Pov by Blake

Depois de devorar a bendita pizza que eu tanto implorei ao senhor Louis, voltei a minha casa.
Abri a porta com cuidado pra não fazer barulho, afinal todos já deveriam estar dormindo. Na verdade, quase todos.
Encontrei minha mãe sentada em uma cadeira na mesa da cozinha.

– Mãe? - falei chamando a atenção dela, a fazendo despertar dos pensamentos e vir de encontro a mim,envolvendo seus braços sobre meu corpo.

– Blake! - ela parecia cansada e procupada. Ao mesmo tempo eu esperava uma bronca, eu fiquei tempo demais fora, eu adimito. - Meu filho, você não sabe o quanto fiquei preocupada!

– Está tudo bem, mãe. Eu voltei inteiro, não voltei? - falei tentando faze-la rir, mas sua expressão continuou a mesma.

– Blake, você acha certo um garoto de 15 anos voltar pra casa a essa hora da noite? - olhei pro relógio e nossa! Já eram 23:00 horas.

– É...não. - falei fitando o chão.

– Onde você estava?

– Na casa da Jenn. - a expressão de preocupação diminuiu um pouco no rosto dela.

– Ah, Blake, não me dê outro susto deste mais uma vez, por favor! - ela disse se sentando no sofá.

– Ok. Pode deixar.

– Sabe, filho...o maior motivo da minha preocupação, é por causa dos ataques que aconteceram no centro.

– O que? Que ataques?

– Você não ficou sabendo? Passou em todos os jornais.

– Não.

– No centro houve certos desastres... sobrenaturais. Você precisava ver, alguns carros tinham a lataria amassada assim do nada e adágas voavam no ar, acertando algumas pessoas e as matando. Teve uma que quase acertou o camera-man que transmitia as imagens.
Alguns acham que são extraterrestres dando os primeiros sinais de que vão invadir a terra.

– Extraterrestres? - eu tive que rir.

– Qual o problema?

– Mãe, eu tenho certeza de que não são E.Ts.

– E como você tem tanta certeza?

– Bem, eu... - como dizer a ela que não são E.Ts, mas sim seres misticos?

– Bem, de qualquer forma, está tarde. Acho melhor irmos nos deitar. Você já jantou na casa dos Louis, não é?

– Sim, você me conhece muito bem. - não foi bem na casa dos Louis, mas foi junto de membros da familia Louis.

– Ok. Boa noite, filho. - ela disse dando um beijo na minha testa. Mães, incrivel como elas gostam de fazer isso.

Subi as escadas, fui pro meu quarto e tomei um banho quente e demorado. Depois do banho, me joguei na cama...
Eles podem estar fazendo isso, mas querem pegar a mim, ou melhor, o medalhão. Mas na verdade, ainda não vi nada de mágico nesse medalhão. Só sei que consegui fazer feitiços com o livro, mas com esse medalhão, nada. Pra mim ele é apenas lataria.

"Mas não é..."

Ouvi uma voz dizer. Uma voz que por sinal, era parecida com a minha.

– Quem está ai? - perguntei sem conseguir uma resposta. É, talvez tenha sido coisa da minha cabeça.

"Jamais duvide do medalhão..."

Ouvi dizerem, e era a mesma voz. O que me assustava, é que era somente uma voz, não havia ninguém além de mim naquele quarto. E se havia, não se manifestava.
Me sentei na cama e quando olhei pro espelho, uma surpresa. Estava escrito em vermelho:

" Abra o livro de magia na pagina 57 e leia o feitiço em voz alta. "

E ao mesmo tempo a voz dizia pra eu não fazer aquilo. Eu estava sem saber o que fazer. Quantos espiritos haviam ali? Eu já estava querendo gritar, mas se fizesse isso, acordaria Ken e meus pais.

Eu só conseguia perguntar "Quem está ai?" mas a voz só dizia pra não abrir o livro.
Minha cabeça já estava explodindo. Fui até a escrivaninha, tirei o livro da gaveta e abri exatamente na pagina 57.

Blake, não faça isso. Você não está fazendo o certo. Confie em mim e não leia. Você podera causar muitos problemas se ler.

