Opressão escrita por yeahlucas


Capítulo 1
Prólogo


Notas iniciais do capítulo

Um novo mundo, uma nova doença. Derek é obrigado a enfrentar as consequências de um ato proibido.



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“Onde estou?” Falou com dificuldade, máquinas impediam que sua voz ecoasse. Ao abrir os olhos, mesmo que lentamente, a luz fez com que os fechasse novamente.

Derek não fazia idéia do que tinha acontecido, e sempre que tentava lembrar, sua cabeça doía. Varreu todo o quarto onde estava procurando vestígios que o fizessem lembrar-se de onde estava, mas nada o ajudava. Depois de muito tempo, acabou concluindo que estava em um hospital, um velho e aparentemente sem recursos.

“Onde estou?” Perguntou mais uma vez, dessa vez mais alto. Esperou por qualquer tipo de ajuda, mas não apareceu ninguém.

Seu olhar fixou-se na enorme porta de metal enferrujado por mais de 1 hora, até uma mulher alta e morena atravessá-la. Tinha uma seringa na mão direita, e em momento algum olhou para ele, ignorando completamente a enorme maca no centro da sala.

Derek tentou levantar o braço para tirar a máscara respiratória que o impedia de falar perfeitamente, mas seu braço estava preso à maca, tentou mais uma vez, e as agulhas que prendiam um fino tubo plástico ao seu braço, acabaram perfurando mais profundamente sua veia, fazendo com que ele gemesse alto.

“Onde estou?” Derek perguntou. Seus olhos quase se fechando de dor.

“Obviamente em um hospital. Mas já terá alta, alguém da sua família ligou. Antes você precisa descansar, o sedativo tem que sair do seu sangue.” A mulher respondeu, ainda com o olhar fixo em um dos aparelhos a sua frente, antes que Derek pudesse falar mais alguma coisa, a mulher aplicou a seringa no seu pescoço, e depois saiu do quarto.

No sonho Derek estava correndo como nunca tinha corrido na sua vida, uma multidão o perseguia. Ele não sabia o motivo da perseguição, mas não parava de correr, seu rosto estava completamente desconfigurado, ele não sabia quem era. Não mais. Só corria assustado de todas as pessoas que aparentemente queriam seu sangue.

Acordou ofegante, seu rosto foi a primeira coisa que tocou. Ao fazer, percebeu que seus braços estavam livres, e sua maca estava sendo levada por um rapaz pálido para, provavelmente, outra ala do hospital.

Pela primeira vez desde que tinha acordado, Derek reconheceu o lugar onde estava. Era o antigo banco de uma cidade vizinha a Beacon Hills que ele conhecia bastante. Costumava ser o banco da sua família.

Lembranças começaram a encher sua mente, e junto com elas, um incêndio, nele, metade da sua família tinha morrido.

Derek fechou os olhos, sentiu vontade de chorar, mas tinha uma aparência muito forte, não podia demonstrar nenhuma fraqueza, afinal, nem sabia o que estava acontecendo. Tinha acabo de acordar, e não se renderia tão fácil.

“Lembre-se.” Disse o rapaz pálido. Derek conseguia ver uma placa na sua roupa branca, tinha seu nome escrito. Era Cameron. “Não foque no passado, aproveite essa oportunidade que lhe foi dada, viva esse novo futuro.”

“Tu... Tudo bem...” O momento tinha sido estranho, o garoto não deixava de pensar nisso, até a porta de metal principal se abrir.

“Pode ir agora.” Disse Cameron. “E lembre-se, o governo agora é seu melhor amigo.”

Sem hesitar, o garoto saiu do hospital, notou o quanto era alto, e que ainda estava com uma roupa preta de tecido incômodo. O clima estava frio, mesmo com o sol brilhando no céu. Derek não conhecia sua aparência, não tinha entrado em contato com nenhum espelho ainda, e passou a considerar a idéia um pouco complicada, quanto mais andava, mais floresta encontrava. Tentou lembrar o caminho de volta para Beacon Hills, e acabou optando em só procurar por uma estrada asfaltada, seria muito mais fácil.

Quando encontrou, caminhou por pouco mais que meia hora, não era tão longe, sabia disso, e ao chegar, sentiu o calor abrasador de estar novamente “em casa”. Mas a cidade parecia vazia, quando passou pelo hospital da cidade, percebeu que muitos jovens estavam presos em macas, pelos corredores, da mesma forma que ele estava. Tudo parecia estranho.

