Radioactive escrita por Anna Beauchamp


Capítulo 12
Capítulo 12


Notas iniciais do capítulo

Capitulo novinho em folha, imaginem o cheiro de livro novo.. ^.^ ...boa leitura..



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Eu ouvia vozes, clarões, ás vezes uma sensação de alívio me pegava, mas também tinha a sensação de estar sendo afogada. Era um misto de paz e desespero, deslumbre e horror.

Tão confuso que nunca parecia algo concreto.

Então foi tomando forma. As luzes brancas foram dando lugar a lâmpadas ofuscantes em um teto sujo e escuro, o alívio se foi, e o único sentimento registrado foi o de horror.

Eu estava em uma sala, deitada sobre alguma coisa fria que deveria ser feita de aço. Não ouvia vozes, apenas um zumbido irritante que era próprio.

Sentia o corpo pesado, e nenhuma dor.

Tentei me levantar, mas senti como se algo me puxasse para a suposta cama de ferro.

Fiquei alguns minutos ali, tentando recobrar a memória e lembrar de coisas básicas como: quem eu era, onde eu estava e o que havia acontecido.

Pude lembrar do meu nome com um pouco de facilidade, e alguns rostos familiares me vieram a cabeça. Porém, senti o coração acelerar ao lembrar do rosto de uma garota. Os cabelos negros, os olhos raivosos e a pele branca.

Carly! Ela havia me esfaqueado.

Minhas mãos tatearam freneticamente o corpo até encontrar o que parecia ser uma atadura. Levantei com dificuldade sentindo o corpo doer. Não estava vestindo minhas roupas, mas sim uma camisola como a de hospitais. Minha cabeça começou a latejar, e eu me curvei sentindo a dor ficar um pouco mais intensa. Percebi então que havia uma agulha no dorso da minha mão direita, que eu arranquei.

Saí da cama ignorando os protestos do corpo. Depois de algum tempo me sinto mais forte do que antes.

Eu estava em uma sala com paredes cinzentas e que era muito similar às saletas onde se realizam cirurgias. Haviam balcões no contorno das paredes, e neles haviam mais ataduras e garrafas de iodo.

Meus olhos fixaram na porta de ferro com enormes pregos contornando a pequena janela de vidro nela grudada.

Corri até lá tendo a decepção de que ela estava trancada. Então tive uma outra ideia, e corri revirando as coisas sobre o balcão e as gavetas. Encontrei uma tesoura longa e afiada, era tudo o que eu precisava, mas eu estava com medo.

Fui até a porta e comecei a esmurra-la.

Era uma tentativa de escapar, mas e se eles estivessem me monitorando com câmeras?

Depois de alguns minutos um homem apareceu em um uniforme de soldado. Ele ficou um tempo me observando pela janela enquanto eu o encarava, até que abriu a porta.

Ele veio em minha direção carrancudo.

– Me acompanhe, senhorita.

Ele deu as costas e eu vi a oportunidade de me libertar. Peguei a tesoura e finquei em suas costas.

Fiquei assustada, senti meu coração acelerar e a respiração também.

Ele urrou quando caiu de joelhos no chão. E eu corri através da porta me deparando com um corredor longo e cheio de lâmpadas ofuscantes.

Comecei a correr com toda a rapidez que pude. Até me deparar com outra porta, mas esta estava destrancada.

E foi quando parei em outro corredor. Havia uma porta bem de frente com a minha, e então espiei pela janela. Senti o coração parar quando vi o garoto deitado em uma cama com uma agulha presa à sua mão.

– Seth - murmurei sentindo a voz rouca.

Abri a porta percebendo que ela não podia ser destrancada por dentro, apenas por fora.

Corri até ele e arranquei a agulha de sua mão. Ele estava inconciênte e eu dei tapinhas em seu rosto tentando acorda-lo.

– Seth, acorda, por favor.

A pele dele estava branca e seus olhos começaram a se revirar.

Ele acordou, porém ainda parecia embriagado com o cansaço.

– Alex - ele sussurrou de modo que quase não ouvi.

– Eu estou aqui, acorda, precisamos sair.

Ele pareceu levar um susto, como se finalmente tivesse percebido que eu estava ali.

– Sair? O que você está fazendo aqui? - ele disse parecendo mais desperto.

Ele notou a atadura em minha barriga e sua mão deslizou até ela como que para constatar que era real.

– Como? Como veio parar aqui? - ele perguntou com os olhos arregalados.

– Não sei. Na verdade nem eu acredito que estou aqui - eu disse sentindo as mãos trêmulas.

Ele fez um esforço até que conseguiu se levantar.

– Não, eles vão matar você, tem que sair daqui - ele disse assustado.

Notei que ele estava machucado, e haviam manchas roxas em seu pescoço e em sua testa.

– Te machucaram? - perguntei sentindo um nó se formar em minha garganta.

Ele começou a balançar a cabeça freneticamente.

– Não importa, eles vão te matar se souberem que você fugiu! Não pode ficar aqui - ele dizia.

– Não! Vamos embora daqui! - eu disse pegando sua mão e tentando faze-lo levantar. Logo ele estava de pé, porém se recusava a andar - Vamos, Seth!

Ele me olhava como se eu fosse um fantasma.

– Por que veio até aqui?

Por um momento fiquei confusa com a pergunta.

– Porque você é meu melhor amigo, não posso te deixar aqui - eu respondi sem entender o objetivo da pergunta.

Ele me olhou e eu senti que ele esperava que eu dissesse algo mais.

– E...também porque... - fiquei muda por um minuto. Pela primeira vez na vida eu tinha certeza do que eu estava dizendo - Eu te amo, Seth.

Sei que não era a melhor hora para isso, mas não pude evitar. Ele pareceu surpreso por um segundo, até que eu fiquei nas pontas dos pés e o beijei.

Foi rápido, mas pude sentir aquilo tomar conta de mim como se aqueles segundos tivessem durado horas.

– Agora precisamos ir - eu disse tentando convence-lo.

Ele assentiu e começou a andar até a porta. Mas ela estava bloqueada.

– Peguem a garota e levem para o centro.

Durou apenas um segundo para que os guardas pegassem Seth e o prendessem na cama enquanto ele se debatia, e agarrassem meus pés e mãos.

– Seth! Não! Me solta! - eu gritava tentando me debater.

Meus olhos se enchiam de lágrimas, que eu não sabia dizer se eram de tristeza ou de ódio.

Um dos guardas se aproximou enquanto o outro me segurava e bateu com alguma coisa na minha cabeça. Eu perdi a conciência novamente, sentindo como se tudo tivesse acabado, minha vida estava arruinada, e se eu não havia morrido antes, talvez eles cuidassem disso desta vez...


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Notas finais do capítulo

Haha gostaram??!! comentem ! bjuuusss paçoca, você que está lendo isso e que sempre comenta...ou que não comenta Oo ... tudo bem, brigada o///