Após conversar com a organizadora, Paola foi até a varanda ver se tinha algum convidado que ela ainda não tinha cumprimentado e não vê ninguém. Quando estava se virando para voltar para dentro, sente alguém agarrá-la por trás, tapando sua boca. O homem a vira de frente e continua segurando com força, mas destapa sua boca.

– Você?! – Diz Paola assustada ao ver de quem se tratava.

Era Donato seu ex amante, ele havia descoberto onde ela estava vivendo e soube da festa. Conseguiu pular o muro e ficou escondido no jardim, a espera de Paola.

– Sim sou eu, está surpresa em me ver queridinha? – Perguntou ele com deboche.

– Donato, o que está fazendo aqui? Como me achou?

– Eu sempre acho tudo que eu quero meu amor, e como sempre, eu continuo querendo você. – Falou agarrando ela mais ainda.

– Me solta, eu já disse faz anos que não queria mais nada com você, agora estou noiva e essa é minha festa de noivado. – Fala Paola irritada.

– Eu não desisti de você meu amor. – Diz Donato e a puxa para um beijo ardente, ela não tinha como se soltar apesar de não estar correspondendo.

Nesse momento, Douglas aparece na porta da varanda, estava procurando Paola, ele vê a cena e incrédulo pensa: ‘ – Não acredito, isso não pode estar acontecendo. ’

Douglas não faz nada, apenas volta para dentro e vai até o toalete. Lá ele fica andando de um lado para o outro se perguntando o que tinha feito de errado para Paola fazer aquilo com ele novamente, e o pior, na própria festa de noivado.

– Imagina o que ela vai fazer depois de casada, eu juro que confiava na mudança dela, ela parecia estar sendo sincera. Meu Deus, como pude ser tão idiota. – Falou irritado dando um soco na parede.– Mas isso não vai ficar assim, dessa vez não, se ela acha que isso vai ficar por isso mesmo, está muito enganada, ela vai ter o que merece. – Completa.

NA VARANDA...

No meio do beijo forçado, Paola consegue se soltar e dá um tapa em Donato que dá um passo para trás e põe a mão no rosto.

– VAI EMBORA E NUNCA MAIS COLOQUE OS PÉS NESSA CASA, E VÊ SE DE UMA VEZ POR TODAS... ME ESQUECE! – Fala Paola com a voz alterada.

– Isso vai te custar muito caro Paola. Eu já disse que não desisti de você. A gente vai voltar a se ver sim e não vai ser nada agradável, eu garanto!

– Eu não tenho medo de você, agora sai antes que eu chame um segurança. – Responde Paola.

– Está bem queridinha, eu vou, mas eu volto, pode estar segura. – Fala Donato indo embora.

Paola respira fundo e depois de vê-lo realmente sair, ela olha em volta e se pergunta: – Será que alguém viu alguma coisa? Espero que não, o que não iriam pensar?! – E em seguida vai ao toalete retocar a maquiagem e tentar se acalmar.

Enquanto isso, Douglas estava na cozinha bebendo um copo de whisky atrás do outro. Ele vê Paola sair do toalete e a chama.

– Meu amor, onde você estava? Estou te procurando faz tempo. – Pergunta tentando se controlar.

– Desculpa meu amor, eu vim aqui falar com a organizadora, checar se estava tudo certo com o bufe e depois fui ali fora ver se tinha algum convidado que eu ainda não tinha cumprimentado, mas não tinha ninguém. – Responde Paola um pouco nervosa.

– Ahh sim, vamos voltar para a sala? – Diz Douglas.

– Claro. – Responde Paola enganchando seu braço no de Douglas e voltando para a festa.

Paola disfarçava o nervosismo enquanto Douglas continuava a beber, entre uma conversa em outra. Paola notou que ele estava bebendo além do normal e vai falar com ele.

– Meu amor, acho que você está bebendo demais. – Diz Paola o abraçando por trás e tentando pegar o copo da mão dele.

– Ahh você acha? E quem é você para me dizer isso? – Pergunta Douglas sério.

– Douglas você já está ficando bêbado e inconveniente, é melhor parar, e eu sou sua noiva, acho que tenho o direito de te pedir isso. – Fala Paola não entendendo a atitude do amado.

