La Usurpadora... a história continua escrita por Jeny Spanic


Capítulo 59
Nossa filha não poderia ter melhor mãe que você


Notas iniciais do capítulo

Hola queriditas preparadas para o penúltimo capítulo da fic? Quem não tiver lencinhos em mãos a hora é agora kkkkkk. Esse capítulo vai para as meninas do grupo da fic que estão ansiosíssimas só esperando eu postar... Obrigada a quem acompanhou a fic até aqui e não é porque está acabando que vão deixar de comentar, ok? Então bora ao que interessa...



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No dia seguinte, Douglas despertou-se ainda sonolento, olhou para o celular que estava no criado-mudo para checar a hora e viu que precisava levantar, pois, tinha uma reunião. Ele virou-se para o lado em que Paola estava dormindo e ficou admirando-a por alguns segundos, deu um beijo de leve no ombro dela e foi até o closet, enquanto ajeitava sua gravata, ele ouviu o celular de Paola vibrar e foi pegá-lo, para que não fizesse barulho para não despertá-la. Quando foi colocar o celular sobre a cômoda que ficava mais afastada da cama, ele viu que ela havia recebido uma mensagem que parecia ser de um número desconhecido, preocupado por pensar ser alguma coisa ruim, abriu a mensagem e ficou em choque com o leu.

‘Paola meu amor, quando podemos nos ver? Eu não vejo a hora de tê-la novamente em meus braços para te fazer minha como você gosta. Invente uma desculpa para o seu marido e venha me encontrar no lugar de sempre. Te espero com todo meu fogo e amor.

Do seu JM.’

Douglas jogou o celular no chão e saiu do quarto batendo a porta.

Paola acordou assustada com o barulho da porta e levantou-se rapidamente para ver o que tinha acontecido, ela reparou que seu celular estava no chão e o juntou em seguida ela foi olhar se tinha recebido alguma coisa e gelou ao ler a mensagem que tinha recebido.

— Não pode ser! Eu não acredito nisso, certamente o Douglas deve ter lido, por isso saiu daquela forma. — Disse para si mesma enquanto largava o celular na cômoda, ela apressou-se para ir atrás de Douglas e no meio corredor encontrou Lalinha que vinha correndo em sua direção.

— Dona Paola. — Disse a empregada ofegante.

— O que foi Lalinha? — Perguntou impaciente.

— É a Beatriz...

— O que tem a minha filha? — Perguntou e imediatamente começou a ir em direção ao quarto da bebê e  Lalinha a seguiu.

— Ela está com febre senhora e também está chorando muito, acho que seria bom chamarmos um médico.

— Droga, isso não pode estar acontecendo. — Paola suspirou e entrou no quarto da filha, que chorava e a pegou no colo. — Calma princesa a mamãe está aqui. – Ela passou a mão no rostinho da pequena e viu que ela realmente estava muito quente.— Ela está ardendo em febre. — Olhou assustada para Lalinha que assentiu, Beatriz começou a acalmar um pouco o choro e Paola sentou-se na poltrona e foi amamenta-la para ver se a acalmava, pois, sabia que pelo horário ela devia estar com fome.— Lalinha veja se o Douglas ainda está em casa e se tiver, avise-o que precisaremos leva-la ao hospital, é mais garantido do que chamar o médico aqui.

— Sim senhora. — Respondeu Lalinha saindo do quarto e indo procurar o patrão.

Douglas havia se trancado em seu escritório na casa, estava sentado no chão, encostado no sofá com a cabeça coberta pelas mãos e chorando.

— Eu não acredito que ela fez isso comigo... Depois de tudo, foi capaz de me trair novamente... Eu sou um imbecil mesmo por acreditar nela, o pior é que dessa vez ela realmente foi convincente e eu fui trouxa mais uma vez... — Ele ouviu uma batida na porta e logo escutou a voz de Lalinha.

— Seu Douglas, está ai?

— Eu estou trabalhando Lalinha, não posso falar com ninguém agora. — Tentou disfarçar a voz embargada pelo choro.

— É sobre a Beatriz senhor... Ela está com muita febre e a dona Paola pediu para chama-lo, pois, quer leva-la ao hospital.

— Diga que eu já vou. — Respondeu e em seguida respirou fundo e limpou o rosto, ele tinha ficado muito preocupado com a filha e rapidamente foi até o quarto de Beatriz.

