A Irmã De Renesmee escrita por Thatty


Capítulo 26
Treinando Elizabeth




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Passei o restante do dia com Nícolas em Forks, ele estava estressado e eu nem sabia definir o que eu estava sentindo, sinceramente.

De noite já tinham muitos olhos vermelhos circulando pela mansão. Estar perto de todos eles era uma tortura psicológica, a guarda Volturi já estava toda aqui, e os lobos rondando o nosso perímetro vigiando para que eles não atacassem os humanos.

Meus pais me deram carta branca e cederam a chave do chalé pra eu sumir. Não queria ficar ali sendo oprimida por diversas emoções diferentes.

Estar em meu quarto, na minha casa, me dava uma sensação de paz inexplicável.

Tomei um banho, puis um pijama confortável e só queria esquecer por um minuto o que estava acontecendo ao meu redor.

—Que susto - disse voltando para o quarto depois de me trocar e dando de cara com Nicolas.

Ele estava deitado na minha cama, brincando com meu ursinho de pelúcia.

—Ainda é estranho ver você se assustar. - ele sorriu.

—Acredite, para mim também. - Eu subi na cama engatinhando até ele. Nicolas me olhou suspirando. - Qual o problema?

—Sabe quantas vezes eu já estive nesse quarto? - ele perguntou e eu balancei a cabeça negando. - Mais vezes do que posso contar. E essa é a primeira vez que estou aqui podendo olhar de verdade nos seus olhos, sentar ao seu lado, sem ter que me esconder por trás da cortina.

Eu me sentia mal por te-lo feito esperar tanto. Mesmo que eu não tivesse consciência disso.

—Dorme comigo - pedi sussurrando.

Seus olhos brilharam quando ele mordeu os lábios.

—Seu pai vai me matar - ele sussurrou de volta e eu ri baixinho.

—Ele não está aqui, foi levar algum dos Volturi para caçar em cidades distantes. E ele sabe que preciso de proteção contra Caius. Ele é completamente a favor de você dormir comigo. - disse o convencendo.

—Não toca no nome desse cara - ele trincou os dentes.

Eu mordi os lábios satisfeita demais com aquela cena.

—E se ele aparecer enquanto estou dormindo? Eu não vou ver porque estarei inconsciente. Preciso de você aqui para me proteger.

—Elizabeth... - ele suspirou irritado com a possibilidade.

—Adoro esse ciúme - Sorri enquanto puxava ele pra mim. Nicolas caiu em cima de mim. - Mesmo sabendo que sou sua para o resto da vida, e tenho uma marca em meu corpo para me lembrar disso.

—Mesmo assim não gosto do jeito que ele te olha, ou te trata com possessividade. - disse se encaixando entre minhas pernas e passando as mãos pelo meu cabelo. - Mas você tem razão, você é minha e é a única coisa que importa.

Ele me beijou enquanto acariciava a marca em minha cintura.

Não demorou para o beijo se tornar algo mais, e fazermos muito mais do que só dormir.

Eu sentia necessidade de ter Nicolas o tempo todo.

Eram tantos problemas, tantas coisas ruins e a nossa provável e evidente morte futura, que eu só queria estar com ele e aproveitar o tempo que nos restava.

Nos entregamos um ao outro naquela noite e naquele quarto, no caos que estava nossas vidas. E ele dormiu comigo depois disso.

[...]

Pela manhã acordamos cedo e tomamos café, com Jacob e Renesmee que já estavam aqui.

Daniel precisou de Nicolas, e eu aproveitei o momento para escapar e ter um instante sozinha.

Hoje ia ter uma reunião que eu ainda não entendi o propósito. Jacob foi para a reserva chamar os lobos, já que a matilha ia fazer parte da batalha.

Todos foram para a mansão se reunirem e eu consegui escapar com a desculpa de que precisava caçar. Fiz de tudo pra enrolar na floresta, mas infelizmente tinham varias ligações de Edward e Alice no meu celular, então voltei.

Assim que cheguei todos estavam no jardim. Minha família de um lado, os Roller do outro, os lobos em um canto, e os Volturi no centro.

Quando apareci, parece que fui o centro das atenções.