– Sim tem razão, é minha noiva e tem o direito de fazer isso e muito mais comigo não é?! Não se preocupe querida, eu não vou mais beber, até porque está na hora do principal da festa. Vamos lá. – Responde Douglas pegando na mão de Paola e indo até o meio da sala.

Ele pede silêncio e chama a atenção de todos.

– Acho que agora ele vai fazer o pedido oficial. – Comenta Carlos Daniel com Paulina.

– Sim meu amor, vou pegar o celular para gravar. – Diz Paulina.

Os convidados fazem um círculo ao redor do casal e Douglas segura na mão de Paola e tira uma caixinha do bolso.

– Gostaria da atenção de todos, por favor. Estamos aqui para comemorar o meu noivado com a Paola, quando eu comprei o anel que ela está usando e a pedi em noivado em uma noite muito especial, eu pensei que fosse para valer, que realmente nós iríamos dar certo e ser felizes juntos tendo um novo e lindo recomeço. Mas hoje eu tive a confirmação, de que não, tudo o que eu pensava ou queria acreditar sobre a Paola, era uma farsa. – Fala Douglas e todos ficam cochichando entre si não entendo nada.

– Meu amor o que está acontecendo? É uma espécie de brincadeira? – Pergunta Paola baixinho sem entender.

– Calma querida, você já vai saber – Responde Douglas no mesmo tom.

– Continuando... A Paola, minha noiva, como todos sabem, era uma pessoa má, egoísta, sem escrúpulos e até sem sentimentos eu diria, mas ela mudou e muito, fez uma porção de maldades e coisas imperdoáveis, principalmente para sua irmã gêmea e seu ex marido, que inclusive, estão aqui. Mas o foco não é o passado e sim o futuro. Como já disse, ela mudou e passou a ser uma pessoa melhor, pediu perdão para quem ela fez mal e tentou reparar alguns erros. Nós nos entendemos, eu me apaixonei novamente por ela e ela por mim. Nós tínhamos tudo para sermos felizes, se não fosse por um pequeno detalhe... ELA NÃO MUDOU PORCARIA NENHUMA, CONTINUA A MESMA MULHERZINHA FÁCIL QUE ERA ANTES, QUE NÃO SE IMPORTAVA COM NINGUÉM ALÉM DELA, E SÓ QUERIA SABER DE CURTIR COM OS SEUS AMANTES.

Nesse momento todos se olham e ficam comentando e olhando para Paola que fica paralisada e branca, ela não sabia o que estava acontecendo, não conseguiu ter nenhuma reação.

– Como assim Douglas? Da onde você tirou isso? – Perguntou Paulina incrédula vendo o estado de sua irmã.

– Foi bom você ter perguntado isso Paulina, aliás é bom que você e todos aqui saibam o motivo de eu estar dizendo isso. O fato é que há poucos minutos atrás eu notei a ausência da minha ‘querida’ noiva e fui procurá-la, e quando a achei, tive uma grande surpresa. Adivinhem o que ela fazendo?! ME TRAINDO COMO SEMPRE! – Falou Douglas elevando o tom de voz. – Ela estava na varanda aos beijos com um de seus ex amantes aquele pintor de meia tigela. – Completou.

No mesmo instante, Paola virou-se para ele que percebeu e logo voltou a falar: - Pensou que eu não iria descobrir né?! Será que você não tem vergonha de fazer isso na minha casa, na minha cara e o pior NA NOSSA FESTA DE NOIVADO.

– Meu amor calma, dessa vez não foi bem assim. – Diz Paola tentando se explicar e Douglas já a interrompe.

– Não me chama de meu amor, eu não quero saber das suas desculpas baratas, vai dizer o que? Que não foi isso que estou pensando ou que eu vi mal, ou foi ele que me agarrou. – Disse Douglas fazendo uma voz feminina. – Hay me poupe disso.

