Quando saímos da casa da Talita, nos encaminhamos para a tal cabana que era atrás da casa. A casa de Talita ficava perto das matas, um pequeno bosque.

Caminhamos em direção à mata com Trevor e Bia na frente.

– Ei? – Landon segurou meu braço- Você está com raiva de mim?

Eu suspirei e olhei nos seus olhos.

– Não! Não estou com raiva de você, estou com raiva desta Talita, eu nunca vi essa mulher, mas já tenho motivos de sobra para odia-la.

– E você que é esse sentimento de raiva que ela espera de você, não sabe? Eu olhei confusa.

– Como?

– Quando a alma sente a raiva ela fica mais forte, mas poderosa. E você já é poderosa, imagina com raiva, transborda poder e é isso que Talita espera de você.

Eu tentei me acalmar, agora entendendo tudo, então era com raiva que ela queria me deixar. Mais eu sou muito calma, e é isso que eu vou fazer. Ficar calma.

– Ei vocês dois! – Olhamos para Bia e Trevor que nos encaram com a cara nada amigável – Andem logo!

Eu sorri pra ela e caminhamos em direção a cabana no meio daquele “nada”. Bia, Trevor, Eu e Landon caminhamos em filinha indiana, um atrás do outro. O caminho estava cheio de galhos e matos rateiros, galhos de árvores baixas, que para Landon e Trevor passarem tinha que abaixar a cabeça.

Caminhamos, caminhamos...

Mas que raios de cabana longe é essa?

Como minha vida ultimamente está cheia de Bruxas, almas e poderes, é até clichê eu dizer que do nada me aparece a cabana mais feia e velha que eu já vi em toda minha vida.

Isso foi dramático!

Agora nossos passos eram delicados, estamos com medo de nos aproximar e ter alguma cilada que Talita preparou. Quando chegamos perto o bastante a porta da cabana sobrevive e de lá saiu uma loira estonteante, linda que me fez engasgar.

Aquela era Talita? Ela tem a minha idade?

– Olá amores! – disse ela com uma voz melosa.

– Amores? Não era você que dizia odiar ironias? – Landon perguntou.

– Sim, odeio, e odeio rodeios, vamos acabar com isso!

Dizendo isso, Talita levantou as mãos e na mesma hora me vi sendo levantada e minhas costas bateram em algo duro e frio.

Eu estava deitada e presa em uma mesa de pedra que tinha perto da cabana, como eu não tinha visto isso?

– Quenella! Lembra-se do que eu disse? – Eu escutei a voz de Landon me perguntando. A única coisa que eu me lembrava era para não me estressar com Talita por que era isso que ela queria.

– Seu desgraçado! – Rugiu Talita e levantou as mãos para ele e em questão de minutos ele estava preso pelos punhos em uma corda que estava em uma árvore perto da mesa onde eu estava.

Bia e Trevor foram amarrados da mesma forma que Landon. Bia já chorava, aterrorizada com a sobrenaturalidade do momento.

– Cale a boca seu idiota ou eu acabo de uma vez com você.

– Não, por favor, não faça isso! – Eu pedi.

– Hum… esse é um ponto fraco, vamos lá, eu quero esse poder, eu necessito, dessa vez não é só para minha beleza, eu quero para outros bens.

– Outros bens como?

– Imortalidade...

– Você nunca terá, cachorro!

– Vamos ver. Venha amor, vamos testar você.

Bia foi flutuando até Talita que agarrou seus cabelos na mesma hora que pegava uma navalha e colocava sobre o pescoço de Bia.

– Quen... não olhe isso! – Pediu Landom.

– Desgraçada! Tire suas mãos dela! – explodiu Trevor.

– Olhe isso, temos dois pares de almas gêmeas aqui? Gente eu pedi uma mão e me deram um braço! As coisas vão ficar interessantes agora.

– O meu irmão disse que era para solta-la! – eu disse me descontrolando e ficando com muita raiva.

– Isso querida, fique bem nervosa!

– Não Quen…! Por favor… – Landom pediu.

Não sei quando, nem como, mas ouvi o grito de Bia e Trevor, quando Talita enfiou a navalha no coração da minha melhor amiga.

Eu gritei, em agonia, com medo, com raiva, com ódio, muito ódio.

Um brilho azul começou a sair de Bia e Trevor, e sendo sugada pelos olhos de Talita enquanto eu chorava desesperada.

Quando acabou todo o brilho Talita jogou Bia no chão como se ela fosse uma trouxa de roupa velha.

Ela levantou a mão e o corpo mole de Trevor caiu no chão.

– Dois já eram, agora só faltam vocês... Agora me diz querida, você está nervosinho pelo que eu fiz? Por eu ter matado sua amiguinha e seu “irmãozinho”? – perguntou ela provocando.

– Cala a boca! – Eu gritei dois minutos depois Talita levantou a mesma navalha que matou Bia e desceu em direção ao meu coração.