Todos se voltaram solenemente para mim. Nesse momento eu gostaria de ser invisível.

—Onde estava? – Alice saltitou até mim.

—Por ai. – Disse me juntando a minha família – Cheiro horrível!

—Também é bom te ver Liza – Seth sorriu para mim no meio da matilha.

Eu devolvi o sorriso a ele. Mas sim, estava fedendo demais.

—Bom já que estamos todos aqui, podemos começar – Carlisle deu início a reunião.

—Precisamos nos preparar para o que vem adiante. A batalha que estamos prestes a enfrentar pode ser crucial para o destino de nossas vidas e de nossa espécie. Não sabemos inteiramente onde estamos nos metendo – disse Daniel.

—Por isso, devemos estar sempre bem alimentados, dispostos, sem brigas entre nós. A partir de agora nos passamos a ser um só clã. Devemos nos preparar fisicamente para a batalha, que pode acontecer dentro de algumas semanas, ou dias. – Carlisle completou.

—Quero que fiquem espertos. Os Headkros vão tentar atacar antes do dia esperado. Eles são fortes demais para serem enfrentados sozinhos, mas acredito que devem estar guardando o melhor para o final. – Aro disse.

E ai foi.

Varias recomendações, precauções, falaram durante minutos. A reunião tomou o dia todo.

—Obrigado por ajudarem. – meu pai disse à matilha, assim que todos se dispersaram.

—Não é a primeira batalha que enfrentaremos juntos Edward –  Sam sorriu apertando a mão dele. - Somos amigos.

—Só se forem seus amigos – Leah resmungou.

—Estava demorando pra cadela começar a latir. – falei chamando a atenção.

—Não dirija a palavra a mim sua sangue suga, nojenta – ela trincou os dentes.

—Ah, não comecem! – Rosalie se colocou entre nós. - Não ouviu o que Carlisle disse? Sem brigas entre nós.

—Agora sei da onde está vindo esse fedor – disse procurando ar puro.

—É impressão minha ou essa garota tem tendência a ter inimigos? – Jane perguntou a alguém.

—Não tenho inimigos, tenho fãs revoltados. – expliquei e Leah riu sarcástica.

—Se manca garota, eu te odeio.

—Eu não citei seu nome, mas se a carapuça serviu... - disse dando de ombros - A propósito está fedendo demais hoje. O que aconteceu com vocês?

Tampei o nariz enojada com o cheiro ruim. Uma sensação ruim atingiu meu estômago em cheio. Aquilo estava estranho.

—Olha aqui garota, você não venha me humilhar...

Leah estava disposta a discutir, mas eu não estava mais. Nem consegui terminar de ouvir o que ela disse.

Corri por impulso e entrei correndo na mansão. Uma náusea me atingiu de surpresa. Entrei no banheiro correndo e nem deu tempo de pensar.

Comecei a vomitar. Me senti tão fraca e tudo rodou de repente.

Aquilo não era normal. Eu não ficava doente.

Lavei meu rosto saindo do banheiro e dei de cara com Nicolas na porta me olhando.

—Está tudo bem? –perguntou colocando as mãos em meu rosto. - O que houve?

—Sim. Por que não estaria?

—Você esta gelada. Saiu correndo do nada, por quê? – perguntou visivelmente preocupado.

—Não foi nada. Acho que cacei alguma coisa que me fez mal, só isso.

—Certeza?

—É claro – dei um beijo nele segurando suas mãos. - Para de se preocupar atoa.

—Ta bom. - disse desconfiado - Vem, Daniel quer falar com você. – disse me puxando.

Respirei fundo para regular minha mente. Mas eu estava bem agora. Acho que foi só um susto mesmo.

Não entendi bem o que Daniel queria comigo, mas segui Nicolas. Ele me deixou na entrada da casa, logo Lucy apareceu o puxando para algum lugar sussurrando algo que não consegui ouvir.

—Elizabeth – Daniel apareceu me chamando - Venha.

Começamos andar normalmente para dentro da floresta.

—Você esta bem querida? - Daniel perguntou parecendo preocupado.

