PDV Carol

   Quando cheguei na casa da Ann subimos direto pro seu quarto, ainda era apenas 14hrs, liguei pra minha mãe avisando que dormiria aqui.

   -E então? Vai me contar o porque do desespero? –Ann me perguntou sorrindo, sorri também, já estava mais aliviada de ter pelo menos mais um dia.

   -To fugindo do Lu, achei que fosse obvio. – respondi rindo e Ann deu uma risadinha também.

   -Você é idiota né Carol? Você não sabe o que exatamente aconteceu, deveria pelo menos ouvi-lo.

   De todos ela era quem mais deveria me entender, afinal, ela fez isso em relação ao Nick por anos. Me levantei da cama e fiquei de frente pra ela a encarando e disse:

   -Eu deveria ouvi-lo Ana? Porque? Por acaso esses anos todos você pelo menos tentou ouvir o Nick? Por que exatamente eu deveria ouvir o Lucas?

   Certo, me arrependi, isso era algo totalmente diferente, Ann me olhava séria, e parecia tentar adivinhar o que eu estava pensando.

   -Faz como quiser Carol, mas se você mesmo disse que eu estava errada... Porque quer repetir o mesmo erro? – a esse ponto ela também já estava em pé na minha frente com uma expressão cada vez mais dura no rosto.

   Abaixei a cabeça e suspirei. Então ela continuou:

   -O que foi? Sem argumentos? Faz assim, vou pular de um penhasco, você quer pular também? – me olhava séria com as mãos na cintura.

   Olhava pra ela, sabia que ela tava certa, e que eu havia dito a coisa errada, mas foi na hora do nervosismo.

   -Ann desculpa vai, você sabe que não foi isso que eu quis dizer, quer dizer... Foi, mas... Ah qual é você me entendeu, não seja dura assim, só não vejo motivos pra essa conversa se está mais do que óbvio o que aconteceu.

   Ela sorriu cínica.

   -Está é? Porque eu não vejo dessa forma, e eu sei que você não, porque você pode ser tudo, menos burra Carol. E quer saber do que mais? Você ta de frescura no rabo! E não quer enxergar que talvez o Lucas seja o melhor pra você e que pode muito bem ter sido culpa da Kate!

   -Amiga, você sabe que eu te amo certo? E que eu sei que você ta brava comigo por eu não ter pensado antes de falar, mas... Se eu falar com ele... Você me perdoa?

   Ela riu.

   -Qual é Carol! Não faz isso parecer que você está fazendo um favor pra mim, isso é pro SEU bem, mas já que eu sei que não funcionaria de outra forma, eu aceito desse jeito.

   Ri.

   -Sério? Me perdoa mesmo?! –dei dois pulinhos rindo, o que a fez rir e me abraçar.

   -Sério, agora para de pular feito macaca, porque macacos não dormem no meu quarto! – rimos e a abracei de volta. Paramos.

   -Agora vamos comer algo por que a fome ta me matando! – Ann disse com a mão na barriga. Ri.

   -Vamos, mas depois eu que sou a gulosa.

   Ela riu.

   -Mas eu não sou gulosa, só não almocei!

   Descemos as escadas rindo e fomos direto pra cozinha, como não tinha almoço pronto porque era folga da Dolores e os pais da Ann como sempre estavam ocupados fomos preparar miojo.

   Estavamos comendo, e a Ann não parava de mandar mensagens, eu tentava ver, mas ela percebia e escondia, mas... Por favor né? Ela está lidando com Caroline né? Estava distraindo ela com o assunto “Lucas” e peguei o celular de cima da mesa e sai correndo, cara a sonsa deixou o celular moscando em cima da mesa, da pra acreditar?!

   Sai correndo pra sala e ela correndo atrás de mim gritando “Não Carol! Volta aqui agora sua vadia! Filha de uma porca anêmica!” Espera... o que?! Comecei a rir muito enquanto entrava na caixa de mensagens. E então a campainha tocou e desci rapidamente do sofá, sim, eu estava pulando o sofá! Ela riu da minha cara e disse sem som “Já era, leia se quiser!”, e foi em direção a porta pra abri-lá, quando olhei pro celular, tudo fez sentido, pensei que não tivesse lido direito, mas infelizmente eu não era míope., lá estava escrito, “Já estou chegando, obrigada por me contar o que aconteceu Ann, te devo essa...”, e no fim da mensagem... “Ass... Lucas”. Vadia.

   Percebi que ela já tinha aberto a porta, não me arrisquei olhar naquela direção, e subi correndo pro quarto, infantil? Eu? Nunca! Mas era o que estava tendo.