Relatos De Troian Fields escrita por Menino das Sobrancelhas Firmes


Capítulo 17
Capítulo 17 - Troian's END


Notas iniciais do capítulo

Segure o fôlego e mergulhe na louca história de Troian em um passado não tão distante assim...



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/378981/chapter/17

Finalmente o dia 15 tinha chegado. Junho e as férias eram sinônimos parecidos e por mais dolorosa minha vida tenha sido este ano, eu podia usar esse meio tempo para descansar e voltar para aguentar a outra metade. Eu me formaria esse ano, iria embora para uma faculdade distante e jamais veria o rosto de qualquer outra pessoa que passasse por aqui. Mas antes de minha pausa, eu precisava esfregar na cara de todos aqueles que me fizeram sofrer, uma coisa simples... Eu precisava mostrar que estava bem!

Alguns dias antes de hoje, fui ao encontro de Mason e lhe chantageei, parecia errado, mas eu tinha que começar a jogar tão sujo quanto eles. Eu lhe disse que contaria tudo que sei sobre seu romance com Toddy se ele não me desse uma entrada livre para o barco que vai até o mar aberto e volta. Ele disse que jamais conseguiria, mas nessa manhã meu bilhete estava na porta.

Arrumei minhas malas e prometi aos meus pais que ficaria bem, coloquei na parte de trás do carro de Mason, e agora estamos indo em direção ao barco enquanto Ellie Goulding tocava na rádio.

–Estamos longe? –Pergunto á Toddy.

Ele me encara com raiva pelo retrovisor e diz:

–Não.

Estacionamos em um porto e seguimos pelo caminho de madeira até encontrar um barco branco e grande. Lá dentro todos os outros jogadores do time estão com algumas meninas, eu me encolho para entrar e vagar pela imensidão branca. Peter toma um susto ao meu ver, eu sorrio e vejo meu braço sendo tomado por o de outra pessoa.

–Eu sei como é ser a ex de um idiota destes. –Jenel fala. Eu nunca havia tido contato direto com ela, só sabia que tinha namorado Peter muito tempo antes de mim, e agora ela estava ali pra tentar me dar algum suporte.

–Obrigada. –Respondo.

Ela sorri e ambas continuamos andando enquanto os demais invadem o barco. Jenel é namorada atual de um cara alto e moreno do time, eu não sei o nome dele, mas sei que ele lhe trai sempre que dá.

Todos que tenho motivos pra odiar estão naquele barco. Sem exceções. Até mesmo John e Lyla que nunca se envolveram com o time, mas de algum modo, são amigos de alguém. No fim, somos vinte jovens supervisionados pelo professor Sheldon, mas conhecido por tocador de seios.

O barco zarpa e eu sinto um frio na barriga. Jenel não soltou meu braço por um só segundo, agora estamos todos no segundo andar do barco, onde ficamos em sofás brancos ao redor de uma mesa com bebidas.

–Fica calma, o barco não vai afundar, e se afundar, tem um barco menor á motor amarrado na parte de trás com sinalizadores. Então nós estamos seguras.

–Assim espero. –Digo.

Jenel me deu uma pontada de confiança, mas eu já estava acostumada a ter isso e depois perder, eu estava acostumada a sentir a dor que isso gerava e dessa vez estava decidida a não deixar ninguém mais entrar em minha vida.

Por todo o resto da tarde nós navegamos pelo mar ouvindo musicas de festas e dançando, dançando muito. Eu fazia coisas sexys com Jenel para irritar Peter, eu dançava até o chão e lambia a ponta das garrafas em que bebia, mas ele sempre desviava o olhar, então eu precisava ser mais coerente, eu tinha que ser mais forte em relação a isso, então tomei a mão de Toddy e lhe levei para os quartos que ficavam embaixo.

–O que você está fazendo? –Pergunta o cara que começou minha história.

–Eu só quero ir pro quarto com você. –Digo batendo a porta.

