Dark - Your Death is Coming escrita por gustavo


Capítulo 2
Escolhendo o Melhor Modo de Morrer.


Notas iniciais do capítulo

A Grande Cerimônia da Transição começa. Os jovens começam a se despedir dos pais. Há grandes surpresas vindos de alguns.



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DARK - CAPÍTULO 2

FASE I

Ponto de Vista Melissa.

Olhei para a televisão. Como sempre, não fugindo do estabelecido por vários anos, a notícia do dia era a grande reunião.

Hoje era o dia da Transição, então obviamente a minha casa está um caos.

Sou Melissa Lannister, da família ‘chefe’ da região norte de Nova York. Minha mãe é Rayla, e meu pai morreu no The Dark Month. Ele estava trabalhando fora do país, e iria voltar no dia 12. Isso não aconteceu. Meus pais estavam se separando, mas mesmo assim foi um choque muito grande para minha mãe. Tudo acontecendo e eu era só uma garotinha.

Fiquei chateada, mas depois tive que aceitar numa boa. Afinal, milhares de pessoas morreram arredor do mundo.

Todos me chamam de fria por causa disso. Na escola, sou conhecida por minha fama de metida, ignorante, respondona e muito fria. Não sou assim, mas apenas quem me conhece sabe.

Enfim, hoje tudo para. Todos da minha grande mansão se vestem com roupas chiques e caras – sim, apesar de estarmos em um mundo totalmente diferente do que nasci, várias coisas prevaleceram, como mercados, lojas e até mesmo eletrônicos. Mesmo milhares de animais sendo extintos no mundo depois daquele mês, as pessoas não aprenderam que a natureza se rebela contra quem não a respeita. -.

– Melissa! – chamou minha mãe enquanto eu amarrava minhas botas pretas.

Ela entrou no meu quarto e olhou em volta.

– Bom dia – falei – eu acho.

– Bom dia querida. E parabéns! – disse ela sorrindo para mim.

Levantei e me olhei no espelho. Camiseta preta com um gato estampando, jaqueta de couro escura, calça preta e botas.

– Você vai num velório? – perguntou minha mãe.

Olhei para ela.

– Prefere que eu vá com um vestido rosa bebê com rendinha, sapatilhas brancas de bailarina e tiara de top colorido?

Minha mãe não mudou de assunto.

– Bom, sabe que está um caos lá embaixo, seu avô está destruindo a casa. Como sempre, ele quer passar uma boa impressão para o norte.

– Típico. – murmurei.

– Melissa, olhe para mim.

Me virei. Ela estava sentada em minha cama, observando meu quarto.

– Parece que faz tão pouco tempo. Você já está com dezesseis, e chegou o dia de você decidir sua vida... Ontem você era uma criancinha, que usava vestidos rosa, sapatilha de bailarina e tiaras, e hoje você...

– Mãe, é apenas o meu dia da Transição. Não é o dia que eu vou ser sentenciada a morte. – falei ironicamente.

Trocamos olhares tensos. Ela estava preocupada, e eu normal.

– Você sabe que não precisa fazer isso. Você pode ficar aqui, é filha de uma Lannister. – disse ela.

– Eu sei.

– Já sabe o que vai escolher?

– Sim.

Comecei a me mover até a porta do quarto. Minha mãe soltou baixinho ‘o que?’ mas apenas olhei para ela e sorri, fechando a porta.

__

Ponto de Vista Caleb.

Minha mãe me deu um beijo na testa. Meu pai me apertou a mão e abraçou-me.

– Você sabe o que fazer, filho. – disse ele. – Eu te amo.

O larguei e sorri.

Comecei a caminhar para a parte inferior do grande Salão dos Lannister, onde todos os jovens que participariam da Cerimônia da Transição aguardavam.

Oi, eu sou o Caleb. Não preciso dizer minha idade. Meço 1,72, peso 73, moro no Norte – óbvio – e sou filho único. Não perdi quase ninguém no The Dark Month, e passei todo o mês dentro de uma despensa de restaurante – acredite. Eu estava almoçando com meus pais quando começou. O restaurante estava quase vazio, por isso todos se esconderam no porão do restaurante, bem resistente e quentinho. E com bastante alimentos. Meu único medo é morrer sendo torturado.

Depois desse mini-resumo da minha vida, devo dizer que estou péssimo.

