In Repair escrita por Nana Tsukola


Capítulo 3
Capítulo 3




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Abri meus olhos com certa dificuldade, minha cabeça parecia que ia explodi então segurei a cada lado da orelha a pressionado e então uma cascata de cabelos castanhos escuros pode ser vislumbrada caindo ao redor da borda da minha cama. – Pulei ficando ereto e olhando “espirito Shay” deitada na minha cama de atravessado, com olhos fechados. Parecendo viva demais para minhas fantasias juvenis.

       A pele rosada, a blusa branca caindo por todo seu colo, mostrando a alça negra de um sutiã que fazia sua pele branca como neve se destacar, os cabelos em ondas leves na ponta ao redor do rosto, a boca uma linha larga rosada tremula naquele momento, meu olho deslizou para sua maldita bermuda curta de jeans lavado e claro com alguns rebites e desenhos, a coxa alva dela bem torneada, tinha longas pernas, torneadas tudo na medida certa. Eu a quebraria em um abraço de urso – suspirei e chamando sua atenção, ela abriu o olho suficiente para que eu conseguisse me afundar no piche de seu olhar pegajoso, os cílios longos se beijaram, despertando. Ela sentou-se rápido me encarando.

       – É muito chato estar morta – ela sorriu, conhecia o jeito Miss Simpatia da morena.

       – Vai embora, por favor! – Consegui pedir em suplica, tinha desmaiado e não sabia como, talvez, a causa Carly Shay e seu espectro?

       – Quero respostas! – Ela disse levantando da cama em um pulo, com seu tom exigente.

       A observei com olhar de obstinação, queria ela viva, ter a chance de ser corajoso antes desse momento. Não consegui avançar sobre quão estranho àquela situação se tornava. Todo o tempo tentando não me apaixonar. Sinceramente eu desejei ter a oportunidade de provar da campainha refrescante de Carly por muito tempo, em vida, e irônico poder vê-la e toca-la só agora, quando para o resto das pessoas isso era impossível.

       Mas com nos último ano tornei-me o cara “do portal” e metia flechas de energias em espíritos malvados (esses do além para sugar tudo de bom que se podia ter nessa dimensão) aprendi minha tarefa bem. Se ela podia me matar por que não estava morto agora?

       Precisava de Costela imediatamente.

       – Não tenho todas as respostas e cara você meio que me enfraquece – disse deitando na cama e ignorando aquele olhar grande dela sobre mim.

       –Isso merece uma resposta, também!

       –O Portal te repeliu, tentei te capturar e quase morri e sinceramente, foi adrenalina pura aquele momento público de caça-fantasma...e agora eu desmaie por quanto tempo?

       – 6 minutos.

       – Eu sinto esse aperto no meu peito com você aqui, desculpe, o que sei é que descobri por mim mesmo, não é como se tivesse um manual...fui ganhando experiência nesse último ano e nunca aconteceu algo assim...

       – E aquelas coisas da tv?

       – Não funciona, eu te despacho, se for um espirito perdido , ás vezes, abro um portal, não tem muito mistério!

       – Só queria entender...e não vejo ninguém vivo que possa me ver. Além de você e que parece bem capaz com essa história de portal e flechas...

       – É tão obvio não é mesmo? -ironizei.

       – Bem meu irmão está do outro lado do corredor muito triste com meu pai de luto, isso dói...

       – Lamento Shay. O que posso fazer é perguntar que aconteceu quando você morreu?

       – Nada eu senti uma dor e depois estava lá me vendo morta sem ser vista e me vi no enterro olhando para aquele caixão, nem tive tempo de assimilar e lá estava você sussurrando e me olhando e  apareceu aquele portal, senti-me puxada e quando estava a borda dele fui repelida, então fui atacada por sua flecha, fiquei com raiva, e você começou a se contorcer e sangrar pelos ouvidos.  – Ela disse isso rápido afoita, e com sua voz fina e encantadora, senti uma onda quente na nuca, observando-a ali em pé me olhando com seus grandes olhos.

       – Isso explica muita coisa, mas não sei como te “livrar” Carly, posso te chamar assim?

       – Claro – Eu senti o peso dela ao meu lado no colchão quando se sentou o seu cheiro delicioso de flores e frutas – mas você vai tentar?