– Douglas você tem que acreditar em mim. Você sabe que eu mudei. Esse louco apareceu do nada e sim me agarrou, e se tivesse visto a cena toda, veria que eu o empurrei e dei um tapa, depois mandei ele embora. Pelo amor de Deus, você sabe que eu não sou mais assim. – Falou Paola chorando desesperadamente e segurando a mão dele.

– Ahh então quer dizer que o burro foi eu que não fiquei para ver a cena toda. Meu Deus Paola, até onde você é capaz de ir com suas mentiras? Eu acreditei em você, te ajudei, te dei amor, tudo e você me retribui assim?! Me desculpe, mas não sou tão trouxa como você está pensando. – Diz Douglas chorando também.

– Que barraco hein, mas sabe que eu nunca vi a Paola nesse estado. – Comenta Carlos Daniel.

– Pois é meu amor, o que o Douglas está fazendo com ela, não é certo, mesmo que isso fosse verdade, o que também acho que não é, ele não tinha o direito de humilhá-la assim. – Diz Paulina.

Nisso, alguns convidados começaram a ir embora e outros permaneciam para ver o ‘show’ e ficam fofocando entre si.

– Douglas, por favor, me ouve, vamos conversar no quarto, ou em qualquer outro lugar, mas só a gente. – Pede Paola.

– Não Paola, para que? Para você vir com beijinhos e carícias e tentar me convencer? NÃO, EU NÃO VOU CAIR NO SEU TEATRO. – Falou com raiva a afastando dele.

– Então tá Douglas, não quer me ouvir, não ouve, até é bom para eu saber como era ‘grande’ o amor que você dizia sentir por mim, porque se me amasse mesmo, não faria isso que você está fazendo, mas sabe que uma hora a verdade vai aparecer e ai é você quem vai vir atrás de mim pedir perdão, e eu me lembrarei disso. – Disse Paola chorando e em seguia saiu correndo para a frente da casa, ela estava atordoada, olhou para os lados e foi em direção a garagem.

Enquanto isso, Douglas mandou todos irem embora porque o ‘show’ já tinha terminado. Preocupada com Paola, Paulina pediu que Carlos Daniel fosse atrás dela e não a deixasse sair dirigindo, enquanto ela foi falar com Douglas.

Carlos Daniel correu para fora e não avistou Paola, até que percebeu a porta da garagem aberta e a luz acessa, e foi imediatamente para lá. Ao entrar, viu Paola entrando em seu carro e foi impedir-la.

– Hey Paola, espera você não pode dirigir assim. – Falou Carlos Daniel parando ao lado da porta do carro.

– Por favor, Carlos Daniel me deixe ir. Eu preciso sair daqui o mais rápido possível. – Falou colocando o cinto e chorando muito.

– Eu entendo Paola, mas você não pode dirigir assim, vai acabar se matando de verdade. – Disse Carlos Daniel sério.

Paola ao conseguiu responder nada, apensa se debruçou no volante e começou a chorar ainda mais. Carlos Daniel ao vê-la nesse estado abaixou-se em frente à porta do carro e delicadamente a fez levantar a cabeça e olhar para ele.

– Paola, eu sei que vai parecer estranho, mas eu acredito em você, sei que dessa vez você está falando a verdade. – Ele fala calmamente segurando a mão dela. – Deixa que eu levo você, a Paulina ficou falando com o Douglas e depois eu volto pegá-la, sei que agora ele a respeita muito e não vai fazer nada contra ela. – Completa.

– Obrigada por acreditar em mim Carlos Daniel, confesso que não esperava isso de você. Sua atitude só prova o homem maravilhoso que você é, a minha irmã tem sorte, já eu, pensei que tinha encontrado o homem da minha vida, mas me enganei, mais uma vez. – Falou Paola olhando nos olhos dele e voltou a chorar desesperadamente.

Carlos Daniel abriu a porta do carro e a abraçou por alguns instantes.

– Não fale assim, tenho certeza que vocês vão se acertar, vocês se amam e vão resolver isso juntos, tenha fé. – Disse acariciando a face de Paola e secando suas lágrimas que não pararam de cair.

– Por que está fazendo isso por mim Carlos Daniel? Como sabe que eu estou dizendo a verdade? – Perguntou ela intrigada com a atitude dele.