Sempre sonhei em ser um grande Guerreiro. Meus pais não queriam no início, mas se eu não aceitasse teria que guardar os muros da cidade. Torturei-os tanto até que meu pai me desse ‘aulas’ particulares de lutas.

Ganhei sacos de areia, luvas de boxe, aprendi a dar mortais e até mesmo á desviar de tiros (de borracha). Minha mãe odiou essa ideia, mas quando completei quatorze, meu pai montou num depósito abandonado um tipo de campo de treinamento. Ali, colocamos pneus, papelões e outras coisas para que eu pudesse aperfeiçoar meu treino.

Encontrei Melissa e Nate sentados em um banco, conversando.

– Hey boys. – falei.

Eles me cumprimentaram. Trocamos algumas idéias sobre a Cerimônia, até que bateu duas horas e soaram os sinos de toda a Nova York.

Cerca de 23 jovens (do Norte) começaram a caminhar para o Salão. Tipicamente, quase toda a região estava lá, sentada nas arquibancadas ao redor do lugar.

O Salão era redondo. Era uma estrutura antiga e muito bonita. Grandes arquibancadas rodeavam o lugar, com pilares detalhados segurando lustres com velas entre elas. No centro do Salão ficava um grande lote de cadeiras onde os jovens da Transição sentam-se. Mais a frente, para onde as cadeiras de direcionam, fica o altar onde toda a Família Lannister senta. Um grande lustre pendia do teto. O Salão havia mudado esse ano, estava com a pintura retocada. Todo branco, com detalhes em vermelhos. Encima do altar, ficava um desenho de Urso dourado, e embaixo lia-se uma pequena frase em vermelho: ‘Ouça-nos rugir’.

As arquibancadas estavam praticamente cheias. Havia um lado reservado somente para os pais dos jovens da Transição. Dali, quando seu filho fizesse sua escolha e rezasse o juramento, os pais ou responsáveis desciam e acompanhava-o para suas últimas horas junto com a família durante meses.

Os jovens foram sentando-se aos poucos. Alguns batiam palmas, enquanto Romero, o líder Lannister apenas os olhava como se quisesse devorá-los.

Após cinco minutos, Rayla Lannister, a mãe de Melissa levantou-se e deu as boas vindas á todos.

– Bem vindos. Chegamos á mais uma Cerimônia de Transição, e devo dizer que essa vale muito para mim. – Rayla olhou para Melissa, que esticou os lábios, sorrindo. Obviamente, Melissa iria escolher ficar no Norte. Ela tinha essa chance, pois fazia parte da família chefe da região. – Podemos começar. Como sempre, chamaremos os nomes por ordem alfabética, e os jovens terão que fazer sua escolha e jurar. Simples e rápido, aqui se divide a vida desses jovens que lutarão por nós.

Nate me olhou e sussurrou:

– Esse discurso dela chega a me dar náuseas.

Sorri.

Começou então a Cerimônia. Os jovens eram chamados e então caminhavam até uma pequena mesinha onde uma mulher mais velha o pedia para fazer algumas anotações e depois fazia-os colocar seu dedo num carimbo e tocá-los na folha. Era como fazer uma carteira de identidade.

Você deve estar imaginando que todos têm medo do destino após a Cerimônia. Mas não é assim. Muitos hesitam na hora de deixar a família, mas muitos outros anseiam por esse momento. Eu era um que ficava em meio termo, mas sabia o que tinha que escolher.

Chamaram meu nome. Fui o terceiro, na verdade. Não havia ninguém com B na lista de chamada.

Caminhei até a mesinha e olhei para Rayla. Ela me conhecia, eu já frequentara a casa de Melissa, e ela a minha. A mulher sorriu para mim. Retribui, enquanto Andreza, a mulher da mesinha forçava meu dedo contra o carimbo.

– Pode escrever. – falou ela.

Analisei a folha. Tinha apenas que escrever minha assinatura e ler o que mandava:

Me pus de frente para os Lannister e comecei:

Eu, Caleb Saint Germain, juro que, pelo Norte, pela honra que carrego, pela minha família, pelos meus amigos e pelos que me conhecem, treinarei com auxílio durante meses e protegerei a cidade de Nova York contra os inimigos, dando minha vida á todos que merecem. E aos que não merecem também.’

Todos aplaudiram. Finalmente estava feito. Me virei e segui o caminho para a saída, onde meus pais me olhavam com orgulho nos olhos e uma pequena ponta de saudade e tristeza já aparecendo em seus rostos.

__

Ponto de Vista Nate.

