Dorian Gray escrita por Carrie Lerman


Capítulo 1
Final Feliz Para Dorian Gray


Notas iniciais do capítulo

Escrevi essa one ontem a noite, querendo dar um final feliz ao destino trágico da vida de Dorian Gray! Espero que apreciem! Beijos nos veremos na próxima!



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Londres Vitoriana, 1886


O Jovem órfão Dorian Gray chega a Londres e é imediatamente conduzido à mansão de seu falecido avô Kelso, pelo seu motorista e mordomo Alfred. Ao entrarem na grande sala da residência Dorian analisa tudo ao redor e constata:


– Nada mudou desde a última vez que estive aqui.

– Seu avô fez questão de manter tudo exatamente como sempre foi.

– Nem acredito que terei de viver nessa casa enorme sozinho.

– Na verdade não terá... –diz certa jovem de cabelos negros enquanto desce as escadas.

– Senhor Gray esta é a senhorita Catrina...

– Catrina Gray... –diz ela andando até o rapaz. – Filha de Marrie Gilbert. Neta de Doroti Gilbert... Sua prima.

– Prima? –ele encara a garota e depois volta seus olhos ao mordomo.

– Eu os deixarei a sós senhor... Com licença.

– Como podemos ser primos se Kelso só teve uma única filha, minha mãe. –dizia Dorian enquanto a jovem se aproximava.

– Na verdade Kelso se deitou com outra mulher enquanto a sua mãe estava no ventre de sua avó. Esta mulher era a minha avó... Logo eu sou a segunda herdeira legitima desse mausoléu infestado por ratos.

– E pretende ficar aqui? –disse o jovem erguendo as sobrancelhas.

– Até que cheguemos a um comum acordo sobre o que faremos a respeito da casa. Sim! Algum problema com isso? –diz a garota diante do primo.

– Não... Por mim tudo bem.

– Ótimo! Então seja bem vindo Dorian Gray. –disse estendendo sua mão.


...



Meses depois enquanto Dorian recebia a vizita de dois grandes amigos, Basil Hallward e Henry Wotton, ambos mais velhos do que Dorian. A jovem Catrina descia as escadas e se dirigia a sala principal onde Basil entregava o quadro que vinha há meses pintando para o jovem Gray. Diante do seu próprio retrato o garoto ficou maravilhado.


– É assim que eu sou? –disse tocando o quadro.

– Sim! Exatamente assim. –dizia Basil orgulhoso pelo excelente trabalho.

– É... Incrível...

– E ele será sempre assim. –disse Henry. – Diferente de você meu caro! Que vai envelhecer e ficar tomado de rugas... Trágico.

– De fato seria muito bem vindo se este quadro pudesse envelhecer em meu lugar. –dizia Dorian.

– Infelizmente isso seria impossível... –disse Basil sorrindo.

– Mas veja que bela obra poderá exibir em sua parede Dorian. –continuou Wotton.

– Não vejo nada demais nela. –disse Catrina ao entrar no cômodo.

– Ah... –Dorian revirou os olhos e protestou. – Essa é minha “adorável” prima Catrina... Senhores.

– Prima! –disse Basil surpreso. – Em meses que venho trabalhando em seu quadro e jamais me falou da existência de tal moça Dorian! –ele sorriu e andou até Catrina.

– De fato devo ter me esquecido de mencionar.

– De fato meu primo tem péssima memória... –ela retruca. – Perdoe-me se pareci menosprezar sua obra caro Hallward. –disse sorrindo para o pintor.

– Por favor, me chame de Basil. Mas me diga o que acha que tem de errado com ela?

– Absolutamente nada! –diz andando até o retrato. – É uma obra magnífica, pintura esplêndida e seus traços são impecáveis... Porém o modelo é que não me chama atenção.

– Entende de arte senhorita Gray? –diz Wotton.

– Estudei em uma escola de arte senhor Wotton, presumo...

– Vejo que meu nome me antecede. –disse se levantando de uma poltrona.

– Sua reputação também. –ela o encarou.

– Parece que temos uma jovem muito culta e perspicaz na sala! –diz Basil.

– Por favor... –diz a garota sorrindo em agradecimento.

– Não se incomodem com a minha presença. –disse Dorian bastante enciumado com a atenção desviada dele para sua prima.

– Por que nunca me falou sobre tal jovem Dorian? –disse Wotton beijando a mão da moça.

– Não achei que fosse relevante.

– Uma Gray sempre tem sua importância na conversa. –Wotton olhava nos belos olhos da jovem.

