Tudo começou quando no mudamos para aquela casa. Era um antigo sobrado, com uma grande varanda envidraçada e um jardim. Eu me sentia tão feliz em morar num lugar espaçoso como aquele que nem dei atenção aos comentários dos vizinhos, com quem fui fazendo amizade. Eles diziam que a casa era mal-assombrada.Alguns afirmavam ouvir alguém cantando lá as sextas-feiras.

-Deve ser coisa de fantasma – Falavam

-Se existe nunca vi! – E então contava a eles que as casas antigas,como aquela,com revestimentos e assoalhos de madeiras,estalam por causa das mudanças de temperatura.Isso é um fenômeno natural,conforme minha mãe havia me explicado.Mas meus amigos não se convenciam facilmente.Apostaram que mais dia menos dia eu levaria o maior susto.

Certa noite,aconteceu algo impressionante. Minha mãe havia viajado levou minha irmã, Beth e me deixou em casa  pois no dia seguinte bem cedo eu iria participar de um jogo de basketball.Depois do jantar que eu fiz,miojo,fui para o quarto da minha irmã e como não tinha nada melhor para fazer comecei a montar um quebra-cabeça de 500 peças,admito era um daqueles bem difíceis.

Faltava um quarto para meia-noite. Eu andava à procura de uma peça para terminar a metade do cenário quando senti um ar gelado bem perto de mim.As peças espalhadas pelo chão começaram a tremer. Vi,arrepiado, cinco delas flutuarem e depois se encaixarem bem no lugar certo.

Fiquei tão assustado que nem consegui me mexer,não sabia o que pensar, não sabia o que era aquela sensação e muito menos o que fazer.

Eu vi que era uma garota com a pele mais branca do que a neve ela tinha mais o menos minha idade, 17 anos, ela usava uma saia que ia até a metade da coxa, uma meia listrada algumas listras roxo mais escuro e outras mais claro até os joelhos,usava um moletom branco com azul escuro nas manga,usava um sapato simples e tinha os cabelos longos da cor roxa,ela estava montando o quebra-cabeça,percebi que ela estava chorando parecia que tinha um tipo de neblina em volta dela o cômodo estava frio, me aproximei dela e perguntei:

-Por que você está chorando?

-EU ESTOU PRESA NESSA CASA! – Gritou ela chorando ainda mais, fazendo alguns vidros da janela trincarem e outros quebrarem, o cômodo não estava mais frio agora estava congelando parecia a Antártida, acredite aquele lugar era realmente frio eu fui com minha mãe ano passado para lá, não dava de suportar,aquilo realmente me assustou mas não era por isso que eu deixaria de conversar com ela.

-Mas por que? – Me aproximei mais um pouco dela, ignorando completamente o frio e sentei em sua frente na mesinha onde estava o quebra-cabeça.

 -Não me lembro, mas toda vez que eu tento passar pela porta parece que uma corda me puxa para dentro me impedindo de sair daqui,  toda vez que eu tento pedir ajuda para alguém  eles saião correndo de mim talvez seja minha aparência ou qualquer coisa do tipo,você é o primeiro a falar comigo por tanto tempo,minutos na verdade. – Diz ela com um sorriso triste.

-Primeiro não tem nada em sua aparência, na verdade você é uma das garotas mais bonitas que eu já vi – Falando isso eu e ela coramos – E segundo não tem o porque de eu não falar com você.

-Hunf – Resmungou ela dando um sorriso de lado.

-Mas como eu nunca te vi? Já faz quatro meses que eu estou morando aqui.

-Bom eu não saio enquanto vocês estão acordados ou tem muita gente em casa.

-Não sai da onde?

-Do porão.

-VOCÊ DORME LÁ EM BAIXO?! – Gritei batendo as minhas mãos na mesinha.

-Sim.

-Naquele lugar asqueroso, nojento e cheio de ratos?

-É eu sei é muito nojento mas era o único lugar para me esconder.

-Se esconder de que?

-De vocês!

-De nós?!

-Sim, eu não gosto que as pessoas me vejam.

-Mas por quê isso?! Você é linda! Como você fez amigos?

-Eu não tenho amigos. – Diz ela triste.

