Ib: Returns To The World Of Guertena escrita por Lady Phantomhive


Capítulo 3
Truth


Notas iniciais do capítulo

Oiiii! Vim com o Capítulo 3 só para vocês! (Olha! Rimou! :D)
Bem, eu sinceramente achei esse o mais caprichado que eu já escrevi. Bem, não sei, espero que gostem.

Alias, na lembrança do Garry, recomendo ouvir essa música:

http://www.youtube.com/watch?v=haOqG7erU6M



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/379229/chapter/3

Ib e Mary se assustaram, aquele lugar… Não era… Não era a saída! O ambiente mudou totalmente, não possuía mais barulhos irritantes que perturbavam os ouvidos ou o enojado cheiro de giz de cera, era mais… Realista. Uma sala vermelha cheia de livros. A loira tentou abrir a porta e não conseguiu achar nada que pudesse abrir a porta. Pareceu desesperada.

–Não… Isso não está certo! Não! Não! Não! –Mary “espancava” a porta esperando que algo pudesse acontecer. –A porta tá trancada e o caminho sumiu! Por que isso aconteceu? Por que querem me matar?

–Mary, o que está acontecendo? –Ib se aproximara um pouco com medo. –Me conte, estou com medo de ter que confiar em alguém que não me diz nada!

Mary olhou por um tempo pro chão, demonstrava preocupada com algo, seu olhar estava inexpressivo e talvez meio deprimido com algo. Não sabia ao certo. Socou a porta e disse quase que berrando:

–EU JÁ DISSE IB, EU NÃO POSSO LHE DIZER! –Via os olhos da garota cheios de água. –Você me odiaria… Para sempre.

–Não precisa me dizer tudo, apenas sobre esse lugar…–Deu um passo para trás assustada.


–Ce-Certo…–Ela suspirou. –Esse mundo, ele é parte da galeria. Guertena sempre colocou “sua alma” nas obras, mas não metáforicamente, ele REALMENTE colocou sua alma nas suas pinturas… Criando vida a elas, porém, pouco tempo depois ele morreu… E as suas amadas pinturas foram abandonadas.

–Ah…Mas sobre aquele garoto, você conhece ele? –Perguntou Ib.

–Sobre isso, Ib… Não posso lhe dizer, perdoe-me.

Mary se encostou na porta, mas a jovem Ib não viu aquela sala tão mal assim, sempre gostou de ler, então não seria uma má ideia. Pegou um livro e abriu: “Era uma vez uma jovem que sempre se esqueceu de quem era, quem conhece ou quem conhecerá. Esqueceu também de velhos amigos… Até mesmo aqueles que deram-na a tão preciosa vida.” Na última página tinha um desenho de um garoto dormindo. Ib não tinha culpa, se esqueceu de Garry, mas não pode mudar isso, pensava que era apenas um garoto que invadia suas noites de sono. Pegou outro livro, estava em branco e tinha uma nota: “Se divertindo?”, não, Ib não estava se divertindo com aquilo tudo. Jogou o papelzinho pro lado e continuou a ver a estante. Era uma loucura, pois nenhum daqueles livros tinham algum sentido!

–Droga, não tem nada aqui! – Resmungou empurrando um livro pro local.

E então ouviu um barulho, um rangido, o mesmo “claque” que ouvira antes quando a porta da galeria abriu sozinha. Mary levantou-se assustada e começou a pular de alegria.

–Ib! Olha! Você conseguiu abrir a porta! Vamos! – Mary saiu arrombando a porta.

Ib não entendia muito bem Mary, era alegre e as vezes a assustava, não parecia mudar de aparência, como se tivesse uns 11 anos eternamente. Era meio que assustador de certo modo e curioso também. Saiu também, a sala era extensa e vermelha, um corredor na verdade, e possuía um quadro enorme escrito “Benção Eterna” e um jarro de água. Lembrava daquele lugar graças a um dos seus sonhos.