Sua casa não existia mais, em seu lugar tinha um terreno escuro, o chão tinha sido queimado no incêndio. Derek chorou. Já tinha segurado demais, e não conseguia mais. Não tinha nenhuma idéia do que estava acontecendo, nem o que faria da sua vida, e muito menos onde ficaria agora que não tinha mais casa.

“Eu conheço essa roupa preta.” Alguém sussurrou ao longe.

O garoto procurou por todos os lados, até dar de cara com o Xerife da cidade, que o olhava com cara de nojo.

“Xerife.” Começou a dizer. “O que aconteceu?”

“Ah, então não sabe? Você está infectado, assim como uma boa parte do estado, mas isso não é assunto para discutir agora.”

“Infectado?” Derek parecia confuso. “Eu estava em um hospital, na cidade vizinha, e eles me liberaram, mandaram eu não focar no passado, coisas desse tipo.”

O Xerife o analisou, não sabia se acreditava em suas palavras, não parava de olhar para a roupa preta que o garoto usava.

“Qual o problema com a minha roupa?” Derek perguntou.

“Nenhum, mas você vai ter que vir até a delegacia comigo.”


~


“Alguém pode me explicar o que está acontecendo?” O Xerife tinha soltado o braço de Derek para passar por um corredor estreito na delegacia.

“Vou ligar para o hospital da cidade vizinha para saber se você foi realmente liberado.”

Derek ficou sentado, esperando o Xerife voltar, não tinha noção do que seria dali pra frente, do que lhe aconteceria. Com os olhos grudados no vidro que separava uma sala da outra, Derek notou que outros policiais estavam o olhando, alguns assustados, outros com a mesma cara que o Xerife o tinha olhado mais cedo, com nojo.

“Eles disseram que ninguém foi liberado nas últimas semanas.” A voz grave acordou Derek dos seus pensamentos. “Você vai ficar preso, até que outra clinica aceite você novamente.”

“Eu... Eu só preciso que você me diga o que está acontecendo, por que eu vou ter que voltar para uma clínica? Eu realmente não sei o que está acontecendo aqui.”

“Guardas. Podem prender.” Foi tudo que o Xerife disse antes de virar-se e sair da delegacia pela porta principal.

Derek continuou olhando para a porta que acabara de bater, sentiu um dos policiais, ferindo seu rosto com um aparelho afiado. E outro socando sua barriga, Depois foi arrastado para uma cela nojenta e desprovida de qualquer conforto, já esperava por isso, mas as camas de cimento não tinham nem um colchão fino, isso o indignou.

Quando a tarde do dia seguinte chegou, um dos policiais abriu o cadeado da cela onde o garoto estava, chamando-o para um banho de sol, Derek pensou em recusar, mas também não queria ficar na cela, estava cansado daquele lugar, do ar úmido, e da falta de qualquer acompanhamento que tinha ali. Ainda usava sua roupa preta do hospital, por que os uniformes dos presos aparentemente estavam todos ocupados. Ou os policiais queriam que todos o vissem com a roupa preta, que parecia ter algum significado muito ruim. Mas Derek ainda não sabia o que significava.

O banho de sol, não era nada de interessante. Todos os presos ficavam caminhando por uma área pequena, podendo fazer tudo que queriam, era como o intervalo da escola.

Derek sentou-se numa ripa velha, no canto, afastado de todos. Não suportava mais olhares maldosos por todos os lados, não sabia o que esperar daquele lugar, se os policiais já estavam o tratando daquele jeito, imagina os presos.

Estava concentrado no céu, no azul, na cor e na paz que ela representava, até ouvir a bola rolar justamente para o canto onde ele estava.

“Descul... Ei.” Um rapaz, estranho com os dentes separados, pele pálida e um corte de cabelo terrível, foi quem disse. “Ei pessoal, olhem só o que encontrei aqui.” Gritou.

Derek sabia que tinha se metido em encrenca, ou melhor, atraído a encrenca. Tentou levantar-se para sair, mas o rapaz gordo e baixo o empurrou, forçando-o a sentar novamente. Em menos de 1 minuto, todos os presos estavam ao seu redor, rindo, ou xingando. Seu olhar agora estava focado no chão, sujo e cinzento, tentou levantar mais uma vez, mas dessa vez foi forçado a sentar após um chute tão forte na barriga que o fez tossir.

Uma sucessão de chutes e murros fez com que o garoto deitasse no chão, com os braços cobrindo o rosto, seus olhos estavam cheios de lágrimas. Lágrimas de ódio.


~

Stiles tinha acabado de sair da escola, estava extremamente cansado de tanta aula. Isso nunca tinha acontecido, o que só o assustava cada vez mais. Sempre gostara de suas aulas, de ficar a maior parte do tempo na escola.