Paola estava amamentando a pequena que já havia parado de chorar, porém a febre continuava muito alta, antes de ir procurar Douglas, Lalinha havia colocado um termômetro em Beatriz e quando Paola retirou, viu que a filha estava com 39º.

— O que ela tem? — Perguntou Douglas se abaixando em frente a Paola, mas sem olhar para ela e acariciando a face da filha, Paola pôde perceber que ele havia chorado e seu coração apertou.

— Ela está com 39º de febre e quando eu vim vê-la estava chorando muito, precisamos leva-la ao hospital. — Respondeu Paola com os olhos marejados.

— Sim, eu vou pedir ao Bráulio que avise o hospital que estamos levando para já prepararem tudo, assim que terminar de amamentá-la, nós vamos. — Disse Douglas sério ainda sem olhar a esposa e em seguida se retirou do quarto. 

— Aconteceu alguma senhora entre vocês, dona Paola? — Perguntou Lalinha reparando o clima estranho entre os patrões.

— Não parece óbvio?! — Respondeu Paola irritada e Lalinha ficou em silêncio.

Minutos depois, Beatriz parou de mamar e Paola pediu a Lalinha que trocasse a menina para irem ao hospital, mas a pequena não quis ir no colo dela.

— Deixa que eu arrumo ela, vai separar uma roupa para mim que assim que ela estiver pronta eu vou me arrumar rapidinho. — Disse Paola, assim que Lalinha saiu, ela começou a trocar a roupa da filha e Douglas entrou no quarto.

— Por que a Lalinha não está fazendo isso? Você deveria estar se vestindo para irmos de uma vez ao hospital, ela precisa ser atendida o quanto antes. – Disse friamente.

— A Beatriz não quis ficar com ela, começou a chorar e só se acalmou quando eu a peguei de volta. — Respondeu Paola sem parar o que estava fazendo.

Douglas ficou em silêncio e Paola terminou de vestir a filha.

— Vê se ela fica com você para eu ir me trocar. — Disse ela entregando a pequena à Douglas que continuava evitando olhar para a esposa, Beatriz não chorou ao ficar com o pai e Paola foi até o seu quarto se trocar também.

Lalinha preparou uma bolsa com as coisas da bebê e minutos depois, Paola foi até a sala, onde Douglas a esperava, ele surpreendeu-se ao vê-la arrumada para sair, mas, sem maquiagem, pois, Paola não saia nem do quarto se não fosse bem maquiada.

— Vamos?

— Sim. — Respondeu Douglas entregando a filha para Paola, pois, ele mesmo iria dirigir.

Paola sentou no banco de trás com a filha e seguiram para o hospital.

— Calma meu amor, você vai ficar boa logo. — Dizia Paola para a filha tentando acalmá-la, pois viu que a pequena iria chorar novamente, ela percebeu que Douglas a olhava pelo retrovisor, mas quando ela olhava de volta, ele desviada a mirada.

 - Você leu a mensagem não é? — Perguntou ela surpreendendo-o.

— O que você acha? — Respondeu irônico.

— Por isso está agindo assim comigo, mas me deixa pelo menos te explicar...

— Não é hora para falar disso, agora a prioridade é que nossa filha fique bem.— Ele a interrompeu e Paola ficou em silêncio, pois, viu que não adiantaria tentar falar com ele naquele momento.

Assim que chegaram, ele desceu rapidamente do carro e abriu a porta para Paola descer carregando Beatriz e em seguida pegou a bolsa da pequena e foram até a ala de pediatria, onde o doutor Juan já os aguardava.

— O que essa princesinha tem? — Perguntou o médico.

— Ela estava com 39º de febre e estava muito agitada, chorando muito. — Respondeu Paola. 

— Eu vou examiná-la e medicá-la e assim que tiver um diagnóstico venho informá-los. — Falou Juan pegando Beatriz do colo de Paola.

— Obrigada Doutor. — Agradeceu Douglas.

— Ela vai ficar bem? — Perguntou Paola acariciando a face de sua filha que já estava quase adormecendo no colo do doutor.

— Vai sim, eu prometo. — Respondeu o Doutor colocando a mão que estava livre sobre a de Paola que olhou para o lado e viu que Douglas os encarava sério e retirou a mão rapidamente.— Obrigada. — E em seguida o médico levou Beatriz.

