Tattoo escrita por Clara Berry Fabray


Capítulo 1
Capítulo Único


Notas iniciais do capítulo

Essa é uma ideia que já está na minha cabeça há algum tempo... Espero que gostem.



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Tattoo

O sino da porta fez com que a mulher ruiva tirasse os olhos do celular.

- Rachel Barbra Berry? Garota, é você mesma? – falou ao ver uma morena se aproximando do balcão.

- Oi, Claire – respondeu baixinho. – Sou eu sim – soltou um riso leve. – E aí, como vão as coisas por aqui?

- Incrivelmente bem, Rachel. Você pegou um dos poucos momentos do dia em que eu estou descansando... Mas eu tenho certeza que esse não foi o motivo de você ter vindo até aqui hoje, certo?

- Para ser bem sincera, não. Eu, depois de muita relutância e muita insistência pela parte de sua amiga Santana – a ruiva soltou uma risada – eu decidi fazer uma tatuagem.

- Ah, muito bem! – sorriu.  – Obviamente você tem uma ideia em mente, certo?

- Eu sei exatamente o que eu quero, só preciso de seus talentos artísticos para isso.

- Me fale o que você quer e me dê meia hora que terei seu desenho pronto!

- Eu quero fazer uma gardênia.

- Certo, aonde?

A morena virou-se de lado e passou uma das mãos pelas costelas do lado esquerdo de seu corpo.

- Mais ou menos por aqui. Na lateral, mas o mais perto possível do coração. Nada muito grande, mas grande o suficiente para ter uns detalhes bonitos, sabe?

- Acho que entendi... – levantou-se da cadeira e saiu de trás do balcão. – Já volto. Pode se sentar, ir tomar um café... Me dê realmente trinta minutos.

- Ok, até já então – disse a morena com um sorriso. – Até já, Claire!

.

.

- Veja o que você achou.

Rachel levantou-se da maca e caminhou até o espelho, segurando sua camiseta para cima. Encarava fixamente o desenho um pouco ao lado de seu seio.

- Perfeito – falou sorridente para a tatuadora.

Voltou para a maca e deitou-se mais uma vez. A mulher ao seu lado terminava de preparar os materiais para então começar a tatuar a amiga.

- Preto e cinza? – perguntou.

- Pode ser branco e verde? Tipo, predomínio branco com alguns detalhes em verde claro?

A ruiva encarou-a.

- Alguém tem um significado muito especial para a tatuagem para saber que cores quer...

A morena riu e suas bochechas ganharam uma coloração vermelha.

- Longa história, Claire. Longa história.

- Temos tempo, sabe? Além disso, – ligou o aparelho – temos uma tradição aqui no estúdio e você sabe muito bem disso.

A morena riu, abrindo um pequeno sorriso que logo foi trocado por uma careta devido a dor as pequenas pontadas que começavam a atingir sua pele.

- Bem... – Rachel começou. – Você sabe qual é o significado da gardênia?

- Para falar a verdade, não... Em cinco anos de tatuadora, é a primeira vez que me pedem uma gardênia. Por isso eu estou tão curiosa.

Rachel começava a se acostumar com a agulha em contato com seu corpo e foi relaxando.

- Bem, dizem que o significado da gardênia é amor secreto... Hoje de manhã, quando acordei, havia uma gardênia na porta da minha casa, dentro de um vaso. Sem cartão, sem nada. Apenas uma gardênia.

- Então você está fazendo uma tatuagem por causa de uma flor na sua porta?

- Não – sorriu. – É que aquela flor me fez lembrar de uma memória que há muito tempo estava esquecida na minha cabeça... Foi no penúltimo ano do colégio, às vésperas da Junior Prom...

“Tinha essa garota... Ela era linda, Claire. E, eu meio que sempre gostei dela, mas ela era capitã das líderes de torcida e eu era, bem... Eu sei que ela estava namorando o Finn, se lembra dele? Meu ex? Enfim, ele veio me perguntar um dia que flor ele deveria colocar no buquê de pulso dela e isso foi realmente idiota da parte dele porque ele chegou para mim tipo: ‘Hey, Rachel, tudo bom? Eu sei que nós terminamos e que eu estou namorando a  Quinn, mas eu não sei o que eu devo colocar no buquê de pulso dela...’, e eu simplesmente respondi gardênias. Gardênias brancas com detalhes em verde, para combinar com os olhos dela.

“No ano seguinte, nós duas nos aproximamos muito, e eu mandei para ela um buquê de gardênias no dia da formatura.  Ela até hoje não sabe quem foi... Toda vez que eu vejo uma gardênia eu me lembro dos olhos dela. Ela tem olhos lindos... Toda vez que nos encontramos, eu tenho vontade de dar uma para ela, para ver se ela pega a mensagem.

“E hoje eu abri a porta e dei de cara com aquele gardênia solitária. Meu coração logo acelerou, eu gostaria muito que tivesse sido ela quem mandou, mas não tem como eu saber.”

- Uau... – disse a ruiva sem tirar os olhos do seu trabalho. – É muita história. Mas eu queria entender, o porquê de você resolver tatuar ela e por que nesse lugar...

- A tatuagem é um lembrete para mim mesma. Um lembrete de que, não importa o que aconteça eu a amei, eu a amo e eu sempre vou amá-la. Por isso perto do coração. Mas, ao mesmo tempo, é outro lembrete: aquele que diz que é pouco provável que fiquemos juntas no final da história.

O barulho do motor foi cessado.

- Pronto. Terminamos, pode ir lá ver – falou Claire.

A morena se levantou da maca e caminhou em direção ao espelho mais uma vez. A vermelhidão em torno do desenho não o tornava menos belo.

- Ficou lindo... Perfeito.

- Agora volte aqui. Falta passar a pomada – Rachel voltou até a mulher. – Você sabe das recomendações e precauções, não? – a morena assentiu. – Ótimo, então você já pode ir embora.

- Quanto foi?

- Para você, nada. Considere um presente. Sua primeira tatuagem.

- Obrigada, querida – abraçou a mulher. – Nos vemos por aí.

- Com certeza!

.

.

- Olá – disse ao entrar no estúdio.

- Olá, seja bem vinda! Meu nome é Claire, em que posso ajudá-la?

- Eu, bem... Eu queria fazer uma tatuagem.

- Então veio ao lugar certo! É a sua primeira? – a mulher assentiu. – Certo, e como foi que você chegou até nós?

- Uma amiga minha me indicou. Santana Lopez, conhece?

- Ah, a Santana! Vou ter que começar a pagá-la... É o quinto cliente que vem aqui por indicação dela...

A outra riu suavemente.

- Então, o que você pretende fazer?

A mulher abriu sua bolsa e tirou uma folha de papel de dentro dela.

- Queria essa gardênia, na região das costelas... É possível?

- Sim, sim... Me dê uns dez minutos para arrumar tudo, pode ser?

A ruiva foi para a parte de trás da loja, preparar seus materiais. Apenas uma coisa se passava pela cabeça dela:

“Cinco anos como tatuadora e é a segunda vez que me pedem uma gardênia... Rachel saiu daqui há pouco mais de duas horas, será coincidência?”

- Querida, pode vir!

A mulher loira colocou a bolsa na cadeira e tirou a camiseta, ficando apenas com um shorts e a parte de cima de um biquíni.

- Ah, desculpe, esqueci de perguntar seu nome!

- Quinn. Quinn Fabray.


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Notas finais do capítulo

E então, o que acharam? Não deixem de comentar!
PS: Para aqueles que estão acompanhando Soul Mates, entre hoje à noite e amanhã deve haver atualização com uma explicação sobre o porquê da demora.