Eu lhe beijo no pescoço e começo a abrir sua camiseta.

–Para Troian. –Toddy me empurra. –Você está bêbada, e nós dois sabemos que tudo isso é pra causar ciúmes no Peter.

–Isso é o mínimo que você me deve por ter feito tudo o que fez.

Ele fica calado por um século e então me abraça.

–A gente não precisa fazer nada. Me desculpe, eu fui um idiota, mas tudo que fiz era porque eu te amava, eu só não sabia como lhe dar com isso.

–Eu ainda preciso de você. –Digo.

–Então vamos dormir juntos. –Ele sorri exatamente como um amigo gay faria.

Então passamos a noite ali, dormindo de conchinha, eu tenho certeza sobre ele ter ficado excitado em alguns momentos, e claro, que certas vezes foi proposital, mas eu queria manter ele ali, e por mais que meu corpo odiasse Toddy, eu estaria disposta a lhe dar uma milésima chance, pois de todo mundo ali naquele barco, ele era o único que fez coisas ruins comigo por querer me fazer bem.

Quando acordamos combinamos uma longa história, eu arranhei sua costa, ele tirou a camisa e colocou em mim, bagunçamos meu cabelo e eu lhe dei uns pequenos chupões no pescoço. Saímos de mãos dadas e fomos tomar café, Mason levantou no mesmo segundo e eu sinalizei para Toddy ir conversar com ele. Peter estava me fuzilando com o olhar, e isso não era ruim.

O almoço chegou mas eu continuava sem fome, então bebemos mais e fomos tomar banho em mar aberto enquanto o barco parava. Jenel estava com um biquíni florido e ela tinha um corpo perfeito, ficamos juntas e tivemos um bom tempo pra conversar.

–Então... A ultima noite foi de acabar não é? –Ela perguntou.

–Digamos que sim. –Não confiava nela, não o suficiente para lhe contar o motivo real de estar ali, embora no fundo todos sabiam.

–Ele deve ser bem calmo na cama ao contrario de Peter, porque eu não ouvi nada.

–Ter citado o Peter não foi legal. –Digo.

–Desculpe.

–Toddy é do tipo que te faz querer repetir a dose, ele é bem bruto, mas silencioso. –Essa parte não era mentira, se tivéssemos começado diferente, talvez Toddy e eu fossemos um casal diferente, ou se ele não tivesse me jogado o copo de bebida no dia da festa da Megs.

–Você já pensou sobre como vai ser retornar para a escola?

–Já, eu vou mudar algumas aulas, evitar algumas pessoas, estou escrevendo um novo final pra minha história. –Eu realmente estou!

–Esse lance no barco está ficando chato, todos os anos são as mesmas coisas. –Diz Jenel.

–Eu tenho algo para animar. –Digo mordendo os lábios.

–O que é?

–Maconha. –Olho para Francia, me pergunto se ela trouxe o estoque na bagagem. Ela devia ter algo para complementar.

–Hey gente. –Jenel grita pra todo mundo. –TROIAN TEM A SALVAÇÃO.

–Jenel...

–Ela trouxe maconha. –Complementa ela.

Droga estou encrencada, o professor é o primeiro a me olhar de cima do barco e está prestes a dizer algo:

–Você sabe enrolar? –Ele pergunta.

–Sei. –Confesso.

–Então está esperando o quê garota?

Dou uma pequena risada e ouço os meninos dando pulinhos e gritinhos.

–Nossa pequena safada virando o centro das atenções? –Pergunta Lyla para mim.

–Suicidas não são tão populares em embarcações estudantis. –Retribuo sorridente.

–Francia. –Chamo ela e peço pra Jenel ir na frente. –Eu não tenho o suficiente, você pode me dar um pouco mais?

–Você já me deve a ultima carreira.

–Eu prometo pagar, eu tenho grana em casa. –Respondo.

–Tem certeza?

–Claro. –Concluo.

