Growing Up escrita por LittleAsh


Capítulo 20
Uma nova chance?


Notas iniciais do capítulo

Então pessoal aqui está. Depois do próximo capítulo haverá um especial Lu + Paula



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- Não custa nada tentar. E isso pode fazer bem para as duas – eu ia falar mais alguma coisa mas logo vi os alunos se sentando e sabia que o professor tinha chegado. Virei-me e não acreditei no que eu vi.

Eu só podia estar delirando. Era ele, Carlos Eduardo, na minha frente. Meu novo professor de filosofia; agora ele estava de frente pra turma e fitava-me com um sorriso no rosto. Mas que ódio! Isso não podia estar acontecendo, devia ser um pesadelo e logo eu iria acordar.

- Olá turma, meu nome é Carlos Eduardo, eu serei o novo professor de filosofia de vocês. Não precisa de formalidades, podem me chamar de Carlos, Dudu ou como vocês preferirem. Eu andei conversando com a antiga professor – ele falava tudo animadamente e eu estava me segurando para não sair dali – e fiz um roteiro de continuação para os assuntos do ano letivo. Então nessa aula vamos falar sobre Aristóteles e seu conceito de felicidade.

Enquanto falava, vez ou outra ele olhava pra mim e sorria mas eu só conseguia ficar séria no meu canto, sem esboçar nenhuma reação sequer.

- Mas antes de começarmos a aula, gostaria de conhecer melhor vocês – ao terminar, pediu para todos se apresentarem. Um por um até que chegou a minha vez.

- Meu nome é Maria Eduarda, 16 anos – falei sem nenhuma emoção de minha voz, senti o olhar das minhas amigas sob mim e o olhar do homem a minha frente ficar ligeiramente vago.

A aula passava devagar; ele falava e tentava diversas vezes fazer com que eu participasse da aula. Porém eu apenas dava respostas vagas, o que não era muito comum da minha parte, pois não era segredo minha real admiração por essa matéria. Estávamos na metade aula quando a inspetora apareceu e pediu para dar um aviso a turma. Dois avisos em um dia só, espero que esse seja um pouco melhor que o outro.

- Olá turma, a professora de matemática, a senhora Calí... Calífo... Calí... enfim, vocês entenderam. Ela acabou de ligar avisando que não poderá vir a escola hoje pois passou mal e foi levada ao hospital, ela esperava poder vi dar aula para vocês mas até agora não foi liberada. Sendo assim vocês não terão a próxima aula e por ela ser a última, já estarão liberados.

A algazarra foi grande. Estavam todos felizes por poder ir para casa mais cedo. Era incrível como eles pareciam não se importar com o estado da Cruela, não que eu esteja muito preocupada, na verdade estava realmente feliz em ir para casa mais cedo. Precisava me recompor e pensar no que farei a partir de agora com esse homem aqui, tendo que conviver com eles nos próximos dias até o final do ano e provavelmente do próximo também.

- Ótimo, é realmente bom ser liberado mais cedo, contudo eu gostaria de terminar minha aula – Ele terminou de falar e os demais voltaram a se concentrar.

Demorou mais um pouco até o sinal tocar, arrumei minhas coisas o mais rápido possível para sair logo dessa sala, pois teria de esperar pela Mel. Quando terminei de arrumar minhas coisas e ia sair da sala, sinto uma mão segurar meu braço. Na sala estavam eu, ele e minhas amigas.

- Eduarda, eu poderia falar com você? – eu realmente não queria, mas precisava acabar logo com isso e acabar logo com as esperanças dele de que tudo voltasse a ser como era antes e fossemos pai e filha felizes.

Olhei para minhas amigas e elas tinham um olhar de dúvida, afinal mesmo nesse pouco tempo ela conheceram algumas coisas de mim, e poderiam muito bem perceber a minha mudança de humor nessa aula após a chegada do professor. Assenti e disse despedi-me das minhas amigas.

