Batalha De Okinawa - 1945 escrita por Alice Kirkland


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Yo minna-san! Como estão? Bom, esta fic é resposta para o desafio da Thami-chan e da Haru-chan! Amanhã eu postarei o capítulo 2 e talvez o último! XD



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Estava dentro do avião carregado de suprimentos e armamentos. Estava frio e um pouco escuro. O ferro gelado tocava minha pele, intensificando aquele frio. Logo estaremos em Okinawa. O Estados Unidos resolveu atacar o Japão para acabar logo com a guerra. Os japoneses são teimosos, não aceitaram se render. Agora tenho que ir com eles, para dar assistência médica aos feridos. Confesso que não gosto disso. Não gosto dessa guerra. Tem vezes que não consigo salvar uma pessoa sequer. Isso é frustrante. Mesmo assim eu vim. Tenho certeza que conseguirei salvar o maior número de pessoas que puder. Vim determinada a isso.

Não demorou muito até pousarmos. Até que enfim. Não aguentava mais ficar presa dentro daquilo. Não tinha muito espaço e o pouco que tinha era ocupado por suprimentos, armamentos e alguns soldados. Não é muito agradável ficar em um avião por horas com alguns soldados. Assim que a porta foi aberta, sai daquele lugar incômodo. Era bom poder ver a luz do sol novamente. Minha vista estava um pouco embaçada, mas conseguia ver o local.

Era bem diferente do que imaginava. As pessoas estavam todas em suas casinhas feitas de madeira e palha, tinha uma vista incrível para o mar, mas este estava com um tom acinzentado, parecia que entendia o que estava prestes a começar naquele lugar. Estava tudo muito quieto, típico de emboscadas. Sabíamos que o exército japonês estava bem reduzido, mas qualquer falha poderia ser fatal para nós americanos.

Fui para um lugar seguro. Minutos depois, comecei a ouvir os barulhos de tiros e bombas sendo lançadas pelos aviões. Os navios atiravam incansavelmente contra a ilha. Ouvia vários gritos de dor e desespero. Aqui estava me assustando. Sei que sou uma médica, e que tenho que me acostumar com isso, mas é difícil.

Horas se passaram. Estava atenta ao cenário a minha volta. Pessoas baleadas, mortas, sendo torturadas. Me pergunto porque vim pra cá. Isso está pior do que imaginei. Passeando meus olhos sobre aquele cenário horrendo, me deparei com um soldado ferido. Detalhe importante: Ele é japonês. E agora? O que faço? O ajudo ou não? Ele vai acabar morrendo ali... Me sentirei culpada pro resto da vida se isso acontecer...

Sai do lugar onde estava. Sabia que iria acabar morrendo se vacilasse, mas tive que tentar. Desviei de vários soldados americanos e japoneses que se enfrentavam bravamente. Não tinham intenção de perder de jeito nenhum. Os japoneses defendiam a ilha de Okinawa com unhas e dentes.

Quando cheguei perto do soldado, tentei carregá-lo, mas ele pareceu não querer ajuda.

- Não aceitarei ajuda de americanos babacas! - Ele falou, encarando-me com raiva e dificuldade.

- Não seja teimoso...! Vamos, não quero ver mais ninguém morrendo por aqui! - Falei, enlaçando o braço direito dele em meu pescoço.

- Você me ouviu? Me solte! Não aceito ajuda de americanos! - Ele esbravejou com o pouco de força que tinha.

- Está fraco e ferido... Até eu o derrotaria se quisesse... Vai querer se arriscar assim? - Perguntei friamente.

- Lutarei até o fim por meu país! - Ele gritava a plenos pulmões.

- Se quer lutar, tem que estar em boas condições soldado, não discuta com uma médica! - Falei brava para ele.

Ele se calou depois disso. Apesar da cara amarrada, aceitou que eu o ajudasse a chegar em local seguro. Encontrei uma caverna isolada na floresta, longe dos bombardeios. Lá, eu poderia cuidar dos ferimentos dele sem problemas.

Coloquei-o sentado encostado a parede e fui acender uma fogueira. Estava escuro e não enxergava nada. Depois que acendi e olhei para o soldado, senti minhas bochechas esquentarem um pouco. Ele era bonito. Tinha os cabelos azuis escuros, olhos castanhos médios, percebi que era alto e tinha um olhar determinado. Parecia não gostar mesmo da minha ajuda.

- O que foi? - Ele perguntou. Pude notar que estava um pouco constrangido. Droga, tenho que ser mais discreta.

- N-nada... Vamos, tire essa farda! - Falei, indo pegar os medicamentos.

- Não irei tirar minha farda! Pra que eu faria isso? - Ele perguntou com um tom de raiva na voz.

- Para eu poder fazer um curativo! Sua barriga está sangrando muito, vai acabar morrendo! - Falei. Não consegui segurar uma lágrima que caiu lentamente de meu olho.

- Por que está chorando agora? - Ele perguntou, arqueando a sobrancelha.

- Porque não quero mais ver ninguém morrer na minha frente! O ruim de ser médica é isso! Ver pessoas morrerem! Ver ferimentos graves que você não pode fazer nada para cura-los! - Falei em voz alta.

- … - O soldado ficou quieto de repente.