– É simples, porque eu nunca vi você naquele estado que ficou quando o Douglas te falou tudo aquilo, você estava e está desesperada e tentou explicar para ele a verdade, sei que está sendo sincera porque quando foi no nosso caso, quando eu descobri tudo que você tinha feito, você não teve nenhuma preocupação em tentar se defender, pois sabia que não tinha como, e agora tudo foi diferente. Mais uma vez você provou o quanto está mudada, e é por isso que eu estou aqui querendo te ajudar, e impedindo você de fazer uma besteira saindo dirigir assim. – Respondeu sinceramente.

– Você tem razão, eu estou assim porque dessa vez não tive culpa, não sei como aquele infeliz do Donato me achou e ele já chegou me agarrando, dizendo que nunca me esqueceu, que não ia desistir de mim e tudo mais, e ai quando eu dei o fora nele, ele me agarrou e para minha ‘sorte’ nessa hora o Douglas deve ter aparecido e visto tudo. Mas foi questão de segundos, porque logo depois eu o empurrei e dei um tapa nele, disse que se ele não fosse embora, eu ia chamar um segurança e ele foi, mas me ameaçou falando que aquilo não ia ficar assim. Ai meu Deus eu não sei o que fazer. – Disse Paola encostando-se no banco e colocando a mão no rosto.

– Primeiro tenta se acalmar, deixa eu sentar ai que eu te levo onde você quiser ir, mas não chora mais tá? No final vai dar tudo certo. – Falou Carlos Daniel segurando novamente em sua mão.

– Obrigada mesmo Carlos Daniel, eu sei que não merecia nem que voltasse a me olhar e vejo tudo que está fazendo por mim, eu nem sei como agradecer. – Disse Paola sentando-se no banco do carona.

– Não precisa agradecer, faço isso em nome do amor verdadeiro que um dia nós tivemos, e dos momentos que você me trouxe alegria e felicidade. Sem contar que você é irmã da minha mulher e sempre vai poder contar comigo. – Respondeu Carlos Daniel sentando no banco do motorista e em seguida dá partida no carro.

ENQUANTO ISSO NA SALA...

Paulina e Douglas estavam sentados no sofá, conversando. Ela tentava fazê-lo se acalmar e enxergar a verdade.

– Douglas você precisa me ouvir, eu conheço a minha irmã, sei que ele não estava mentindo, se fosse verdade, ela nem ia tentar se justiçar, e não iria ficar tão desesperada, ela nunca foi de se importar com um escândalo, se dessa vez, ela ficou assim, é porque realmente é verdade. – Disse Paulina.

– Não adianta tentar justificar-la Paulina, você não viu o que eu vi, eles estavam se beijando, ela não estava tentando se soltar, ele até pode ter aparecido aqui de surpresa, porque acredito que ela não ia ser burra de chamá-lo, mas mesmo assim teve uma recaída, e deixou que ele a beijasse. – Respondeu Douglas inconformado.

– Você está com a cabeça quente, não está raciocinando direito. Eu também conheço muito bem o Donato, quando eu estava ocupando o lugar da Paola, ele não me deixava em paz, até que fui a casa dele e quando disse que estava tudo terminado, que não queria mais nada com ele, me agarrou também, queria me forçar a me entregar a ele, chegou a rasgar meu vestido, a minha sorte, foi a tal mancha preta que a Paola tem nas costas e eu não, ali, ele descobriu que eu não era a Paola, e parou de me perseguir. Por isso eu digo, do jeito que ele era louco pela Paola, ao saber que ela está viva, ele deve ter pesquisado onde ela está, e veio tentar encontrá-la, certamente acreditando que ia encontrar a mesma Paola de antes, talvez ao ser rejeitado por ela, a tenha agarrado. Não sabemos ao certo, você nem ao menos quis ouvi-la e deixá-la de explicar. – Contou Paulina.

– Olhando por esse lado, você até pode ter um pouco de razão, mas não muda os fatos. Eu não deixei que ela se explicasse porque não quero ouvir a mesma desculpa de sempre, não adianta, eu me iludi pensando que ela tinha se tornado uma pessoa melhor, mas pelo jeito isso nunca vai acontecer. – Respondeu Douglas abaixando a cabeça e chorando.