Meu sogro parecia com Nicolas. Ele era alto e musculoso, os cabelos escuros, não tão pretos quanto de Lucy e Nicolas, mas um castanho bem escuro e os olhos azuis que demonstravam que ele era um Filho da Lua.

Quase sempre ele estava sério ou preocupado.

—Estou bem foi só um mal estar repentino, também sou humana então as vezes acontecem essas coisas. - disse mentindo.

Porque não, isso não acontecia.

—Oh claro, entendo – ele disse parando em uma área plana e com poucas árvores. – Sabe por que te chamei aqui?

—Nem imagino.

—Nos temos uma batalha muito grande pela frente e eu admiro muito você e a capacidade de seus dons. Acredite se quiser, mas você é a nossa maior arma Elizabeth. Ninguém faz o que você consegue fazer, vamos precisar de sua ajuda.

—E eu vou ajudar, é só que... - suspirei frustrada - Pode não parecer, mas esse lance da força quando meus olhos ficam vermelhos ainda é novo pra mim. Eu não sei controlar. Não sei quando vem, e quando vem as vezes demoro para conseguir voltar ao normal. - dei de ombros - Não sei se vou ser de muita ajuda assim.

—É claro que vai, vamos ajuda-la a aprender mais sobre isso e controlar. Seus dons são maiores do que você tem consciência e um esta ligado ao outro. - explicou - Você desencadeia aquela força por causa do sangue humano nas suas veias, que começa a correr mais rápido como o de um recém criado. Você desencadeia isso pelas suas emoções, por ser sensitiva, seu corpo é mais sensível a liberar essa força com facilidade dependendo do que está sentindo.

—Acredite, eu tenho consciência da grandeza de meus dons e é por isso que tenho medo deles. Agradeço você querer me ajudar, mas da última com Jasper eu quase o matei, não quero que aconteça isso com você. Quando essa força vem, eu viro outra pessoa, não sou eu quem mando na minha mente. Eu fico fora de controle.

—Você não vai me machucar, basta confiar em mim. Tenho séculos de experiência, já trabalhei com pessoas piores que você – disse divertido.

— Como eu mesma disse, eu não tenho controle. Quando vem, eu faço o que da na telha e seja o que Deus quiser.

—Vou ajuda-la, porque precisamos de você Elizabeth – disse abrindo um sorriso. - Confia em mim?

Eu assenti mesmo desconfortável com aquilo. Estava com medo de machucar alguém.

De repente, por trás das árvores, Nicolas saiu e trouxe com ele Leah.

—O que ela está fazendo aqui? – perguntei.

—Eu os chamei para ajudar. – Daniel respondeu tranquilo.

Nicolas sorriu dando uma piscadinha pra mim.

Engoli em seco.

—Isso não é uma boa idéia. Não quero machucar vocês. Com exceção dela, é claro. – falei e Leah bufou.

—Vamos começar com a parte onde você se acalma apenas agredindo alguém. - Daniel me ignorou seguindo com seu plano de me ajudar.

—Não é bem assim - disse fazendo careta - Nem sempre fico calma, as vezes só piora. É mais é uma necessidade de extravasar a raiva, e não bater em alguém necessariamente.

Lembrei quando matei Felix. O quanto minha mente me instigou por aquilo e quando acabou, eu queria mais.

—Quero que você tenha controle sem machucar ninguém, nem a si mesma - disse sabendo que as vezes nessas crises eu tinha mania de afundar as unhas em minhas mãos até sangrar, e sentir alívio. - Quero que você traga essa força para fora. Sustente ela por um minuto mantendo o controle. E depois sem bater em ninguém ou se descontrolar, quero que volte ao normal. Estão prontos?

—Daniel eu não sei trazer isso para fora assim com facilidade... - comecei a dizer exasperada.

Ele olhou para Nicolas e Leah, que concordaram e eu me desesperei.

Leah de repente focou em mim com seu sorriso debochado.

—Você se lembra daquela sua coleção de pedras indígenas que fez quando foi ao Brasil? – Ela perguntou.

E eu a encarei sentindo seus sentimentos de arrogância e petulância virem contra mim.

—O que?