Paola sentou-se em dos sofás que tinha na recepção, que aquele horário estava vazia e apoiou sua cabeça no encosto do sofá, enquanto tentava limpar as lágrimas que não paravam de descer em sua face. O coração de Douglas partiu-se ao vê-la assim, ele queria abraçá-la, dizer que estava ali com ela, que tudo ficaria bem, porém, seu orgulho era maior e ele sentou-se em uma das poltronas do outro lado e evitou olhá-la. Nisso, Paulina e Carlos Daniel passaram pelo corredor para irem até o quarto de vovó Piedade e ela olhou para a sala de espera e viu a irmã e o cunhado, rapidamente puxou Carlos Daniel e os dois entraram.

— Paola, Douglas, o que fazem aqui? — Perguntou Paulina sentando-se ao lado da irmã.

— Foi a Beatriz... Ela acordou ardendo em febre e estava chorando muito, eu nunca tinha visto ela daquele jeito. — Respondeu Paola abraçando Paulina e desabando em choro.

— Calma Paola, se for só a febre, eles vão medicá-la e logo ela já vai estar melhor, você vai ver. — Disse Paulina tentando tranquilizar a irmã sem soltar do abraço.

— É a minha princesinha, eu não vou me acalmar até ter certeza que ela está bem. — Falou Paola separando-se do abraço e voltando a secar as lágrimas.

— E a vovó Piedade como está? — Perguntou Douglas a Carlos Daniel.

— Ela já está bem, vai ter alta agora, nós viemos buscá-la.

— Que bom, ainda bem que não era nada grave. — Comentou Douglas.

— Sim, graças a Deus, e vocês vão ver que assim que medicarem a Beatriz ela também vai ficar bem.— Disse Carlos Daniel em apoio aos cunhados.

— Esperamos que sim. — Respondeu Douglas.

Ele não tirava o olho de Paola que seguia sendo consolada pela irmã, não acreditava que tudo estava acontecendo na mesma hora, também não queria acreditar que aquela mensagem era verdadeira, mas, por outro lado, não pôde deixar de desconfiar diante da evidência, ele não queria cometer o mesmo erro de sua festa de noivado em que viu Paola e Donato se beijando e a humilhou na frente de todos os convidados, ele estava tentando manter a calma, pois, se nada daquilo fosse certo, não queria se arrepender em tê-la tratado mal novamente. Seu coração estava apertado ao vê-la assim tão frágil, sua atitude só provava o amor que ela sentia pela filha e ele sentia muito orgulho dela por isso, mas, por outro lado, não queria dar o braço a torcer, pois, se resultasse ser verdade, não saberia o que fazer.

Carlos Daniel e Paulina despediram-se, pois, vovó Piedade já os estava aguardando, Paulina percebeu que algo não estava bem entre Paola e Douglas, mas, preferiu não comentar nada naquele momento, pois, não queria alterar ainda mais a irmã.

Assim que os cunhados saíram, Douglas se levantou e saiu da sala em silêncio, Paola respirou fundo e ficou pensando em como provaria para seu marido que estava falando a verdade, ela estava com medo de perdê-lo, medo de que não acreditasse nela, assim, como fez em sua festa de noivado, ainda mais, por que agora tinha sua filha no meio da história, ela não conseguia nem imaginar como seria criar sua filha longe dele.

Minutos depois, Douglas voltou com dois copos de café na mão e se aproximou dela oferecendo um dos copos e a olhando diretamente pela primeira vez no dia.

— Obrigada, mas eu acho que não vou conseguir tomar nada agora. — Respondeu Paola Pegando o copo e o colocando na mesinha de centro que tinha em sua frente.

— Você precisa tomar, já não tomou café da manhã, nossa filha precisa que esteja forte. — Insistiu ele voltando a sentar-se na poltrona em que estava anteriormente.

Paola respirou fundo e assentiu voltando a pegar o copo e tomando um pouco do café.

— Eu estou preocupada, o médico não vem dar notícias, se não fosse nada grave, ele já teria vindo nos avisar. — Falou angustiada.

— Você tem razão, essa espera é torturante, eu vou lá ver se encontro o médico ou alguma enfermeira que possa dar alguma informação.

— Eu vou com você. — Respondeu Paola rapidamente levantando-se.

— Não! — Ele viu a expressão de confusa dela. — É melhor você ficar aqui caso o médico venha nos procurar para dar notícias antes de encontra-lo.