– De fato existe uma explicação para meu pouco interesse em meu primo senhores... –ela ri e encara Dorian. – Sua cabeça não guarda informações de valor... Apenas besteira.

– Como sempre sua educação te supera “adorável” prima.

– Não vamos discutir sobre educação querido primo. Sabemos bem quem veio de onde aqui... –disse se referindo ao fato de o rapaz ter crescido em uma fazenda longe da cidade.

– Eu sugiro que façamos um passeio para comemorar! –diz Wotton.

– Comemorar o que exatamente? –diz Basil.

– Seu belo quadro. O Dorian e certamente a esta adorável moça!

– Imagino que desejam minha presença então! –diz ela.

– Ela será irrevogável!

– Eu aceito! –diz ela.

– Por mim! Acho excelente! –Basil.

– Posso dar minha opinião? –disse Dorian erguendo a mão.

– Diga Dorian! – Basil o encara com semblante tranquilo como sempre.

– Esqueça... Já sei que serei voto vencido. Vou me trocar e desço logo.

– Esperaremos no carro... –diz Wotton.


...


Algumas semanas mais tarde, Dorian está diante de seu quadro na sala, admirando-o enquanto sua prima desce o lance de escadas e o interroga:


– Não acha um tanto quanto narcisista de sua parte passar tanto tempo diante do próprio retrato caro primo?

– Ah, voce está aí... –diz com pouco caso. – Pensei que estivesse na companhia de Henry ou Basil.

– Eles são seus amigos... Não meus.

– Não é o que parece... –disse Dorian subindo as escadas. – Passa mais tempo com eles do que eu.

– Ciúmes, caro primo? –ela se vira vendo-o no topo.

– Não.

Já no quarto, Dorian troca de roupa enquanto Catrina se dirige pelo corredor e abre a porta de tal cômodo vendo seu primo vestindo uma camisa. Ela nota certas marcas nas costas de Dorian, cicatrizes de cortes feitos há muitos anos atrás.

– Como conseguiu essas marcas? –diz ela fazendo com que Dorian se vire.

– Onde está sua educação? –reclama ele. – Não sabe que não se deve entrar no quarto de um homem sem bater?

– Minha educação vai bem... –diz entrando no cômodo. – E sinto lhe informar, mas está bem longe de ser um homem de fato querido primo. –ela atravessa o quarto enquanto sorri.

– E no que se baseia pra dizer tal coisa? –diz enquanto coloca a camisa dentro das calças.

– Simples... Ainda se comporta como um garoto... Nada mais.

– Já destilou seu veneno. Agora saia... –disse franzindo a testa.

– Veio do teatro? Foi ver a adorável Sibyl Vane?

– Não creio que seja da sua conta.

– Ela ainda anda grudada com aquele irmão esquizito dela? Sabe às vezes acho tão estranha a maneira como ele olha pra ela. Chega a beirar o romantismo...

– Não diga besteira... –diz Dorian irritado com o comentário maldoso. – Eles são irmãos.

– Que seja...

– Agora pode me deixar sozinho?

– Como quiser...

Ela sorri e sai do quarto.


...


Os meses se passam e Henry Wotton apresenta o jovem e gentil Dorian Gray a certos lugares que o mesmo não iria por conta própria. Na mesma noite em que Dorian deu a notícia de que havia se tornado noivo da jovem atriz Sibyl Vane, Henry Wotton decidiu levar Dorian a um prostíbulo com a intenção de mostrar a Dorian tudo que ele enquanto jovem poderia possuir. Dorian se rendeu aos prazeres das meretrizes e se utilizou também de algumas drogas para embriagar sua mente. Dorian não se deitou com apenas uma mulher naquela noite, mas várias e ao mesmo tempo. Quando foi ver sua noiva Sibyl no teatro, ela percebeu que ele estava diferente. Após uma discussão Dorian desfez o noivado e deixou a pobre Vane aos prantos no chão do teatro.


Na noite seguinte enquanto Dorian chegava em casa acompanhado de amigos e mulheres ele recebeu a noticia de que um homem o esperava na sala. Das mãos de Harry, irmão de Sibyl Vane ele recebeu o vestido que tinha dado de presente à moça, e ele estava molhado e sujo. Harry explicou que o mesmo estava daquela forma, pois teria sido retirado de dentro do lago assim com o corpo da jovem que teria se matado. Dorian entrou em choque ao descobrir que sua ex-noiva estava morta e que a causa daquilo fora seu rompimento com o noivado. Os convidados foram embora e Wotton foi chamado a casa pelo mordomo para acalmar o jovem. Quando Catrina chegou a casa se dirigiu a sala e viu Dorian aos prantos dizendo a Henry enquanto fumava um cigarro e segurava o vestido de Sibyl nos braços:

– Kelso tinha razão. Eu sou a morte. –seus olhos castanhos escuros estavam estáticos.