-Como não tem? – Me levantei de onde estava e fui em direção a ela. – E eu sou o que? – A abracei com todas as minhas forças tenho certeza que eu e ela estávamos corados, foi esse abraço que me salvou quando meu pai me deixou,quando ele deixou minha irmã e principalmente minha mãe, ele  nos deixou no momento que mais precisávamos dele,quando minha Irmã Beth estava com anorexia aguda ela tem 15 anos agora,ela tinha a doença com 10. – Eu sempre vou estar com você.

-R-Rin – Disse ela retribuindo meu abraço se aninhando em meu peito

-Ei,ei,ei, - A empurrei delicadamente pelos ombros – Você sabe meu nome e eu não sei o seu?! Isso não é justo.

-Mizore.

-Uhn...Desculpe não escutei.

-Meu nome é Mizore,Mizore Shirayuki.

-Mizore ahn é um lindo nome. – A abracei ainda mais forte se fosse possível – Hoje você vai dormir aqui em cima?

-Vou?- Perguntou ela levantando a cabeça do meu peito para olhar nos meus olhos, eu era uns centímetros mais alto que ela.

 -Vai.

-Aonde?

-No meu quarto.

-NANI?

-Calma você dorme na cama e eu no chão, beleza?

-Cl-claro – Diz ela corada.

-Venha comigo. – A peguei pela mão e a puxei em direção ao meu quarto.

-Rin,o que você quer?

-Toma vista essa camisa. – Lhe joguei uma camiseta dos Queens minha para ela, para ela com certeza ficaria um vestido no mínimo ia até a cima dos joelhos.

-Vire pra lá.

-Por que?

-Eu quero me vestir.

-Ahn...Claro – Falei corado

Depois de alguns minutos ela disse:

-Pode virar.

-Até que enfim – Me virei e me surpreendi com a visão que tive ela estava muito bem, devo dizer que aquela camisa ficava muito melhor nela do que em mim, Mizore havia amarrado seu cabelo em um coque frouxo deixando só algumas mechas soltas, ela realmente era linda – Uau ficou bom em você pode ficar com ela.

-Sério mesmo? Você não usa mais?

-Não mesmo, e além do mais fica melhor em você.

-Sério, sério, sério mesmo?

-Claro.

-AAAAAAAA Rin muito obrigado – Ela veio correndo em minha direção e me abraçou,aquele cheiro que ela tinha era um dos melhores que eu já havia sentido era de rosas muito bom,mas eu realmente não sabia o por que de tanta felicidade por ter ganhado uma camiseta. – Esse é o primeiro ‘’presente’’ que eu ganhei Rin.

-Como assim Mizore?

-Eu nunca havia ganhado um presente.

-Mas e seus pais?

-Eu não sei deles, na verdade eu não sei quase nada sobre meu passado.

-Sinto muito.

-Tudo bem, mas agora o que vamos fazer? – Pergunta ela sentando em minha cama.

-Mizore-chan eu quero te perguntar uma coisa.

-O que é Rin – Diz ela preocupada.

-Ahn...Por quê o quarto em que estávamos antes estava tão frio?E por quê tinha um tipo de neblina em volta de você?

-Rin eu não quero falar sobre isso. – Disse Mizore com a voz séria.

-Por quê não Mizore?

-Eu não quero te assustar, mas do que eu já assustei.

-Tudo bem então, mas algum dia você vai falar.

-Vou sim.

-Ótimo – Disse dando um sorriso – Vamos dormir, amanhã cedo eu tenho que ir em um jogo.

-Que jogo Rin-chan? – Pediu ela se ajoelhando em minha cama.

-Um de basquete.

Mizore pov’s on

O que é basquete?Mas se eu pedir isso ele com certeza vai desconfiar de alguma coisa então deixe. Já sei o que vou falar.

-Boa sorte.

-E você vai junto comigo.

-NANI ? Por acaso você esqueceu que eu não consigo sair de dentro dessa casa?

-Há é verdade,mas eu juro que algum dia eu te ajudo,talvez amanhã mesmo, depois do jogo.

-Mesmo,mesmo?

-Mesmo.

-Então ta Rin-chan, boa noite. – Disse ela se virando e dormindo ali mesmo.

-Boa noite Mizo-chan.

Rin pov’s on

Eu acabei dormindo naquele chão duro, pode acreditar aquela foi uma das piores noites da minha vida.