Ele sabia, não sabia? Sabia que era impossível prosseguir amando-a. Por que é impossível eles se amarem em paz? Por que Merlin não optou por uni-los? Por que ele não podia amá-la em paz? Maldita família. Maldito sangue.  Scorpius sabia que ele e Rose não tinham futuros, que aquela união não seria consumada... Ele sempre soube. Mas, por que doía tanto? Por que se casar com outra doía tanto?

– Está pronto? 

Pelo reflexo do espelho ele viu seu pai. A tonalidade grisalha tomara conta dos seus cabelos, a expressão impotente vivia no rosto marcado pelo tempo, os olhos nublados como sempre...

 – Sim. – Falou com a voz num fio.  Seu pai sabia. Sabia que ele nunca estaria pronto. Que quem ele ama está longe.

 – Filho... Eu sei... 

–  Pai... Por favor. – interrompeu o pai antes que explodisse.

 – Só queria que soubesse... Estou orgulhoso. – Falou antes de sair.

Claro que ele estava orgulhoso, a infelicidade do filho dele era motivos pra ter orgulho. Mas não podia julgar, ele mesmo se submeteu a isso... Ele escolheu. 

– Scorpius Hyperion Malfoy, aceita Alayne Marie Zabini como sua legítima esposa, para amá-la e respeitá-la, até que á morte os separem?  

Ele olhou para os longos cabelos negros e desejou profundamente que eles se tornassem ruivos, que os olhos castanhos se tornassem Azuis celestes, que sardas enfeitasse o pequeno nariz rebitado, que os lábios se tornassem carnudos e vermelhos, que o sabor deles fossem de morangos... Que Alayne se tornasse Rose. Só por um momento.

 – Aceito. – Falou com a voz embargada.

Ele sabia, não sabia? Sabia que a amaria até os fins dos tempos... Ele carregaria o peso pra sempre. O peso do seu nome. Do seu sangue. Do seu amor.