Depois da saída de Caleb, fiquei mais ansioso para que me chamassem. Estava quase morrendo de ansiedade e nervosismo. Fechei os olhos e aguardei.

– Não morra Nate, guarde sua vida para os Lobos. – sussurrou Melissa nos meus ouvidos.

Olhei para ela e sorri. Ela estava linda, como sempre. Seria uma pena deixá-la agora, que tínhamos começado a... começamos alguma cosia que não sei dizer. Mas enfim, eu gostava dela, e não aguentaria passar meses sem poder olhá-la novamente.

Meu nervosismo era óbvio. Eu já havia tirado o moletom, e agora estava apenas com uma camiseta gola V com mangas curtas. Meus dedos não paravam quietos.

Kalenie Hills, uma colega nossa, foi chamada. Nada demais, até que no meio do seu juramento ela dizer que não iria para o treinamento, e sim, para a guarda de Nova York.

Muitos ficaram chocados. Soltaram até um ‘oh!’ de angustia, mas como eu a conhecia sabia que ela morava com uma tia velha e distante que nem ao menos estava na Cerimônia. Kalenie parecia feliz por fazer essa escolha. Quando ela terminou o juramento, Rayla pronunciou:

– Você é uma menina muito corajosa, Kalenie. Espero que tenha sorte na vida.

Kalenie sorriu e depois se moveu para a saída.

Nate Stromborn Rogers. – chamou Rayla.

Antes que eu me levantasse, Melissa segurou minha mão com força. Olhei para ela e sorri. Depois caminhei até a mesa da senhora Andreza.

Coloquei meu dedo no carimbo e depois na folha. Assinei meu nome e comecei a jurar:

Eu, Nate Stromborn Rogers, juro que, pelo Norte, pela honra que carrego, pela minha família, pelos meus amigos e pelos que me conhecem, treinarei com auxílio durante meses e protegerei a cidade de Nova York contra os inimigos, dando minha vida á todos que merecem. E aos que não merecem também.’

Achava essa última frase ridícula, mas era necessário dizê-la.

Rayla sorriu para mim e acenou. Pisquei para ela e depois para sua filha enquanto passava pelas fileiras de cadeiras do Salão.

Encontrei meus pais, Derek e a família de Caleb ainda no portal para o corredor de saída. Eles observavam-me chegar.

Meu pai e minha mãe me deram um abraço bem forte.

– Parabéns filho! – disseram os dois. – Vamos sentir tantas saudades.

Sorri. Em seguida abracei Derek.

– Isso aí cara! – ele disse pra mim. – Vou sentir falta das suas pegadinhas.

Meu irmão tinha 12 anos, e já parecia um grande homem. Cutuquei a barriga dele e ele soltou uma gargalhada abafada.

Me aproximei de Caleb e nos apertamos as mãos. Logo depois nos abraçamos fortes.

– Cara, estamos no Treinamento! – disse ele, com entusiasmo.

Sorri e assenti. Nossa amizade era extremamente grande. Ele significava muito para mim, e perder Caleb também seria como perder meu irmão.

Olhei de volta para o Salão, onde Melissa se posicionava na mesinha de Andreza. Ela pegou sua folha de juramento e um nó se formou em minha garganta.

Ela iria ficar, obviamente. Não iria deixar a família, o conforto, tudo, para ir para o Treinamento.

Eu, Melissa Casterly Lannister, juro que, pelo Norte, pela honra que carrego, pela minha família, pelos meus amigos e pelos que me conhecem, treinarei com auxílio durante meses e protegerei a cidade de Nova York contra os inimigos...’

Tirei meu olhar triste do chão e o vidrei em Melissa.

Metade da região soltou um arquejo. Ninguém imaginava - ninguém, nem mesmo eu - que Melissa iria para o Treinamento. Eles achavam uma injustiça ela ter que ficar, pois também era uma jovem de dezesseis anos como todos, mas nunca imaginaram que ela fosse escolher ir para o mesmo lado de quase todos os outros.

Rayla Lannister se levantava de sua cadeira no altar. A mulher continha uma expressão de extremo choque no rosto.

Melissa continuou:

‘... dando minha vida á todos que merecem. E aos que não merecem também.’

Por fim, acrescentando uma frase que não estava no ‘script’, a garota olha para sua família e diz em alto e bom som:

Ouça-nos rugir.’


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Notas finais do capítulo

Eai! Espero que tenham gostado do capítulo.

Por favor, comentem!! Beijos!



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