—Elas não sumiram, foi eu que as roubei. – disse dando de ombros tranquila. - Joguei tudo no mar.

—Você o que? - perguntei pasma.

Eu procurei aquilo por meses e levei meses pra junta-las e trazer do Brasil.

Como ela pode simplesmente me roubar?

—Eu ria de você todos os dias te assistindo procurá-las. – ela gargalhou e eu lembrei daquilo com ódio.

—Leah para, está me fazendo ficar com raiva - disse olhando para o céu nublado, tentando ignora-la.

—Respire fundo... – ouvi Daniel pedir. Não queria olhar pra ninguém.

—O primeiro carro que você ganhou. Me lembro bem dele - eu abaixei a cabeça lentamente encarando-a já com ódio - Sim, foi eu. Desculpa eu estava com tédio, então eu furei os pneus e arranhei ele todinho com a minha chave.

—Para de falar. - pedi. - Cala a boca!

—Porque? Estou abrindo meu coração pra você. - ela gargalhou. - E ah, rasguei aquela sua camiseta preferida que estava na casa do Charlie. Dei para os lobos comerem depois.

—Leah... - eu sussurrei cerrando o punho.

—Olha para mim sua sangue suga - ela gritou. Gritou comigo? - Não é metade do que eu já fiz e você nem sabe. Você só se garante falando, quero ver se consegue comigo, se aguenta me pegar. Não consegue, é uma Cullen fraca.

Dei um meio sorriso olhando para ela, Daniel e Nicolas ficaram alerta.

—Ok, vou mata-lá.

Voei na direção dela, mas fui impedida por Nicolas na mesma hora que se pós na minha frente.

—Sai da minha frente! – ordenei avançando e ele me segurou pelo braço e por um segundo quis reagir. - Nicolas!

—Se concentra na sua respiração – pediu olhando nos meus olhos. Eu tremia de raiva. Não conseguia pensar, mal o ouvia.

—Agora não da...

—Elizabeth, nos sabemos que você não é de nada! Só sabe falar blá, blá, blá. – Leah gargalhou.

—Não, você não quer matá-la... – sussurrou Nicolas.

—Quero. Eu quero sim! – sussurrei sedenta por vingança, olhando para ela como um pirulito de chocolate.

Nicolas virou meu rosto em sua direção.

—Você é melhor que isso. Sua força não existe para esse propósito. Pense em como vai se arrepender.

Será que eu ia? O mundo seria melhor sem Leah Clearwater, disso eu tinha certeza.

—Venha Elizabeth, me mostre do que é capaz! – Leah falava atrás dele.

Eu estava fazendo uma força sobrenatural para não reagir e machucar Nicolas. Eu travei meu pés no chão e mal conseguia respirar.

—Pense bem. Não deixe as ameaças dela afetarem você. Pense nos seus princípios e no seu arrependimento – Daniel falou olhando para mim.

Princípios? Eu não tinha princípio nenhum agora.

—Sua família deve ter nojo de ter criado você, uma híbrida com problemas mentais. Devia sumir daqui. – disse rindo. - Nunca devia ter voltado para Forks.

—Já chega! – disse me desviando de Nicolas e avançando em Leah numa velocidade que nem eu esperava.

Antes que eu pudesse tocá-la, Nicolas foi mais rápido que eu e conseguiu me segurar pelos braços. Só que dessa mais firme.

Sua mão parecia aço em minha pele.

— Olha para mim – disse me fazendo olhar em seus olhos. - O que ela esta dizendo não importa. Você precisa controlar isso.

—Eu não consigo... – sussurrei me tremendo que mal conseguia falar.

—Consegue sim, eu acredito em você. Vamos se concentre na sua respiração. Na força que esta passando pelas suas veias através do seu sangue agora, pense em tudo isso, visualize. Ignore Leah. Você sabe que pode mata-la se quiser, mas não vai.

—Não ta rolando - disse encarando o chão e vendo tudo vermelho.

—Olhe pra mim. - ele virou meu rosto - Se concentra em você. Eu confio em você, confie também.

Eu olhei nos seus olhos, me concentrei no seu olhar, na sua voz, e nas suas palavras que me atingiram de forma inexplicável.