Parece que ele entendeu minha dor de ver as pessoas morrerem e eu não poder fazer nada. No instante seguinte, ele estava tirando a parte de cima de seu uniforme. Pude ver que o ferimento não era grave, mas ele sangrava muito. Tratei de retirar a bala que foi atirada contra ele da barriga, costurei a parte que precisava ser costurada e, por fim, coloquei um remédio e enfaixei aquela região. Ele estava fraco, delirava por causa da dor. Tive de dar um sonífero para fazê-lo dormir.

Enquanto ele dormia, fui buscar alimento no avião. É claro que usei o artifício de que haviam soldados americanos feridos que tinha levado para aquele lado para poder pegar a comida. O capitão pareceu desconfiado, mas acabou me deixando levar os suprimentos.

Quando cheguei a caverna, encontrei o soldado já acordado. Parecia estar bem melhor do que antes. Pus-me a preparar os alimentos. Ele tinha que comer alguma coisa. Enquanto os preparava, resolvi conversar com ele.

- Qual seu nome soldado? - Perguntei sem olha-lo.

- Pra que quer saber? Seu capitão perguntou? - Ele perguntou grosseiramente.

- Não... Ele está ocupado demais com a guerra... Nem havia notado minha ausência... Sou Winry Haruno... Apesar do nome japonês, sou americana. Nem me pergunte porque meus pais me colocaram esse nome! - Respondi concentrada nos alimentos.

- Não gosta do nome? - Ele perguntou. Parecia interessado na minha resposta.

- Amo meu nome... Mas sou muito mal tratada por isso... Meu nome é japonês... Em solo americano, isso até parece um crime, sabia? - Respondi sorrindo fraco.

- Bom, não posso te consolar... As pessoas que têm nomes americanos por aqui também são maltratadas... - Ele falou, olhando o horizonte.

- Penso que isso é uma bobeira...! Poxa, todos somos seres humanos... Não temos diferença alguma... - Falei enquanto cortava alguns legumes.

- Em uma guerra isso não importa... O que importa são territórios, conquistas e vitórias... Isso de todos sermos seres humanos, todos sermos iguais, não têm valia alguma em um cenário como este... São tudo utopias! - Ele respondeu fechando os olhos.

- Pois lutarei por essa utopia então...! - Falei enquanto cozinhava os alimentos. Ele pareceu surpreso depois que falei isso.

- Boa sorte americana... - Ele falou, cruzando os braços logo em seguida.

- Sou Winry, já falei... Aliás, você não me falou seu nome... Qual é? - Perguntei mais uma vez.

- Sou Tsurugi Yuuichi... - Ele respondeu a contragosto.

- Bonito nome...! - Sorri para ele.

- … - Ele nada respondeu, só corou um pouco e virou o rosto pra outro canto.

Ele é durão... Poxa vida... Queria só conversar um pouco, saber mais sobre o país dele, saber mais sobre ele... Por que isso agora? Ele é só um soldado ferido Winry... Não comece a inventar moda! Se o capitão te ver desse jeito, manda matar você e o soldado! Tudo bem, vamos voltar a realidade...

Quando a sopa ficou pronta, coloquei um pouco dela em uma tigelinha que tinha junto dos suprimentos e servi ao soldado. Novamente, meio contrariado, pegou a tigelinha de minhas mãos e começou a sorver o líquido que continha dentro dela.

- E então? Como está? - Perguntei apreensiva. Era a primeira vez que cozinhava.

- Ficou boa... - Ele respondeu e continuou tomando.

Não acredito que consegui! Nunca fui boa na cozinha, mas parece que hoje eu consegui fazer algo de útil! Fiquei o olhando tomar a sopa que tinha feito. Fiquei feliz por ele ter gostado. Ele repetiu o prato várias vezes. Isso me animou muito. Até me incentivou a continuar cozinhando.

Depois de comer, ele voltou a deitar-se e dormiu novamente. Fui pegar um pouco de água em um riachinho que tinha encontrado um pouco antes de voltar pra caverna. Levei vários baldes para encher todos. Estava voltando devagar com dois baldes cheios d’água, quando fui surpreendida pelo soldado que antes estava ferido.

- Onde pensa que vai com tudo isso? Reabastecer a base de seu capitãozinho de merda? - Ele perguntou, pegando um de meus braços.

- Claro que não! Estava voltando pra caverna! - Falei soltando um balde.

- Não é isso que está parecendo... Seu capitão, aquele merda, apareceu lá na caverna! Tive sorte de estar acordado! Consegui fugir! O que estava pensando quando fez isso...? - Ele perguntou, apertando mais ainda meu braço.

- Não fui chama-lo! Só vim pegar água, eu juro! Agora me solte soldado... - Falei brava.

- Se não foi você, quem mais pode ter sido? Está brincando com minha cara, não está? - Ele perguntou em um tom agressivo.

- Se eu estivesse de brincadeira, já o teria matado, não acha? Está fraco, não consegue nem me fazer chorar de dor. Vamos encontrar outro lugar para continuar seu tratamento. - Falei friamente. Por fora eu parecia uma durona, mas, por dentro, minha vontade era de chorar.

- … - Ele nada respondeu, só me soltou forte o suficiente para me mandar ao chão.


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Notas finais do capítulo

E então, o que acharam? Mereço um montão de reviews? XD



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