She's The Man escrita por Sonhos de inverno


Capítulo 8
Quando a sinceridade resolve dizer oi


Notas iniciais do capítulo

Moçada, quero agradecer a todos que comentaram e dizer que eu fiquei muito feliz!
Prometi a um chuchu que postaria um capítulo na terça, mas tem dias que a escrita meio que trava...
Eu sei que ficou pequeno e meio ruim e peço desculpas, porém promessa é divida e eu precisava cumprir essa.
Por favor, cometem!!
Att: Sonhos de inverno



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/380650/chapter/8

Enfim, silencio. Não havia mais gritos, nem batidas, nem respirações. Até mesmo o coração dela estava quieto. Do lado de fora da janela o grilo soltava calmamente os seus "cri cri", o vento batia e ressoava sob as árvores e a TV da vizinha da esquina anunciava o lançamento de um novo shampoo. Estava tudo tão absurdamente distante, mas parecia que estavam colados ao nosso lado.

  Eu sentia os olhos dela abertos pelo choque, mas os meus estavam tão fechados que talvez parecessem duas finas linhas. A boca dela estava trincada junto com sua respiração. Ela me tocava, bom, tocava meus lábios com os seus. Estávamos ambos perturbados pelo surto que gerou o ato, tão perturbados que ninguém havia se mexido. 

Foi o ronco do meu estomago que me fez afastar cuidadosamente dela. Abrindo os olhos encontrei Elena quase tão branca que podia se camuflar na parede atrás dela. Seus olhos estavam dilatados e excessivamente arregalados, mas a sua boca continuava fechada. Ela visivelmente estava amedrontada com o que havia acabado de acontecer. 

De repente senti o peso de todos esses dias, de todas as escapadas, de toda ira que antes irradiava pelo meu corpo. Esgotei ao ponto de se sentir compaixão por ela. A náusea de ter sido  de tão tomado pelo desejo de faze-la agir. Elena provocou-me a tal ponto que me fez agir por um impulso terrivelmente desastroso.  Não lhe estava reservado intensidades amorosas, nem mesmo sobras de delírios, não com ela. 

Soltei um leve suspiro antes de lhe dar as costas e caminhar até o quarto. Um leve comichão assolava a minha boca quando fechei a porta e fitei a escuridão do quarto. As cortinas balançavam com o vento frio que passava pela janela. O que diabos eu fiz?

Não havia apenas selado nossos lábios, claro que não, havia selado o meu destino. Ela agora tinha algo para usar se quisesse e, sinceramente, depois de todo o barraco, usaria. Passei todos estes dias a chamando de prostituta e depravada, contudo foi eu que a beijou. Que tipo de exemplo eu poderia dar a Stef agora? O que meu pai diria? Pior, o que minha mãe pensaria? 

Escorreguei sobre a porta até estar sentado junto ao chão gelado, gemendo e praguejando. Senti meus ombros pesarem e dores nas regiões lombares ou lombossacrais. Mamãe costumava chamar de “maldita dor dos infernos”. Hoje era difícil definir exatamente o que doía. Os dentes doíam, o pulmão doía, os pés doíam. Toda minha alma doía, enfim. E o que não doía, latejava. A boca latejava.

Fitei o chão escutando o palpitar do peito. Ali, sentado ao chão, sentia os indícios de uma noite difícil com direito a insonia e uma porção de reclamação sobre absolutamente tudo. Provavelmente, ao final, a culpa recairia sob Elena... Bom, pelo menos para mim.

Com as mão suadas levantei e fui aos tropeços até a cama. Estava tão abarrotado de rancor que mal era capaz de sentir os joelhos vacilarem a cada passo dado. 

Foram necessários dois longos minutos até estar desconfortavelmente deitado e atordoado com os pensamentos que iam e vinham, sempre sobre as mesmas situações, sempre com a mesma pessoa. 

Se alguém me pergunta-se como foi ver Matt no jogo da semana passada eu não saberia exatamente descrever, entretanto se direciona-se a pergunta sobre como foi ver Elena enquanto tentava fugir dela eu saberia exatamente descrever o que ela estava vestindo, como seus olhos estavam atentos, se a boca estava apertada ou soltando risinhos, se seu pescoço estava... Deus, eu estava obcecado com ela por todo esse tempo. Até mesmo quando fugia ou me escondia, tudo se tratava dela. Deus, me tornei um lunático da pessoa mais improvável de todo o mudo.

Desde o primeiro dia. Desde o momento do aeroporto cada pensamento meu era destinado a ela. Eis um fato idiota, quando se esta em guerra mal percebe o corpo recurvado, dia após dia. Mal percebe o hálito apodrecendo. A visão começa a lhe trair a percepção. Os passos já não tropeçam em obstáculos. Mas em si mesmos. Eu busquei por isso, busquei a corrosão e a deixei agir instantaneamente até que cada osso meu sentisse seus efeitos.

Poderia brindar em sua homenagem, cara Elena. Meu tiro se voltou contra mim, consumei seu plano e deixei seu efeito ainda melhor. Ou ela era extremamente ardilosa ou eu era um completo imbecil. 

Uma onda de revolta brotou e percorreu todas as extremidades do meu corpo. Ainda sentia a dor e os lábios latejando, sentia também a náusea rodopiando no estomago. Entretanto, o que era confusão se tornou certeza, o que era medo virou incomodo e indignação, o cansaço cedeu ao choque.

Ela hipnotizou toda a família, incluindo a mim.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Um super beijo!! Comentem!
Att: Sonhos de inverno.



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "She's The Man" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.