Paola não respondeu apenas voltou a sentar-se visivelmente irritada, Douglas notou, mas saiu mesmo assim atrás do médico. Ele encontrou uma enfermeira no corredor e perguntou pelo doutor Juan, a moça disse que ele estava na emergência e foi com ele até a entrada e pediu que Douglas aguardasse que ela chamaria o médico.

— Doutor como está minha filha? — Perguntou assim que viu o médico.

— Além da febre ela está com a garganta um pouco inflamada, nós já medicamos e colhemos amostras para fazer um exame mais detalhado, pois, esses sintomas podem ser o início de uma pneumonia.— Explicou o médico.

— Pneumonia?! — Douglas passou a mão na cabeça preocupado.

— Mas não queremos dar nenhum diagnóstico precipitado, pode ser que seja apenas um resfriado, nós já a levamos para um quarto enquanto aguardamos os resultamos dos exames...

— Nós podemos ficar lá com ela doutor?

— Claro, pode ir avisar sua esposa que eu pedirei a uma enfermeira acompanhar o senhor até lá. Eu preciso atender outro caso agora, mas, assim que tiver os resultados dos exames, eu vou até o quarto informa-los.

— Ok doutor, obrigada.

Em seguida, o médico foi até a emergência e Douglas foi avisar Paola que já podiam ver Beatriz e seguiram até o quarto onde a pequena estava dormindo em uma caminha proporcional ao seu tamanho e tinha uma agulha em dos braços, onde estava tomando soro. Paola não conteve as lágrimas ao ver sua filha assim.

— O médico falou o que ela tem?— Perguntou ela aproximando-se da filha.

Douglas contou tudo o que o médico havia dito sobre o estado de Beatriz, Paola não respondeu nada, apenas continuou acariciando a face de sua princesinha.

— Ela vai ficar bem. — Disse Douglas aproximando-se da cama pelo outro lado e acariciando o bracinho da filha.

Paola o  olhou e assentiu deixando cair mais algumas lágrimas, ela as secou e sentou-se no sofá que havia ao lado da cama.

— Ela está assim por minha culpa, eu sabia que seria uma péssima mãe, se eu não consigo evitar que minha filha que ainda é bebê pegue um resfriado, imagina como vou conseguir cuidar dela quando estiver maior. — Paola abaixou a cabeça e cobriu o seu rosto com as mãos.

Douglas foi até lá e abaixou-se na frente da esposa.— Hey, não fale assim, você é uma mãe maravilhosa. – Ele segurou a mão dela fazendo com que levantasse a cabeça.— Não é sua culpa, isso acontece com tudo mundo, inclusive com bebês, a imunidade deles é mais baixa que a nossa e qualquer coisinha já ficam doentes, não precisa se culpar, nossa filha não poderia ter melhor mãe que você.

Ela acariciou a face dele e o puxou para um abraço.— Obrigada por estar aqui comigo, por ser tão perfeito... Eu definitivamente não mereço você nem a nossa filha. — Ela se separou do abraço e limpou suas lágrimas.

— Não vamos falar disso agora, ok? — Respondeu com semblante mais sério, sabendo onde ela queria chegar.— Vamos nos concentrar em cuidar da Beatriz, em estar aqui com ela quando acordar e em casa resolvemos nossos problemas pessoais.

Paola assentiu e voltou a ficar em pé ao lado da filha.

 

Na mansão Bracho...

 

Assim que Paulina e Carlos Daniel chegaram com vovó Piedade, Rodrigo, Patricia, Stephanie, Miguel, e seus respectivos filhos, que estavam ali para o tradicional almoço de domingo, ficaram contentes em ver a vovó bem e em saber que não tinha sido nada grave, assim como os empregados da casa e as crianças que já tinham sentindo falta da bisvovó.

Quando subiram para o quarto, Paulina comentou com Carlos Daniel que tinha sentido o clima estranho entre Paola e Douglas, ele disse que deveria ser impressão, ou stress dos dois por estarem com a filha no hospital, Paulina não ficou muito convencida de que era só isso, mas comentou que falaria com Paola assim que Beatriz já estivesse em casa. Em seguida, os dois desceram para almoçarem com a família.

 

No hospital...

 

Uma hora depois, o doutor Juan foi até o quarto de Beatriz mostrar os resultados dos exames para Douglas e Paola, ele lhes explicou que por sorte ela não estava com pneumonia e que provavelmente tratava-se de um simples resfriado, mas que a deixariam em observação até o fim do dia e se a febre tivesse baixado por completo, a pequena poderia passar a noite em casa. O casal ficou aliviado e permaneceu no quarto junto a filha.