– Não diga tolices Dorian, Kelso era um homem amargo... –dizia Wotton de pé diante do bar no canto da sala.

– Existe uma parte de mim Henry que transforma todo amor em morte. –repetia Dorian com os olhos molhados.

– O que está acontecendo? –pergunta Catrina.

– A senhorita Vane... Foi encontrada morta nesta manhã. –diz Wotton.

– A culpa foi minha. –disse Dorian baixando a cabeça enquanto chorava.

– Não, não foi. –diz Henry lhe entregando uma bebida. – Agora beba isso. Seu médico disse que o acalmará... Precisa dormir. Amanhã estará novinho em folha. E pronto pra outra.

– Não sei se consigo ser tão insensível... –diz Dorian fitando a face do amigo.

– Não se trata de ser insensível e sim de ser homem... Toda experiência é bem vinda meu caro. Lembre-se disso...

Catrina sentiu um arrepio ao ouvir as palavras da boca de Wotton. Ela sempre sentira tais arrepios diante das declarações frias e cortantes do amigo de Dorian. O mesmo passou por ela e disse em tom baixo:

– Melhor deixá-lo sozinho não toque no assunto.

Dito isso ele tocou o ombro da garota e se retirou da casa. Dorian bebeu uma taça pequena com o liquido dado por seu médico e depois foi para seu quarto onde dormiu. No dia seguinte estava pronto para ir a uma festa. Ele retirou seu quadro da parede e escondeu no sótão. Ao chegar à sala Catrina deu pela falta do retrato do primo e perguntou:

– O que aconteceu com o quadro?

– Não quero mais olhar pra ele...

– Pensei que gostasse.

– Não mais...

Naquela noite, Henry e Basil levaram Dorian a uma festa de aniversario. A jovem Christine faria seus quinze anos e sua mãe a oferecia em uma bandeja aos cavalheiros para o casamento. Entre uma conversa e outra, Wotton e Dorian fizeram uma aposta que acabou ocasionando em uma noite de sexo entre Dorian e Christine no andar de cima do casarão. Ao dar pela falta da filha, Rosane subiu as escadas e encontrou apenas Dorian no quarto. Primeiro ela o acusou de ter se deitado com a jovem Christine, mas Dorian usou de seu atual cinismo para desvirtuar o assunto. Por fim, acabou vencendo as barreiras impostas pela dama com inúmeros elogios sobre sua beleza e aparente juventude, acabando assim por se deitar com a mesma mulher, logo após ter se deleitado com o corpo da filha, que ouviu tudo escondida debaixo da cama.

Já no andar debaixo, Dorian compartilha de seu feito com o amigo Wotton que lhe parabeniza pelo ato com um brinde. Quando Basil pergunta do que se trata a comemoração, Wotton apenas responde:

– Apenas uma pequena aposta entre Dorian e eu. –diz sorridente.

– Me contem, também gosto de apostas!

– Não é importante! –diz Dorian com um sorriso um tanto sínico na face.

Dorian retorna a mansão Gray e encontra Catrina descendo as escadas. Ele serve-se de um pouco de vinho no bar da sala enquanto ela pergunta:

– Como estava o aniversario?

– Bem agradável. –disse com um sorriso vitorioso. – Deveria ter ido.

– Na verdade Basil me convidou. Mas não me senti bem disposta.

– Uma pena... –disse subindo as escadas. – Teria adorado.

Catrina sentiu um arrepio ao ouvir o modo como seu primo falara. Na manhã seguinte ela se dirigiu ao ateliê de Hallward que ficou surpreso ao ver a amiga.

– Catrina! Que adorável surpresa. A que devo a honra da vizita?

– Perdoe se atrapalho seu trabalho caro Basil. –disse vendo-o segurando um pincel diante de um de seus quadros.

– Estava apenas pincelando alguns últimos retoques... Quer beber alguma coisa?

– Não. Na verdade o que me trás aqui é um assunto sério eu irei direto ao ponto.

– Pois diga do que se trata. Algum problema com Dorian?

– Sim. Wotton... Dorian está se comportando de maneira machista, leviana e egoísta. E creio que isso se deve a influencia de Henry.

– Dorian está se tornando um homem de fato, é natural que mude.

– Não dessa maneira. Ele está virando uma cópia cuspida e desprezível de Wotton.