–Ib, vou lhe ensinar uma coisa, sabe isso que você tem? Essa rosa vermelha? –Apontou para a rosa de Ib. –Pois bem, ela é um fragmento de sua alma. Quando as pétalas somem sua alma também e você entra em um tipo de “sono”. Caso isso aconteça você estará presa para sempre nesse mundo. Pelo jeito você perdeu muitas rosas, é comum se sentir mal com isso. Mas é só fazer isso…–Pegou a rosa de Ib da mão dela e colocou no vaso, ela voltou a ter belas pétalas vermelhas vivas. –…e você voltará ao normal.

Realmente aconteceu, as suas feridas sumiram, sua tontura também e inclusive poder continuar em pé sem poder desmaiar a qualquer momento. Sentiu-se como se toda dor nunca tivesse acontecido, Mary entregou-lhe a sua rosa que chegava até a meio que “brilhar” de tão viva que estava. Sorriu e acariciou aquela rosa vermelha… Estava mais calma com aquele mundo louco.

–Ib, vou dar uma olhada no local. –Disse ela. –Me espere aqui.



Antes que Ib pudesse responder Mary sumiu, era realmente rápida… Deu de ombros e aproveitou o momento e pegou a rosa morta de suas roupas. Não tinha pétalas, era só o caule. “Quando as pétalas somem sua alma também e você entra em um tipo de “sono”.” Lembrou-se das palavras de Mary. Então, Garry, estava morto? Não queria acreditar nisso. Quem mataria ele? O que ganharia com isso? Era tantas perguntas que deixavam-na tonta. Não, iria tentar, TINHA que tentar. Colocou o caule no jarro esperando um resultado. Nada. Sentiu-se triste de repente, como se tudo não tivesse sentido. Chorou implorando para algo acontecer. E então, um suave brilho azul prevaleceu o local. E aquela rosa ganhou uma pétala uma por uma. Até se tornar tão bela quanto a de Ib.

–Garry… Eu sabia… Você não estava morto…–Sorriu para si mesma.

“Garry não acreditara no que ouvira, trocar a rosa dele em troca da de Ib? Como Mary poderia ser tão cínica? Não, tinha que fazer a coisa certa. Amava a adorável criança, a ponto de dar-lhe a vida por ela. E também teria que poder contribuir por salvar a vida dele. A garota choramingava puxando o seu casaco. Aceitava que era meio que irritante. “O que fazer…” Sua cabeça batucava tal pensamento.

–“Não…”–Ib choramingava e repetia a mesma palavra.

–“Então, Garry?” –Mary sorriu cínicamente balançando a rosa de Ib.


–“Guuh…”–Engasgou-se. –“Ib, me perdoe por isso…”

Pegou a rosa em suas vestes e entregou para Mary que ria histericamente, Ib começou a chorar, não era o que ela queria… Garry disse que sairia com ela daquele mundo, então ele mentiu para ela? Aquilo está MESMO acontecendo? Garry parecia meio sério. Depois sorriu para Ib para que a pequena demonstrasse estar calma, não funcionou muito bem.

–“Tão facilmente? Hohoho… Muito obrigada, Garry…”–Mary saiu correndo pelo local.

–“Aqui está sua rosa senhorita.” –Garry ajoelhou-se entregando sua bela rosa avermelhada.


–“Ga-Garry… Me desculpe…”–Ib chorava enquanto puxava seu casaco.

–“Mas Ib, a culpa não foi sua!” –Olhou nos olhos de Ib, eram tão vermelhos, tão inexpressíveis e só de poder ver seu reflexo naqueles enormes olhos já o dava um deleite. –“Olha, Ib, vamos conseguir recuperar a rosa e sairemos daqui, ok?” –Afagou o seu cabelo castanho como um irmão e sorriu. –“Não chore, eu lhe peço.”

A garota afirmou com a cabeça e pegou a sua rosa vermelha das mãos dele, já conseguiu recuperar a rosa dele antes, conseguiria de novo. Tinha certeza disso. Mas para Garry era inevitável que Mary iria matá-lo, não tinha dúvidas sobre isso, só não queria preocupá-la. Esperava qualquer momento o beijo da morte… Oh, tal deleite sombrio que o esperava de braços abertos… E então, ao pegar a chave rosa no chão, eles repararam que tudo estava estranho, estava escuro e todos os monstros, antes dormindo, se levantaram e começaram a avançar neles.