Douglas recebeu uma ligação onde o chamavam para uma reunião urgente, que ele já deveria ter ido de manhã, mas que havia sido adiada para a tarde, ele não queria deixar Paola ali sozinha, mas ela disse que ficaria bem e que chamaria Lalinha para fazer-lhe companhia e Douglas concordou em ir e disse a esposa que ia tentar voltar o mais rápido possível para que a hora em que dessem alta para a filha já pudessem voltar para casa. E assim o fez, foi para sua reunião e meia hora antes de Beatriz receber alta já estava de volta ao hospital para levar a esposa, a filha e Lalinha de volta para casa, antes passaram na farmácia comprar os remédios que o médico indicou e logo depois já estavam em casa.

Assim que chegaram, Paola foi com Lalinha dar um banho na filha para colocá-la para dormir, pois, a pequena ainda estava bem sonolenta devido ao remédio para a febre. Em seguida, foi tomar seu banho e encontrou-se com Douglas na sala de jantar, os dois comeram em silêncio e subiram para o quarto, Douglas entrou para o banho e Paola ficou sentada na cama o esperando. Quando saiu do banho, Douglas viu sua esposa ali e supôs que ela queria conversar, ele a ficou olhando esperando que dissesse alguma coisa.

— Podemos conversar agora? — Perguntou ela e Douglas apenas assentiu aproximando-se dela que levantou-se e ficou na frente dele.— Eu preciso te explicar, ou melhor te fazer entender que aquela mensagem é uma mentira, no mínimo é alguma pegadinha.. eu não sei o que é, só sei que não é real.

— Eu quero muito acreditar Paola, muito mesmo, mas é difícil pra mim... caramba se coloca no meu lugar... como eu não vou desconfiar ou ficar confuso com esse tipo de coisa?

— Eu sei Douglas, mas você sabe que eu mudei... você acha que depois de ter a nossa filha eu seria capaz de ter um amante, de trair você? — Ele ficou silêncio. - Responde Douglas!

— EU NÃO SEI PAOLA... EU NÃO SEI. — Ele respondeu andando de um lado para outro e pôde perceber que ela o olhava incrédula.

— Você não confia em mim. — Ela sentou-se na beira da cama tentando controlar as lágrimas.— Eu sabia que uma hora isso ia acontecer, já imaginava que talvez nunca voltasse a confiar 100% em mim, mas mesmo assim eu quis me arriscar nessa história porque eu te amo, você me conquistou, me amou, cuidou de mim quando eu mais precisava, acreditou em mim quando ninguém mais acreditava, você fez eu me apaixonar por você, me deu um lar, uma família... uma filha. — Ela respirou fundo tentando controlar o choro.— Eu sei que não merecia tudo isso... mas mesmo assim você fez tudo isso por mim e eu sou muito grata, eu mudei por você, pela nossa filha, e você sabe disso, no fundo você sabe que depois de tudo o que fez por mim eu jamais faria algo para te magoar ou para quebrar a sua confiança, e não só por gratidão e sim porque eu te amo Douglas, um amor que eu achei que jamais sentiria novamente e que dessa vez veio ainda mais forte. — Ela levantou-se novamente, segurou a mão dele e o olhou nos olhos. Eu te amo demais e não suportaria te perder.

— Eu sei disso Paola, eu também te amo demais e é justamente por isso que estou confuso, nossa vida, nossa família estão tão perfeitas que parece que a qualquer momento vai acontecer alguma coisa para nos separar, e se for sempre assim? E se sempre que estivermos bem acontecer coisas como estas para tirarem nossa paz? Quando eu me casei com você eu estava consciente de que a qualquer hora alguma coisa do seu passado poderia voltar a tona, mas agora que de fato está acontecendo, eu não sei seu posso entende? — Ele soltou a mão dela e se afastou um pouco.

— Você se arrepende de ter casado comigo, é isso? — Perguntou ela com os olhos marejados novamente.

— Não, não é isso. — Respondeu rapidamente.— É que cada vez que esse tipo de coisa acontece eu me lembro daquela vez no Havaí, que você sabe... Eu não suportaria passar por aquilo de novo, porque eu sofri muito, foi muito difícil superar e deixar toda a desconfiança de lado para seguir o meu coração, no fundo o que eu sinto é medo de te perder novamente.