– Confesso que concordo em parte... Wotton tem grande influencia sobre Dorian, mas...

– Ele é uma cobra.

– Não fale assim Catrina. –disse o pintor mantendo a expressão tranquila e agradável. –Henry e eu somos amigos há muito tempo.

– Então precisa escolher melhor seus amigos Basil.

– Escute! Eu falarei com Dorian... Mas duvido que ele me escute... Wotton o fez acreditar que... Você deseja tomar a casa para si.

– O que? Que calunia... A casa pertence a Dorian mais do que a mim. Ele é o herdeiro legitimo...

– Sim. Mas Dorian acredita que você esteja tentando manipular sua cabeça para ficar com tudo.

– Isso é um ultraje... –disse transtornada. –Só poderia ser coisa daquela cobra peçonhenta chamada Henry Wotton...

– Escute. Eu tentarei convencer Dorian. Conversaremos antes do seu aniversario.

– Obrigado Basil.

...


A festa de aniversario de Dorian Gray, na qual ele completaria vinte e um anos foi uma grande comemoração na mansão dos Gray. O jovem se esbaldava entre os amigos e entre as lindas mulheres a quem ele convidou. Durante aquelas semanas Dorian teve muitas noites de amor ao lado de inúmeras daquelas mulheres. Naquela noite não havia sequer uma única dama na casa que já não tivesse passado pela sua cama, desde as mais jovens até as mais experientes. Enquanto conversava com Wotton, Basil pediu seu quadro emprestado a Dorian para expor o mesmo em uma exposição de quadros fora de Londres. Mas seu pedido foi negado o que levou os dois amigos a uma discussão.


– Algum problema com o quadro? Porque me impede de ve-lo sendo ele minha obra? –reclamou Basil.

– O quadro não sairá da mansão. Ele é muito valioso pra mim. Não deixarei que o leve.

– Meu próprio quadro?

– Meu quadro. Ele passou a ser meu quando me deu.

– Dorian.

– Chega Basil... –disse aos berros. – O quadro não sairá desta casa. Agora pare de me encher...

Dorian atravessou por entre os convidados e passou por Catrina que viu como Basil ficou transtornado por conta da briga. Depois disso Basil simplesmente foi embora. Mais tarde quando quase todos os convidados foram embora, Catrina se dirigiu até a sala da mansão onde encontrou seu primo Dorian deitado sobre um sofá com uma moça sobre ele lhe acariciando e trocando beijos com o mesmo enquanto alguns poucos homens estavam na mesma situação com outras damas.

– Dorian... –diz a garota.

Ele vira o rosto e encara a prima de pé diante da entrada.

– O que quer?

– Podemos falar um minuto?

– Estou ocupado... –disse tocando a cintura da moça sobre ele.

– Por favor...

Ele encara a garota e então pede que a mulher saia de cima dele. Depois segue a prima até o corredor e pergunta:

– O que quer?

– Porque falou daquele jeito com Basil?

– Ah é sobre isso... –ele sorri. –Basil?

– Está agindo despudoradamente e anda sendo grosseiro, mais do que isso, está sendo cruel com seus amigos...

– O que isso tem a ver com voce?

– Nada. Sei que Henry meteu na sua cabeça que estou tentando tomar o que é seu, mas isso não verdade. Eu estou preocupada com você Dorian. Você não era assim.

– As pessoas mudam. –disse encarando-a com um olhar frio.

– Então não mude. Não seja como eles... –ela aponta para os homens na sala. – Voce é melhor do que eles Dorian. –disse tocando o rosto do primo.

– É eu sou... Eu sou um Gray. –ele se virou para sair, mas.

– Dorian... –Catrina segurou seu braço.

– A menos que queira se juntar a nós sugiro que vá pro seu quarto... Mas se desejar ficar... –ele se aproxima e toca o rosto dela. – Pode tomar o lugar dela! – ele ri olhando pra moça que estava a sua espera. – É isso que você deseja priminha? –disse com os lábios próximos aos dela.

Catrina engoliu a seco e então afastou Dorian de si e correu para a sala principal onde tomou as escadas e foi para seu quarto. Dorian riu e depois voltou a se unir a dama. Mais tarde Catrina subiu até o porão e ficou diante do retrato de seu primo, apenas admirando-o, notando que o rosto estampado ali, não lembrava em nada as feições cruéis, e sínicas de Dorian. O mesmo dispensou seus últimos convidados e subiu até o segundo andar e abriu a porta do quarto de sua prima, vendo que a mesma não se encontrava. Então foi até o sótão e a repreendeu por estar ali:

– O que eu disse sobre subir aqui? –disse ele encarando-a com ar sério. – Não quero ninguém nesse cômodo.