Quando o anoitecer chega, estamos todos no sofá branco tomando bebidas exóticas e fumando maconha enquanto os meninos preparam carreirinhas de pó. Mason me passa uma nota de vinte e eu puxo pelo nariz enquanto sinto a narina ardes e logo meu cérebro está desligado.

Pego meu cigarro de erva e dou uma longa tragada, levanto da rodinha central e caminho até o garoto exilado fora do grupo.

–Quer experimentar? –Pergunto.

–Porque você está aqui? –Peter rebate.

Sento ao seu lado e trago mais uma vez.

–Por todos vocês. Pra mostrar que mesmo depois de ter sido alvo de pedras, eu ainda estou em pé.

Ele toma o cigarro de minha mão e puxa bem forte, segura a fumaça e solta.

–Eu sou um babaca.

–Eu sei. –Falo rápido.

–Eu não deveria ter aceitado a aposta.

–Não mesmo. –Continuo lhe fechando.

–Não por ter me arrependido de ter gravado o vídeo...

–O quê?

–Mas por ter começado a gostar de você! –Peter diz me dando um beijo.

Eu tento lhe empurrar mas não resisto, porque ele foi o primeiro cara em todo o universo que amei. E eu terei a impressão de ser uma vadia pra sempre, noite passada eu supostamente dormi com Toddy e agora estava rolando no chão com Peter, e seus beijos são tão quentes, seus dedos sempre procuram por mais. É tão eloquente que quando dou por mim, estamos em cima de uma cama no ultimo andar enquanto ele entra e sai vagarosamente me dando beijos carinhosos.


–AH. –Ouço um grito fraco.

Acordo no emaranhado de lençóis que Peter me prende.

–Peter. –Chamo ele.

Ele está nu enrolado ao meu redor, é engraçado, fofo e estranho levando em conta que eu lhe odiava há duas horas. Dou um tapa em seu rosto.

–PETER. –Grito.

–O que foi? –Ele dá um pulo.

–Eu ouvi alguém gritando. –Digo baixo.

–O quê? –Ele pergunta.

Empurro seu corpo pro lado e levanto pra por meu short, estou só de sutiã e calcinha no momento, mas quando saio pela porta para ir até o ultimo andar, sou uma figura mais humana seguida por um cara com a maior cara pós-sexo que alguém pode ter.

–O que houve? –Pergunto.

Todo mundo está conversando baixo ao redor de algo no chão. Eu arregalo os olhos e corro empurrando o emaranhado de pessoas ali.

–O que aconteceu?

São tantas vozes, tantos olhares... Chego até o centro e Jenel está jogada no chão com a cabeça sangrando.

–O que houve? –Pergunto mais uma vez.

Olho para o lado e vejo o namorado dela nu ao lado de John.

–Era só uma brincadeira. –Um deles diz, qual o nome desse cara afinal?

–Eles estavam fazendo algo a três. –Diz Lyla olhando para Jenel, todos olham. Ninguém se importa com o nudismo dos meninos.

O professor está checando a pulsação dela.

–Ela está viva? –Pergunta Francia.

–Claro que sim. –Toddy diz.

–O que vocês fizeram? –Pergunta Peter.

–Como ela se machucou? –Pergunto.

–Ela caiu e bateu a cabeça no ferro.

–Não foi isso. –John diz baixinho enquanto se move pra frente e pra trás.

–A gente vai ser presa. –Uma das meninas fala abraçando outra.

–A gente tem que se livrar dela. –Um cara do time fala.

–Você está ficando louco?

–Ela morreu. –O professor conclui.

–AI MEU DEUS. –Um cara chora.

–Não. –Várias pessoa dizem, e a partir dai tudo vira uma confusão enorme e barulhenta.

–Eu não posso ser preso. –O professor diz no chão.

–Eles nunca acham corpos aqui. O de Megan está sumido até hoje. –Alguém fala indelicadamente, e eu encaro John que está em choque.