       – Não sei, afinal você me drena é um risco a minha vida ficar perto de você... assim – admitir sentindo as mãos trêmulas de fraqueza. Não olhei para a morena do meu lado, enfraquecendo a cada minuto e mais nervoso de ter aquela presença nova no meu quarto!

       – Claro, então que “seres” como eu fazem nesse tempo...?

       – Costela costuma jogar críquete no parque as madrugadas e conversar com alguns espíritos para ajuda-los em sua passagem...Ou por ironia desse mundo alguns não tem para onde ir, como você!

       – Como assim?

       -  Costela diz que cada um tem sua hora, na verdade é como vocês se sentem, não fico me esforçando realmente para abrir portais, só os quero longe...

       – Então você me quer longe?

       – Sim, você um risco a minha vida!

       – Wow, que isso significa?

       – Não sei explicar, só sei dizer nada antes me afetou! Nem aqueles seres perturbados...

       – Que seriam seres perturbados?

       – Ahh...almas que fugiram do julgamento, os que ficam aqui e são viciados, pessoas que eram más, é mais ou menos isso...

       – Benson...não quero ficar assim  vendo as pessoas que amo sem poder fazer nada...

       – Lamento, não sei como ajudar...

       – Pelo menos tente! Preciso fazer essa passagem ou descobrir que me prende aqui...- a voz dela foi estridente, e irritante aos meus tímpanos, procurei ar para meus pulmões, o humor dela podia me afetar...isso era algo novo.

       – Wou como consegue ser tão forte... – arquejei as palavras, sentido seu “estado de espirito”.

       – Como? – estava me sentindo massacrado com a presença dela, como ficava com coração pulsante e agora quase sem fôlego. Levantei-me limpando o suor das mãos nas calças.

       Ela me olhava com olhos vidrados em pura injuria. Então a vi se levantar. – Droga ela ficava ao meu redor, e isso me desconcentrava deixava a ponto de desfalecer de tantas sensações juntas.

       – Que devo fazer?

       – Sei lá tentar descobri algo...inacabado que deseja. Gostaria de saber dizer o que deve fazer, mas não sei.

       – Vai tentar encontra uma resposta? – Nossa aquela garota só perguntava, será que quando viva tinha essa necessidade egoísta por respostas?

       – É ...

       – Por quem eu fui, por Spencer...na verdade por mim! – Ela falou me encurralando na porta. O cheiro dela tomando o espaço ao meu redor. Senti a mão dela no meu peito, e meu coração tentou pular de encontro, para ser capturado.

5, 4, 3, 2,ih...suspirei com força, o mar negro e gelado me capturando. Aquele toque vivo em meu peito a mão quente queimando mesmo sobre o tecido da camisa, quente e frio. Pisquei vezes o suficiente para assimilar nossa aproximação, eu podia perceber um brilho nos lábios dela, o corar de sua maçã do rosto. Cada detalhe daquela garota me atacava.

       – Por você?

       – Isso, por mim... – a voz dela foi um arquejo, acho que ambos estávamos nervosos, isso foi que capturou meu sentido, tensão, vibrante tensão...

       Respirei profundamente e abaixei meu olhar derrotado. Quis aquele contado, essa emoção quando aquela garota estava viva, teria pedido demais? Merecia uma trégua dessa vida louca e estranha? Não, eu continuava fora dos padrões, lutando sozinho com esse olhar para o “surreal”, essa missão sem fim...

       – Vou tentar, não prometo nada – olhei para a morena que pressionava meu peito com suas mãos, sentindo a porta as costas, o seu hálito de hortelã me sufocando deliciosamente e seu largo sorriso grudento, os olhos negros ficarem iluminados.

       – Como posso te agradecer? – Carly questionou se afastando o suficiente para eu tentar colocar meus nervos no lugar. Fantasias antigas vieram a minha mente, olhei de baixo para cima, era um misto de inocência e sedução. Naquele corpo esguio com formas singelas.

       – WOw, espero estar errada sobre esses seus pensamentos, penso que seria doentio você beijar uma garota que só você enxerga!

       A realidade sempre vinha a minha porta quando não chamada. – Dê onde tirou que desejo te beijar?

       Ela fez um bico de audácia – então você não me quer? – a sobrancelha arqueada em divertimento e senti o dedo dela na minha clavícula, apertei os punhos de frustração e fiz minha carranca de ofendido.

    ...


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