The black dog baby.

"Olhos que brilham em vermelho flamejante

Sonhos sobre você na minha cabeça"

Eu não poderia ser pega, eu não queria ser pega.

Estava fugindo de todo aquele tormento e dor que eu tinha me enfiado durante todos aqueles anos.

Eu estava com medo e cansada de tudo aquilo que me atormentava.

A floresta escura me assustava mais do que eu podia imaginar e lua cheia naquela noite deixava tudo mais assombroso ainda, mas o meu horror se resumia em não olhar para trás.

“Nunca olhe para trás” Foi o que ela me disse. “É o único jeito de você se salvar” As palavras ecoavam frescas pela minha mente.

E eu corria desesperadamente, minha vida dependia daquilo, minha sanidade dependia daquilo.

Eu jamais poderia acreditar, a criatura que perseguia era real, real demais para o meu gosto. Jamais poderia acreditar que algo fruto de lendas infantis seria de fato real.

Tão real que eu estava fugindo daquilo agora.

Um longo uivo foi ouvido. Eu parei. Estava perto, muito perto.
De repente uma vontade insana de olhar pra trás tomou conta de mim, devagarzinho eu fui virando. Não! Eu não posso virar! Sai em disparada de novo.
“Você só pode ver aquilo que acredita” Mentira! Eu jamais acreditei naquela criatura que estava atrás de mim! Como então eu podia vê-lo? Papai, por que o senhor era tão mentiroso?

Parei tão de repente quanto comecei a correr. Minhas pernas não me obedeciam! Como isso era possível?!

Duas mãos tocaram meus braços, um arrepio correu por todo meu corpo. O ar se tornou mais frio do que estava e eu comecei a tremer. Seria medo?

–Sakura olhe para mim. Uma voz extremamente sedutora falou.

– Não!

O desespero tomou conta do meu ser, não tinha mais escapatória. Eu morreria naquele instante.

– Por que não olha para mim pequena?

Eu estava me despedaçando por dentro, como ele tinha coragem de usar aquele tom de voz para me persuadir?

– Eu... Eu tenho medo.

– Medo de quê pequena?

– Medo... Do que eu possa encontrar. Minha voz estava tremula.

– Não há o que temer.

Sua voz de repente se tornara sombria de novo, acho que eu o tinha magoado. Não! Eu não posso magoar algo que não existe! Então eu surtei.

– Você não existe! É apenas uma alucinação da minha cabeça! Não é possível, eu não posso acreditar.

Chorei, meu desespero era visível, eu soluçava, tremia e já não conseguia mais falar.

Senti braços quentes me envolvendo o frio que eu sentia sumiu como se nem tivesse existido. Sasuke me abraçava.

– Por quê?

Eu ainda soluçava e meu corpo tremia de medo, desespero, de horror. Tudo tão misturado que me confundia.

– Eu te amo pequena, quero você ao meu lado a partir de agora.

– Mentira! Você me usou Sasuke, eu sou apenas mais um brinquedo seu!

Ele se manteve em silencio durante um tempo. Quando voltou a falar sua voz tinha aquele tom cortante e frio de sempre.

– Diga que não me ama então Sakura e eu lhe deixarei viver sua vidinha medíocre de humana a partir de agora. Cinco palavras para sua liberdade. Vamos diga!

Por mais medo que eu sentisse havia algo que eu já tinha admitido para mim havia algum tempo. Eu sempre fui perdidamente apaixonada pelo Uchiha.

Não conseguia mentir quanto a isso. Então a única coisa que eu pude fazer naquele momento foi me virar.

E me perder para sempre naquela escuridão.

"Assisti sua doce queda

Não consigo ficar longe"