— Mas você não vai meu amor, aquilo foi há muito tempo, eu não sou mais aquela pessoa, eu não faria algo daquele tipo novamente com você, me diz o que eu preciso fazer pra você acreditar em mim?

— Eu não sei, eu acho que eu só preciso de um pouco de tempo pra processar tudo o que aconteceu, hoje foi um dia muito pesado, eu estou cansado, você também, é melhor irmos dormir e amanhã com a cabeça mas clara falamos melhor.

Paola assentiu e deitou-se na cama esperando que ele viesse também, mas o viu abrir o armário e pegar uma coberta, em seguida aproximou-se da cama para pega seu travesseiro.

— O que está fazendo?— Perguntou ela.

— É melhor eu ir dormir no quarto de hóspedes, assim nós dois pensaremos melhor. — Respondeu virando-se em direção a porta.— Boa noite. — Em seguida abriu a porta.

— Douglas... — Antes de responder, ele já havia saído e Paola deu um soco na cama.— Droga, será que nunca vamos ter paz? Tudo bem que eu mereço tudo de ruim que já passei, mas agora já está sendo demais. — Ela respirou fundo e deitou-se para tentar dormir, pois, estava exausta.

Douglas foi até o quarto de hóspedes, deitou-se e ficou pensando em sua história com Paola, em tudo o que ela falou e logo acabou adormecendo também, pois, além do hospital ainda teve a reunião que foi bem complicada e que ele teria que voltar cedo à empresa no dia seguinte para finalizar as negociações.

Na manhã seguinte, após tomar seu café e dar um beijo em sua filha que continuava dormindo ao lado de Lalinha, Douglas foi até seu carro onde percebeu que o motorista estava caído ao lado com as mãos e a boca amarradas, ele olhou para os lados e não viu ninguém, até que sentiu alguém o puxar por trás e encostar uma arma em suas costas. Logo apareceram mais dois homens armados e encapuzados em sua frente.

— O que querem comigo?  — Perguntou Douglas tentando manter a calma.

— É simples patrão temos ordens para te matar. — Respondeu o homem que o tinha detido.

Enquanto isso dentro da mansão, Beatriz começou a acordar e Lalinha a pegou no colo e foi com ela até a janela para abrir a cortina e logo viu seu patrão cercado por homens armados, imediatamente ela colocou Beatriz de volta no berço e correu até o quarto de Paola que estava terminando de vestir-se e assustou-se com o modo que Lalinha entrou em seu quarto.

— Que isso Lalinha? Quer me matar do coração?

— Não senhora...

— Aconteceu alguma coisa com a Beatriz? — Perguntou Paola terminando rapidamente de fechar sua calça.

— É o seu Douglas senhora. — Ela puxou a patroa até a janela e Paola desesperou-se ao ver o marido naquela situação.

— Meu Deus! — Disse ela e em seguida desceu correndo e Lalinha foi atrás dela.

— Senhora pode ser perigoso.

— Lalinha sobe e fica com a Beatriz la no quarto e não são sai de lá para nada.

— O que houve senhora? — Perguntou Bráulio percebendo a movimentação.

— Bráulio chama a polícia, o Douglas está em perigo. — Disse Paola antes de abrir a porta e correr pelo jardim até chegar próximo ainda estavam Douglas e os bandidos.

Um dos bandidos percebeu Paola e sorriu fazendo sinal para seus comparsas que imediatamente viraram-se para a direção em que ela estava.  Douglas arrepiou-se ao ver a amada ali e ela ficou paralisada ao vê-lo na mira de uma arma.

— Chegou quem faltava. — Disse o bandido que segurava Douglas.

— Não ousem encostar nela. — Ameaçou Douglas sem tirar os olhos de Paola que continuava no mesmo lugar paralisada.

— Se não o que riquinho? Vai jogar um bolo de dinheiro na gente? — Zombou um dos bandidos aproximando-se de Paola e a segurando por trás pelos braços apontando uma arma para ela também.

— É a mim que vocês querem matar, eu já estou aqui, mas soltem ela, por favor.— Implorou Douglas.

— Nem pensar, isso vai ser melhor do que planejamos, você não se perguntou porque queremos matá-lo?! Pois a resposta é simples, para que a gostosa da sua mulher SOFRA. — O bandido deu uma risada e Paola  começou a chorar.