–“Oh não… Eu já vi isso antes, CUIDADO IB!” –Não tinha tantas forças para correr, mas teria que proteger sua pequena joia até o fim. Pegou-lhe a mão e correu, como nunca correu antes, como se tudo que tivesse ao seu redor fossem apenas grandes raios que o passava por perto, a pequena estava incrivelmente assustada. Até que subiu a escada.

Garry suspirou, aqueles seres o dava medo, era o seu pior defeito: o medo. Não queria que a pequena o tivesse também, ela era tão mais forte que ele que chegava a ser invejável. Sorriu por os dois estarem bem. Por fim voltou a andar, talvez desse para pegar a rosa com Mary. Mas então algo mudou, seu coração meio que pareceu mais fraco, fazendo ele cair no chão gelado. Estava tremendo, doía. “Mary sua maldita… O que está fazendo?”

–“Garry?”

–“Ib, me perdoe… Eu… Eu não posso mentir mas… Só digo que…”–Sentiu outra pétala ser arrancada, enquanto ouvia em seus ouvidos algo como: “Bem me que, mal me quer”. –“Eu lhe peço… Ib… Vá na frente… Eu irei ficar bem. Se precisar de minha ajuda… Guuuh… Apenas me chame…”

Ib confirmou com a cabeça e correu, ele via a pequena e seus passos curtos sumindo na escuridão, mentiu novamente para ela. Era um monstro por mentir para quem amava, quem protegeu, quem prometeu sair dali com ela. Outra pétala arrancada, caiu no chão, apenas o encarou, com um sorriso no rosto, porém triste. Chorava por ter que morrer sem nunca poder ter sido um pintor, ter seus sonhos realizados e pior: Nunca mais poder ver Ib novamente. Seria egoísmo dizer que queria que ela ficasse alí para sempre com ele? Outra, pós a outra eram arrancadas, encostou-se com dificuldade na parede e sorriu para o nada.

–“Realmente… Me desculpe… Ib.” –E por fim, tudo estava escuro.”

Seu corpo doía um pouco, acordou, estava tudo alí, mas diferente. Olhou ao redor, seu corpo estava todo curado. Olhou pro teto, para as suas mãos. “Estou vivo?” Espantou-se o garoto. Tentou-se levantar, talvez Ib tivesse impedido Mary e conseguiu pegar sua rosa, e logo ela voltaria até lá e eles iriam sair dali juntos. Porém, ela não apareceu. Sabia, talvez já tivesse ido embora, mas então porque ainda estava vivo? Era estranho… Levantou-se de vez e passou-se a andar, ainda pensava sobre Mary tentar matá-lo, e pensou que talvez ela tivesse matado Ib. Não, ela não teria feito isso. Se o tivesse ele iria matá-la! Não sabendo como, mas iria! Mandá-la para o inferno que ela o mandou! Começou a correr por aquele extenso corredor e subiu a escada, porém estranhou: Tinha exatamente 10 pétalas no chão. Como ele estaria vivo?

–Ib, cadê você? –Se tornou mais preocupado e olhou pro lado, tinha uma porta ocupada por videiras e plantas que eram desenhadas mas parecia impedir dele passar, não tendo outra opição, ele abriu a porta a sua frente.

Teve apenas uma pequena surpresa, não tinha mais aquele ambiente doentio, e sim uma sala mais normal, um tipo de biblioteca. Olhou pro chão, tinha uma daquelas bonecas azuis que o enlouqueceu, pulou para trás e caiu no chão, seu olhar era de horror. Tinha apenas um bilhete na mão da boneca. Ele tremeu ao pegar o papel. “Você terá uma surpresa ao passar por essa porta…”

–Ei, o que você quer comigo?! –A boneca apenas correu para a porta e sumiu por completo.

