A Irmã De Renesmee escrita por Thatty


Capítulo 2
E se eu não fosse só seu amigo?


Notas iniciais do capítulo

Oi gente!
Esta ai mais um capitulo espero que gostem.
Obrigada pelos cometários.

Boa leitura



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/379038/chapter/2

 

—Liza, anda logo ou iremos chegar atrasados. – Meu pai gritou.

Acordei mais lenta que o normal, sentindo todas as misturas de emoções da minha família ao mesmo tempo.

Alice e Renesmee estavam empolgadas demais. Minha mãe e meu pai nostálgicos por voltar a escola onde se conheceram, poderia até dizer que minha mãe choraria se pudesse.

Tio Emm e tio Jazz estavam indiferentes, diria que estavam mais ansiosos para caçar depois das aulas do que ir para a aula em si. Já tia Rose, só queria causar boas impressões.

Eu estava tentando me manter neutra sobre hoje, mas estava bem difícil.

Para variar o dia estava chuvoso e frio, coloquei minha calça jeans e minhas botas de salto pretas. Vesti um sobretudo vermelho que ressaltou minha palidez, e peguei meu material. Fui para a sala onde todos estavam esperando para sairmos juntos.

—Animados para o primeiro dia? – Perguntou Alice - Estamos de volta à escola de Forks depois de mais de 15 anos. Isso não é empolgante?

—Olha para minha cara e vê se tem alguma empolgação nela Alice – respondi fazendo tia Rose rir e ela revirar os olhos.

Fala sério que tipo de vampiro se anima para ficar perto de humanos, ou para voltar à escola pela milésima vez? Bom, só Alice Cullen mesmo.

—Liza – Meu pai me arrastou até o canto da sala. Sua cara já dizia tudo sobre o que ele iria falar, tanto que antes dele começar a dizer eu já estava revirando os olhos. – Pode por favor, se comportar esse ano? Eu não posso ficar colado em você o dia todo, e odiaria que todos nos fôssemos expulsos de mais uma escola por sua causa. Já conversamos sobre isso antes, lembra?

— Hum, vou ver o que posso fazer. – disse distraída.

—Estão prontos? – Carlisle perguntou entrando em nossa casa. Ele era a figura de maior autoridade entre nós. Mas era um avô super amoroso e dedicado. Era difícil descrever a admiração que toda família sentia por ele, principalmente eu. Carlisle definitivamente tinha um coração sobrenatural. – Vou precisar repassar o grau de parentesco de cada um?

Fazia um tempo que todos nós não íamos a escola juntos. Era sempre uma situação complicada. Tantos adolescentes aparentemente da mesma idade e da mesma família. Não dava para dizer que todos éramos irmãos.

Não ia fazer sentido.

Ninguém que se olha Carlisle e Esmee, diriam que eles têm 8 filhos com a mesma idade. Nem teria como.

—Rosalie, Jasper e Bella são irmãos que vieram do Alasca e estão morando conosco temporariamente. Edward, Alice e Emmett são os nossos filhos biológicos. Liza e Nessie são nossas filhas adotivas. Mas para todos os efeitos, somos apenas uma família. Ok? – Disse meu avô.

—Ok – Alice respondeu animada – Mais um ano vai começar. – Falou batendo palminhas e eu tive vontade de vomitar nessa hora.

—Por que você é sempre a única a ficar animada? Exceto esse projeto de gente. – Disse apontando para Renesmee, ela me lançou um olhar raivoso.

—Nem teu mau humor vai estragar meu dia. – falou saindo.

—Tenham um bom dia crianças. - Meu avô desejou sorte exalando preocupação. - Se comportem.

Primeiros dias de aula sempre eram tensos para todos nós.  A primeira impressão é a que fica, não é mesmo?

Tio Emmett foi no seu jipe com Rose, Alice e Jasper. Meu pai foi no seu volvo com minha mãe e Renesmee. E eu fui no meu bebê, minha moto, MV Agusta F4CC, o meu bem mais precioso. A ganhei no verão passado depois de quase 3 anos implorando por ela.

Enfim montei na minha moto e dirigi até a escola. Como fui a última a sair de casa, fui a última a chegar. Estacionei perto do jipe do tio Emm. Eles estavam me esperando lá dentro, desci da moto guardando o capacete, depois me juntei a eles.

—Senti saudades dessa escola – minha mãe disse com a voz embargada – Foi aqui que conheci o pai de vocês...