–A gente tem que jogar ela no mar.

–Podemos dizer que foi um acidente, ela caiu do barco e não lhe vimos.

–Vocês estão loucos? –Pergunto.

–É suas drogas que estão espalhadas por todos os lugares. –Mason diz apontando pra mim.

–Mas é o sêmen deles que tá no corpo dela. E porque vocês querem se livrar de Jenel se tudo foi um acidente.

–Ninguém vai querer ouvir a história.

–Tendo o corpo eles terão que culpar alguém. –John fala.

–Eu não tenho nada haver com isso.

–Todos temos.

–Joguem ela. –Diz Marcos.

–A gente tem que jogar ela.

–Não.

–Só faça isso e esqueça.

–Troian saia daqui. –Peter diz.

–NÃO. –Grito. –Eu vi tudo, eu não deixarei vocês jogarem ela no mar.

–Então talvez tenhamos dois corpos pra alimentar os tubarões. –Francia diz baixo.

–O que vocês se tornaram de dois minutos pra cá? –Toddy pergunta. Ele está do meu lado, ao menos alguém.

–Eu não vou ser preso por jovens idiotas. –O professor diz batendo a cabeça.

–É SIMPLES. –John grita e todos se calam. –SEM CORPO. SEM INVESTIGAÇÃO. –O pai dele é chefe da policia local, todos sabemos que ele está certo.

–Eu nunca vou concordar com isso. –Saio correndo para dentro do barco e fecho uma das portas enquanto os meninos tentam me alcançar. Olho pela janelinha e vejo alguns deles discutindo. Um dos caras, o moreno alto, pega um pedaço de ferro e vem na direção da porta, Peter e Toddy tentam lhe parar mas ele bate na cabeça de Peter e empurra Toddy.

Algumas pessoas estão se balançando no chão em completo choque e sou acordada pelo som de dois caras tentando arrombar a porta que dá entrada á minha área do barco.

Corro para a área de controle e procuro pelo rádio, não está em nenhum lugar, meu Deus. Corro para os motores e desligo todas as luzes do barco. No silencio, ouço o som deles jogando o corpo de Jenel no mar. Meu Deus. Jenel. Megan.

Estou em desespero, pego uma barra de ferro e começo a bater nos motores até que eles parem. Volto para a cabine de comando e ouço a porta sendo arrombada, sem pensar duas vezes, me jogo contra o vidro e caio para a pista de fora do barco ao lado de Peter caído no chão e Toddy sendo cuidado por Mason.

Levanto em meio dos cacos e ouço várias pessoas gritando meu nome. Então me jogo no barco motorizado amarrado ao lado e solto as cordas. Toco em uma caixa preta e tiro algo de dentro, alguém puxa meu braço e quanto vejo... Estou disparando um sinalizador diretamente em contato com a cabeça de Mason que cai apagado no chão.

Todos estão na beira do barco enquanto eu me afasto, ligo o motor me entalando em meus soluços e direciono o pequeno barco para voltar pra casa. Tenho tempo á sua frente por ter quebrado o motor deles. Eu estou salva. Estou viva e nenhum deles irão se safar do que fizeram. Preciso chegar em casa e escrever tudo no diário, preciso levar ele até a policia e todos nós estaremos por trás das grades. Estou sã. Estou salva. Estou viva.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

looooooooooooooooooooooooool QUANTA LOUCURA. Só mais um capítulo, fiquem calmos... Vou logo anunciando que uma louca fic será lançada amanhã, mas por enquanto... O que acharam deste capítulo? Estão prontas para o final ENLOUQUECEDOR amanhã? O que vocês acharam de um capítulo só para Troian? E Ethan... Onde ele entra? O que aconteceu logo após Troian ir para casa? O finalzinho ainda não foi contado, posso sentir seus cérebros queimando daqui haha :) Deixem reviews dizendo se vocês acham que ela está viva ou morta e porque.