– Como posso confiar apenas em uma voz? Apareça e ai sim saberei se posso ou não confiar em você. - a voz não respondeu e muito menos vi algo. - Quer saber? Eu vou ler e pouco me importo com as consequencias.

Diz isso, porque está com raiva. Com raiva, você só faz coisas erradas. Não leia.

– Eu não leio com uma condição....você tera que me dizer porque não quer que eu leia. - falei com um pouco de esperança de que aquele ser se manisfestasse.

Mas nada. Esperei durante um bom tempo e nada. Já estava faltando 5 minutos pra meia-noite e nada de voz, muito menos de algum ser ali.

– Você tem 5 minutos. Me diga, por que não quer que eu leia? - não me respondeu. Já estava estressado com aquilo. Olhei a pagina do livro a minha frente e comecei a ler :

"Ventos dos céus, ventos do inferno, disperte os seres, disperte as trevas, disperte o fogo, disperte as ervas. Ventos da vida que agora vem, tragam consigo seres do mal que amargam o bem. Abra o portal que os conduz pra este mundo e levante os seres das trevas neste mesmo segundo!"

Quando terminei de ler, um vento forte começou a soprar e eu pude ouvir um estrondo. Fui correndo até a janela e podia se ver raios e relâmpagos cruzando o céu e o vento, estava cada vez mais forte.

"Eu disse pra não ler. Agora você vai passar pelo o que eu passei. Eles vão te matar! Você me ouviu? Vão te matar!"

– E daí? Eu li. O que você vai fazer? Espera, como assim pelo o que você passou?

Senti um calafrio percorrer a minha espinha. E quando fui perceber, ele estava lá, mesmos olhos azuis, mesmo cabelo(porém grisalho que incrivelmente se tornou loiro, outra vez.) , ele parecia uma copia de mim com um sobre-tudo preto.

– Que-quem é você? - perguntei ainda perto da janela.

– Eu lhe avisei. Você não devia ter lido o feitiço!

– Me responda, quem é você?! - parecia que eu estava falando com o espelho.

– Sou Alfred Jones Wick, Lil Wick.

– Lil Wick? - tive que dar risada. Ele ? Lil Wick? Há, não pode ser!

– Sim, Blake. E agora você colocou sua vida e a vida de Jennet em risco.

– O que?

– Mas não só a dela, a de várias pessoas. Você abriu o portal para este mundo e libertou os seres misticos. Antes, poucos conseguiam vir pra nosso mundo, mas agora, qualquer criatura de Relsyn, podera a vir aqui.

– Qualquer criatura? - falei caminhando até a cama e me sentando nela. - Mas aquele era seu livro! Por que criou esse feitiço?! - gritei, mas não obtive resposta, pois ele desapareceu no ar. - Meu Deus ! O que eu fiz?!

Pov by Morgan

– Já que vocês querem encontrar Amanda, olha, só há um jeito de encontra-la.

– Ah, é? - disse Jeremy.

– Qual? - os dois perguntaram ao mesmo tempo.

– Adam, Jeremy... - olhei pra cada um deles - vocês teram que trabalhar juntos.

– O quê?! - gritaram os dois....

– Morgan, você só pode estar brincando, não é? - Jeremy disse sorrindo.

– Não, não estou. Vocês dois são muito poderosos, poderão encontra-la facilmente se unindo.

– Olha, eu sei que sua intenção foi de ajudar. Mas Morgan, isso jamais daria certo.

– Exato!

– Na verdade, pode dar certo sim.

– Sem chance! Eu vou procurar minha irmã sozinho!

– E eu também prefiro procura-la sozinho.

– Está bem! Querem ficar sozinhos! Pois bem! Fiquem! Mas eu dúvido que a encontrem!

Me virei e comecei a caminhar.

– Onde você vai? - perguntou Jeremy.

– Vou voltar a casa dos Louis. Vejo vocês amanhã! - ou não né.

– Quer que eu te acompanhe?

– Obrigada, mas vou sozinha mesmo.

Poxa, eu só queria ajudar!

Enquanto caminhava pude perceber algo diferente ao meu redor. Tudo estava bem quieto, estava tudo tão estranho, até que uma música cortou o silêncio, meu celular. Era o senhor Louis...

