Observei aquela multidão de pessoas paradas como estátuas observando o céu.

Vestiam trajes obsoletos com relação aos padrões da sociedade atual.

Seus olhos estavam vidrados e exibiam uma tonalidade esverdeada doentia.

Uma sombra surgiu no céu, e à medida que se aproximava, vi de relance asas escuras junto ao corpo esbelto e intrépido que aos poucos se apoiava no topo de um edifício sem hesitação.

Um pássaro que voava alegremente, de repente cai sem vida no chão e , embora eu não saiba como, tive a certeza de que aquela figura misteriosa era a morte.

Subitamente senti que estava sendo observada, então olhei ao meu redor e vi uma mulher deitada ao longo da calçada do outro lado da rua. Os pelos de minha nuca de eriçaram ao constatar que ela olhava diretamente para mim.

Seus olhos cinzentos queriam alertar sobre algo que sua boca já não podia mais revelar.

E como por instinto olhei para o lado, mas era tarde demais, a foice já estava posicionada e a última coisa que senti foi as lágrimas rolarem por meu rosto.