– Desculpe, eu só queria vê-lo. Lembrar-me como você era... –disse se aproximando. – Me diga Dorian, ainda se reconhece quando se olha no espelho? Olhe para o seu retrato... –ela aponta para o mesmo. – Se reconhece?

– Eu não sou mais assim. –ele desvia da prima e olha para o quadro.

– E por que não? –diz ela com voz melancólica. – Você costumava ser tão gentil e doce... Agora olha pra você... Veja como está se comportando. Acha que sua mãe sentiria orgulho de você agora?

– Não fale da minha mãe. –disse avançando até ela e segurando seu braço com força.

– Está me machucando Dorian. –reclamou com os olhos úmidos.

– Nunca mais fale dela assim. –seus olhos estavam gélidos.

– Se afaste dele Dorian, enquanto há tempo.

– Do que está falando?

– Henry Wotton. A influencia que ele exerce sobre você não lhe faz bem... Vai se destruir se continuar fazendo essas coisas. –disse ela olhando para uma caixa pequena que estava aberta e dentro da mesma havia agulhas e seringas.

– Nunca mais suba aqui... –ele a empurra e anda até a caixa fechando a mesma. – Minha vida não lhe diz respeito. Agora saia daqui antes que eu tire você.

– Não vou assistir enquanto você acaba com sua vida Dorian... Eu não vou deixar... –ela diz e se vira saindo do cômodo.

Dorian revoltado, e tomado de raiva, apanha a caixa e a lança sobre a janela. Depois cobre o quadro com um pano escuro e tranca o cômodo escondendo a chave em seu quarto. Mais tarde ele coloca o objeto em uma corrente dourada que ele carrega consigo todo o tempo e não permite que ninguém a toque. Semanas mais tarde, Dorian desce as escadas durante a manhã e encontra Henry Wotton, assim como Catrina a sua espera.

– O que houve? –diz desconfiado ao ver o semblante de cada um.

– Basil foi encontrado morto esta manhã. –disse Wotton andando até o amigo. – Dizem que foi um acompanhante...

– Que terrível... –diz Dorian ficando visivelmente abalado.

– O enterro será esta tarde. Eu apenas vim avisá-lo... –Wotton diz ao tocar o ombro de Dorian.

– Eu estarei lá...

Assim que Henry sai da residência, Dorian encara sua prima que estava com os olhos marejados. Ele se aproxima, e Catrina se lança em seu abraço e chora. Basil era um amigo extraordinário, e uma ótima companhia. Catrina chorou pela perda do caríssimo amigo, e também por perceber que o mesmo era o único que ainda poderia intervir sob a influência negativa de Henry Wotton sobre seu primo. Na mesma tarde os dois se dirigiram ao enterro de Basílio Hallward. Dorian foi o escolhido para ler o discurso de adeus. Após o enterro, Dorian avisou ao amigo Henry que faria uma viagem, e lançou o convite ao caro amigo, mas o mesmo rejeitou o convite por que sua esposa estava esperando um filho seu, e logo daria a luz ao mesmo. Na mesma semana Dorian aprontou suas malas e se preparou para a viagem. Catrina pediu para acompanhá-lo, pois se sentiria solitária naquela enorme mansão. Assim, os primos partiram rumo a sua viagem. Regressaram dois anos depois, e foram recebidos pelo amigo Wotton, sua esposa e família. Wotton ficou surpreso ao descobrir que Dorian e Catrina teriam se casado. Longe da má influência do velho amigo, Catrina pode mostrar a Dorian como ele realmente era por dentro. Os primos voltaram a viver na casa dos Gray, e tornaram-na o seu lar. O quadro pintado por Basil voltou a estampar a parede da sala principal. E sempre que parava diante dele, Dorian relembrava do bom amigo Basil morto tão precocemente. Dorian nunca mais voltou a se comportar de maneira desagradável ou rude. E deixou para trás seu passado de transgressões. Ao lado de sua amada esposa, ele sabia que estaria seguro, longe de toda aquela sujeira que ele enterrou junto com o amigo morto. E assim, Dorian Gray viveu seus melhores anos ao lado de Catrina, e ambos viveram felizes até o dia em que a morte os separou...


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Notas finais do capítulo

Final feliz pra Dorian Gray! Espero que tenham gostado! Minha primeira one pra meu personagem favorito!! Espero que tenham amado como eu amo este personagem lindo e perfeito!



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