– Não fala assim Douglas, ela mudou sim, eu tenho certeza. Você precisa esfriar a cabeça, deixar passar uns dias que seja, e procurá-la para vocês se entenderem, vocês estão de casamento marcado, sem contar o amor, que eu sei que é verdadeiro das duas partes, não deixa um mal entendido como esse, estragar isso, me promete?

– Eu não sei se consigo Paulina, e também, mesmo que eu vá, ela já disse que não vai querer me ouvir e nunca vai me perdoar pela humilhação que eu a fiz passar, eu estava fora de mim, não conseguia pensar, só queria que ela pagasse pelo que me fez, e agora vejo que eu exagerei e muito, ela deve estar arrasada. – Falou Douglas chorando muito ao lembrar-se de tudo o que havia falado para Paola. – Falando nisso, onde será que ela está? Será que ela saiu dirigindo naquele estado? Ela não tem um histórico muito bom no volante, ainda mais estando assim. Será que aconteceu alguma coisa? – Se perguntava Douglas levantando-se do sofá e andando de um lado para o outro.

– Ela deve estar arrasada sim, mas não se preocupe, o Carlos Daniel foi atrás dela, ele não vai deixar ela dirigir naquele estado. – Disse Paulina tranquilizando-o.

– Menos mau, mas você não fica com medo de mandar seu marido atrás dela, vai que eles tem uma recaída, não seria a primeira vez né. – Falou Douglas irritado.

– CHEGA DOUGLAS, já vi que com você não vai dar para falar, não hoje pelo menos. E só para você saber, eu confio no meu marido, se você não confia na Paola, problema seu, ai ela tem razão mesmo de duvidar do amor que você diz sentir por ela. Eu vou subir para pegar a bolsa dela e algumas roupas, certamente ela vai precisar, pode pelo menos me mostrar em qual quarto está? – Perguntou Paulina se irritando também.

– Me desculpa Paulina, eu estava tentando confiar nela, mas é que depois de tudo que ela vez, convenhamos que fica difícil. E eu também estou desesperado, e depois de hoje, talvez tenha perdido a Paola para sempre. – Respondeu Douglas voltando a chorar e sentando-se no sofá com a mão na cabeça.

– Ai Douglas, não fica assim, vai por mim, vocês vão se acertar, eu já disse, dá tempo ao tempo, com a cabeça fria, vocês tentam conversar e se entender. Agora você precisa tomar um banho frio e descansar, amanhã, eu garanto que vai estar melhor e com a mente mais clara. – Fala Paulina se abaixando perto dele.

– Obrigada Paulina, por ficar aqui comigo e ajudar a me sentir melhor. – Disse Douglas se levantando e ajudando ela a se levantar e lhe dá um abraço.

– Imagina Douglas, você já me ajudou muito também e eu serei eternamente grata, a gente é amigo, e amigo serve para essas coisas.

– Só você para me acalmar. Vem eu te levo até no quarto da Paola. – Falou Douglas respirando fundo e acompanhando Paulina até o segundo andar.

NA RUA...

Carlos Daniel estava dirigindo pelo centro da cidade e Paola estava olhando pela janela, calada e chorando baixinho.

– Paola, você quer ficar em algum hotel? – Perguntou Carlos Daniel.

– Eu acho que sim, na verdade nem sei para onde eu vou. – Respondeu e não conseguiu mais controlar o choro.

Ele estacionou o carro, e a abraçou novamente. – Você não quer ficar lá em casa? Acredito que estará melhor do que em um hotel. – Disse.

– Obrigada, mas melhor não. Já incomodei vocês o suficiente por uma noite. Pode me levar para aquele hotel aqui perto. – Respondeu Paola.

– Imagina Paola, tenho certeza que a Paulina irá te perguntar a mesma coisa. Você não está em condições de ficar sozinha, não será bom para você. – Insistiu Carlos Daniel.

– Eu sei Carlos Daniel, mas não quero causar problemas, eu vou ficar bem. Eu preciso estar sozinha, vai ser melhor assim. – Disse Paola.