– Morgan, onde você está? Está perigoso ficar na rua a essa hora! Acho melhor você voltar pra casa!

– Eu estou bem, Sr. Louis. Eu estou perto da praça do bairro.

– O que está fazendo ai?

– Bem, eu, eu... - Ótimo! O que eu digo? - Eu estava dando um passeio.

– Dando um passeio... - ele repetiu pensativo - Não é hora pra dar passeios!

– Mas Sr. Louis...

– Volte pra casa, imediatamente! - disse me interrompendo e desligou. Do jeito que ele fala, até parece que é meu pai.

Quando cheguei a casa dele, abri a porta bem devagar pra não acordar niguém, porém algo me fez levar um susto daqueles. Jeremy....

– O que está fazendo aqui?

– Só por que minha irmã sumiu, vamos parar com o plano?

– Há, então é por isso. Não, não vamos parar. Mas e quanto ao Adam?

– Há, aquele cara? Ele disse que ia andar por ai, procurar pela minha irmã.

– Hum. Olha vou lhe deixar invisivel pra eles e você faz o resto do trabalho, ok? Eu vou tomar um banho. - falei subindo as escadas e ele me seguiu.

– Eu acho que estou precisando de um banho também, afinal, andamos o dia inteiro atrás da Amanda.

– Está bem. Mas vou primeiro, ok?

– Como quiser.

Subimos as escadas e lá em cima...

– Melhor ficar aqui de fora do meu quarto.

– Por quê?

– Ora, por quê, bem, por quê sim e ponto.

– Morgan. - uma voz familiar me chamou. Quando me virei, era Jenn. Estava com a testa franzida, até imagino porque. - O que ele está fazendo aqui? - Eu estava certa.

– Hm, olha Jenn, bem, ele...

– Eu vim acompanhar, Morgan. Como estava de noite e já era tarde, eu a acompanhei.

– É, foi isso.

– Bem, então não acha que já pode ir embora?

– Jenn!

– Desculpe, Morgan. Mas desde aquele dia, nunca mais confiei nele.

– Jenn, está tudo bem. O Jeremy não vai te atacar. Não é Jerry? - falei sorrindo.

– Jerry outra vez, é? - Jennet riu com o apelido carinhoso que eu dê a ele.

– Olha, Adam me avisou sobre você. - ela disse ainda rindo.

– Jennet, Adam e Jeremy não são muito amigos. É por isso que Adam lhe disse aquilo. Pode ficar tranquila, Jeremy não é como Adam lhe descreveu.

– Vou finjir que acredito.

– Está bem, depois se precisar de mim. Nem pense em vir me pedir algo.

– Hum, e pra que vou lhe pedir algo?

– Nunca se sabe.

– Olha, Morgan, vou voltar pra minha cama. Vê se leva ele até a porta.

– Está bem. Ei, Jenn, amanhã você vai a escola, não é?

– Aquele lugar? Sim. Eu vou voltar a ir a escola amanhã. Por quê?

– Nada. É que eu acho que você já devia ter voltado a muito tempo.

– Verdade. Mas com tudo o que houve. Não deu pra voltar esses dias. E ele vai embora, né?

– Jenn, por que quer tanto que o Jeremy vá embora?

– Prefiro confiar no Adam e ter as devidas precauções.

– Está bem, Morgan, te vejo amanhã.

– O quê, mas você....

– Ele o quê?

– Nada.

– Eu mesma vou leva-lo até a porta então, pode ir se deitar, Jenn.

– Eu vou, mas se eu ouvir qualquer coisa...eu volto.

– Claro. - esperei ela entrar no quarto...

– Me desculpe pela Jenn.

– Tudo bem, até por que eu vou embora mesmo.

– Mas e quanto ao plano?

– Eu dou um jeito. - ele disse entrando no quarto - até mais, Morgan. - e atravessou o espelho.

– Mas que droga! - falei me jogando na cama - Eu preciso fazer com que a Jenn fique do lado do Jeremy. Se eu conseguir isso, as coisas ficarão mais faceis e eu terei Jeremy e o medalhão de Lil Wick.

Sei que sou uma bruxa, poderia conquista-lo com magia. Mas não seria a mesma coisa. Eu quero Jeremy do jeito que ele é.