Ele se levantou e colocou a mão na maçaneta, estava com medo de ser outra armadilha, só de lembrar da situação horrível que passara lhe dava arrepios. Suspirou e abriu a porta. Não tinha nada de errado, alias, já tinha estado alí, mas o que séria? Apesar de onde estava, o seu coração pareceu mais leve, como se algo o tivesse o abraçado. Olhou ao redor e viu apenas uma garota com duas flores em mãos, a dele e de Ib. Correu na direção dela e a empurrou contra a parede.

–O que você faz com essas rosas! –Disse ele a pendurando pela gola. –Onde está Ib?

–EU SOU IB! – A garota berrou o assustando na hora e a soltando. –Achei essa rosa morta e a outra é minha!


–Não pode ser… Você é uma adulta! –Demonstrava-se incrédulo. –Ib tem apenas 9 anos!

–Sim, eu tinha, a 9 anos atrás! –Ela não entendia qual era desse garoto. Até que lembrou, ele parecia com o garoto que sonhava. –Você é Garry, certo?

Estava confuso, como ela poderia dizer que era Ib, e se fosse, a quanto tempo ele estava dormindo? Por 9 anos, pelo jeito, lá estava a “possível” Ib: Uma jovem de cabelos castanhos, baixa e aqueles tão penetrantes olhos vermelhos a qual sempre admirou. Oh, sim, os olhos vermelhos que antes mostrava inocência e hoje apenas um estranho vazio. E o mais estranho era que apesar de acertar seu nome dizia ele como algo “novo”.

–Mas… Se você é “Ib”, como parece nem ao menos… Me reconhecer? – Garry demonstrava meio assustado e triste.

–Eu… Eu só sei seu nome… Porque eu ouvi em meus sonhos…–Disse ela. –Então eu acertei, você é Garry, bem…–Pegou a outra rosa e estendeu a mão. –Acho que ela é sua.

Garry pegou a rosa, parecia mais viva do que nunca, tão brilhante… Mas Mary arrancou todas as pétalas, ele viu isso… Viu as pétalas azuis no chão…

–De qualquer jeito, tenho que esperar minha irmã. –Ib acariciava sua rosa vermelha.

–Irmã? –Estranhou o garoto. –Nunca me disse que tinha uma.


–Ah sim… O nome dela é Mary, talvez…

–M-Mary?! –O nome de Mary o assustou. –Ela ainda está… Droga, e ela esteve perto de você o tempo todo…–Socou a parede na raiva. –…e eu não pude ajudar…

A garota não entendia porque de Garry estar tão apreensivo, o que ele sabe sobre Mary? Talvez ELE tenha todas as respostas. E talvez assim conseguiria sair dali e descobrir tudo!

–O que tem Mary? –Olhou atentamente para Garry.

–Não lembra? Ela que me…–As palavras não conseguiam sair tão facilmente. –Eu… Eu não entendo… Por que isso aconteceu? Como ela conseguiu fazer você achar que era irmã dela? Maldita seja!


–Garry… Me explique, tudo, para que eu poça lembrar. Inclusive do que mais me machucar esquecer, a sua existência.

–Certo, mais bem, venha. –Pegou a mão da garota e a puxou, logo começaram a andar, Ib parecia estranhamente confiar nele do que na própria “irmã”.

Mary caminhava com a tesoura na mão, iria achar um jeito de voltar lá e matar o corpo que ainda parecia vivo. Algo bateu em seu pé, era uma boneca , pulou em seu ouvido e disse: “Ele voltou! Ele voltou!”. A garota deixou a tesoura cair de sua mão trêmula. E então soltou um pequeno sorriso. É, teria que lutar por Ib novamente. “Matarei ele de verdade dessa vez.” Pensou. Pegou a tesoura no chão e começou a arranhar a parede cantarolando.

–Ok, Garry, que a luta comece. –Pegou a boneca no colo. –Aliás, poderia visitar Garry novamente? Acho que ele gostará de lhe ver. –A boneca pulou de sua mão. Mary riu e voltou a cantarolar e arranhar a parede.




Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Ib: Returns To The World Of Guertena" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.