Cap. 14 - discussão.

Voltei para dentro com um sorriso genuíno. Minha família estava mais completa agora.

- agora está aí com esse sorriso bobo. - Alice falou de mim. - essa garota aí, a tal de “Katherine”, não me inspira confiança. Tudo nela é muito estranho.

- concordo. - Rose disse. Revirei os olhos,

- não sejam chatas. Katherine sempre foi e é uma ótima pessoa. - falei, irritada.

- quem são esses “Bennett”, que em um ano morando aqui nunca ouvimos falar? - Alice disse. - com tantos lugares para ela ir, porque justo teve de vir para Forks? Porque ela não se assustou quando viu você viva, sendo que, para todos lá, você morreu? Como assim ela abandonou a própria filha para viver uma vida de aventuras e turismo? - Alice implicou e eu balancei a cabeça.

- eu não sei, e também não me interessa! O que importa é que minha Katherine está aqui, viva, e ninguém nunca mais irá nos separar. - falei irritada e elas me fitaram, completamente contrariadas.

- está tão cega que até está brigando com suas próprias irmãs! - Alice falou e eu respirei fundo. - tem algo muito errado com aquela garota, eu vou provar e depois vou te dizer que te avisei!

- não há nada de errado com ela, Alice. Mas há com você, e eu quero saber o que é! - gritei e ela se acuou. - o que você tem contra minha amiga? Ela já explicou e eu acredito nela!

- mas eu não. Não posso saber o que é verdade ou não, mas eu sinto que ela não é de confiança. - Alice disse e eu bufei.

- ah, que ótimo, sua intuição... - ironizei e ela cerrou os olhos.

- não briguem garotas... Só o que Alice esta tentando dizer que é estranho, e eu concordo. Mas Katherine não é e nem nunca foi uma má pessoa, Alice. - papai tentou concertar o estrago feito por Alice, mas já havia muito vidro quebrado naquela conversa.

- ótimo. Se ela acredita que Katherine é uma pessoa má, então eu sou má também. É isso Alice, você acha que eu sou má? - falei.

- não acho que nenhumas das duas são más. - ela deu de ombros e meu coração de rasgou por sua indiferença. - só não confio nela. Não confio e ponto.

- então eu também não sou digna de confiança. - respondi e ela suspirou.

- não mude minhas palavras, Bella. Eu nunca disse que você era má ou não era confiável. Eu te amo e confio em você de olhos fechados. Mas você não consegue ver o que está debaixo de seu nariz! Katherine tem algum segredo sórdido, que a põe sempre em nervoso quando fazemos uma pergunta errada para ela. Você está tão cega pela idéia de sua amiguinha estar de volta, que não vê as coisas estranhas que apareceram com ela. - Alice disse e eu suspirei.

- não sou obrigada a ficar aqui e ouvir minha irmã falar mal de minha outra irmã de alma. - falei e respirei fundo. - só venha falar comigo quando for para se desculpar por tratar mal a minha amiga e a mim. - e me tranquei no quarto. Edward entrou logo em seguida.

- o que foi isso? - ele perguntou e eu grunhi baixo. Ainda bem que as paredes eram a prova de som.

- o que foi isso? Eu estava defendendo minha amiga, só isso! - gritei e ele me olhou cauteloso. - como Alice pôde desconfiar assim de Katherine? Se forem ciúmes, já está passando dos limites...

- acalme-se, minha londrina... - ele me abraçou e eu suspirei.

- não quero ter calma. Quero que Alice venha me pedir desculpas para que possamos esquecer esse assunto e voltarmos a ser as irmãs unidas e cúmplices que éramos antes. Mas eu não vou até lá. - murmurei.

- uma hora ela virá, amor. - ele disse e eu assenti.

- não gosto de ficar brigada com ela. Nem com ninguém. - sussurrei.

- ela também não. - sussurrou e eu sorri. - mas, Bella... Você não sente estranheza?

- sobre o que?

- sobre Katherine. Eu vejo a verdade na mente dela, mas, mesmo assim... - ele deixou a voz morrer. Então, assim como Alice, ele estava contra minha Kathy? - não estou contra ninguém, amor... Eu só acho estranho sim, concordo com Alice. Katherine está... Diferente. Não parece ser ela, porque não tem atitudes que a Katherine que conhecemos teria. Ninguém muda tanto assim. - explicou.

Não, não tem nada a ver. Não existe nada estranho em Katherine. Eles estavam exagerando.

- não, vocês estão exagerando. - falei.

- pense bem... Porque ela não se assustou ao nos ver vivos? Ela não pareceu nada surpresa, como se já soubesse. - ele disse e eu fiquei com raiva. Todos estavam contra ela. Ela que foi como uma irmã para mim quando eu estava sozinha, sofrendo pelo melhor amigo que não podia ser meu. - olha, eu sei que ela cuidou de você quando eu não podia, mas eu só estou expondo a verdade. Eu não estou contra ela, estou até feliz por ela estar de volta. Mas nem por isso eu vou tapar meus olhos. - falou e eu bufei.

Não vou ficar aqui para ouvir isso.

Ele me segurou antes que eu saísse.

- meu amor, perdão. Eu sei que você está contente com a volta de Katherine, eu compreendo. Mas você precisa confiar em meu julgamento, pelo menos. Eu convivi com Katherine tempo o suficiente para dizer o que eu estou dizendo, então me ouça. Há algo de muito errado em tudo nela. Até em seus pensamentos soam artificiais, e eu não sei como isso pode ser possivel. - explicou e afagou meu rosto. Me desvencilhei de seus braços bruscamente.

Era impossível acreditar numa coisa dessas.

- tá, e baseado em que você a acusa desta forma? Se passaram mais de 60 anos, Edward. Muita coisa mudou no mundo, eu mudei, você mudou, ela pode ter mudado também. E não é em duas horas de conversa que você vai conhecê-la profundamente e saber o que mudou, quando mudou e porque mudou. - falei e ele suspirou.

- é, meu amor. Nem você. - devolveu, sem nenhuma inteção de sarcasmo. Reprimi um grunhido e saí correndo para qualquer lugar.