Me chamo Alice. Alice Molingard. Tenho 13 anos. Moro com meu pai, pois minha mãe já faleceu.

Acordei assustada. Que saco. Mais uma noite sonhei com esse País idiota. Não paro de sonhar com esse mundinho pequeno. Aquele coelho, o chapeleiro, a rainha... Ah... Já me cansei deles. É sempre a mesma história... "Alice... Venha salvar o País das Maravilhas se não nossa rainha o destruirá!". Ah... É tão chato quanto meu pai. É como quando tem 99 musicas boas e 1 ruim. Dai você grava a ruim... Ah... Se eu pudesse destruir esse mundo, me agradeceria pelo resto da minha vida... Mas chega de falar disso, se não vou ter que falar a tarde toda.

Me levantei rapidamente... Não queria mais sonhar. Peguei minha roupa e fui até o banheiro. Tomei uma ducha e sai.

Desci as escadas indo em direção a cozinha. Aquelas escadas são longas demais... Eu quase cai... Olha eu aqui... Reclamando para VOCÊ da minha escada. Enfim... Depois que eu cheguei e sentei pra comer, meu pai veio chegando logo:

–Bom dia filha. Como você dormiu? -Ele pediu pegando a comida e colocando na mesa

–Ah pai... Não quero falar... Quero ir logo pra escola... Meu sonho já foi chato o bastante... Não estraga meu dia. -Eu disse comendo

–Minha filha... Tudo bem que você já é grandinha, mas isso não quer dizer que pode e deve desrespeitar seu pai. -Ele disse sentando comigo

–Pai... Não enche... Agora me dá dinheiro... Preciso comer na escola. -Eu disse esticando a mão

–O minha filha... Cada dia mais Incivilizada! -Ele disse me dando o dinheiro

–Tchau pai. -Eu disse me levantando

Fui até a porta e ele correu para me dar um beijo. Eu dei um beijo nele, afinal, ele é meu pai né?

Enfim... Peguei a minha bike e fui andando. Fui pedalando pensando no mundinho... E nem percebi, mas já estava na escola.

Encontrei a Lili (Colega minha) e o Mateus (Colega meu) e nós fomos conversando até a sala.

Chegamos ali e fomos aos lugares. Logo a professora chegou. A aula mais legal. Matemática.

–Crianças! Hoje vamos ao pátio, pois as tias da limpeza querem limpar nossa sala que está toda suja né? -A professora disse apagando o quadro. -Peguem suas mochilas e vamos.

Uma zona toral na sala. Todos comemorando. E alguns já pegando a mochila.

Eu peguei e segui a professora. Chegamos lá no pátio. Não acredito. Aquele coelho olhando para mim e apontando o relógio. Não... Não pode ser verdade. Então... Parei de olhar para ele e olhei para a professora. Então senti uma mão no meu ombro. Me deu um frio. Então olhei para traz e tinha um menino loiro com um chapéu preto com uma listra vermelha no meio... Não... Mas perai... Não era um menino qualquer... Eu conhecia aquele menino melhor do que eu mesma. Era o Chapeleiro Louco ! Não acredito

–Quem é você? -Eu pedi olhando fixamente para ele

–Ué, sou o Junior. Sou seu colega desde o primário. -O garoto que estava atrás do Chapeleiro disse

–Alice... Esqueceu de mim? Sou o Chapeleiro Louco. -Agora ele disse aparecendo atrás de mim

–O que você está fazendo aqui? -Eu cochichei para ele.

–Alice... Vim para te buscar. -Ele disse

–Sei muito bem do que está falando, mas não quero ir... Vai embora! -Eu gritei

–Alice... Algo a partilhar com a turma? -a professora pede e eu nego com a cabeça

–Alice... Você não pode nos evitar... Nós pertencemos a SUA mente. -O Chapeleiro disse encostando em mim

–Nós? Nós quem? -Eu disse

–Nós... O País das Maravilhas. -Ele disse

–Então tudo é real. -Eu disse olhando para ele

–Sim Alice... Pensava que não era... Esqueceu que você já foi para lá? Já foi Alice. -Ele diz

–Não... Não fui... Isso só pode ser alucinação! Você não é real! -Eu disse olhando com um olhar de desafio

–Ah... Então me toque. -Eu disse e toquei nele. Ele é real. Mas como?... Ninguém vê ele?

–Mas como ninguém te vê? -Eu pedi

–Como eu já disse... Pertencemos a SUA mente Alice... Agora feche os olhos que você estará de volta a seu mundinho.

–Não... Eu me nego. -Eu berrei

–Alice... Se você não quer ouvir, pelo menos fale baixo. -A professora disse olhando para mim já braba

–Desculpe-me professora. É que ele está me irritando. -Eu disse apontando para onde em minha mente, o Chapeleiro estava.

–Quem? O Gabriel? -Ela disse olhando (o Gabriel era o menino mais perto da minha mira)

–Não professora... Esqueça. -Eu disse me virando

–Então Alice... Quer relembrar velhos amigos? Feche os olhos que tudo acontecerá. -O Chapeleiro disse

–Pare... Você já está me irritando... E não... Nem pensar... Você não existe... Na verdade, você é só uma imaginação minha... E se eu quiser que suma... Eu posso fazer com que suma! -Eu disse fechando os olhos com a esperança de que ele sumisse.

Quando abri, não estava mais no pátio da escola... Não estava mais com meus amigos... Nem com a professora... Com ninguém. Apenas em um bosque bonito cheio de flores... Dai lembrei do que aquele maluco disse: "Feche os olhos que tudo acontecerá". Ah não... Eu estava ali... Naquele mundinho?

-Bem vinda novamente ao portal do País das Maravilhas, Alice. -O chapeleiro disse aparecendo