Minha mente foi na manivela, mas foi.

Eu fechei os olhos e fiz o que ele disse. Visualizei o poder dentro das minhas veias como fogo me incendiando, e me imaginei apagando ele pouco a pouco.

Minha respiração foi regularizando devagar, e meu coração também. Quando abri os olhos os 3 me olhavam.

—Conseguiu – Daniel sorriu cruzando os braços – Obrigada Leah, foi de grande ajuda.

—Sempre que precisar – ela respondeu.

Leah deu uma piscadela para mim e saiu correndo por dentro das árvores.

Eu ainda estava confusa.

—Que? Como assim?

—Conseguiu controlar e voltar ao normal com rapidez sem agredir ninguém. Pensei que seria mais difícil, mas você aparentemente tem mais controle do que imagina - Daniel disse - Na próxima vamos trazer essa força para fora sem usar o sentimento raiva. Vamos explorar um pouco as maneiras com que você pode fazer isso com mais facilidade, vamos ver como você se sai. Parabéns Liza.

Daniel deu um tapinha em meu ombro e saiu da floresta também.

Eu ainda estava atônita.

—Estou orgulhoso de você – Nicolas disse quando já estávamos sozinhos.

Seu sorriso me fez despertar.

—Não consegui nada. Vocês viram como eu perco o controle rápido? – perguntei bestificada.

—Percebeu que retomou o controle sem machucar ninguém dessa vez?

Eu o encarei desconfiada nessa hora.

— Como consegue fazer isso? – perguntei olhando para ele.

—Eu?

—Ter esse controle sobre mim? - perguntei pasma. - Foi você, não eu.

—Eu não fiz nada. Apenas ajudei, guiei sua mente. Foi você quem tomou a iniciativa.

—Se eu tivesse sozinha aqui ela teria morrido.

—Ainda vamos chegar nessa parte, só que outro dia. Já tivemos muitos progressos por hoje.

—Obrigada - agradeci me joguei em seu braços - Eu te amo.

Voltamos para a mansão logo depois.

Alguns vampiros tinham ido caçar, assim como Nicolas e o pai dele.

Fui direto para cozinha morrendo de fome. Normalmente eu não como comida só em casos extremos, prefiro sangue. Mas hoje eu estava com fome de comida humana.

Abri a geladeira e tinha um bolo gigante de chocolate, minha boca se encheu de água. Com certeza Esmee deveria ter feito quando soube que estamos voltando.

Era o meu preferido.

O peguei e coloquei em cima da mesa. Fechei a geladeira e dei de cara com Aro.

—Meu Deus! – Disse pondo a mão no peito. - Que merda.

—Assustada? Que cômico. - ele sorriu para mim - Como não sabia que eu estava aqui?

—Estava distraída – falei indo até o armário pegar um prato. - Vai fica ai parado?

Perguntei quando percebi que ele continuou no mesmo lugar.

—É a única coisa que eu sei fazer desde que cheguei aqui. Fico parado em vários lugares, apenas observando as coisas e as pessoas.  – disse estranhamente entretido.

Ele saiu de perto da geladeira e ficou de frente para a parede olhando o rejunte.

Eu respirei fundo colocando as mãos na mesa.

—Olha Aro, a gente precisa dar um jeito nessa situação. Ou você para ser estranho, ou... Você para de ser estranho. – Pedi e ele se virou sorrindo e saiu da cozinha. - Deus me livre.

Me sentei na mesa finalmente em paz.

Ao total comi 4 pedaços de bolo, até Renesmee chegar na cozinha e me observar comendo.

—Está passando fome ? – perguntou com uma cara engraçada - Cê ta bem?

—Estou ótima. – Disse colocando outro pedaço de bolo no prato enquanto lambia os dedos.

—Não, definitivamente você não esta bem. Você odeia comida.

—Vê se dá um tempo para mim Renesmee, tem dezenas de vampiros aqui, escolhe um pra cuidar da vida deles e me deixa em paz. – disse largando o bolo no prato e saindo da mansão.

Perdi a fome.

Agora não posso comer um bolo sem ser julgada.

 


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Notas finais do capítulo

(E)