— Não chora não preciosa, e você deve estar se perguntando porque queremos fazê-la sofrer.. Na verdade não somos nós e sim alguém que te amava e que você usou, manipulou e depois jogou fora como sempre faz, e dessa vez foi ainda mais longe armando para ele ser preso novamente, quando finalmente tinha conseguido fugir.

— Donato... — Sussurrou ela.

— Exatamente, ele está preso, mas nós estamos aqui para fazer esse trabalhinho por ele.

— Claro... eu conheço sua voz, você é amigo do Donato, lembro que sempre estava no apartamento dele quando ia visitá-lo... Você é o JM da mensagem... João Manoel, não é?! DESGRAÇADO, VOCÊ VAI FAZER COMPANHIA PARA O SEU AMIGUINHO NA CADEIA. — Disse Paola com raiva.

— Calma princesa, vejo que além de inteligente é irritadinha também, mas isso vai passar agora quando der Adeus ao seu milionário. — O bandido segurou Douglas mais forte e apontou a arma ao lado da cabeça dele e a destravou.

Paola sentiu que o bandido que a segurava a havia soltado por estar concentrado na cena e assim que viu que João ia puxar o gatilho ela jogou-se na frente de Douglas e ouviu-se o barulho de tiro.

— PAOLAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA. — Gritou Douglas assim que ela caiu no chão e ele abaixou-se apoiando a cabeça dela em seu colo.

— Olha o que você fez cara, o chefe vai nos matar. — Disse um dos bandidos.

— Deu merda cara, vamos vazar.— Falou o outro já correndo.

João, que havia disparado ficou parado olhando para Paola e não acreditando no que tinha feito, até que sentiu um dos comparsas o empurrando para fugirem dali o quanto antes.

— Meu amor aguenta firma, eu vou chamar a ambulância e você vai ficar bem. - Disse Douglas acariciando a face de sua amada que ainda estava consciente e com a mão na barriga onde tinha levado o tiro.

— Eu não vou aguentar muito tempo meu amor... eu só quero que saiba que você e nossa filha são as coisas mais importantes para mim, são quem eu mais amo e por vocês eu não me importo em dar minha vida. — Declarou Paola com a voz fraca.

— Não fala assim pelo amor de Deus, você não pode morrer, você não vai morrer. — Ele beijou a testa dela.— SOCORRO, CHAMEM UMA AMBULÂNCIA. — Gritou desesperado.

— Esse ano que passamos juntos foi o melhor da minha vida, eu te agradeço por tudo que fez por mim, você é o amor da minha vida, eu te amo muito e só peço que seja feliz e cuide bem da nossa filha...

— Para de falar como estivesse se despedindo, por favor. — Ele já estava chorando desesperado.— Você não pode se esforçar.

— Me deixa terminar... — Pediu Paola já com a voz mais falha do que antes.— Promete que sempre vai estar para nossa princesa quando ela precisar, que nunca vai deixá-la se sentir sozinha e sempre vai protegê-la de quem quiser lhe fazer mal?... Promete?

— Prometo meu amor, mas você vai estar aqui comigo para fazer tudo isso pela nossa filha, você não pode nos deixar. — Ele a olhou nos olhos e ela não pode mais segurar as lágrimas. — Se acalma meu amor, a ambulância já deve estar chegando.

Paola fez uma negativa com a cabeça e fez sinal com uma de suas mãos para que ele se aproximasse mais dela, assim que ficaram próximos, Paola deu um beijo nos lábios do amado que retribuiu transmitindo todo seu amor.

— Eu te amo Paola, seja forte, por mim, pela nossa filha...

— Eu não posso mais... — Ela estava apenas sussurrando.— Eu amo vocês. — Ela fechou os olhos e a mão que segurava a de Douglas caiu para o lado.

— PAOLA? PAOLA? - Ele a sacudiu desesperado e em seguida pegou a mão dela para checar seu pulso e não sentiu nada. - NÃOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOO! 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 


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Notas finais do capítulo

Primeiro: Não matem. 2º Confesso que chorei escrevendo o capítulo e imagino que vocês choraram lendo, então comentem muito nem que seja pra me xingar, quero saber o que acharam sobre a morte da Paola u.u Lembrando que quem quiser participar do grupo da fic só me avisar - 49 99137-4832. Quem tem twitter pode comentar por lá - @spanicismylife. Nos 'vemos' no capítulo final.. bye ♥



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