—Sem recordações Bella, por favor - pedi já sendo atingida por sua nostalgia e depressão.

Em público não podia chama-la de mãe. Todos achariam estranho, já que parecíamos irmãs.

—Ah, se anima vai. – Tio Emmett disse dando tapinhas nas minhas costas, me encorajando.

Eu preferia estar morta.

Entramos na famosa escola de Forks. Era o meu primeiro ano naquela escola e da Renesmee também. Não achei grande coisa, sinceramente.

Para mim sempre foi mais difícil conviver com os humanos pelo fato de ser sensitiva. Eles têm sentimentos fortes e são frágeis demais, o que só intensifica tudo. Como sensitiva eu sinto exatamente a mesma coisa que eles.

Agora imagine você dentro de uma escola, com centenas de alunos a sua volta exalando diversos tipos de emoções ao mesmo tempo. É um martírio. É cansativo ter que lidar com isso.

Eu era atingida por emoções que não eram minhas, a cada segundo que passava como um soco na minha cara.

Acho que é por isso que dizem que sou problemática.

Passo tempo demais organizando as emoções dos outros para não surtar, e acabo esquecendo das minhas.

O sinal havia acabado de bater, olhamos nossos horários e minha primeira aula era de biologia e a da Nessie também. A aula passou arrastada e muito chata. Ela falou tudo que eu já sabia, e só de pensar que seria o ano todo assim, eu morria um pouco mais por dentro.

Horas depois, eu estava no corredor da escola indo guardar meus livros da última aula que tive. Era o intervalo e marcamos de nos encontrar no refeitório. Enquanto isso eu fui deixar meu material no armário.

—Hey – chamou um garoto encostando-se ao meu armário – Vai rolar uma festa amanhã na minha casa. Aparece lá. – Falou me estragando um papel.

Esperei ele sair do corredor, e joguei o papel no lixo sem olhar o que estava escrito dentro. Esses garotos me irritavam, não podem ver um rostinho bonito que as emoções e hormônios explodem.

Larguei meu material lá e fui para o refeitório. Todos já estavam sentados na mesa quando cheguei.

Quando minha família estava toda reunida, era engraçado observar a reação das pessoas ao nosso redor. Principalmente para mim, que conseguia observar de um lado mais emocional.

Eles nos encaravam como fossemos alienígenas. Uns sentiam inveja, outros sentiam medo, o que era um instinto natural humano avisando para manter distância. Já outros sentiam raiva ao nos olhar. Às vezes eu queria ser meu pai nessas horas, só para poder entender o que se passava na mente deles, e o porquê de certos sentimentos.

Hoje estava sendo um dia particularmente cansativo para mim, estávamos sendo muito observados. Eram muitas sensações alheias que eu tinha que lidar. Eu sabia que nos próximos dias isso melhoraria, pois, as pessoas acostumariam com nossa presença. Mas hoje estava sendo difícil e me dando enxaqueca.

Eu me sentia atacada a cada segundo pelos sentimentos desses humanos.

—Tudo bem? - Meu pai perguntou me vendo fechar os olhos com as pontas dos dedos. Eu somente balancei a cabeça positivamente sem abrir os olhos. - Vai ficar mais fácil nos próximos dias. Ajuda se pensar que eu estou sofrendo também.

Eu sabia que não era fácil para ele ouvir a mente de toda aquela gente.

Era como estar num lugar com várias pessoas gritando com você. Pois é, nem tudo são flores. Todo dom tem seu preço, tudo tem seu lado negro.

—Como foram as aulas de vocês? - Alice perguntou mudando o assunto.

Todos começaram a contar seu dia e eu não conseguia nem conversar. Me sentia exausta, minha cabeça latejava.

Ser humana e sentir dor também, é outra coisa da qual detesto.

O resto do dia foi tão ruim como o começo. Quando as aulas acabaram eu voei para casa, não via a hora de me isolar por algumas horas e ter um pouco de paz.

Eu mal tinha chegado em casa e fui direto me deitar para ver se a dor passava.

[...]

Pov. Renesmee

—Nessie - mamãe chamou do andar de baixo - Jake no telefone.

Ela nem terminou a frase direito e eu já desci as escadas correndo, atropelando tudo que estava na minha frente. Meu pai estava sentado na sala com a cara enfiada no notebook, minha mãe cozinhava alguma coisa para o jantar.

