A Irmã De Renesmee escrita por Thatty


Capítulo 13
Sejam bem vindos!




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Eu estava vivendo um pesadelo em tempo real.

Renesmee não parava de dizer a viagem toda como iria ser maravilhoso fazermos faculdade juntos. Ter que ouvir Jacob rir de mim todas as vezes que eu fazia menção em esgana-la, me matava aos poucos.

Meu pai me pagaria por isso.

Por mais que eu estivesse irritada por tudo que estava rolando, assim que descemos do avião em Hanover a energia a minha volta mudou.

Eu estava ansiosa, alguma coisa parecia me chamar nesse lugar, puis a mão no colar como se ele fosse meu novo amuleto da sorte e parecia que ele brilhava com mais força me incentivando a viver essa nova fase.

Eu estava pronta para o que quer que Hanover tinha a me oferecer.

A faculdade de Dartmouth parecia um castelo antigo e rústico. Mas era bonito de se ver, a construção meio medieval com cores escuras, dava um ar bem gótico a ela que eu me identifiquei de cara.

Quando nosso táxi parou la na frente, a faculdade tinha alguns alunos do lado de fora, conversando, rindo, estudando e interagindo sem aquela afobação do ensino médio.

—Prestem atenção – pedi assim que descemos do táxi. – Não estou nem ai para vocês dois. Façam o que quiserem, contanto que usem camisinha. E vocês finjam que eu não existo, não quero ser babá de ninguém e não quero ninguém cuidando de mim. Se Edward perguntar digam que esta tudo conforme ele disse. Pode ser?

Os dois trocaram olhares e deram de ombros concordando comigo.

Ao me virar para a entrada da escola uma garota se materializou na minha frente, com um sorriso de ponta a ponta.

Ela tinha cabelos bem pretos e lisos, seus olhos eram azuis de dar inveja. E bom não era só isso. Ela era uma vampira, eu podia sentir a frieza de longe, mas algo parecia diferente nela.

 Aquilo era um coração pulsando?

—São novos aqui em Dartmouth? – Perguntou trocando olhares de nossas malas pra gente.

—Somos - Jacob respondeu tenso, percebendo sua imortalidade assim como eu. - Quem é você?

—Ora, onde estão meu modos - disse rindo sem graça. - Sejam bem-vindos, eu sou Lucinda Roller, mas podem me chamar de Lucy. 

—Prazer, sou Elizabeth Cullen. – Falei e sua expressão amigável mudou na mesma hora em que ela ouviu meu nome.

Estranhamente foi como se o som do meu nome fosse algo terrível que a deixou surpresa, ela nem se quer conseguiu disfarçar. 

—Sou Renesmee a irmã dela, e este é Jacob Black. – Falou Nessie apontando para Jake, mas a garota não tirava aqueles olhos azuis de mim.

Ela percebeu a nossa cara de interrogação e balançou a cabeça como se tivesse saindo de um transe.

— Eu preciso ir... Aproveitem Dartmouth. A gente se vê por ai. – Falou se distanciando.

Jacob olhou para mim fazendo careta e eu dei de ombros, não queria saber de malucos perto de mim. Mesmo tendo varias coisas que eu queria dizer em voz alta agora. Tipo, o coração dessa garota estava batendo naquela pele gelada? E o que foi esse surto?

Mas eu não iria dizer nada, não quero confusão então vou fingir que esta tudo normal mesmo tendo sido recepcionada desse jeito estranho.

[...]

Pov. Lucy

Meu coração estava disparado como um foguete. Vocês já tiveram a sensação de ter um ano muito doido? Pois eu tinha a intuição de que eu estava prestes a viver um a partir de agora.

Droga, cade meu irmão quando se precisa falar com ele? Achar Nícolas é como achar uma agulha em um palheiro, mas ah, Tyler disse mais cedo que estariam no campo de futebol hoje de manhã.

E eu estava literalmente correndo pelo campo e acenando para ele desesperada. Deveria ter acabado de terminar o treino deles, pois todos estavam indo para o vestiário.

Ele me viu esbaforida e ficou me encarando confuso, com aquela cabeleira suada e bagunçada enquanto eu me aproximava parecendo uma doida.

—Graças a Deus eu te achei!

—Lucy? – Perguntou vendo minha afobação. - Ta tudo bem?

Respirei fundo tentando me acalmar antes de falar, mas eu não consegui, não é todo dia que isso acontece e não sabia como meu irmão iria reagir. 

—Ela esta aqui! - Disse pulando de empolgação - Juro por Deus que ela está aqui!

—Que? Quem está aqui? 

—Nícolas, como assim quem? Preste atenção! - eu gritei sem perceber que estava gritando. - Elizabeth está aqui, em Dartmouth. Ela está aqui!

Nícolas de repente parecia mais pálido que o normal, a mochila que estava nas suas costas escorregou para o chão quando ele processou o que eu disse em sua cabeça.

—Não, ela não está... - sussurrou.

