A Irmã De Renesmee escrita por Thatty


Capítulo 39
Gravidez.




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Os meses estavam voando. E a cada dia, eu percebia o quão estranha estava minha gravidez.

Hoje por exemplo, acordei com a boca com gosto de guarda chuva. Eu ando tendo desejos que a gente não pode classificar como normal. Uma grávida comum, sei lá, teria o desejo de comer uma maçã, uma pizza, ou um bolo.

Ah, mas eu não...

Ontem eu tomei suco de ervilha. Sim, de ervilha. Quem, em sã consciência, bate ervilha no liquidificador para fazer um suco? E esse foi o menos pior.

A cada dia que passava, eu me desesperava completamente com o fato de me tornar mãe. A minha cabeça não estava processando essa realidade na velocidade que deveria.

Todos achavam que a gravidez estava passando devagar, mas para mim estava tudo muito rápido. Cada dia era uma coisinha diferente, uma preocupação, uma expectativa, uma novidade...

Quando completei 4 meses, Carlisle me deu a notícia que mudou minha vida por completo. Meu bebê era um menino.

Sim, o meu menininho.

Não dá para descrever a festa que foi quando todos souberam. Literalmente uma festa, pois Alice não se conteve em dar uma. E eu estava tão feliz, que dessa vez não me importei. Eram raros os momentos em que eu tinha sensações boas a minha volta para desfrutar.

Os últimos bebês que nasceram nessa família, foram duas meninas, e agora estava chegando um menininho. Todo mundo estava em êxtase por viver algo novo, de novo.

Já eu depois dessa notícia, ainda continuei com minhas preocupações de grávida.

Os dias pareciam correr. Mas eu não estava com pressa, e não podia controlar o tempo.

Me olhar no espelho e ver minha barriga crescendo conforme as semanas passavam, era assustador demais. Como assim meu corpo estava gerando um ser humano? Isso era absurdamente medonho.

Meu corpo, já não era mais só meu. Principalmente porque eu não o reconhecia a algum tempo, a barriga estava ficando enorme, meus seios estavam 3 vezes maiores que o tamanho normal, meu quadril alargou, minha bunda e minhas pernas estavam mais grossas.

Eu me olhava no espelho e não me via.

Mesmo com todo esse sentimento estranho e todas essas novidades, ainda assim estava sendo especial.

Eu era paparicada por todos, Nicolas brilhava quando estava perto de mim. Dizia toda hora que eu estava linda grávida, e eu me sentia linda, e as vezes me sentia estranha.

Era um misto de sensações que eu lidava tendo crises de choro.

As vezes acordava me sentindo a mulher mais bonita do mundo, as vezes me sentia um bagaço e ninguém me fazia sair do quarto.

A primeira vez que o bebê chutou eu estava deitada com Nicolas, tendo uma crise por coisas que eu criei na minha cabeça.

Foi como se ele quisesse me acalmar por dentro. Nos dois ficamos em choque.

Foi a primeira vez que vi Nicolas chorar. Depois desse dia nunca fui tão tocada pelas pessoas. Todo mundo queria sentir o bebê dar seus primeiros sinais de vida.

Eu amava e me sentia privilegiada, toda vez que tinha meus momentos só eu e ele. Quando eu estava triste e ele chutava, quando eu conversava com ele e acariciava minha barriga, eu o sentia se mexer dentro de mim, era indescritível a sensação.

Quando ele ouvia minha voz ou a de Nicolas então, era uma festa dentro de mim. Era como se ele respondesse.

Nicolas e eu nunca dormíamos sem falar com ele.

Tudo isso estava sendo muito precioso para mim, todos esses pequenos detalhes. Mas não estava sendo perfeito.

Nem de longe, estava sendo a gestação que alguém um dia sonhou em ter.

Esses meros relatos, foram as pequenas coisas boas que aconteceram no decorrer dos meses, porque no geral só tem sido frustrações.

Não parava de rolar naquela casa, o papo sobre casamento. Eu me sentia pressionada, porque já tinha tomado uma decisão com Nicolas sobre esse assunto. Não quero me casar grávida, até porque não aguento ficar tanto tempo em pé como antes.