Agarrei o telefone eufórica para ouvir sua voz.

—Jake! – disse. - Oi.

—Como é bom falar com você – respondeu com a voz empolgada. Minhas bochechas arderam só em ouvir aquilo. - Como você está?

—Estou ótima, vai vir aqui hoje?

Meu pai revirou os olhos. Ai como eu odiava nossa falta de privacidade.

—Infelizmente hoje não vou conseguir te ver, nem nos próximos dias. Muitos problemas aqui na reserva. Eles estão tomando todo o meu tempo. - Respondeu e eu automaticamente fiquei triste. Não gostava de passar um dia sem vê-lo. - Mas estou ligando porque sexta teremos uma festa aqui, com todo o pessoal. Uma fogueira, gostaria muito que você viesse.

—Sério? Mas não vai ter problemas se eu for?

—Você sabe que é bem-vinda na reserva.

—Eu sei, mas.... É que da última vez que estive em umas dessas festas deu problema. Lembra?

Eu ouvi ele bufar, e podia até imagina-lo revirando os olhos nesse momento.

—Não foi sua culpa, foi por causa da sua irmã. – falou rindo – Mas foi apenas um mal-entendido, isso já passou. Ninguém se lembra mais. Vamos Nessie, por favor, vai ser legal.

Tinha como eu resistir a qualquer coisa que ele me pedisse?

—Ok, vou falar com os meus pais, mais tarde te ligo para confirmar.

—Ótimo, a gente se fala depois então. Eu preciso ir agora.

Nos despedimos, e desliguei o telefone com o coração pulando de ansiedade. Eu mal me virei para falar com minha mãe, e meu pai surgiu como um fantasma na cozinha.

—Você não vai. – Respondeu com tranquilidade, enquanto dava um beijo na minha mãe.

—Ah pai, por favor! - Disse dando pulinhos histéricos. Ele me encarou sério.

—Esquece, você já fica tempo demais com Jacob. Não vai a essa festa.

—A gente mal vai se ver essa semana - falei cruzando os braços - Não é nada demais, eu juro que não vou chegar tarde. Sério, prometo.

—Renesmee, eu falei que não.

Eu encarei minha mãe, suplicando com os olhos e ela entendeu meu pedido silencioso.

—Edward, para de implicar com os dois e a deixe ir. – Ela pediu.

—Não quero Renesmee em festas, sozinha com aquele vira-lata. - Rebateu.

—Eu não vou estar sozinha. Os outros quileutes também estarão lá – meu pai revirou os olhos.

—E se esse é o problema, Liza pode ir com ela. – Minha mãe falou disposta a ajudar.

Só que aí ela arruinou tudo.

Meu pai começou a considerar a ideia e eu não queria isso de jeito nenhum.

—Não, não quero Elizabeth comigo na reserva de novo. - esbravejei - Vocês sabem o que ela fez da última vez. Não, não, não...

—Essa é a única maneira - minha mãe deu de ombros sem se importar. - Sua irmã vai ser a sua responsabilidade.

É o que?

—E como vou me divertir com Jake assim?

—Bom, não vai - meu pai sorriu gostando da ideia - Presta atenção, você só vai a essa festa, se Liza for junto. E acho bom ela se comportar, não quero ter problemas com a reserva por causa dela outra vez.

Eu fechei os olhos com força desejando sumir da face da terra.

—Eu não sou babá, por favor, não façam isso comigo - implorei desesperada.

—Ou a Liza vai, ou você não vai - minha mãe disse me dando as costas desistindo de discutir. – A escolha é sua.

Ah Jacob, o que eu não por você.

[...]

Pov. Liza

Minhas dores de cabeça não são frequentes, mas nada que um cochilo e um pouco de paz não ajude.

Ter dormido um pouco ajudou a passar a dor. Mas agora meu estômago estava roncando, e não era comida que eu precisava.

—Oi Liza – ouvi Nessie dizer na ponta da minha cama.

Levantei assustada e a encarei.

Ela estava sentada na beirada da minha cama, me observando dormir com um sorrisinho no rosto.

—Como entrou aqui?

—Pela porta. – Disse como se fosse óbvio.

—Ah, jura? Achei que tivesse atravessado a parede. – Falei irônica e ela revirou os olhos – A porta estava trancada, como você entrou?