—Está meu irmão - disse colocando a mão em seu ombro - Eu mesma a vi, e ainda falei com ela. Ela veio com a irmã e o cachorrinho.

—Lucinda não brinque comigo! - disse e seu coração estava disparando agora.

 Eu revirei os olhos com sua descrença e sai o puxando pelo campo até a entrada da faculdade.

Nícolas se deixou guiar por mim ainda confuso com o que eu estava dizendo.

 Elizabeth e sua família conversavam com a monitora na frente da escola, a qual estava dando os folhetos e o mapa do lugar para eles. Ela arrastava sua mala, vestindo uma calça escura e uma blusa cinza, os seus cabelos enormes estavam soltos e caindo em cascatas por suas costas. Quem passava por ela não conseguia deixar de admira-la, ela era realmente muito bonita.

 Seus olhos curiosos percorriam toda a escola a sua volta, um leve sorriso se formou nos seus lábios de repente. Meu irmão do meu lado parecia petrificado encarando a garota como se ela fosse uma miragem. Seria possível um vampiro infartar?

 Ela estava distraída, mas por meio segundo seus olhos voaram na nossa direção e Nícolas correu do jeito que ele sabia que não podia.

—Nícolas! - corri atrás dele. Em meio segundo ele já estava no campo pegando sua mochila do chão e surtando sozinho. - Não pode correr assim no meio da faculdade, ficou maluco? Alguém poderia ter visto.

—Ela poderia ter me visto! - ele gritou me encarando. - Deus do céu, o que ela está fazendo aqui?

Ele questionou olhando para o céu nublado, como se realmente esperasse que Deus ou algo divino o respondesse. Pronto, era agora que meu irmão surtava.

—Porque nunca mencionou que ela era tão bonita? Os rapazes de Dartmouth vão gostar de uma caloura como ela - brinquei e ele me encarou venenosamente. Se não estivéssemos na escola ele teria me atacado. Por mais que eu brincasse com a situação, eu sabia que ele estava perturbado. - Nick qual o problema? Não era para você estar feliz? Ela está aqui, você está aqui, então...

—Ela não deveria ter vindo pra cá. É perigoso.

—Oh destino é mesmo engraçado não é? Não adianta tentar fugir, uma hora ou outra isso ia acontecer. Você sabia disso.

—Mas tinha que ser agora? 

 A vida é mesmo uma droga imprevisível, a gente espera as coisas acontecerem, e elas só acontecem quando não devem acontecer.

Eu sabia o motivo dessa agonia de Nícolas de côr e salteado. Sabia o que o preocupava, o porque desse sofrimento interno. Esse problema tinha nome e sobrenome.

—Tudo isso só por causa da Lauren?

—Só? - disse irritado e encarou o céu de novo - Ela fugiu, você sabe porque e o que ela quer. Sabe o que vai acontecer se ela vier até aqui. Isso não podia estar acontecendo assim, porque Elizabeth não ficou em Forks? O que deu nela para vir pra cá?

—Veja pelo lado bom, aqui em Hanover vai poder protegê-la de perto.

—Lucinda não era para isso acontecer. - ele me encarou como um lunático, com aqueles cabelos negros cobrindo parte de seus olhos -  Não tem noção do que a vinda de Elizabeth para cá vai causar nas nossas vidas, principalmente na dela. E eu sei que ela não vai ser uma boa garota, vai acabar chamando atenção. E será justamente a atenção de quem eu não quero perto dela.

—Mas agora ela está aqui, não tem o que fazer. E eu vou conhece-la.

—Lucy você não vai...

—Tchau - não deixei ele responder, só corri antes que ele pudesse me alcançar.

[...]

Pov. Liza

Eu estava encantada com toda a escola e a energia que ela me passava.

Era diferente de estar no colegial e lidar com adolescentes cheios de hormônios sendo sensitiva. As emoções a minha volta pelo menos até agora, tem sido algo bem suportável e maduro, se é que posso dizer assim.

E essa faculdade é umas 10 vezes maior que a escola de Forks, ainda estava aprendendo onde ficava cada coisa com esse mapa não muito bem elaborado, devo dizer.

—Vou buscar meus livros, você vem? – Perguntei a Nessie.

Tinhamos acabado de conhecer nosso novo quarto. Iriamos dividir e ele tinha um bom espaço, com duas camas, dois guarda-roupas embutidos, um banheiro e mesas para estudo. Estava ansiosa pra arrumar minhas coisas, mas queria pegar meu material primeiro.

—Vou arrumar minhas coisas e ligar pra mamãe primeiro, depois eu pego. - respondeu ela procurando o celular.

Deixei Nessie sozinha e sai pelos corredores procurando a reitoria. Aquele mapa era uma droga, eu entrei na sala errada umas duas vezes.

Quando finalmente encontrei o lugar, a moça que estava lá me entregou todos os livros que eu usaria nesse semestre. Eles eram muitos, enormes e pesados e eu não poderia levá-los assim, de uma vez, os alunos desconfiariam.