Mas o resto da família não estava de acordo com nossa decisão, eles achavam que tínhamos que casar antes do bebê nascer, e eu não queria me casar parecendo uma lona de circo de tão gorda.

Essa conversa ainda aparece de vez em quando, para me atormentar.

Depois de longos meses conversando, decidimos que eu iria me mudar para a casa dos Roller. Até porque, em pouco tempo eu me tornaria uma.

E a mansão que eles compraram era enorme e tinha espaço para o bebê ter seu próprio canto, coisa que aqui não ia rolar.

Mais uma vez, minha família não gostou da decisão que tomei.

O que eles esperavam? Que o bebê nascesse, eu me casasse e continuaria tudo como antes? Morando com eles enquanto Nicolas morava na casa dele?

Ele era minha família agora, e isso não parecia entrar na mente deles.

Por fim, com isso decidido deixei para minhas tias o trabalho de fazer o quarto do bebê. Assim elas me davam um pouco de paz tendo o que fazer, e eu ficava menos irritada.

Meu único trabalho era escolher entre uma cor e outra.

—Imagina quando ele tiver com a minha idade – disse passando a mão na montanha que estava minha barriga. – Ele não vai namorar. Nunca. Não quero menininha nenhuma vindo almoçar na minha casa no domingo.

Nicolas riu alto com o rosto na minha barriga.

—Você vai ser uma sogra terrível – Riu mais ainda, e eu ri junto com ele imaginando essa situação.

—Será que ele vai parecer comigo ou com você? – Disse fechando os olhos e deixando minha imaginação fluir. – Sempre que o imagino na minha mente, vejo uma versão mirim de você, quero que ele se pareça com você. Desejo isso todas as noites antes de dormir.

—Se ele parecer comigo fisicamente, vai puxar sua personalidade. E sinceramente, não sei se estou pronto para viver com uma versão masculina sua. – Quando abri os olhos ele estava sorrindo para mim. – É sério, não tenho saúde para isso Elizabeth.

Nicolas estava com o rosto apoiado em minha barriga e na hora que eu ri, o bebê se mexeu dando um chute bem onde ele estava apoiado.

Só me fez rir mais ainda.

—Ai! – Ele riu colocando a mão na bochecha.

—Isso mesmo filho – Disse acariciando minha barriga - Protege a mamãe dessas piadinhas do seu pai.

No mesmo minuto a porta do meu quarto foi aberta, Esmee entrou segurando uma bandeja enorme cheia de comida.

Ela ia me matar de tanto comer.

—Está na hora de engordar esse neném – ela cantarolou trazendo a bandeja até mim.

Nicolas me ajudou a sentar na cama e ela colou a bandeja sobre minhas pernas. Tinha tanta comida ali, que nem ia caber em mim.

—Vó, eu vou sair rolando pela casa desse jeito.

—Deixa de bobeira, é para ele nascer saudável. – Me empurrou contra minha vontade um cupcake para dentro da minha boca. Só comi porque estava gostoso.

Eu suspirei entediada.

—Não quero comer, quero sair – disse.

Esmee e Nicolas se olharam por um minuto antes da minha vó responder.

—Sabe que não pode – ela acariciou meu cabelo. – Não depois do que houve esses dias, é para sua segurança e essa fase já vai passar.

Nessas últimas semanas, a matilha capitou nas redondezas de Forks um vampiro se aproximar. E era ele, sabíamos que era.

Ícaro esteve entre a divisa de Forks nessas últimas semanas, quase foi pego pelos lobos, deixou para trás uma foto do meu colar e um bilhete. Eu não sabia o que estava escrito ali, não me deixaram ler.

O que eu sabia é que ele não desistiu de sua promessa, e ainda estava focado em se vingar de mim e Lauren. Eu não tinha mais sossego depois disso. Minha vida estava pior do que antes.

Mas o pior de tudo, era viver com a vontade de que isso acabasse logo sabendo que só pioraria com o tempo. Hoje meu bebê está seguro, comigo, dentro de mim.

Mas e quando ele nascer?

Eu estava dividida entre a ansiedade de tê-lo em meus braços, e o medo dele nascer e não ser mais só meu.

 


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Notas finais do capítulo

(E)



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