“Stiles.” Scott gritou. “Não vai ficar para a aula extra?”

“Não acho que seja uma boa idéia. Não estou bem, preciso voltar para casa.”


~


Depois de dois dias apanhando, e sendo tratado como lixo, Derek foi chamado para fora da cela, dessa vez para conversar com alguém que tinha ido visitá-lo. Não conseguia pensar em ninguém que quisesse vê-lo, mas mesmo assim não perdeu as esperanças de finalmente ser sua chance de sair daquele lugar horrível.

No caminho Derek pensou na primeira vez que apanhou, nem tinha pensado em revidar, mas não sabia se tinha uma personalidade do tipo, durão. Não tinha como saber isso, já que não lembrava espontaneamente das coisas, só lembrava-se das pessoas quando olhava para elas, mas não sabia como reconhecer sua personalidade. Assim como não tinha conhecimento da sua aparência.

Uma garota alta, com cabelos pretos, estava do outro lado do vidro, Derek percebeu que a conhecia, mas as lembranças estavam vindo com dificuldade.

Um policial abriu a porta, e permitiu que o garoto passasse, depois saiu. Derek achou que ficaria sozinho com a garota, mas o policial ficou observando pelo vidro na outra sala, o que era de fato, desconfortável.

“Derek...” A garota disse baixinho, parecia cansada, ou preocupada, Derek não sabia como diferenciar. “Que bom que eu te encontrei.”

A voz dela fez com que ele lembrasse. Era Allison Argent. Não era amiga, mas também não era inimiga. Derek sabia que deveria confiar nela, pelo menos naquele momento.

“Allison.” Disse. “Me diz o que está acontecendo, pelo amor de Deus, eu não sei o que está acontecendo. Eu não...”

“Eu sei Derek, isso é pior do que você imagina. Mas eu não posso lhe contar nada agora, estão monitorando toda a nossa conversa, se eles verem que eu estou lhe contando algo a respeito, eu também vou se presa.”

“O que você vai fazer então?” Derek perguntou, a preocupação agora estava doendo mais do que todos os seus ferimentos.

“Você vai sair daqui, mas não vai durar muito tempo lá fora, vão atrás de você para lhe levar para uma clínica.” Começou a explicar. “Meu pai me ajudou a pagar um policial para lhe ajudar a escapar.”

“Vocês subornaram um policial?”

“Sim, mas é por uma boa razão. Algo grande está para acontecer. Você vai entender tudo.” Disse. “Confie em mim... E no policial certo, ele vai lhe dar um sinal.”

Allison levantou da cadeira e sem olhar para Derek, saiu da sala. O garoto ficou sentado, ainda estava tentando entender tudo que tinha ouvido. A preocupação ainda estava o consumindo, e lembranças de pessoas das quais ele não lembrava preenchiam sua mente cada vez mais.

Quando voltou para cela, o chamaram para mais um banho de sol, mas dessa vez ele recusou, não sabia se isso era permitido, mas quando o policial trancou o portão novamente, concluiu que sim.

Enquanto estava sozinho, outro policial abriu o portão.

“Venha comigo.” Sussurrou.

Derek não hesitou, convenceu-se de que era sua hora de escapar, e seguiu o policial por vários becos estreitos na delegacia. Quando chegou ao lado de fora da delegacia. Allison o estava esperando numa minivan.

“Entre. Rápido.” Instruiu a Derek. “Obrigado Isaac.” Disse ao policial e pisou no acelerador.

“Agora pode me contar o que está acontecendo?” Perguntou.

“Assim que chegarmos eu te conto, não precisa ter pressa.”

“Não precisa ter pressa? Allison, eu já fui agredido de todas as formas que você puder imaginar, eu preciso de uma explicação.” Derek já estava gritando.

“Tudo bem, você tem razão.” Allison rendeu-se. “O governo foi envenenado, estão considerando garotos e garotas de todo o mundo doentes, por uma razão Ridícula. E isso passou dos limites, antes era só algo normal, com tratamento certo, agora eles realmente não estão se controlando, os doentes são eles.”

“Qual a razão para eu ter sofrido tanto dessa forma? Eu matei pessoas?” Derek perguntou, estava mais nervoso do que antes.

“Não. Você sofreu por amar.”

“Amar? Amar quem?”

“Por amar o Stiles.” Ela respondeu.

Derek ficou de cabeça baixa, o silêncio lhe invadindo o peito, enquanto uma lágrima escorria dos seus olhos.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado, deixem reviews, para eu saber se devo continuar.