faz muito tempo, de qualquer forma. – Ele disse, saindo do centro da cidade, e passando por um beco estreito. Ele subiu por uma pequena ladeira, estacionando o carro no topo, mas não abriu a porta.

-- A propósito, -- ele começou – obrigado. Por mais cedo. – E então abriu a porta, saindo do carro e apertando a campainha, enquanto eu me permitia sorrir ao descer do veículo.

Quando já estava ao seu lado, uma mulher com curtos cabelos louros e feixes azuis abriu a porta. Assim que me avistou, um sorriso se projetou em seus lábios, que em seguida foi substituído por um maior ainda ao ver Dimitri:

-- Dimka! – Ela sorriu para ele, abraçando-o. Dei um passo para trás, vendo-os conversar em russo. Cruzei os braços, ainda vendo a familiaridade com que se tratavam.

Então o olhar de Nadya – o nome da mulher que era madrinha de Dimitri – caiu sobre mim, e ela se afastou do afilhado:

-- Obrigada, Rose. – Sussurrou após me abraçar.

-- Mãe, quem está aí? – Uma voz ecoou no fundo da casa. Logo Mila se fez presente, pulando sobre mim.

-- Você veio! – Ela praticamente cantarolou.

-- Estamos indo a Baia, e Rose quis se despedir. – Dimitri explicou. Ela assentiu, sorrindo ainda mais para mim. – Fico feliz por você ter voltado. – E então me abraçou novamente, dessa vez sussurrando. – Espero que tudo dê certo.

-- Vejo você em alguns dias, Mi. – Me despedi. Dimitri abraçou a madrinha mais uma vez antes de voltarmos ao carro.

-- O que Nadya disse a você? – Dimitri perguntou ao ligar o carro.

-- Me agradeceu. – Comentei. – Pelos vestidos, eu acho. – Menti. Ele me deu um olhar como se soubesse o verdadeiro motivo. – E você? O que ela disse a você?

-- Que eu era um homem de sorte. – Ele pareceu refletir sobre aquilo, e então manobrou o carro. – E que eu deveria mandar um abraço à minha mãe.

-- Tudo bem. Sem mais paradas. Prefiro chegar a Baia antes do anoitecer. – Disse, lembrando-me da última vez em que tive que fazer uma parada. Infortunadamente, as coisas não acabaram muito bem.


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Notas finais do capítulo

OI MINHA GENTE BONITA Como vão? Tá todo mundo de férias tbm???? PARADISE
Suas lindas! Obrigada pelos comentários, e eu juro que vou responder os reviews assim que eu voltar a enxergar direito '-'
HEUEHEEUHE que acharam da cena Rozera? Eu quero um amigo que nem o Chris o/ ~talvez amigo colorido? ~
RUMO A BAIA GENTE! E AGORA? Como acham que será a recepção dos Belikovs?
taaaaan taaan taaaaaaaaaaaaaaan ~le musiquinha de suspense~
vou parar de ser mala e ficar quieta '-'
Beeijos