– Está bem Paola, você quem sabe. Vou ligar para Paulina, ver como está à conversa lá com o Douglas.

E Carlos Daniel liga para Paulina que diz que já estava pegando algumas coisas da Paola e que havia acalmado Douglas, que estava arrependido do que tinha feito com sua noiva. Ele comentou com Paola e ela disse que agora era tarde para arrependimentos e os seguiram para o hotel. Chegando lá, Paola fez o check in e Carlos Daniel a acompanhou. Ele a deixa Paola em seu quarto e em seguida vai buscar Paulina. No caminho os dois vão conversando sobre a conversa que cada um teve com Douglas e Paola. Chegando ao hotel, eles subiram até o quarto onde Paola estava hospedada. Ao ver a irmã, Paulina logo perguntou o que ela estava sentindo, pois Paola está pálida.

– Eu estou com o estômago embrulhado, acabei vomitando. Acho que foi do nervosismo. – Respondeu Paola.

– Sim, deve ser. Você tem que se cuidar e descansar agora. Eu trouxe sua bolsa e fiz essa mala para você. – Disse Paulina.

– Obrigada Paulina.

Paulina comentou sobre sua conversa com Douglas.

– Pouco me importa se ele está arrependido, depois do que ele me fez passar, não quero vê-lo tão cedo. – Falou Paola irritada.

– Você fala isso agora, mas eu tenho certeza que vocês vão se entender. – Diz Paulina.

– Acho bem difícil. – Responde Paola com a cabeça baixa.

– Tem certeza de que não ficar lá em casa? Lá você não irá se sentir tão sozinha e terá alguma distração. – Falou Paulina.

– Obrigada, mas como já disse ao Carlos Daniel, eu estarei melhor sozinha.– Responde Paola.

– Está bem então, vamos deixar você descansar. Fica bem tá?! Se precisar sabe que pode ligar pra gente. – Diz Paulina dando um abraço na irmã e Paola responde fazendo um sim com a cabeça.

Carlos Daniel também dá um abraço em Paola e ela o agradece mais uma vez por tê-la ajudado. Ele e Paulina vão para casa enquanto Paola vai tomar um banho para ir dormir. Ela ficou rolando de um lado para outro na cama, sem conseguir pegar no sono, então pegou um de seus comprimidos tranquilizantes e tomou, para por fim, conseguir descansar.

NA MANSÃO MALDONADO...

Douglas, assim como Paola, estava inquieto sem conseguir dormir, ele ficou abraçado ao travesseiro dela, onde tinha o seu cheiro, e ficou lembrando-se dos momentos felizes de amor que tiveram. Ele passou a se sentir cada vez mais culpado e arrependido por não a ter escutado e o pior, por tê-la humilhado na frente de todo mundo, não, Paola não perdoaria aquilo, não tão fácil.

NA MANSÃO BRACHO...

Após tomarem banho, Paulina e Carlos Daniel foram para a cama. Ela deitou sobre o peitoral de seu amado, e ele ficou acariciando os cabelos dela.

– Eu fiquei muito preocupada com a Paola meu amor. – Comentou Paulina.

– Pois é, eu também, ela não parecia nada bem. Mas não é para menos, depois de todo stress que passou. – Disse Carlos Daniel.

– Tem razão, por pior que ela tenha sido, e mesmo que tivesse feito aquilo, não merecia aquela humilhação, ele devia tê-la chamado em um canto e conversado só os dois, expô-la daquela maneira, foi horrível. – Fala Paulina.

– Sim, e conhecendo a Paola, ela não vai mais nem querer olhar na cara dele, depois disso. Mesmo que ele se arrependa e vá procurá-la, duvido que ela vá recebê-lo. – Diz Carlos Daniel.

– Infelizmente é verdade, o Douglas já está arrependido, ele só não quis dar o braço a torcer, mas quando a ficha dele cair, será tarde demais. – Fala Paulina, e os dois seguem conversando mais alguns minutos até que pegam no sono e dormem abraçadinhos.

NO DIA SEGUINTE...

Era domingo, Vovó Piedade havia ido à missão com Adelina e Lalinha ficou cuidando das crianças até Paulina e Carlos Daniel acordarem.

