adormecer

sing me to sleep

asleep — the smiths

Jojen era uma criança estranha. Ele tinha olhos lindos — enigmáticos como um lago escuro e cheio de musgo —, de um tom de verde que Bran nunca havia visto igual. Eram bonitos, é claro, mas ao mesmo tempo davam à Bran uma sensação estranha, como se Jojen fosse e não fosse Jojen — e isso não fazia nenhum sentido, ele sabia.

Ele — Jojen — era uma criança solene. Tinha modos polidos e simpáticos, mas era obscuro como sombras num calabouço. Ao mesmo tempo, ele era infinitamente triste, e tudo que ele fazia dava a impressão que ele estava tal qual numa altura que nada nem ninguém poderiam atingi-lo, de nenhum modo — nem bom nem ruim.

Bran o adorava de todo coração. Adorava seus modos distraídos de beber chá, o modo como tentava lhe contar coisas por trás de enigmas estranhos e o jeito como ele falava com ele de igual para igual, mesmo que fosse mais velho. Bran, honestamente, o adorava. Mais até do que a irmã Meera, definitivamente.

Jojen era a pessoa que Bran mais apreciava no mundo, mesmo que eles fossem tão diferentes.

Porque, mesmo que o mundo caísse em cima das cabeças deles, Bran tinha certeza — certeza absoluta — que Jojen estaria lá, para esperá-lo acordar e fazer perguntas incômodas sobre o que ele sonhou.

(porque Jojen era esse tipo de pessoa)