—Ah, eu fiz uma cópia da chave do seu quarto para eu não ter que ficar entrando sempre pela janela. – Falou como se fosse algo normal – É cansativo, sabia?

Fechei os olhos com força para não voar no pescoço dela. Respira Elizabeth, respira...

—Renesmee Carlie, não acredito que fez isso...

—Relaxa maninha. – Me interrompeu passando a mão na minha perna. – Eu resolvo isso, sem problemas.

Foi então que eu parei o que estava fazendo e a encarei.

Renesmee estava cheia das intenções. Estava agitada e carinhosa. E suas emoções estavam um misto de impaciência e euforia.

— O você quer?

—Nada, não posso querer passar um tempo com a minha irmã? – Sorriu e eu ri junto com ela e dessa sua tentativa falha de me enrolar.

—Você está mentindo pilantra.

—Do fundo do meu coração, odeio o fato de você ser sensitiva. - disse se levantando da minha cama e batendo o pé - Isso é tão insuportável.

—Não importa o que vai me pedir, a resposta é não.

—Mas eu nem disse nada... – Ela falou e eu a ignorei encarando minhas unhas - Liza me ajuda, por favor. Vai ter uma festa na reserva sexta-feira, mas o papai só me deixou ir se você for junto. Então...

—Por que eu preciso ir junto?

—Jake me convidou, mas papai acha que vou ficar sozinha com ele. E além do mais, a festa é a noite, então ele só vai me deixar ir se você também for.

É ela tinha razão. Eu podia sentir a irritação irradiando do meu pai no andar de baixo.

—Esquece, não vou voltar na reserva.

Me levantei da cama e Renesmee se desesperou na mesma hora.

—Por favor Liza. - Pediu implorando. – Por favor.

—Você quer que eu seja uma assassina Renesmee? - A encarei - Às vezes eu acho que sim. Você sabe que se eu voltar lá, vou matar aquela cadela.

—Quem? Leah? – Perguntou se fazendo de sonsa.

—Não. Madre Tereza de Calcutá. - Respondi colocando minha jaqueta.

Era inevitável não usar a ironia, ela já fazia parte de mim.

—Ah, por favor Liza, eu praticamente não te peço nada e Leah já deve ter esquecido a última briga de vocês.

—Ela pode ter esquecido, mas eu não. Se eu voltar lá, vou brigar com ela de novo e acabar matando-a. É isso que você quer? – Falei sentando na cama para calçar meu tênis.

—Não vai não, eu confio em você.

—Não devia. - Sussurrei querendo rir do otimismo dela.

—E além do mais, vou ficar te devendo essa – Disse apelando - Farei o que você quiser. Juro.

O que eu quisesse? Hum. Isso está começando a ficar interessante para mim.

—Ah, é? Qualquer coisa? – Perguntei e ela me olhou assustada.

—Qualquer coisa.

Ela já estava arrependida do que tinha dito e eu podia sentir isso. Foi o que me fez soltar uma gargalhada animada.

Eu amava fazer um inferninho.

—Começando por devolver a chave do meu quarto. – Disse entendendo a mão para ela. – Não gosto de você entrando aqui sem eu saber.

—Ok. – Ela colocou a chave na minha mão. Mas eu continuei com a mão estendida para ela. - O que?

—Quero as outras também.

—Que outras? – Perguntou com cara de inocente.

—Nem se dê ao trabalho de mentir, sei que você tem copias. Eu te conheço, dividimos o mesmo útero, lembra?

—As vezes eu queria esquecer – ela resmungou e eu ri - Depois eu procuro e te dou.

—Pode ser. Vou nessa droga de festa, mas vou deixar claro, se Leah me provocar eu vou arrancar a cabeça dela fora antes de você tentar me impedir. – Falei saindo do quarto. - E não quero você em cima de mim ou dizendo o que eu tenho que fazer. Eu não preciso de babá.

—Estou me arrependendo disso – falou para si mesma, mas eu tinha ouvido.

Já estava fora de casa quando percebi que ela estava deitada na minha cama.

—Saia do meu quarto - disse do jardim de casa. Ela saiu batendo a porta e resmungando.

Bom foi ela quem escolheu, não é? Eu não tenho nada a ver com as consequências.

 

 


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

E ai gente, como sera que vai ser o primeiro dia de aula dos Cullen?
Gostarão? Então mandem comentários! Até a próxima galera!

Beijos da Thatty! Xoxo

(E)



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "A Irmã De Renesmee" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.