- Fale logo o que você quer comigo pois eu não tenho o dia todo.

- Olha Duda...

- Pra você é Eduarda

- Pois bem, Eduarda. Eu sei, eu errei mas eu quero concertar o meu erro... você não entende a situação na qual eu me encontrava naquele momento.

- Depois de todos esses anos? E que situação você passou? Não garanto que era pior do que ficar esperando por uma ligação por vários e vários anos e tal ligação nunca acontecer.

- Eu sei, eu sei... errei feio mas as coisas não eram tão fáceis. Dê-me uma chance para eu provar pra você que pode confiar em mim, que pode me deixar ser seu pai realmente, estar com você, mostrar meu arrependimento por todos esses anos. Por favor, e eu juro, juro por tudo o que é mais sagrado, que se mesmo assim você me quiser longe da sua vida... eu cumprirei seu desejo, mesmo doendo em mim.

Estava em dúvida, não sabia realmente o que responder. Com essa proposta, o que mudaria realmente?

- Mas... mas como assim te dar uma chance? Agir como se fossemos uma família feliz? Assim? Do nada?

- Não! Nós iriamos sair para você me conhecer melhor e para eu te conhecer também, minha filha... – olhei com reprovação – ok, desculpe...

- Certo, eu aceito. Mas é impossível que algo mude. Agora, se não tem mais nada pra falar, eu vou indo.

- Espera... – parei e olhei para ele – você está livre amanhã à tarde? Poderíamos sair para comer alguma coisa...

- Não sei, vou pensar... dê-me seu número para eu te ligar para dar a resposta – voltei e ele me passou seu número. Saí deixando-o para trás. Segui para o pátio sentando-me em baixo de uma árvore, tirei meu livro das crônicas de narnia e comecei a ler, não sei bem quanto tempo fiquei lá lendo, nem ao menos escutei o sinal do final das aulas tocar, só reparei quando senti a Mel me abraçando.

- Está entretida ai hein?

- Pois é – ri mas saiu um tanto fraco

- O que aconteceu? – perguntou demonstrando preocupação

- Meu pai apareceu como novo professor de filosofia...

- O que? Como assim? Era ele o novo professor?

- Sim. Descobri hoje depois do intervalo... ele disse que as coisas naquela época não estavam fáceis ele não teve outra opção, e quer que eu o dê uma chance, uma chance nos conhecermos melhor e para ele... para ele provar que de certa forma está arrependido.

- Isso é ótimo amor.

- É, talvez mas eu não acho possível as coisas mudarem assim, afinal ele me deixou quais são as razões para ele ter feito isso? Não posso entender.

- Apenas o dê uma chance ok?

- Vou dar. Ele quer sair comigo para comer alguma coisa amanhã à tarde, o que você acha?

- Mas é claro! Você tem de aceitar. Qual seria a outra maneira de vocês se reaproximarem?

- É pode ser...mas o que vamos falar para o seu pai? Ele o viu no restaurante e não ficou nada satisfeito

- Meu pai tem de aceitar, ele é seu pai não é? Então! Ele quer uma chance

- Não quero me machucar...

- E você não vai! Se ele está disposto assim, com certeza não faria algo para te deixar triste. E se isso acontecer, mas é impossível considerando as circunstâncias, eu estarei aqui com você, sempre e sempre meu amor.

Honestamente eu agradeço todos os dias para os cosmos e as forças físicas terem colocado essa garota na minha vida, em tão pouco tempo ela se tornou meu porto seguro, conseguindo até mesmo ajudar-me com a falta que eu ainda sinto da minha mãe. Com essas palavras nós nos beijamos e ficamos ali por mais algum tempo.

Fomos para casa, Pietro já deveria ter chegado pois ele sempre ia na frente. Esse dia ainda não tinha acabado e nós ainda teríamos algumas coisas para resolver.


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Notas finais do capítulo

Desculpem qualquer erro D:
Postarei provavelmente amanhã! Bjs