Quando eu estava cogitando a hipótese de fazer merda, levando escondido e correndo o risco de alguém ver, eu sobressaltei com uma voz atras de mim.

—Quer ajuda? 

Quando eu me virei lá estava ela de novo, a garota de hoje mais cedo. Respirei fundo a encarando.

Eu realmente não queria arrumar amigos que minha família questionaria mais tarde, e estava indo contra tudo que eu disse mais cedo sobre não querer malucos na minha vida, mas ela parecia super empenhada em conversar comigo.

—Você sempre aparece assim do nada? - perguntei a encarando, ela sorriu dando de ombros. Pegou metade dos meus livros sem esperar eu responder. 

—Geralmente sim, mas você acostuma.

Como assim acostuma? Ela pretende ficar por perto agora? Ela não tem os próprios amigos? 

Balancei a cabeça pra desencanar dessa loucura, não posso desconfiar de toda pessoa que cruzar meu caminho se não eu vou ficar louca.

—Só um aviso - disse pegando o restante dos livros - Não sei como voltar ao meu quarto, ainda não sei olhar a droga desse mapa.

Ela riu alto pegando o mapa da minha mão.

—Eu te ajudo.

Nesses poucos segundos que interagi sozinha com Lucy, ela definitivamente me lembrou Alice o que me deu saudades da minha tia.

Lucy era agitada, falava bastante, perguntava e respondia as coisas sozinhas e ao mesmo tempo, parecia sempre estar de bom humor, ou seja o oposto de mim.

 -Ah sim, medicina é um curso muito nobre, meu irmão também faz. - dizia ela enquanto caminhávamos. - Vai acabar conhecendo-o.

—Irmão?

—É, eu tenho dois - ela sorriu ao falar -  Tyler é o mais novo, faz educação física e é do time de futebol da Faculdade. E Nícolas é o mais velho, é o que faz medicina e também faz parte do time. Vou te apresenta-los qualquer hora, vai adorar conhece-los.

—Eles são assim enxeridos que nem você, e aparecem do nada? - perguntei e ela gargalhou.

—Não, quer dizer talvez o Tyler, Nícolas é mais na dele. - ela explicou - Vai ser bom ter vocês por aqui, é interessante não sermos os únicos agora e acho que seria legal nos unirmos.

Eu sabia do que ela estava se referindo.

Ela estava feliz por a família dela não ser a única sobrenatural em Dartmouth, agora que chegamos e achava que ia rolar de nos andarmos juntos. 

Mesmo eu não sabendo dizer o que ela era de fato. Ela parecia uma mistura minha e da minha família, ela parecia obviamente uma vampira. Dava pra ver a rigidez dos seus braços, da sua pele, as presas que a gente se esforça para esconder, mas quando ela gargalhou deu pra notar.

Mas tem algo que não esta batendo. Seu coração bate, mas ela não é quente como eu e Nessie, e seus olhos são azuis, nunca conheci nenhum vampiro de olhos azuis.

E eu sei que não são lentes, a gente consegue identificar, eram seus olhos mesmo. Ela parecia como eu, mas ela não era, e meus sentidos também diziam que não.

Eu tinhas tantas perguntas, tantas coisas que eu queria dizer a ela agora, mas vou continuar confiando na minha intuição de que eu devo ignorar tudo isso e fingir demência. 

Paramos na frente do meu quarto.

—Aqui é o meu quarto. – Falei abrindo a porta. Nessie já não estava mais lá, então deixei os livros na mesa de estudo e Lucy me ajudou – Obrigada pela sua ajuda, não precisava.

—Eu sei, mas temos que ajudar os nossos. Tipo a união faz a força - disse sorrindo e eu ri também. – Agora preciso ir, mas se precisar de alguém para te ajudar com o mapa é só me chamar. 

—Ótimo, qual é o seu quarto?

—Ah eu não moro aqui, mas não se preocupe você me acha. E a propósito lindo colar, fica muito bem em você. - Falou saindo do quarto.

 Fiquei encarando a porta por um segundo e depois encarei meu peito.

O colar estava escondido por dentro da minha blusa, não tinha como ela ver. Como ela sabia? 

Ok, para de paranoia minha filha, você acabou de chegar em Hanover.

Acho que se papai estivesse aqui me mataria por estar falando com vampiros. Ou seja lá o que ela for, ele com toda a certeza me julgaria muito, me colocaria num potinho e me levaria de volta para Forks, já que pra ele todo sobrenatural desconhecido quer me matar.

E sinceramente até agora, eu mesma gostaria de entender o porque de eu estar dando corda para essa garota Roller. Eu não deveria mesmo conversar com ela.

Mas ela não me passava nem uma sensação de perigo ou sensação que me desse um alerta, ela era algo neutro, inocente, que me deixava mais curiosa do que preocupada.

 


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Notas finais do capítulo

(E)



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