Após levantar e tomar seu café, Paulina dá de mamar para os gêmeos e fica brincando com eles, enquanto Carlos Daniel brincava com os filhos maiores. Assim que seus pequenos se cansam e pegam no sono, Paulina os coloca no berço e vai até o jardim, onde Carlos Daniel jogava bola com Carlinhos e Lizete e Lalinha estava na torcida com Paulinha e Bernardo. Ela ficou apreciando a cena e recordando que antigamente ele mal dava atenção para os seus filhos, e vê-los hoje em dia assim tão unidos, era uma alegria para ela.

Carlos Daniel, ao ver sua amada ali, foi lhe dar um beijo e em seguida as crianças fazem o mesmo e voltam a brincar. Ele notou que Paulina ficou séria e pensativa de repente.

– Minha vida, aconteceu alguma coisa? – Perguntou preocupado.

– Eu não sei, senti um aperto no coração, como se fosse um mau pressentimento. – Respondeu Paulina.

– Será que é algo com nossos filhos? Hay será que nunca vamos ter paz?! – Se pergunta Carlos Daniel.

– Não sei meu amor, acho que dessa fez pode ser algo com a Paola, eu vou ligar para ela para ver se ela está melhor, talvez eu deva estar impressionada por tudo o que aconteceu ontem. – Diz Paulina.

– Faz isso, para você ficar mais tranquila, não gosto de te ver preocupada. – Fala Carlos Daniel dando um beijo em sua amada.

E Paulina vai para dentro ligar para Paola, o telefone chama, mas ninguém atende. Ela tenta mais umas 2 vezes e acontece o mesmo. Tenta ligar para o hotel e eles transferem a ligação, mas ninguém atende também.

– Será que aconteceu alguma coisa com a minha irmã? – Se pergunta.

Em seguida, ela corre avisar o Carlos Daniel que sugere irem até o hotel só para se certificar de que ela está bem, e que talvez só tenha deixado o celular desligado. Vovó Piedade e Adelina acabavam de chegar da missa e Paulina conta o que aconteceu e a vovó fica chocada com a atitude de Douglas, e ao ver a preocupação de Paulina, diz para eles irem logo ver como Paola está que elas cuidam das crianças. E assim, os 2 seguem para o hotel.

Chegando lá, eles se apresentam na portaria e após muita insistência, conseguem subir sem a autorização da hóspede, já que Paola não atendia ao telefone, foram acompanhados pó um dos funcionários do hotel. Chegam ao quarto e batem na porta, porém ninguém responde.

– A hóspede deve ter saído senhora. – Falou Luis, o funcionário do hotel.

– Eu sei, mas e se tiver acontecido alguma coisa com ela lá dentro? Por favor, você não tem a chave reserva? – Perguntou Paulina angustiada.

– Eu até tenho senhora, mas isso não é correto, eu não posso deixar vocês entrar sem a hóspede estar presente. – Explica Luis.

– Luis... – Diz Carlos Daniel lendo no crachá. – Você não está percebendo a aflição da minha esposa? É a irmã dela que está ali dentro, ontem nós a deixamos aqui e ela não estava bem. Não custa nada você abrir rapidinho só para a gente ter certeza de que ela realmente saiu. – Insiste Carlos Daniel sério.

– Está bem, eu vou buscar a chave. – Disse Luis se retirando.

– Obrigada meu amor. Será que ela está bem? – Pergunta Paulina.

– Eu não sei, mas espero que sim. Certamente ela deve ter saído e não levou o celular. – Responde Carlos Daniel tranquilizando-a.

– Espero que seja isso mesmo. – Disse Paulina encostando-se na parede enquanto esperavam Luis.

Assim que ele volta trazendo a chave, abre o quarto e Paulina e Carlos Daniel entram no quarto e não vêem ninguém.

– Viram, eu disse que ela não estava. – Falou Luís.

– Cala a boca. – Diz Carlos Daniel irritado.

Paulina olhou para todos os cantos e não viu ninguém, até que foi olhar no banheiro e imediatamente gritou assustada: – PAOLA!